sábado, 31 de maio de 2008

Discovery parte rumo à Estação Espacial Internacional

O ônibus espacial Discovery e seus sete tripulantes partiram do Cabo Canaveral, na Flórida, em uma missão de 14 dias até a Estação Espacial Internacional (ISS).

O lançamento aconteceu às 17h (18h em Brasília), como estava previsto. O Discovery leva em seu compartimento a segunda parte do laboratório espacial japonês "Kibo" (Esperança), que será montado, junto com seu braço robótico, na estrutura do complexo em órbita no curso de três dias de atividades fora da nave.

O transporte do "Kibo" para a ISS faz parte de um acordo firmado há duas décadas entre os EUA e vários países para construir e operar uma estação espacial.

O laboratório japonês é integrado por três partes e sua montagem terminará apenas no ano que vem. A última parte incluirá um setor externo onde poderão ser realizadas experiências de exposição ao ambiente espacial.

Uma vez em órbita, os astronautas do Discovery realizarão três caminhadas para instalar a segunda parte do laboratório japonês, trabalhar no sistema de refrigeração da ISS e solucionar um problema em vários dos painéis solares da estação.

As atividades extraveiculares estarão a cargo do astronauta Mike Fossum e do especialista Ron Garan, que contarão com a ajuda do japonês Akihiko Hoshide.

Além de Fossum, Garam e Hoshide, os outros tripulantes da missão são os astronautas Greg Chamitoff, Ken Ham, Karen Nyberg e o comandante Mark Kelly, que realiza sua terceira missão à ISS.

Quando o "Kibo" estiver totalmente ajustado terá se completado 71% do trabalho da ISS e restarão sete missões de construção. A Nasa deseja que a estação espacial esteja totalmente acabada até o final de setembro de 2010, quando prevê retirar sua frota de naves.

O "Kibo", que tem o tamanho de um ônibus, se juntará ao módulo "Columbus" da Agência Espacial Européia, instalado em fevereiro deste ano.

O laboratório japonês, que é quatro metros mais longo que o "Columbus" e que tem uma extensão dois metros maior que a do laboratório "Destiny", dos EUA, conta com 23 plataformas para pesquisas de medicina espacial, biologia, observações da Terra, produção de materiais, biotecnologia e comunicações.

O ônibus espacial Discovery é lançada do centro espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida
O ônibus espacial Discovery é lançada do centro espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida

Ciência busca respostas para a energia escura

Tudo que sobe precisa descer. Pouca gente na Terra discutiria essa lei fundamental da gravidade. Mas há exatos 10 anos, em maio, a revista científica Astronomical Journal aceitou para publicação um estudo teórico que revelava a existência do lado escuro da força. Por décadas, existia entre os físicos a convicção de que a gravidade deveria estar fazendo com que o ritmo de expansão do universo se retardasse.

"Quando lanço minhas chaves para o alto, a gravidade da Terra faz primeiro com que sua velocidade de ascensão se reduza, e depois que caiam de novo em minha não", disse Mario Livio, físico teórico no Instituto de Ciência do Telescópio Espacial (STScI), em Baltimore, Maryland, Estados Unidos.

Mas o estudo, acompanhado por um segundo trabalho que propunha a mesma idéia independentemente e foi publicado no mesmo ano, demonstrava que o ritmo de expansão do universo estava na verdade se acelerando. A observação, de acordo com Livio, propunha um cenário no qual era como "se as chaves subitamente disparassem com velocidade cada vez maior na direção do teto". Os cientistas atribuíram esse fenômeno à ação de uma energia escura, uma força que supostamente repele a gravidade. Ainda mais surpreendente, medições demonstram que a energia escura parece responder por cerca de 74% da substância do universo.

Passada uma década, um novo conjunto de experiências pode servir para dirimir as dúvidas sobre as propriedades da energia escura e resolver aquilo que alguns especialistas classificam como "o mais profundo problema" da física moderna.

"Estamos falando de um trabalho científico que é capaz de mudar completamente a maneira pela qual o jogo da ciência vem sendo travado", disse Michael Turner, cosmologista da Universidade de Chicago, a uma platéia repleta de estudiosos, durante o Simpósio "Uma Década de Energia Escura", promovido pelo STScI. "Nós estamos avançando de estabelecer a existência do fenômeno para averiguar sua causa subjacente", ele disse. "Não estamos nem perto do ponto em que seria possível começar a ignorar as pesquisas sobre a energia escura".

Energia no vácuo
Até agora, um dos maiores desafios para os pesquisadores da energia escura é combinar o resultado das observações às formulações teóricas. "Nós temos duas explicações conhecidas, e completamente insatisfatórias", disse Turner.

Uma possibilidade é que não exista a energia escura, e que a gravidade funcione de maneira diferente da que os cientistas supõem. Mas "os físicos são conservadores. Não queremos jogar no lixo a nossa teoria da gravidade quando talvez ainda seja possível remendá-la", afirmou Adam Riess, cosmologista do STScI e principal autor de um dos estudos que indicavam a existência da energia escura.

"Em termos básicos, tudo se resume ao fato de que temos uma única equação, relativamente simples, com a qual trabalhamos para descrever o universo", disse Riess. "Porque descobrimos esse efeito a mais, podemos atribuir a responsabilidade por ele à porção esquerda da equação, e afirmar que não compreendemos a gravidade, ou à porção direita da equação, e afirmar que deve existir alguma coisa a mais que o explique".

"Essa coisa mais - e o principal candidato a uma explicação para a energia escura - é a energia do vácuo quântico. A idéia está vinculada à mecânica quântica, que prevê que mesmo no vácuo do espaço partículas constantemente piscam entre a existência e a inexistência, gerando energia", ele diz.

O problema é que ninguém até agora conseguiu unificar a matemática utilizada na mecânica quântica, que descreve as condições físicas do mundo do muito pequeno, com as equações da relatividade geral, que lida com interações em larga escala.

"As duas teorias operam com livros de regras diferentes, e sempre soubemos que os dois livros eram incompatíveis", afirma Riess. "A energia escura é um dos poucos casos existentes na natureza cujo estudo nos força a utilizar ambos os conjuntos de regras". O cálculo quântico, porém, prevê que a quantidade de energia de vácuo existente no universo deveria ser pelo menos 100 ordens de magnitude superior à que foi observada até o momento.

Luz distendida
Para ajudar a resolver o enigma, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) e o Departamento da Energia dos Estados Unidos em breve anunciarão a primeira etapa da Missão Conjunta da Energia Escura, conhecida como JDEM, o primeiro programa projetado especificamente para estudar a energia escura. Um pedido de propostas para a construção de sondas espaciais será apresentado este ano, e uma decisão quanto ao modelo vencedor deve ser tomada em 2009, disse Michael Salamon, diretor científico do programa Física do Cosmos, na Nasa.

Salamon também enfatizou que as atuais missões da Nasa já vêm desempenhando papel importante na mensuração da energia escura. "Por exemplo, o Telescópio Espacial Hubble vem influenciando o estudo da energia escura ao conduzir medições sobre o comportamento das supernovas", ele afirma.

Os pesquisadores observaram inicialmente a aceleração no ritmo de expansão do universo por meio do estudo de supernovas do Tipo Ia ¿ as mortes explosivas de estrelas anãs brancas. Os astrônomos sabem que todas as explosões de estrelas Ia têm brilho semelhante. À medida que a luz das explosões mais distantes viaja em direção à Terra, ela se distende devido à expansão do universo, e isso faz com que pareça vermelha. O fenômeno é conhecido como desvio vermelho, e quanto maior for o desvio vermelho, mais longa terá sido a viagem da luz e mais distante no tempo a detonação da supernova.

Examinar o maior número possível de supernovas pode ajudar os pesquisadores a medir a velocidade com as galáxias se afastam umas das outras. Os estudos sobre supernovas permitiram que os cientistas percebessem que a energia escura vêm exercendo impacto sobre as galáxias já há nove bilhões de anos. Outros grupos estão à procura de pistas ainda mais antigas, no pano de fundo de radiação cósmica do universo, a radiação remanescente do Big Bang, que deu origem ao universo cerca de 13,7 bilhões de anos atrás. Em 2003, a Sonda Wilkinson de Isotropia de Microondas, da Nasa, produziu o primeiro mapa completo da presença inicial de microondas no firmamento, oferecendo detalhes sem precedentes. O trabalho da sonda revelou pequenas oscilações de densidade que são as sementes das galáxias atuais, disse Licia Verde, astrofísica do Instituto de Ciências Espaciais de Bellaterra, Espanha, durante o simpósio.

"Trata-se de uma sinfonia cósmica. Você na verdade está vendo som, e o som pode ajudar a compreender de que maneira o instrumento que o produz foi construído", disse Verde. E, em 2005, astrônomos descobriram que ondas sonoras que varreram o plasma primordial 400 mil anos depois do Big Bang deixaram suas impressões nas galáxias próximas modernas. Essas chamadas oscilações acústicas bariônicas oferecem outro parâmetro para avaliar o ritmo de expansão do universo ao longo do tempo, e para definir os limites quanto ao valor numérico da energia escura.

Novas janelas Em última análise, serão necessários dados obtidos por uma grande combinação de métodos a fim de ajudar a deslindar o mistério, dizem os especialistas.

"O nome do jogo é realizar mais mensurações sobre a história da expansão do universo, e tornar cada uma delas mais e mais precisa, adotando um modelo mais firme para a compreensão de como funciona a energia escura", disse Riess, do STScI.

Um dos objetivos essenciais das experiências que serão realizadas é medir a relação entre a densidade da energia e a pressão no universo, denotada pela letra w. Esse valor informa aos físicos "que espécie de gravidade tem um objeto", disse Riess. "Caso a energia escura seja a energia do vácuo quântico, então w será sempre, e exatamente, menos um", uma constatação que permitiria encontrar a equivalência matemática entre as previsões da mecânica quântica e a teoria da relatividade geral. De outra maneira, talvez tenha chegado a hora de redefinir as regras.

Lawrence Krauss, físico teórico na Universidade Case Western Reserve, apontou no simpósio o fato de que a maioria das observações, no momento, indica valor bem próximo de menos um para w. Para os teóricos, ele brincou "medir w... não vai, portanto, nos dizer nada que já não saibamos muito bem". Mas "novas janelas nos mostram novas surpresas. É preciso fazer tudo que se puder fazer, porque não há como determinar com antecedência de onde a resposta virá".

Supernova: medições sobre seu comportamento influenciam o estudo da energia escura
Supernova: medições sobre seu comportamento influenciam o estudo da energia escura

Tradução: Paulo Micgliacci ME

Nasa confirma para hoje previsão de lançamento de nova missão espacial

A Nasa disse hoje que há 80% de chances de o tempo estar bom esta tarde na Flórida, razão pela qual acredita que o ônibus espacial "Discovery" será lançado dentro da hora prevista, às 18h02 (de Brasília).

A nave, que sairá do Cabo Canaveral, na Flórida, participará de uma missão de 14 dias na Estação Espacial Internacional (ISS).

As últimas revisões da Nasa indicam que tudo está pronto para o lançamento. Não há problemas e todas as previsões são boas.

O "Discovery" será lançado com sete tripulantes a bordo. O comandante da equipe é Mark Kelly. Também integra o grupo o astronauta canadense Greg Chamitoff, que substituirá na estação Alfa o engenheiro de vôos americano Garrett Reisman, há três meses no espaço.

Em seu bagageiro, o ônibus espacial vai levar a segunda parte do laboratório espacial japonês "Kibo" (Esperança), o qual, junto com seu braço robótico, será montado na estrutura da plataforma ao longo de três jornadas de atividades fora das naves.

O "Kibo", que tem o tamanho de um ônibus, será acrescentado ao módulo "Columbus" da Agência Espacial Européia, instalado em fevereiro deste ano.

As atividades extraveiculares (EVA, na sigla em inglês) serão comandadas pelo astronauta Mike Fossum e o especialista Ron Garan, que contarão com a ajuda do japonês Akihiko Hoshide, designado para uma temporada no espaço.

O laboratório japonês, que é quatro metros maior que o "Columbus" e tem uma extensão pouco maior que a do laboratório americano "Destiny", conta com 23 plataformas para pesquisas sobre medicina espacial, biologia, observações da Terra, produção de materiais, biotecnologia e comunicações.

A Nasa tem previstas outras 11 missões de naves até a conclusão da montagem da ISS.

Caso seja necessário abortar a atual missão após o lançamento, como estipulado no protocolo, a Nasa estabeleceu como pontos de aterrissagem de emergência uma pista principal de descida em Zaragoza, na Espanha.

Os outros pontos alternativos de pouso são a base aérea de Morón, também na Espanha, e a pista de aterrissagem de Istres, na França.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Phoenix descobre possíveis rastros de gelo em Marte

A sonda Phoenix encontrou possíveis rastros de gelo em torno da região próxima ao pólo norte de Marte onde desceu, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, a agência espacial americana.

O que parece ser gelo está em uma imagem captada debaixo da nave pela câmara instalada no braço robótico da Phoenix, cerca de uma de seus três pés, diz o organismo da Nasa em comunicado. "Poderíamos estar vendo rochas, ou poderíamos estar vendo gelo no lugar da descida", disse Ray Arvidson, cientista da Universidade de Washington encarregado das operações do braço robótico.

Esse gelo pôde ter ficado ao descoberto como resultado da emissão de gases candentes dos foguetes que reduziram a velocidade de descida da nave, que chegou a Marte no domingo passado. "Teremos que receber mais dados, incluindo cores, da câmara no braço robótico. Achamos que se se trata de gelo, e este vai se tornar mais brilhante porque o ar atmosférico se condensará e se transformará em sereno sobre esse gelo", afirmou.

"A confirmação total vai acontecer quando começarmos a escavar e a analisar as camadas (de solo) próximas", acrescentou o cientista. No entanto, a análise poderia sofrer alguns problemas devido a um curto circuito detectado na quinta-feira durante os testes realizados no instrumento que examina as mostras.

Um boletim do JPL indicou que se trata do analisador de temperaturas e gases, que inclui um medidor de calor assim como um espectrômetro de massa para examinar os vapores produzidos pelo aumento de temperatura. Apesar desse problema, os cientistas da missão, cujo objetivo é analisar o gelo marciano e buscar a presença de materiais orgânicos, assinalaram que esta avança sem maiores contratempos.

Um problema de comunicação que tinha acontecido na terça-feira nas operações foi resolvido na quinta-feira quando os engenheiros transmitiram comandos para descobrir seu braço robótico. Uma porta-voz do JPL esclareceu que o problema não foi da Phoenix, mas do Mars Reconnaissance Orbiter que serve como enlace de comunicações.

"Estamos agora em uma etapa da missão na qual estamos revisando todos os instrumentos científicos" que leva a sonda para analisar o gelo marciano e estudar seu solo na busca de materiais orgânicos, disse Barry Goldstein, diretor do projeto.

Cientistas afirmam que a sonda pode ter registrado gelo, ou rochas
Cientistas afirmam que a sonda pode ter registrado gelo, ou rochas

Ônibus espacial Discovery será lançado amanhã

O ônibus espacial Discovery está posicionado na base de lançamento 39A à espera de lançamento no Kennedy Space Center em Cabo Canaveral, na Flórida, que deve ocorrer amanhã. Ele levará uma equipe de sete astronautas e o laboratório japonês Kibo, que custa R$ 1,6 bilhões de reais, à Estação Espacial Internacional (ISS).

O astronauta veterano Mark Kelly afirma que sua equipe está pronta para o lançamento. "Nós estávamos treinando por um ano e estamos realmente esperando o lançamento de sábado".

A equipe, de seis homens e uma mulher, deve passar duas semanas no espaço levano o laboratório japonês que tem o tamanho de um ônibus, realizando manutenção. Um dos três homens que estão na ISS será substituído. Os astronautas estão levando algumas peças extras para a privada da estação que não está funcionando bem.

Discovery levará equipe de seis homens e uma mulher à ISS
Discovery levará equipe de seis homens e uma mulher à ISS

Astrônomos reconstituem história de supernova

Imagem divulgada pela Nasa mostra imagens remanescentes da supernova da estrela Cassiopeia A, ocorrida há 11,3 mil anos. Trata-se de uma simulação, feita a partir da combinação de imagens obtidas por três grandes telescópios, da Nasa: o Hubble (em amarelho), O Spitzer (vermelho) e o Chandra (verde e azul).

A descoberta representa a primeira vez que os astrônomos conseguem reconstituir a história de uma estrela que explodiu em nossa própria galáxia. Por causa da distância de 11 mil anos-luz da Terra, a luz da explosão teria atingido a Terra há 300 anos.informa a agência Reuters.

Imagem combina dados captados por três telescópios da Nasa
Imagem combina dados captados por três telescópios da Nasa

Cargueiro Julio Verne deixará ISS um mês depois do previsto

O cargueiro espacial europeu Julio Verne se desprenderá da Estação Espacial Internacional (ISS) um mês depois do previsto, anunciou hoje o Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia (CCVE).

"O desenganche da nave estava previsto inicialmente para agosto.

No entanto, o cargueiro continuará acoplado à ISS até setembro", assinalou um porta-voz do CCVE.

Esta decisão foi tomada pelos centros de controle de vôo russo e europeu, após calcularem a quantidade de combustível que resta no cargueiro, que aparentemente supera o que havia sido estimado anteriormente.

"A nave é muito econômica quanto ao consumo de combustível, tanto para seu vôo quanto para as manobras de correção da órbita da ISS. Por isso, continuará sendo utilizada até consumir os depósitos", acrescentou.

Segundo o porta-voz, "só se deixará o combustível necessário para que o Julio Verne possa abandonar a órbita". Além disso, assinalou que a próxima correção da órbita da ISS com ajuda do cargueiro europeu ocorrerá no final de junho.

Em abril, o Julio Verne elevou em mais de quatro quilômetros e meio a altura da órbita da Estação Espacial, em sua primeira manobra de correção. O lançamento do cargueiro europeu foi realizado em 9 de março a partir da base de Kurú, na Guiana Francesa.

A nave, que se acoplou à ISS em 3 de abril, transportou equipamento científico, alimentos, água e oxigênio para os tripulantes da plataforma orbital. O cargueiro deve liberar a plataforma orbital de até 6,4 t de lixo e equipamento científico obsoleto.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Nave "Discovery" será lançada sábado rumo à ISS

As autoridades da Nasa informaram hoje que está tudo pronto para a decolagem da nave "Discovery" no sábado, que levará um laboratório de pesquisa japonês à Estação Espacial Internacional (ISS).

Durante a missão, de 14 dias, os sete tripulantes da "Discovery", liderados por Mark Kelly, devem instalar na estação o laboratório de pesquisa, batizado de "Kibo", informou hoje a agência espacial americana.

A decolagem está prevista para as 18h02 (horário de Brasília) do centro espacial Kennedy em Cabo Canaveral (Flórida) e "definitivamente teremos bom tempo", disse hoje aos jornalistas Kathy Winters, da meteorologista da Força Aérea e encarregada da previsão do tempo da "Discovery".

É a terceira viagem espacial da Nasa deste ano, e a segunda dentre as três previstas para a entrega de diversas partes que formam o extenso laboratório "Kibo", que em japonês significa "esperança".

A estação, que custou aproximadamente US$ 100 bilhões, é um projeto internacional do qual participam 16 nações, e já conta com componentes da Rússia, dos Estados Unidos, do Canadá e da União Européia (UE).

"Todos os nossos sistemas estão em ordem, a conta regressiva já está em andamento e não temos verificado nenhum problema", disse Charlie Blackwell-Thompson, diretor de testes da Nasa.

Marte: nave capta som de aterrissagem da Phoenix

A nave espacial Mars Express, da ESA, a agência espacial européia, captou o som da aterrissagem da sonda Phoenix em Marte no domingo passado.

O som da nave da Nasa, a agência especial americana, pousando com sucesso em uma zona do pólo norte do planeta vermelho era "audível, alto e claro", revelaram os técnicos da equipe de controle da Mars Express.

O movimento foi percebido pela nave graças a um efeito físico que produz a variação do comprimento de onda devido ao movimento da fonte emissora. A sonda Phoenix também está equipada com um microfone para gravar o som de sua chegada e uma câmera para fazer fotos aéreas que provem a existência de uma zona ártica no planeta.

"Todos nós gostaríamos de ouvir algum barulho da superfície de Marte", disse Peter Smith, o pesquisador da Universidade do Arizona que lidera a missão. A sonda chegou a Marte no domingo, às 20h53 de Brasília, desdobrou seus painéis solares e, duas horas depois, enviou as primeiras 50 imagens de Marte.

Água em Marte teria muito sal para permitir vida

Muitas rochas em Marte contêm minerais formados, provavelmente, pela evaporação de água, mas um estudo publicado hoje pela revista Science indica que essa água poderia ser salgado demais para a vida de organismos conhecidos.

A publicação do estudo liderado por Nicholas Tosca, do Departamento de Biologia de Organismos e Evolução na Universidade de Harvard, coincide com o início de trabalhos em Marte da sonda Phoenix, que estudará a água na região norte do planeta.

"Dado que a água líquida é um requisito para todos os organismos na Terra, os exames de água atual ou passada foram considerados um requisito primário para a existência de ambientes habitáveis em Marte", indicou o artigo. Tosca e seus colaboradores compilaram os dados geoquímicos obtidos da planície conhecida como Meridiani Planum, localizada dois graus ao sul do equador marciano, e de outros ambientes do planeta onde se precipitaram os minerais das salinas.

"A prospecção in situ e orbital da superfície marciana mostrou que de maneira intermitente houve em Marte água líquida ácida e água salina", aponta o artigo. "A habitabilidade dessas águas depende, em grau crítico, da atividade de água, uma medida termodinâmica da salinidade que, para os organismos terrestres, tem limites claramente definidos", disse.

"Uma avaliação mais ampla da habitabilidade requer que vamos além da mera presença de água para considerar suas propriedades", indicam os cientistas. "A água pode ser um requisito para a vida na Terra, mas nem todas as águas da Terra são habitáveis". Os resultados indicam que a água derivada dos minerais que os pesquisadores observaram em Marte deve ter sido extremamente salobre, muito mais que qualquer fluído natural conhecido na Terra.

Os pesquisadores disseram que, embora alguns organismos terrestres sejam capazes de sobreviver em uma salinidade extrema, todos são descendentes de ancestrais que não tinham essa capacidade, o qual leva à conclusão de que, pelo menos na Terra, a vida não se originou em águas extremamente salgadas.

A região onde a sonda Phoenix fará seus estudos se encontra nas latitudes mais altas do hemisfério norte de Marte, onde se confirmou a presença de gelo sob a superfície desde o início de 2002, com as observações desde o satélite Mars Oddysey. Se tudo correr bem na Phoenix, um braço robótico escavará a superfície, pegará amostras e as depositará em um laboratório parecido com um forno, sobre a cápsula, onde os vapores que produzam os minerais dos exemplos serão analisados.

Com isso, os cientistas esperam determinar se o gelo derreteu alguma vez e se essa região, que cobre quase 25% da superfície de Marte, abrigou formas de vida e poderia ser habitável.

A composição e textura do terreno onde a Phoenix desceu no último domingo poderiam informar sobre se o gelo se dilui como resultado de ciclos térmicos e se as amostras contêm compostos de carbono, outro elemento básico para a formação de vida.

Nasa aprova ônibus espacial para decolagem no sábado

Diretores da Nasa aprovaram o ônibus espacial Discovery e uma tripulação de sete pessoas para lançamento no sábado. O objetivo da missão é instalar um laboratório de pesquisas japonês na estação internacional, disseram autoridades nesta quinta-feira.

A decolagem está marcada para as 17h02 no horário local (21h02 no GMT) do Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O ônibus espacial levará um módulo de laboratório do tamanho de um ônibus chamado Kibo, palavra japonesa que quer dizer esperança.

"Nós definitivamente teremos tempo bom", disse a meteorologista da Aeronáutica Kathy Winters a jornalistas no Centro Espacial Kennedy.

A viagem de 14 dias será a última da Nasa até o mês de novembro, porém, a agência programa uma última missão com um ônibus espacial para outubro para a manutenção do telescópio espacial Hubble.

A Nasa estabeleceu um prazo de dois anos para completar 11 vôos espaciais antes de aposentar sua frota de três aeronaves. "Este é um passo crucial para a montagem completa do Kibo", disse Yoshiyuki Hasegawa, que supervisiona o programa para a agência de exploração aeroespacial do Japão, a JAXA.

A Nasa entregou um armário e prateleiras de experimentos para o Kibo durante sua última viagem em março. Uma missão é planejada para o ano que vem para levar um pátio externo, onde os experimentos podem ser expostos para o ambiente aberto do espaço.

O Japão ainda irá instalar um sistema de televisão de alta-definicão e uma rede própria de satélites para transmitir imagens e dados a partir e para a estação.

A estação de 100 bilhões de dólares, projetada por 16 nações, adquiriu um aspecto mais internacional com a chegada do laboratório Columbus da agência espacial européia em fevereiro.

Já estavam a bordo componentes de propriedade da Rússia e dos Estados Unidos e um elaborado sistema robótico construído pela agência espacial canadense.

A tripulação da Discovery inclui um novo engenheiro de vôo para a estação, Gregory Chamitoff, que substituirá Garrett Reisman. Até o ano que vem, a Nasa planeja transportar todos os tripulantes da estação espacial nas cápsulas russas da Soyuz, consolidando o caminho para o fim dos programas de ônibus espaciais dos Estados Unidos em 2010.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Nasa transmite ordens à Phoenix para iniciar pesquisa

Cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, em inglês) da Nasa transmitiram hoje os comandos para que a sonda "Phoenix", que pousou na parte norte de Marte, comece sua prospecção do solo do planeta.

"As ordens foram transmitidas através da nave ''Mars Reconnaissance Orbiter'', mas não confirmamos se foram recebidas pela sonda", disse à Agência Efe uma porta-voz do JPL.

Essas ordens têm como objetivo ativar o braço robótico da nave com o qual a "Phoenix" escavará a superfície do planeta na busca de gelo e algum rastro de compostos orgânicos, ou seja, que possuem carbono, elemento básico na formação da vida.

A porta-voz acrescentou que, provavelmente, a confirmação acontecerá amanhã através do orbitador "Mars Odyssey" que está operando como enlace secundário com a "Phoenix", que no domingo desceu sobre a região do pólo norte marciano.

"Por enquanto ,usaremos a Odyssey como nosso enlace principal até que tenhamos um melhor conhecimento do que ocorreu com Electra", que é o sistema de transmissões radiofônicas da ''Mars Reconnaissance Orbiter'', disse a porta-voz.

Acrescentou que a Phoenix saiu ilesa da perigosa aterrissagem e insistiu em que o único problema é o das transmissões do orbitador até o ponto onde está a sonda.

Por sua vez, Robert Bonitz, principal engenheiro do braço robótico, também não deu importância aos problemas de comunicação.

"Temos duas conexões e comprovamos que tanto ''Mars Reconnaissance Orbiter'' quanto ''Mars Odyssey'' estão funcionando perfeitamente.

Amanhã, ou possivelmente nesta mesma noite, saberemos se a Phoenix recebeu bem as últimas comunicações", disse em entrevista telefônica à Agência Efe.

Bonitz acrescentou que depois que começarem os movimentos do braço robótico, principalmente seu movimento vertical, iniciariam seus trabalhos.

Os cientistas estão ansiosos para começar os movimentos do braço que recolherá as primeiras amostras do gélido terreno onde pousou a nave e iniciar o estudo do território não explorado da superfície de Marte.

Após tocar a superfície de Marte, a sonda abriu seus painéis solares e duas horas depois enviou as primeiras 50 imagens daquele planeta, a maioria de sua própria estrutura, confirmando sua chegada ao seu destino.

Nasa começa contagem regressiva para missão da Discovery

A Nasa iniciou hoje a conta regressiva para a partida, no sábado, da nave "Discovery" em direção à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) em uma nova missão, chamada de STS-124, que durará 14 dias e incluirá três caminhadas espaciais.

O objetivo principal da missão será instalar a segunda parte do laboratório japonês Kibo na estrutura principal do complexo espacial internacional, que viaja em uma órbita a quase 400 quilômetros da superfície terrestre.

No entanto, será necessária uma terceira viagem para terminar de montar o último módulo deste laboratório, a maior contribuição japonesa à ISS e que "permitirá elevar a capacidade de pesquisa científica da estação espacial", segundo a Nasa.

A agência espacial transmitiu hoje ao vivo em seu canal de televisão os últimos testes técnicos antes do lançamento da "Discovery" no sábado, e mostraram imagens da segunda peça do Kibo.

A nave também levará uma peça para regular o único vaso sanitário da estação - localizado na zona russa da ISS - que estragou há meses e causou problemas para os técnicos da Nasa e para os ocupantes da estação.

A "Discovery" foi instalada no fim de semana passado na plataforma 39 do Centro espacial Kennedy que a Nasa tem em Cabo Canaveral.

Para lá foram os sete tripulantes para a preparação final.

A tripulação será composta pelos astronautas Greg Chamitoff - substituto do engenheiro Garret Reisman, que encerrou sua missão de três meses a bordo -, Mark Kelly (comandante), Ken Ham (piloto), Karen Nyberg, Ron Garan, Mike Fossum, e Akihiko Hoshide, da Agência Aeroespacial do Japão.

Sonda leva DVD com mensagem para possível marciano

A sonda especial Phoenix, que pousou no solo de Marte no último domingo, levou um mini-DVD entre os seus equipamentos, contendo diversas informações sobre a Terra caso se descubra que o planeta vermelho é capaz de abrigar formas de vida, informou a Nasa, a agência especial americana.

O mini-DVD da Sociedade Planetária, exposto no deque externo da nave, a cerca de 91 cm do solo terrestre, contém uma mensagem para um possível explorador marciano, histórias de ficção científica, obras de arte inspiradas em Marte e os nomes de milhares de habitantes do planeta Terra.

A Phoenix pousou no extremo norte de Marte depois de viajar mais de 680 milhões de km, com o principal objetivo de explorar o solo marciano para detectar possíveis depósitos de gelo e descobrir se existem formas de vida. A sonda irá iniciar sua missão de três meses nos próximos dias.

A nave irá usar um braço mecânico para verificar as camadas abaixo do solo. Segundo a Nasa, satélites que circundam Marte já observaram a superfície do planeta em detalhes e encontraram sinais de que há água congelada cerca de 10 cm abaixo da terra.

O mini-DVD (à esq., ao lado da bandeira dos EUA) contém uma mensagem e informações sobre a Terra
O mini-DVD (à esq., ao lado da bandeira dos EUA) contém uma mensagem e informações sobre a Terra

Única privada de astronautas da ISS está entupida

A privada da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), não está funcionando, deixando a equipe de astronautas com poucas opções. A Nasa pode pedir um serviço para consertar o encanamento quando a nave Discovery visitá-la na próxima semana.

Até lá, a equipe de três homens devem se virar com um aparelho improvisado quando precisarem urinar. Enquanto um astronauta utilizava a privada, feita na Rússia, na semana passada, um ventilador do utilitário parou de funcionar. Desde então, o mecanismo que recolhe os dejetos líquidos funciona ocasionalmente.

Por sorte, a parte que coleta os dejetos sólidos está funcionando normalmente. Responsáveis pela privada não sabem a causa do problema e a equipe não conseguiu consertá-la.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Falha de rádio atrasa tarefas da Phoenix em Marte

Uma falha na comunicação entre a espaçonave Phoenix e a Terra atrasou tarefas hoje, dois dias após o pouso no Planeta Vermelho, segundo a Nasa. A missão busca descobrir condições de vida no local.

De acordo com a AFP, um "evento transitório" derrubou as transimssões de rádio em sinal UHF entre a Phoenix e o satélite Mars Reconaissance Orbiter (MRO), que repassa informações e instruções entre a Terra e a Phoenix, segundo Fuk Li, coordenador do programa de exploração de Marte no laboratório da Nasa em Pasadena, Califórnia.

Li disse que a falha do rádio pode ter sido causada por colisão do MRO com partículas de raio cósmico em altíssima velocidade. Ele disse, no entanto, que o assunto ainda não foi esclarecido, e que cientistas da Nasa estão se trabalhando para solucionar o problema.

O problema não foi com a Phoenix, e outro satélita orbital, chamado Odisséia, pode auxiliar na comunicação, para não ameaçar os planos da missão de encontrar água líquida e minerais necessários para possibilidade de vida no ártico de Marte.

O incidente atrasou o envio de instruções para a Phoenix sobre o que fazer com câmeras e outros equipamentos.

Imagem divulgada pela Nasa mostra o pouso da sonda Phoenix próximo da cratera Heimdall, de 10 km de diâmetro
Imagem divulgada pela Nasa mostra o pouso da sonda Phoenix próximo da cratera Heimdall, de 10 km de diâmetro

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sonda orbital flagrou descida da Phoenix em Marte

Um sonda orbital de olhar aguçado flagrou outra sonda, a Phoenix, mergulhando na atmosfera de Marte, onde vai procurar água e eventuais condições de vida, disseram técnicos na segunda-feira.

A Phoenix pousou às 20h53 de domingo (hora de Brasília) na região do pólo norte de Marte —até agora inexplorada por sondas. Uma tentativa semelhante, em 1999, fracassou.

A inédita foto feita pela Mars Reconnaissance Orbiter é resultado do minucioso planejamento e da sorte. Na foto, a pequena sonda aparece flutuando sob o seu pára-quedas. Ao fundo, vê-se tenuemente parte do solo marciano.

A Phoenix mesmo até agora só mandou fotos em baixa resolução que formam um panorama de 360 graus do local do pouso. Sua principal tarefa será perfurar uma fina camada do solo para tentar descobrir se no passado existiu água líquida, supostamente necessária para a vida.

A sonda usa dois satélites —o Mars Reconnaissance Orbiter e a Mars Odissey— para se comunicar com a Terra.

Os cientistas querem aproveitar pequenas rachaduras no solo, que indicam mudanças no gelo subjacente. Durante esta semana os técnicos continuarão verificando os instrumentos e analisando o local do pouso. As atividades científicas, sob supervisão da Universidade do Arizona (Tucson), devem começar em junho.

Nas décadas de 1970 e 80, as sondas Viking já procuraram sinais de vida na superfície marciana, mas os cientistas concluíram que o constante bombardeio da radiação solar através da tênue atmosfera torna o ambiente estéril.

Já as condições subterrâneas poderiam permitir o surgimento de micróbios e bactérias, a exemplo do que acontece em ambientes extremos da Terra.

Há cerca de dez anos a Nasa usa as sondas orbitais e seus dois jipes na zona equatorial para procurar sinais de água no passado de Marte. A missão Phoenix foi pensada especialmente para investigar o pólo porque ali em 2002 a Mars Odissey apontou a existência de gelo subterrâneo.

Sonda Phoenix envia fotos históricas de Marte

A sonda espacial Phoenix, que pousou em Marte no domingo, enviou à Nasa, a agência espacial americana, as primeiras fotos da missão, que registram uma área inexplorada do Planeta Vermelho - a planície ártica.

A nave pousou no extremo norte de Marte depois de viajar mais de 680 milhões de quilômetros. O principal objetivo da missão é explorar o solo marciano para detectar possíveis depósitos de gelo e descobrir se o planeta seria capaz de abrigar formas de vida.

As imagens enviadas pela sonda mostram o sucesso do pouso e confirmam que os painéis solares da nave, responsáveis pela energia da nave, se desdobraram conforme planejado pela equipe responsável pela missão.

Segundo Peter Smith, principal investigador da missão, as fotografias feitas pela sonda espacial confirmam a expectativa da equipe. "Vemos a falta de rochas que estávamos esperando e os polígonos que vimos do espaço. O que não encontramos foi gelo na superfície, mas acho que iremos encontrar abaixo da superfície. Tudo está correndo bem", afirmou Smith.

Sucesso
A equipe da Nasa monitorou cada etapa do pouso através de um sistema de rádio que usou o satélite Odyssey, em órbita ao redor de Marte, para transmitir as informações para a Terra.

A sonda entrou na atmosfera marciana a cerca de 21 mil km/h, e teve que realizar diversas manobras para pousar em segurança.

A nave usou um pára-quedas e usou propulsores para reduzir a velocidade até conseguir parar o veículo sobre as suas três pernas.

Os últimos sete minutos do longo percurso até Marte foram considerados os mais arriscados dos dez meses de viagem.

Possibilidade de vida
A sonda Phoenix irá iniciar sua missão de três meses nos próximos dias. A nave irá usar um braço mecânico para detectar possíveis depósitos de gelo.

"O principal objetivo da missão é descer abaixo da superfície do planeta, onde estamos quase certos de que há água", disse à BBC News Tom Pike, parte da equipe britânica envolvida com o projeto.

De acordo com ele, satélites que circundam Marte já observaram a superfície do planeta em detalhes e encontraram sinais de que há água congelada a cerca de 10 cm abaixo da superfície.

"A água tem uma importância crucial porque é um dos tijolos da construção - um dos habitats que precisamos para vida", disse.

Marte
O pouso em Marte é uma tarefa arriscada e complicada. Desde que a Rússia lançou a primeira missão, em 1960, o índice de sucesso de todas as missões foi de 50%.

Phoenix, o nome da atual missão - inglês para fênix, a ave mitológica que renascia de suas próprias cinzas - parece estar caindo como uma luva, tendo em vista que a missão nasceu de dois projetos fracassados.

Em setembro de 1999, a nave Mars Climate Orbiter caiu em Marte por causa de um erro de navigação.

Alguns meses depois, outra nave da Nasa, a Mars Polar Lander (MPL) foi perdida perto do Pólo Sul do planeta.

A Phoenix usa hardware de uma nave idêntica à MPL, a Mars Surveyor 2001 Lander, que foi abandonada depois dos dois fracassos.

A sonda Phoenix foi lançada no dia 4 de agosto de 2007, transportada por um foguete Delta II, de Cabo Canaveral, na Flórida.

Imagem mostra um padrão no terreno próximo à área de pouso, de aparência semelhante ao solo gelado de regiões árticas da Terra
Imagem mostra um padrão no terreno próximo à área de pouso, de aparência semelhante ao solo gelado de regiões árticas da Terra

BBC Brasil

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Missões espaciais que foram enviadas rumo a Marte

A sonda Phoenix da Nasa pousou neste domingo no pólo norte de Marte após uma viagem de 679 milhões de quilômetros.

Marte é o planeta mais próximo da Terra e, portanto, o próximo objetivo humano no espaço, depois da Lua.

Relação das missões espaciais a Marte: 1960 - Marsnik 1 (URSS).- Projeto do primeiro artefato para viajar para Marte. A nave se desintegra no dia de seu lançamento, 10 de outubro.

- Marsnik 2 (URSS).- Lançada em 14 de outubro, a missão fracassa durante o lançamento.

1962 - Sputnik 29 (URSS).- Lançada em 24 de outubro, a nave se desintegra e alguns dos pedaços permanecem em órbita durante dias.

- Mars 1 (URSS).- Estação interplanetária automática lançada a Marte em 1º de novembro. A missão fracassa ao se perder o contato com a nave no dia 21 de março de 1963.

- Sputnik 31 (URSS).- Primeira tentativa de aterrissar na superfície marciana. Foi lançada em 4 de novembro, mas a missão fracassa.

1964 - Mariner 3 (EUA).- Lançado em 5 de novembro, fracassa ao não alcançar a trajetória correta.

- Mariner 4 (EUA).- Primeira nave que passa a curta distância do planeta Marte (a 9,8 quilômetros) no dia 15 de julho de 1965. Envia imagens da superfície marciana e finaliza a missão em 1º de outubro de 1965 ao ser destruída por uma chuva de meteoritos.

- Zond 2 (URSS).- Lançada em 30 de novembro, alcança a trajetória correta, mas perde-se o contato em maio de 1965 por causa de uma falha técnica.

1965 - Zond 3 (URSS).- Lançada em 28 de julho, devia acompanhar a Zond 2, mas se perdeu o contato com ela.

1969 - Mariner 6 e 7 (EUA).- Naves gêmeas que em missão dupla são as que mais se aproximam de Marte (3,5 quilômetros) em julho e agosto respectivamente. Proporcionam fotografias e dados sobre radiações ultravioleta e infravermelha da atmosfera de Marte.

1971 - Mariner H/8 (EUA).- Se desintegrou no lançamento em 8 de maio.

- Kosmos 419 (URSS).- Dois dias após seu lançamento, 10 de maio, se desintegrou.

- Mars 2 (URSS).- Chega a Marte em 27 de novembro. Fotografa montanhas e detecta a presença de hidrogênio e oxigênio nas partes altas da atmosfera. A sonda levava um módulo de descida sobre a superfície de Marte. Cai no dia 22 de agosto de 1972, sendo a primeira sonda a alcançar a superfície de Marte, embora de forma acidentada.

- Mars 3 (URSS).- Chega a Marte em 27 de novembro e consegue posar um módulo de descida na superfície do planeta. Determina a gravidade de Marte e a composição de sua atmosfera. Finaliza a missão em 22 de agosto de 1972.

- Mariner 9 (EUA).- Primeira sonda interplanetária que orbita Marte em 12 de novembro. Envia fotos de 80% da superfície e de seus satélites.

1973 - Mars 4 (URSS).- Chega a Marte em 10 de fevereiro e proporciona dados sobre a presença de dióxido de carbono, vapor de água e ozônio na atmosfera de Marte.

- Mars 5 (URSS).- Entra na órbita de Marte em fevereiro, embora complete apenas 22 órbitas por causa de uma falha técnica, envia 60 imagens do planeta.

- Mars 6 (URSS).- Chega a Marte em 12 de março de 1974, mas perde-se o contato com o artefato antes dele aterrissar.

- Mars 7 (URSS).- Lançada em 9 de agosto, se perde no espaço.

1975 - Viking 1 e 2 (EUA).- Chegam a Marte em 19 de junho e 7 de agosto de 1976, respectivamente. Pousam um módulo na superfície de Marte e transmitem imagens durante longo tempo. A Viking 1 facilitou a imagem do acidente geográfico similar a um rosto. A Viking 2 proporciona a visão mais completa até esse momento de Marte, incluindo indícios de grandes inundações no passado. A Viking 1 finalizou sua missão em 1982 e a 2 em 1989.

1988 - Phobos 1 (URSS).- Lançada no dia 7 de julho, perde-se o contato com ela pouco depois.

- Phobos 2 (URSS).- Chega a Marte em janeiro de 1989 e envia imagens do planeta e de seu satélite Fobos. No dia 27 de março perde-se o contato com esta sonda.

1992 - Mars Observer (EUA).- Enviada o 25 de setembro, se perde no espaço.

1996 - Mars Global Surveyor (EUA).- Lançada em 7 de novembro, chega a Marte no dia 12 de setembro de 1997. Enviou dados da geografia e do clima do planeta até que em 21 de novembro de 2006 a Nasa a deu por perdida.

- Mars 96 (Rússia).- Lançada em 16 de novembro, se desintegra em uma área de 320 km sobre o Oceano Pacífico, Chile e Bolívia.

- Mars Pathfinder (EUA).- Chega a Marte em 4 de julho de 1997 com o módulo Sojourner, o primeiro veículo sobre rodas que por controle remoto da Terra se desloca sobre a superfície de Marte. Envia fotos coloridas e em três dimensões e analisa a composição das rochas e do solo em uma área de 10 metros ao redor do local de aterrissagem.

Após 83 dias de missão, perdeu-se o contato com ela.

1998 - Nozomi (Japão).- Lançada em julho, foi dada como perdida em dezembro de 2003.

- Mars Climate Orbiter (EUA).- Desintegrou-se na atmosfera de Marte.

1999 - Mars Polar Lander (EUA).- Desintegra-se na atmosfera de Marte por um erro na trajetória.

- Deep Space 2 (EUA).- Chega a Marte a bordo da Mars Polar Lander e se destrói junto com a nave portadora no dia 3 de dezembro.

2001 - Mars Odyssey (EUA).- Orbita Marte desde o dia 24 de outubro de 2001; enviou mostras da existência de hidrogênio e cristais de gelo sob a superfície. No dia 23 de maio de 2004 completou dez mil órbitas em torno ao "Planeta Vermelho".

2003 - Mars Express (Europa/ESA).- Portadora de uma sonda de descida - a Beagle 2 -, se separou com sucesso no dia 19 de dezembro, mas perdeu-se o contato com ela no dia 24 de dezembro de 2003. A ESA a deu por perdida em 1º de fevereiro. No entanto a Mars Express, em órbita sobre Marte para estudar sua cartografia, composição química e atmosfera, enviou à terra imagens do "Planeta Vermelho", assim como de sua lua Fobos. No início de 2005 enviou fotografias do que pode ser um mar gelado sob a superfície do equador de Marte. A ESA estuda atualmente, prolongar sua missão até 2007 em vista dos bons resultados.

- Spirit (EUA).- Chega a Marte no dia 3 de janeiro de 2004 e envia a primeira foto do planeta em 21 de janeiro de 2004. Da informação fornecida pela sonda Spirit se depreende que em Marte houve água e um ambiente habitável.

2004 - Opportunity (EUA).- Veículo explorador que aterrissa em Marte em 31 de janeiro de 2004. No dia 2 de março, a Nasa anuncia a aterrissagem do robô em uma área de Marte onde a água líquida empapou alguma vez para a superfície. Em julho, fornece provas conclusivas sobre a existência de água em Marte. Em fevereiro de 2007 o explorador da Nasa tinha percorrido dez quilômetros da superfície marciana desde que chegou ao planeta vermelho em 2004.

2006 5 de junho.- A Nasa inicia o Project Constellation para preparar viagens tripuladas a Marte.

12 de setembro.- A sonda Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa estabelece sua órbita circular em Marte e inicia os estudos do planeta.

2007 13 de março.- A Agência Espacial Européia fixa 2025 como o ano para enviar a primeira missão tripulada a Marte.

4 de agosto.- A Nasa lança a sonda Phoenix para verificar a existência de gelo e determinar a existência de material orgânico.

No dia 25 de maio de 2008, a sonda aterrissa com sucesso em uma região do pólo norte de Marte.

domingo, 25 de maio de 2008

Veja como foi a viagem da sonda Phoenix

Neste dia 25 de maio de 2008 a sonda Phoenix da Nasa (agência espacial americana) chegou sobre o pólo norte de Marte e será a primeira missão espacial a esta região do Planeta Vermelho, após uma viagem de dez meses.

No dia 4 de agosto de 2007 a Phoenix foi lançada do Cabo Canaveral, na Flórida, a bordo de um foguete Delta II, com a missão de verificar a existência de gelo perto da superfície marciana.

Outro dos objetivos era analisar as propriedades do material em contato com a água gelada, determinar se a água se derreteu, supervisionar o clima polar e a mudança de estações, e buscar no gelo de Marte sinais de vida.

Com 350 kg, a cápsula Phoenix, deve o nome ao pássaro mitológico que renasce de suas cinzas, já que ela utiliza a estrutura da "Mars Surveyor Lander", cancelada em 2001, depois que em 1999 a nave "Mars Polar Lander" se desintegrasse na atmosfera de Marte.

Com energia proporcionada por seus próprios painéis solares, a sonda Phoenix - que tem um braço robótico de 2,5 m para recolher amostras -uma vez apoiada na superfície de Marte medirá 5,50 m de uma ponta a outra.

A missão Phoenix tem um custo de US$ 420 milhões e é uma colaboração internacional da qual participam o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa; a americana Lockheed Nartin Space Systems na direção do projeto; a Universidade do Estado do Arizona, em colaboração com a Agência Espacial canadense; o Instituto alemão Max Planck; e as Universidades suíças de Neuchâtel, Basiléia e de Copenhague na direção científica.

A proximidade de Marte da Terra fez com que o Planeta Vermelho seja, após a Lua, o objetivo espacial seguinte.

Desde os anos 60, russos e americanos desenvolveram 30 missões a Marte, mas nem todas atingiram seu objetivo.

A sonda Mariner IV (EUA), por exemplo, que não conseguiu tocar a superfície marciana em 1964, deu aos cientistas o primeiro esboço de Marte, assim como as naves Mariner VI e VII que em 1969 foram as que mais se aproximaram de Marte.

Em 1971, a Mars III (URSS) foi a primeira que conseguiu colocar um módulo na superfície marciana que determinou a gravidade do planeta e a composição de sua atmosfera.

Posteriormente, as americanas Viking I e II chegaram à superfície marciana em 1975 e proporcionaram a visão mais completa de Marte até esse momento.

Após anos, a Mars Pathfinder aterrissou de novo na superfície de Marte em 1997; chegou com o primeiro veículo sobre rodas Sojourner, e enviou as primeiras imagens de Marte em cor e em três dimensões.

Finalmente, em janeiro de 2004 os veículos americanos Spirit e Opportunity, que ainda permanecem ativos, confirmaram que Marte abrigou água no passado.

Em 2007, a Agência Espacial Européia (ESA) fixou o ano de 2025 para o envio da primeira missão tripulada a Marte.

EFE

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Sonda Phoenix da Nasa chega a Marte com sucesso

A sonda espacial Phoenix pousou em Marte, dando continuidade à missão para explorar o solo marciano e descobrir se o planeta seria capaz de abrigar formas de vida.

A nave pousou no extremo norte de Marte depois de viajar os mais de 680 milhões de km que separam o Planeta Vermelho da Terra.

A missão da Nasa, coordenada pelo cientista brasileiro Ramon de Paula, prevê a exploração do solo com um braço mecânico para detectar possíveis depósitos de gelo.

A expectativa dos cientistas é de que a missão forneça os melhores indicadores até hoje sobre a possibilidade de vida em Marte.

Os últimos sete minutos do longo percurso até Marte foram considerados os mais arriscados dos dez meses de viagem.

A sonda entrou na atmosfera marciana a cerca de 21 mil km/h, e teve que realizar diversas manobras para pousar em segurança.

A nave usou um pára-quedas e usou propulsores para reduzir a velocidade até conseguir parar o veículo sobre as suas três pernas.

"(A sonda) tocou a superfície suavemente, de acordo com o previsto", disseram os responsáveis pela missão entre aplausos e o júbilo da equipe do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).

Espera-se que as primeiras imagens feitas pela sonda cheguem à Terra por volta das 22h43 de Brasília.

"Detectamos que (ela) tocou a superfície", afirmou o engenheiro adjunto de sistemas, Richard Kornfeld.

A equipe da agência espacial ao ver que tudo transcorria como tinha sido planejado, expressou sua alegria e satisfação com o desenvolvimento dos eventos.

O período de tempo transcorrido desde que a sonda penetrou a tênue atmosfera marciana até tocar a superfície, foram denominados "sete minutos de terror".

O nervosismo dos encarregados da missão era óbvio se for levado em conta que menos da metade das missões a Marte tiveram sucesso, e ainda está na lembrança o fiasco da cápsula "Mars Polar Lander", que se perdeu em 1999 após sua queda em algum lugar perto do pólo sul marciano.

De fato, apenas cinco dos 15 engenhos mandados pelos EUA e outros países ao planeta vermelho conseguiram pousar em sua superfície.

Os primeiros a fazê-lo foram os dois aparelhos das missões Viking da Nasa, que aterrissaram no pó marciano em 1976.

Em janeiro de 2004 chegaram a Marte os veículos exploradores "Spirit" e "Opportunity" que usaram globos amortecedores e exploraram regiões próximas ao equador marciano.

A missão da "Phoenix" deveria ter sido realizada em 2001, mas foi cancelada após a perda da "Mars Polar Lander".

Antes de tocar a superfície, às 20h53 de Brasília, a "Phoenix" abriu seu escudo térmico e usou o radar para obter informações sobre a altura e calcular a velocidade de queda vertical e horizontal para ajustar a ignição de seus 12 foguetes de descida.

Missão vai analisar o solo marciano em busca de sinais de que o planeta tenha sustentado vida
Missão vai analisar o solo marciano em busca de sinais de que o planeta tenha sustentado vida

Com informações da EFE.

BBC Brasil

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Softwares brasileiros podem colaborar para o futuro da astronomia

A produção de softwares científicos é uma das possibilidades que se abrem para o Brasil colaborar com os grandes projetos internacionais que estão sendo desenvolvidos na área da astronomia mundial. Essa foi a avaliação feita à Agência Brasil pelo astrofísico do Observatório Nacional Luiz Nicolaci da Costa.

O futuro da astronomia e a participação brasileira em projetos mundiais que somam mais de US$ 10 bilhões em investimentos são os objetivos da reunião que o Observatório Nacional, instituto de pesquisas do Ministério da Ciência e Tecnologia, promove no Rio de Janeiro entre os dias 27 e 29 deste mês.

Segundo Luiz Nicolaci da Costa, idealizador do evento, o objetivo é proporcionar uma visão panorâmica dos caminhos que estão se abrindo para a astronomia "e ver, dentro das nossas limitações orçamentárias, de pessoal, nossas vocações, como a gente consegue se inserir nesse contexto".

A reunião quer estabelecer um projeto plurianual, levando em conta o que a comunidade externa está fazendo. A partir dessa "competição saudável", Nicolaci disse que os especialistas brasileiros poderão identificar a melhor forma de contribuir para o futuro da astronomia.

Uma das áreas em que essa contribuição pode ocorrer de forma expressiva é no desenvolvimento de softwares (programas de computador), sugeriu o astrofísico. Ele ressaltou, inclusive, que nesse campo não há necessidade de grandes insumos nem de uma base industrial ampla. "Porque a gente precisa de gente inteligente. E o Brasil tem gente inteligente".

Nos dois primeiros dias de reunião, serão apresentados os principais projetos que estão sendo desenvolvidos internacionalmente. O terceiro dia abordará os impactos que esses projetos têm para a tecnologia da informação. "Todos esses novos experimentos vão gerar um grande volume de dados que precisam ser processados, armazenados, analisados. E é nessa parte que nós estamos tentando contribuir", assegurou.

Um dos softwares desenvolvidos pelo Observatório Nacional está sendo usado no projeto Dark Energy Survey (DES), que será apresentado no encontro. Trata-se de uma colaboração internacional que está construindo uma câmara avançada para mapear 10% do céu em quatro bandas do espectro.

O projeto "vai varrer o céu em 525 noites. Nós vamos ter uma visão colorida do céu", explicou o pesquisador. O Observatório Nacional fará o processamento dos dados que serão gerados, de forma eficiente, usando grades de computação e também fazendo um portal científico que facilite aos usuários acessar esses dados e analisá-los.

Na segunda parte da reunião, programada para o dia 29, os cientistas irão analisar os tipos de tecnologia nos quais o mundo está investindo e como o Brasil poderá enfrentar a multiplicidade de dados que vai caracterizar a astronomia moderna.

Luiz Nicolaci da Costa afirmou que o Brasil possui um orçamento modesto para o desenvolvimento da astronomia. Por isso, avaliou que "não podemos competir de igual para igual com projetos cujos investimentos superam US$ 1 bilhão no campo da astronomia".

Segundo Nicolaci, como o Brasil não dispõe de dinheiro nem da base tecnológica necessária para realizar sozinho projetos dessa envergadura, a saída será fazer parcerias em projetos específicos, contribuindo com suas vocações naturais.

"Nós temos que pensar como é que o Brasil pode competir internacionalmente levando em consideração suas limitações financeiras, tecnológicas e de pessoal. Está na hora de amadurecer e ter uma visão de futuro". Ele acredita que as discussões que serão efetuadas vão definir o que será a astronomia nos próximos 20 anos.

Muitos dos projetos que serão apresentados no encontro organizado pelo ON resultam de parcerias internacionais. Um exemplo é o Grande Conjunto de Radiotelescópios do Atacama (ALMA), projeto orçado em mais de US$ 1 bilhão, com participação de cientistas norte-americanos, japoneses e europeus, que objetiva medir emissões de rádio que vão explorar o universo primordial, explicou o astrofísico.

Agência Brasil

sábado, 24 de maio de 2008

Nave está pronta para pouso arriscado em Marte

Para chegar ao gelo, é preciso primeiro atravessar o fogo. Uma espaçonave que está concluindo agora a jornada de nove meses entre a Terra e Marte precisa sobreviver à temperatura elevada da entrada na atmosfera e à arriscada aterrissagem no planeta vermelho, para conquistar o direito a escavar o solo marciano em seu local de pouso, em busca de água em forma gélida supostamente existente por sob uma planície ártica do planeta.

Depois de uma jornada de 675 milhões de quilômetros desde o seu lançamento, em, 4 de agosto, a Phoenix Mars Lander, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), tem seu pouso marcado para domingo, nas inexploradas regiões setentrionais do planeta. Mas, primeiro, precisa sobreviver ao que os criadores da espaçonave definem como "sete minutos de terror", a fim de atingir a superfície.

"Há muitos, muitos riscos e incertezas", disse Edward Weiler, administrador associado da Nasa, e encarregado de sua divisão científica. Desde que começaram as missões de exploração ao planeta, 55% das espaçonaves enviadas para pouso em Marte fracassaram, ele disse.

Ainda que a Phoenix, uma nave criada com uma mistura de componentes de duas missões fracassadas anteriores, tenha sido testada diversas vezes para verificar e corrigir todas as falhas de projeto e potenciais erros conhecidos, disse Weiler, "há sempre os desconhecidos que desconhecemos".

Se tudo correr como planejado, a espaçonave vai aterrissar na Vastitas Borealis, a planície ártica de Marte, que ocupa posição semelhante à que o norte do Canadá ocupa na Terra, cerca de 15 minutos antes que o controle da missão receba confirmação, às 19h53, horário da costa leste norte-americana. A primeira imagem a ser enviada pela nave, supostamente a de seus painéis solares estendidos, deve chegar cerca de duas horas mais tarde, dizem os diretores da missão.

Barry Goldstein, gerente do projeto Phoenix no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia, disse que, para ele, a parte mais assustadora da viagem começará cerca de 14 minutos antes do pouso, quando o aparelho chegar ao limite da fina atmosfera marciana, ejetar o estágio de cruzeiro que a conduziu desde a Terra e passar por três minutos de silêncio enquanto manobra para voltar na direção de Marte o seu escudo defletor de calor.

Depois, a sete minutos do pouco, a Phoenix terá mergulhar na atmosfera a uma velocidade de 20,5 mil km/h; a fricção fará com o aparelho perca velocidade, mas o escudo de calor será submetido a temperaturas de até 1.420 graus. A 12,8 mil metros de altitude, e a uma velocidade de 1,6 mil km/h, a espaçonave vai acionar seu pára-quedas para uma descida de cerca de três minutos, período no qual ejetará o escudo de calor, estenderá suas três pernas de aterrissagem e começará a empregar o radar para obter leituras sobre sua velocidade e a distância que a separa da superfície.

A uma distância de um quilômetro da superfície, e velocidade de 200 km/h, a Phoenix abandonará seu pára-quedas e a estrutura de apoio que o sustenta e iniciará o disparo seqüencial de 12 foguetes de empuxo que reduzirão sua velocidade para 10km/h, 40 segundos mais tarde.

Faz 32 anos que a Nasa, com as duas espaçonaves do projeto Viking, em 1976, pousou um aparelho em Marte usando foguetes para desacelerar a descida. A última tentativa de pousar usando esse método fracassou, em 1999, quando a Mars Polar Lander caiu devido à desativação prematura de seus foguetes de empuxo.

A Mars Pathfinder, que foi enviada ao planeta posteriormente, e os veículos de exploração de superfície Opportunity e Spirit, que operam há três anos na região equatorial do planeta, pousaram sobre sacos de ar que amortecem o impacto. Goldstein disse que esse método não é viável para naves pesadas como a Phoenix, porque o peso adicional que os sacos de ar reforçados implicariam reduziria seriamente a carga científica da missão.

Ao contrário dos veículos de exploração dotados de rodas, a Mars Phoenix Lander vai ficar imóvel e escavar o solo do planeta em busca de provas de existência de água e de outras condições que poderiam ter sustentado formas primitivas de vida.

Ainda que existam amplas indicações de que Marte dispunha de água em sua superfície bilhões de anos atrás ¿ em alguns casos, os indícios sugerem que água pode ter corrido por canais e gargantas nos últimos milhões de anos ou até ainda mais recentemente -, as condições atuais, entre as quais uma atmosfera com densidade equivalente a 1% da terrestre, não permitem água em forma líquida, disseram os cientistas. Mas os instrumentos da Mars Odissey, um veículo orbital de exploração, descobriram em 2002 que há muita água em forma de gelo pouco abaixo da superfície, em boa parte das regiões marcianas de latitude mais elevada.

A área alvo de pouso da Phoenix, esquadrinhada de maneira detalhada por uma câmera de alta resolução instalada no Mars Reconnaissance Orbiter, outro veículo de exploração orbital, é uma região de tundra, com poucas rochas ou encostas íngremes capazes de ameaçar o pouso, disse Ray Arvidson, da Universidade Washington, em St. Louis, presidente do grupo de trabalho que selecionou o local de pouso. "Trata-se de uma das áreas menos rochosas de Marte", ele disse.

Peter Smith, da Universidade do Arizona, o diretor científico da missão orçado em US$ 420 milhões, disse que a área ficava coberta de gelo polar, no inverno, mas que a espaçonave pousaria no começo do verão, quando a superfície está em larga medida livre de cobertura e exposta para estudo. O veículo de aterrissagem pesa 350 quilos, e a carga científica é 55 quilos. O plano é que passe pelo menos três vezes examinando a superfície em seu local de pouso, com a ajuda de um braço robotizado capaz de escavar buracos.

A Phoenix leva este nome por conta do mitológico pássaro que renascia das próprias cinzas, já que a espaçonave é feita de componentes de duas missões anteriores de exploração a Marte. A espaçonave usa o esqueleto e alguns instrumentos da Mars Surveyor, de 2001, uma espaçonave que pousaria no planeta mas teve sua missão cancelada devido a estouros de orçamento e prazo, e muitos instrumentos que reproduzem os utilizados no veículo de pouso Mars Polar Lander, que fracassou em sua tentativa de pousar em solo marciano.

Smith disse que cientistas e engenheiros vasculharam todo o estoque de componentes descartados, peça por peça, e localizaram duas falhas potencialmente fatais e capazes de ameaçar a missão; ambas foram corrigidas. "Nós refizemos completamente a engenharia do aparelho, sem reconstrui-lo", disse ele. "Acreditamos que seja tão bom quanto possível".

Caso a Phoenix sobreviva ao seu pouso, ela aguardará por 20 minutos para que os detritos na área se assentem antes de estender dois conjuntos circulares de painéis solares cuja largura chegará a 5,40 metros. Depois, duas câmeras coloridas estereoscópicas serão estendidas em um mastro com 2,10 metros de altura, a fim de registrar imagens panorâmicas do ambiente. Em seguida, um mastro de 1,20 metro que carrega sensores de temperatura, vento e outros se estenderá de uma estação meteorológica de bordo que foi desenvolvida para a missão pela Agência Espacial Canadense.

A espaçonave, esterilizada para impedir contaminação por organismos terrestres, usará seu braço robotizado de 2,30 metros como escavadeira, a fim de abrir uma série de trincheiras com mais de 20 centímetros de profundidade. Depois, o braço utilizará uma espécie de colher metálica para penetrar a superfície dura do planeta e recolher amostras das camadas inferiores, disse Smith.

Usando a câmera instalada na ponta do braço robotizado, os cientistas poderão selecionar amostras para estudo mais detalhado a bordo da espaçonave. Uma das experiências que serão conduzidas envolve amostras que serão despejadas em funil e alimentarão oito pequenos fornos de uso único. Cada forno tem comprimento de pouco mais de um centímetro e diâmetro de três milímetros. A amostra será aquecida lentamente até a temperatura de 980 graus, para estudar a transição de sólido a líquido e gás, e os vapores libertados serão analisados por um espectrômetro de massa a fim de medir a massa e a composição das moléculas específicas.

O laboratório também conterá dois microscópios para examinar a estrutura fina do solo e amostras de gelo, avaliando características minúsculas, com dimensões da ordem de um milionésimo da espessura de um cabelo humano, que possam oferecer provas da presença passada de água em forma líquida, no planeta. A Phoenix foi projetada para operar no verão de Marte, mas os cientistas esperam que ela possa sobreviver até pelo menos a metade de novembro. O inverno traz meses de escuridão e não haverá energia para proteger a espaçonave contra um congelamento profundo fatal, antes do retorno do Sol, disseram eles.

"É extraordinariamente improvável que o veículo venha a sobreviver", disse Goldstein, o diretor do projeto. Mas, na improvável hipótese de que o sol de primavera recarregue suas baterias, no ano que vem, disse ele, os computadores estão programados para sinalizar ao controle de missão que a espaçonave ressuscitou.

Ilustração mostra a Phoenix momentos antes do pouso
Ilustração mostra a Phoenix momentos antes do pouso

Tradução: Paulo Migliacci ME

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Austronautas da ISS podem ter problemas em volta para Terra

Parte da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS) pode deparar-se com uma volta acidentada para a Terra porque sua cápsula de reentrada possui o mesmo defeito que provocou problemas nas últimas duas aterrissagens, afirmou um membro do setor espacial da Rússia.

A agência espacial russa não quis fazer comentários sobre os problemas técnicos, mas disse que a cápsula Soyuz-TMA era segura para transportar os cosmonautas russos Sergei Volkov e Oleg Kononenko além do turista espacial norte-americano Richard Garriott, em outubro.

Dúvidas surgiram a respeito da segurança da Soyuz porque as últimas duas reentradas não transcorreram segundo o planejado: essas foram aterrissagens "balísticas", conforme se costuma dizer. O ingresso delas na atmosfera deu-se em um ângulo mais acentuado do que o usual.

No último episódio desse tipo, em abril, a astronauta norte-americana Peggy Whitson, o sul-coreano Yi So-yeon e o russo Yuri Melenchenko pousaram cerca de 420 quilômetros fora do local previsto e viram-se submetidos a uma força gravitacional duas vezes maior do que a esperada.

O membro do setor espacial da Rússia, que não quis ter sua identidade revelada, afirmou à Reuters que parafusos defeituosos poderiam ter provocado as últimas duas "aterrissagens balísticas" e esses mesmos dispositivos estão presentes na cápsula de reentrada atualmente acoplada à ISS.

"Esses são parafusos explosivos que mantêm dois módulos presos à cápsula Soyuz", afirmou a fonte. "Eles foram feitos para explodir pouco antes da reentrada na atmosfera terrestre."

"Por algum motivo, eles não funcionaram (nas duas reentradas anteriores), apesar de os módulos terem ao final se desprendido. O ruim é que um outro Soyuz-TMA supostamente equipado com esses parafusos encontra-se acoplado à ISS a fim de fazer a viagem de volta", disse.

A Roskosmos, agência espacial russa, não quis manifestar-se sobre o assunto. Uma investigação foi iniciada para descobrir o que ocorreu nas últimas duas reentradas, mas os resultados dela continuam sem serem divulgados.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Brasileiro da Nasa relata preocupação com missão em Marte

O brasileiro Ramon de Paula, o chefe da missão da sonda espacial Phoenix, prevista para chegar a Marte neste domingo, relata que a aterrissagem da nave é vista por ele e seus colegas com preocupação, mas que os benefícios de um pouso bem-sucedido superam os riscos.

"Menos da metade das missões a Marte foram bem-sucedidas. É uma missão de bastante risco. Estamos preocupados, mas os benefícios científicos são grandes. Vamos correr o risco e ver o que acontece", disse, em entrevista à BBC Brasil, em uma das sedes da Nasa, em Washington.

A missão, segundo de Paula, espera, entre outras coisas, se certificar de que Marte conta com água em seu subsolo. Daí a escolha do Pólo Norte do planeta para ser o local do pouso.

"O principal propósito dessa missão é ver se existe água no subsolo dessa região no norte de Marte. É possível que, havendo gelo, este contenha materiais orgânicos e que estes materiais possam provir de alguma espécie de vida que tenha existido anteriormente."

De Paula procura atenuar os insistentes relatos de que a missão estaria primordialmente buscando traços de alguma forma de vida em Marte. "É possível que tenha havido alguma forma de vida em Marte, mas não sabemos e ainda não temos como determinar isso. O modo de estimar isso é encontrarmos moléculas orgânicas, o que pode ser um tipo de informação, mas não necessariamente o suficiente."

"A água é o primeiro elemento que dá apoio à vida. Primeiro, queremos determinar se existe água. A Phoenix não está procurando vida, isso seria uma outra etapa".

Tensão
Os minutos que marcarem a descida da sonda a Marte serão os mais tensos, segundo o relato do chefe da missão.

"O primeiro desafio é a grande variação que existe na atmosfera de Marte. O pára-quedas precisa abrir numa certa hora, e ele precisa contar com uma determinada pressão atmosférica para conseguir reduzir a velocidade da nave."

"O outro desafio é que não conhecemos tão bem o solo onde iremos pousar. Estamos usando fotos da (nave) Mars Reconnaissance Orbiter para determinar o número de pedras existentes no solo e se essas pedras podem prejudicar a nave", relatou.

Para realizar um pouso suave, a nave faz uso de retrofoguetes, que, espera-se serão capazes de desacelerar a nave de mais de 20 mil quilômetros por hora para 5 quilômetros por hora.

Experiência passada
Os cientistas da Nasa vêm trabalhando no atual projeto da missão marciana desde 2003. Segundo de Paula, os peritos da agência espacial americana aprenderam com os erros do passado.

Em 1976, as sondas Viking não conseguiram detectar qualquer possível traço de que Marte já foi capaz de abrigar formas de vida, mas De Paula conta que isso se deu, em parte, pelo local do planeta em que as sondas pousaram.

"O lugar em que a Viking pousou não era muito propício para ter ou ter tido vida. Nós sabemos que para ter vida, é preciso ter água. Nos pólos, existe gelo, e o gelo pode abrigar as moléculas que estamos procurando."

Pouso
A Nasa só saberá com certeza se a aterrissagem da Phoenix foi bem-sucedida cerca de 15 minutos depois do pouso, quando todo o material dispersado na atmosfera pelos retrofoguetes da nave assentar no chão.

Em seguida, são abertos os painéis solares da nave e é erguida a primeira câmera da Phoenix, que irá tirar fotos dos painéis - para que haja certeza de que eles foram abertos de foram apropriada - e dos três pés da nave, para que os cientistas da agência espacial saibam com precisão onde ela está localizada.

A exploração do planeta só se dará, propriamente, após o quinto dia de permanência da sonda espacial no planeta vermelho.

Nessa fase, o "braço" da Phoenix que atua como uma escavadeira, passará a coletar amostras do solo marciano e, dentro de mais 35 dias, será possível ter uma análise mais pormenorizada do material recolhido.

DVD para os não-terráqueos
Em sua "bagagem", a sonda espacial conta com um DVD contendo imagens e gravações que vão desde uma saudação do astrônomo Carl Sagan até o lendário programa de rádio apresentado por Orson Welles relatando uma invasão fictícia de marcianos à Terra.

De Paula sorri diante da possibilidade de que o "souvenir" seria a prova cabal de que cientistas supostamente céticos estariam confiantes de que podem encontrar formas de vida interplanetária.

"É lógico que sempre se quer mandar as nossas informações para outros lugares. A idéia que se alguém, em algum lugar, em algum planeta, encontrasse essa nave, ele receberia uma mensagem daqui da Terra."

"Mas é mais uma coisa simbólica. Pode ser que, se alguém encontrar esse DVD, ele tenha uma tecnologia tão superior à nossa, que nem consiga lê-lo. Hoje em dia já está até difícil achar equipamento para ler os nossos discos antigos."

Ramon de Paula vê com preocupação a aterrissagem neste domingo
Ramon de Paula vê com preocupação a aterrissagem neste domingo

BBC Brasil

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quarta-feira, 21 de maio de 2008

Fotografado nascimento de supernova pela 1ª vez

Cientistas da Universidade de Princeton (Estados Unidos) captaram o momento exato do nascimento de uma supernova, um acontecimento do qual só se tinha imagens de horas ou dias depois de ter ocorrido, segundo um estudo publicado hoje pela revista científica britânica Nature.

A maioria das estrelas maciças termina sua curta vida em meio a uma espetacular explosão, que dá origem ao nascimento de uma supernova. Esta explosão sintetiza novos materiais e contribui à evolução da galáxia.

Uma supernova é uma explosão estelar que produz objetos muito brilhantes na esfera celeste e costuma aparecer onde antes não se via nada. Em algumas ocasiões são difíceis de distinguir se o pó que desprendem ofusca seu brilho.

Sua aparição é pouco freqüente, com apenas algumas por galáxia a cada cem anos, mas podem ser vistas de galáxias distantes devido a sua intensa luminosidade. Até agora, os cientistas não tinham fotografado a emissão óptica do nascimento da supernova, mas sinais posteriores à explosão, pelo que esse momento era desconhecido.

A equipe de investigação de Princeton, liderada por Alicia Soderberg, testemunhou casualmente o nascimento de uma supernova na galáxia da constelação Lince, situada a 90 milhões de anos-luz da Terra. Enquanto estudavam a emissão de raios X de uma supernova que se apagou um mês antes, conseguiram captar a explosão de raios X "extremamente luminosos" que aconteceu no preciso momento da explosão da estrela-mãe.

Utilizando o satélite Swift, pertencente a uma missão conjunta da Nasa com o Science Technology and Facilities Council (STFC) do Reino Unido e a Agência Espacial Italiana, conseguiram captar as emissões de raios X durante cinco minutos. Os cientistas atribuem o nascimento da supernova à onda expansiva da estrela em massa - aquela que tem uma massa oito vezes maior à do Sol- que morre.

Além disso, prevêem que futuros estudos dos raios X emitidos poderiam mostrar o nascimento de muitas outras supernovas, o que contribuiria para o conhecimento da onda expansiva da estrela que expulsa uma grande parte de sua massa ao espaço.

Robô "gafanhoto" de 7 g deve estrear em Marte

Um novo micro-robô que pesa apenas 7 g, capaz de saltar como um gafanhoto - 1,4 m -, foi apresentado hoje em sociedade e se prevê que sua primeira missão, ainda sem data, seja a prospecção de Marte, disse hoje Mirko Kovac, do Laboratory of Intelligent Systems (LIS) de Lausanne (Suíça).

O objetivo do micro-robô suíço é o de "encontrar pessoas em trabalhos de resgate" em situações como as que recentemente se deram em China ou Mianmar ou agir quando houver problemas em indústrias químicas ou realizar qualquer busca em "lugares inacessíveis", mas não "com uma finalidade militar", disse Kovac.

Este protótipo de micro-robô biomimético pode saltar 1,4 m, 27 vezes a medida de seu corpo e 10 vezes mais o tamanho e o peso de qualquer outro robô que pudesse saltar.

A tecnologia foi apresentada hoje na Conferência Internacional de Robótica do IEEE (Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica) em Pasadena (Califórnia, Estados Unidos).

"O que é muito positivo é sua capacidade de poder saltar a partir de bases biológicas", disse o cientista suíço-croata do LIS, Mirko Kovac, já que as características para que este robô minúsculo possa pular foram estudadas de animais como os gafanhotos, as pulgas e as rãs.

Todos eles foram analisados "por imagens de vídeo e por estudos de anatomia" que foram aplicados a este robô "de fibra de carbono e alumínio", disse Kovac.

Além disso, foi projetado para missões para a Terra e outros planetas do sistema solar nos quais haja superfícies com "muitas rochas", pelo que é importante que seja biomimético, já que de outra forma um robô com rodas ou que só ande ou voe não poderia fazer este tipo de missões em locais de difícil acesso.

O fato de poder saltar é sua característica "mais revolucionária, porque é um robô prático e isto é uma melhora" na robótica, afirmou Kovac. Além disso, uma de suas grandes conquistas é "seu pouco gasto de energia", já que este micro-robô "está equipado com placas solares para se recarregar durante a execução dos saltos", acrescentou hoje um comunicado emitido pelo LIS.

Com a pequena bateria que carrega, este protótipo pode executar 320 saltos em intervalos de 3 s. Este micro-robô - que ainda "não está à venda", disse Kovac- foi desenhado por pesquisadores do LIS.

O novo micro-robô de apenas 7 g é capaz de saltar cerca de 1,4 m, como um gafanhoto
O novo micro-robô de apenas 7 g é capaz de saltar cerca de 1,4 m, como um gafanhoto

terça-feira, 20 de maio de 2008

Astrônomos encontram teia cósmica "invisível"

Há tempos, astrônomos sabem que a quantidade de matéria que nós podemos ver não é a mesma quantidade que está realmente no universo. A matéria normal, que inclui galáxias, estrelas e planetas, é feita de bárions (prótons, nêutrons e outras partículas subatômicas) e forma apenas cerca de 4% do universo. Após busca extensa, astrônomos dizem ter encontrado metade da matéria normal procurada, segundo o site Space.com.

A parte que faltava de matéria de bárion não era detectada pois ela é muito quente para ser vista em luz visível, mas muito fria para ser vista por raios-x. Chamado de "meio intergalático", ou IGM (na sigla em inglês), a matéria está por todo o espaço como uma teia de aranha cósmica.

Uma equipe de astrônomos da Universidade de Colorado usou a luz de quasars distantes, cores brilhantes de galáxias com buracos negros ativos, para comprovar a estrutura quase invisível estrutura, como a luz de uma lanterna no meio à neblina, utilizando imagens de um aparelho do telescópio Hubble, chamado STIS e de um aparelho da Nasa chamado Fuse.

Recentemente, outro grupo de astrônomos encontrou um filamento de matéria de bárion ligando duas galáxias distantes. A descoberta foi divulgada na edição de hoje da revista Astrophysical Journal.

Um aparelho espectrógrafo, utilizado para observar o espectro de qualquer luz, chamado Cosmic Origins Spectrograph, a ser instalado por astronautas no Hubble neste ano, vai ajudar na busca de matéria normal não-detectada.

Concepção artística mostra uma representação da estrutura do universo chamada de teia cósmica
Concepção artística mostra uma representação da estrutura do universo chamada de teia cósmica

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Robô-escavador deve pousar domingo em Marte

Há muita expectativa para a aterrissagem do robô-escavador Phoenix no solo de Marte no domingo. Segundo a agência AP, antes do robô conseguir escavar o solo, ele precisa sobreviver ao mergulho na atmosfera de Marte. Com exceção dos veículos exploradores que pousarem no planeta em 2004, mais da metade das tentativas mundiais de pousar em marte fracassaram.

A missão vai durar 90 dias e explorará uma região onde se imagina encontrar um depósito de gelo abaixo da superfície. A Phoenix não tem ferramentas para detectar sinais de vida alienígena.

Entretanto, ela vai estudar se o gelo já derreteu alguma vez e buscar traços de componentes orgânicos na camada de terra congelada para determinar se é possível que tenha surgido alguma forma de vida no local.

A principal ferramenta da espaçonave Phoenix é um braço de alumínio e titânio de 2,4 m. Uma vez que houver gelo exposto - que se imagina estar a menos de um metro de profundidade ¿ o veículo vai usar uma furadeira para quebrá-lo.

"Será um canteiro de obras", disse um dos líderes da missão, Ray Arvidson da Universidade de Washington em Saint Louis. Ele prevê que o gelo será "duro como uma calçada".

Robô tem um braço de titânio e alumínio para escavar
Robô tem um braço de titânio e alumínio para escavar

Mensagem de aliens pode chegar à Terra em 2015

Os seres humanos já enviaram muitas naves especiais universo afora, algumas delas com o objetivo de buscar vida extraterrestre e informar a respeito da existência do pequeno planeta azul no Sistema Solar. Dois astrônomos japoneses tiveram uma idéia muito mais prática e, em 1983, enviaram uma mensagem através de um radiotelescópio americano para a estrela Altair. Agora os astrônomos divulgaram que, segundo seus cálculos, uma resposta pode chegar em 2015.

Os astrônomos japoneses Hisashi Hirabayashi e Masaki Morimoto, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, enviaram a mensagem no Tanabata, um tradicional feriado estelar japonês que comemora o encontro de duas estrelas, Vega e Altair. "Eu acredito que aliens existam, mas eles são difíceis de serem encontrados. Nós nem ao menos observamos algum planeta ao redor de Altair, então é provável que não recebamos resposta", disse Hirabayashi.

Os cálculos feitos indicam que a mensagem deve ter alcançado Altair em 1999, já que a estrela fica a 16 anos-luz da Terra. Se alguém a recebeu, decodificou e a respondeu rapidamente, a resposta deve chegar ao nosso planeta por volta de 2015, noticiou o site Pink Tentacle.

A mensagem enviada por rádio é composta de 13 imagens em código binário, no tamanho de 71x71 pixels cada. Elas mostram, entre outras coisas, características do Sistema Solar, a localização do nosso planeta, os elementos químicos, características humanas e a estrutura básica do DNA.

A parte engraçada dessa história é que, de acordo com o site Gizmodo, Hirabayashi estava bêbado quando teve a idéia de enviar a mensagem. Por causa disso, uma das imagens mostra a fórmula molecular do etanol, os caracteres kanji para "kanpai!" (o brinde "saúde!") e a palavra em inglês "toast" (também um brinde). "Provavelmente, os aliens não irão entender essa parte", disse Hirabayashi.