terça-feira, 30 de setembro de 2008

Estudo obtém novas pistas sobre origem de estrelas

Um grupo de galáxias que fica no "quintal cósmico" da Via Láctea - a galáxia onde está a Terra - trouxe novas pistas sobre a formação de estrelas, informa a Nasa, a agência espacial americana. Em conjunto com a ESA, a agência espacial européia, cientistas da Nasa utilizaram o telescópio espacial Hubble para estudar detalhadamente cerca de 14 milhões de estrelas em 69 galáxias.

A pesquisa explorou uma região chamada de "Volume Local", com distâncias entre 6,5 milhões e 13 milhões de anoz-luz do nosso planeta. Durante as observações, os pesquisadores identificaram que algumas das galáxias estavam repletas de estrelas anciãs, enquanto outras pareciam vazias.

Segundo os cientistas, uma típica galáxia contém bilhões de estrelas que, se olhadas de um telescópio convencional, aparecem desfocadas na imagem. No entanto, os registros feitos pelo Hubble mostraram o brilho e a cor de algumas estrelas individualmente.

A possibilidade permite que os cientistas determinem a história as características de uma estrela dentro da formação de uma galáxia.

Em uma grande galáxia observada, a M81, os astrônomos puderam avaliar o processo histórico de desenvolvimento estelar. Eles acreditam em galáxias espirais de grande massividade, a maior parte das estrelas teriam se formado há 7 bilhões de anos, quando o universo tinha metade da idade atual.

A M81 e outras galáxias gigantes tiveram um rápido enriquecimento de elementos químicos pesados maiores que o hidrogênio e o hélio durante o Big Bang, como o carbono. Os elementos se desenvolveram a partir de grandes explosões de estrelas, conhecidas como supernovas.

Os resultados da pesquisa, detalhando o processo de formação de estrelas na galáxia M81 foram publicados no The Astrophysical Journal Supplement Series e no The Astronomical Journal.

Phoenix detecta neve pela primeira vez em Marte

A sonda espacial Phoenix detectou pela primeira vez neve caindo na superfície de Marte, divulgou ontem a Nasa, agência espacial americana. Segundo os cientistas, a água em estado sólido se evaporou antes mesmo de tocar o solo, há cerca de 4,2 km acima do local de pouso da sonda.

» Vídeo: Phoenix detecta neve em Marte

O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) explicou que um instrumento com laser, desenhado para reunir dados sobre o comportamento da atmosfera e da superfície marciana, foi o responsável pelo descobrimento.

Para Jim Whiteway, cientista da Estação Meteorológica da Phoenix e da Universidade de York, no Canadá, um acontecimento como este jamais tinha sido visto e o principal objetivo agora é investigar como a substância chegou à superfície.

Vida
A Phoenix também identificou duas novas substâncias no solo do planeta vermelho que podem confirmar a existência de água no passado. Os novos minerais encontrados - carbonato de cálcio e o silicato (composto por silício e oxigênio) - geralmente não se formam sem a presença de água, de acordo com os cientistas.

Além disso, com quatro meses de missão, a sonda já confirmou a presença de gelo e substâncias como magnésio, sódio, potássio, cloro e perclorato no solo.

"Ainda estamos reunindo dados e muitas são as análises que terão de ser feitas, mas estamos avançando rumo a uma resposta das grandes perguntas que fizemos desde o início", afirmou Peter Smith, cientista da Universidade do Arizona e investigador da missão.

A Phoenix foi lançada em 4 de agosto de 2007, com o objetivo de pesquisar a zona do pólo norte de Marte, onde aterrissou com sucesso em 25 de maio de 2008. A Nasa estendeu a missão para que se possa observar melhor as mudanças climáticas com a chegada do inverno no planeta.

Com agências internacionais

Estrelas migram pelas galáxias, diz estudo

Cerca de metade das estrelas em nossa vizinhança celestial podem ter viajado largas distâncias pela Via Láctea, de acordo com um novo estudo que sugere que o nosso sol pode ser uma delas.

As pessoas em geral presumem que, assim que uma estrela se forma no interior de um disco galáctico, ela se mantém em órbita mais ou menos fixa em torno de sua galáxia, disse Rok Roskar, o diretor científico do estudo, estudante de pós-graduação em astronomia na Universidade de Washington, em Seattle. A realidade "pode ser bem mais complicada e interessante que isso", disse.

Em seu estudo, Roskar e seus colegas conduziram simulações em computador para o desenvolvimento de uma galáxia hipotética semelhante à Via Láctea, em prazo de 10 bilhões de anos. A galáxia teria massa, tamanho e dinâmica semelhantes aos da nossa. A equipe constatou que, sob as condições corretas, um braço em espiral da galáxia poderia arremessar uma estrela a uma órbita circular mais ou menos ampla.

A simulação oferece sustentação à teoria de que as estrelas migram, uma idéia que já havia sido sugerida, segundo Roskar. "As estrelas podem se mover na direção do centro da galáxia ou para a periferia, enquanto mantêm uma órbita circular", afirmou. E existe uma chance de 50% de que nosso sol o tenha feito, de acordo com a simulação, que envolveu mais de 100 mil horas de uso de computador.

Cerca de metade das estrelas em um raio de 130 anos-luz de nosso sol fizeram viagens galácticas como essas, determinaram os pesquisadores.

Arqueologia galáctica
As estrelas são feitas de metais pesados e materiais que elas extraem de seu ambiente ao nascer. O conhecimento convencional dispõe que os ingredientes das estrelas - medidas por espectrógrafos ou análise cromática- nos informam sobre a região galáctica onde uma estrela foi formada.

Mas caso as constatações de Roskar e seus colegas sejam verdadeiras, as estrelas não necessariamente se originariam no local em que foram observadas, o que tornaria difícil a análise de regiões galácticas com base na composição das estrelas. "Isso torna a arqueologia galáctica, por assim dizer, mais complicada", ele afirmou.

Roskar acrescentou que as constatações "oferecem uma explicação realmente interessante" para os motivos da aparente variação em composição química de estrelas de idades semelhantes e que estão próximas o bastante para que as analisemos e analisemos.

Jerry Sellwood, astrônomo da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, que estudou a migração de estrelas, afirma que os resultados de Roskar ajudam a deitar luz sobre aspectos anteriormente intrigantes de nossa galáxia. "Esse é um trabalho importante que altera algumas de nossas idéias básicas sobre como podemos compreender a passada história da Via Láctea, com base no estudo daquilo que vemos hoje", disse Sellwood, que não participou do estudo. O estudo foi publicado pela revista Astrophysical Journal Letters.

Tradução: Paulo Migliacci

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Sonda Phoenix detecta formação de neve em Marte

A sonda "Phoenix Mars Lander" detectou neve proveniente de nuvens marcianas e testes de laboratório demonstram interação entre minerais e água em estado líquido, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da Nasa (agência espacial americana).

A neve foi detectada por um instrumento que funciona com laser e que foi desenhado para reunir informação sobre o comportamento da atmosfera e da superfície marcianas, disse o JPL.

As nuvens de onde provinha a neve se encontravam a cerca de 4,2 quilômetros acima do ponto onde aterrissou a sonda da Nasa, e os dados indicam que se evaporou antes de tocar terra.

"Nunca tinha visto isso", disse Jim Whiteway, cientista da Estação Meteorológica de Phoenix e membro da faculdade da Universidade de York, no Canadá. "Agora buscaremos indícios de que essa neve chegou à superfície", acrescentou.

Segundo o comunicado do JPL, durante os experimentos realizados pela Phoenix também foram detectados indícios da existência de carbonato de cálcio e partículas que poderiam ser de argila.

"Ainda estamos reunindo dados e muitas são as análises que terão de ser feitas, mas estamos avançando rumo a uma resposta das grandes perguntas que fizemos desde o início", comentou Peter Smith, cientista da Universidade do Arizona e investigador da Phoenix.

Desde que desceu em Marte em 25 de maio último, o veículo já confirmou que há água congelada em uma camada subterrânea na região norte do planeta.

Nasa adia por tempo indeterminado missão ao telescópio "Hubble"

A Nasa adiou hoje, por tempo indeterminado, a missão que o ônubis espacial "Atlantis" iniciaria em 14 de outubro ao telescópio espacial "Hubble".

"É evidente que 14 de outubro está totalmente descartado (como dia do lançamento). Este adiamento é por tempo indeterminado, mas a missão pode ser realizada em fevereiro", disse em entrevista coletiva John Shannon, diretor do programa de naves da agência espacial americana.

A medida foi tomada após a detecção de uma "grande anomalia" em um dos sistemas do observatório espacial, lançado ao espaço em 1990.

O defeito afeta os equipamentos de armazenagem e transmissão de dados científicos do "Hubble" à Terra.

A missão do "Atlantis", a quinta de serviço ao telescópio, iria durar 11 dias e incluía cinco caminhadas espaciais para reparos e instalações de novas peças no telescópio.

Segundo informações, a anomalia no "Hubble" foi constatada no sábado, quando o computador do observatório espacial emitiu comandos que indicavam a detecção de erros no armazenamento de dados.

"As tentativas de reconfiguração na armazenagem e de download dos dados na memória do computador não foram bem-sucedidas", informou a Nasa.

A agência espacial americana, porém, destacou que suas equipes já começaram a reconfigurar o sistema e que esse processo deve ser concluído até o fim da semana.

Minerais confirmariam presença de água em Marte

A sonda espacial Phoenix descobriu duas novas substâncias na superfície terrestre de Marte que podem confirmar a existência de água no passado, informou a Nasa à agência AP. Segundo os cientistas da agência espacial americana, os novos minerais encontrados - carbonato de cálcio e o silicato (composto por silício e oxigênio) - geralmente não se formam sem a presença de água.

A Phoenix tem como principais objetivos investigar a existência de água e uma possível forma de vida no planeta vermelho. Com quatro meses de missão, a sonda espacial já confirmou a presença de gelo e substâncias como magnésio, sódio, potássio, cloro e perclorato no solo.

O perclorato, uma substância corrosiva, poderia excluir a possibilidade da existência de alguma forma de vida. Porém, o principal cientista da missão, Peter Smith, explicou que a substância, não compromete em nada o caráter habitável do Planeta Vermelho.

A Nasa decidiu prolongar a missão até o final do ano, caso a Phoenix, que depende de energia solar para funcionar, ainda tenha condições de se manter em atividade nesse período.

A sonda Phoenix foi lançada em 4 de agosto de 2007, com o objetivo de pesquisar a zona do pólo norte de Marte, onde aterrissou com sucesso em 25 de maio de 2008.

A sonda identificou os minerais carbonato de cálcio e o silicato, fazendo trincheiras no solo para análise
A sonda identificou os minerais carbonato de cálcio e o silicato, fazendo trincheiras no solo para análise

Nasa adia missão do Hubble para o ano que vem

A Nasa, agência espacial americana, adiou para o próximo ano a missão de reparo e modernização do telescópio espacial Hubble, prevista inicialmente para outubro, depois que os cientistas identificaram mais um problema no equipamento, informa a agência AP. Segundo a Nasa, a previsão é de que a viagem não ocorra antes de fevereiro de 2009.

O telescópio parou de enviar os dados científicos à Terra por causa de uma falha no sistema de informações, agregando um novo item à lista do que deverá ser consertado na missão. Com o problema, identificado no sábado à noite, o centro de controle da Nasa não consegue receber o conteúdo captado pelo telescópio.

O lançamento do Atlantis (STS-125) estava programado para 22h10 (23h10 de Brasília) do dia 14 de outubro.

O porta-voz da agência Michael Curie não descartou a possibilidade da missão ser adiada em alguns meses para que seja feito um planejamento de substituição do componente que apresentou a falha. Ele confirmou que o plano de substituição levará um certo tempo de análise até que os astronautas possam ser treinados para o novo reparo.

"O telescópio não está em apuros. Somente não poderá enviar à Terra informações importantes e as imagens impressionantes que registra do espaço", destacou.

Reparos no Hubble
Lançado em 1990, o Hubble não recebe manutenção desde 2002 e hoje orbita a cerca de 560 km acima da Terra. Ele foi construído com alças de apoio para mãos e barras de retenção para os pés, o que permite que astronautas trabalhem nele, no espaço.

Mesmo assim, as missões anteriores de reparos e de modernização envolveram apenas a instalação de novos componentes e a remoção de outros. Além da nova falha identificada, o plano irá reparar a câmera defeituosa e o espectrógrafo, que deixou de funcionar em 2004.

Os espectrógrafos medem os comprimentos de onda e a cor da luz proveniente de objetos, revelando informações essenciais tais como a composição química de corpos celestes e dos gases que os cercam.

O elaborado trabalho de reparo do aparelho vai exigir que o astronauta Mike Massimino remova 111 parafusos, usando uma ferramenta especialmente criada para a atividade.

Cargueiro espacial Júlio Verne se desintegra na atmosfera

O cargueiro espacial automático Júlio Verne, que foi lançado no dia 9 de março levando provisões e combustível para a Estação Espacial Internacional (ISS), se desintegrou na sua reentrada na atmosfera terrestre como estava previsto. O veículo penetrou na atmosfera a 120 km de altitude em cima do oceano pacífico e foi-se desintegrando até desaparecer aos 75 km de altitude. Destroços do cargueiro caíram no oceano, segundo informou a Agência Espacial Européia (ESA).

O veículo esteve acoplado à ISS por cinco meses fornecendo alimentos, trajes, peças de reposição e equipamentos como o que foi utilizado para aumentar a órbita da Estação.

A última missão da Júlio Verne antes de separar-se da ISS foi retirar da Estação 2,5 toneladas de resíduos.

"Esta missão constitui um novo avanço excepcional em um ano cheio de acontecimentos para os programas dos vôos habitados da ESA", afirmou a diretora das missões espaciais da Agência, Simoneta di Pippo.

Segundo a diretora, junto ao laboratório Columbus, o Júlio Verne mostra a maturidade européia em matéria de construção, lançamento e de controle de uma infra-estrutura espacial.

"A Europa deu um novo passo no desenvolvimento de uma capacidade que permitirá colocar em órbita carga e astronautas e trazê-los de volta à Terra, e que contribuirá para definir o futuro dos vôos espaciais habitados, desde a ISS até as futuras atividades de exploração", argumentou.

O sucessor do Júlio Verne está sendo fabricado atualmente na planta industrial do EADS Astrium em Bremen, na Alemanha.

Astronautas participam de desfile de recepção

A China recebeu como heróis nacionais, nesta segunda-feira, os três astronautas que participaram da missão a bordo da nave espacial chinesa Shenzhou VII. Esta missão foi considerada histórica pois nela, pela primeira vez, um cosmonauta chinês realizou uma caminhada espacial. O módulo de volta da nave Shenzhou VII aterrissou ontem de volta à Terra sem contratempos em uma pradaria da região autônoma chinesa da Mongólia Interior com seus três astronautas a bordo, Zhai Zhigang, Liu Boming, e Haipeng Jing, completando assim com sucesso a terceira missão tripulada da China.

» Veja fotos do retorno dos astronautas
» Vídeo: chinês faz caminhada espacial

A aterrissagem, que segundo os responsáveis do programa espacial chinês tinha certo risco para os astronautas, foi observada com atenção pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

Wen e outras autoridades presentes aplaudiram quando o módulo tocou terra e quando, 10 minutos depois, as equipes de resgate abriram a comporta e mostraram um dos astronautas, Liu Boming.

A missão, que foi adiantada um ano para coincidir assim com os Jogos Olímpicos de Pequim, foi a primeira à qual os chineses alcançaram com sucesso completar uma atividade extra-veicular ou "passeio espacial", manobra que até agora só tinha sido realizada por missões americanas e russas.

As imagens do astronauta Zhai cumprimentando no sábado milhões de telespectadores chineses e ondeando uma bandeira chinesa no espaço passarão para a história do país, que planeja mandar novas naves "Shenzhou" nos próximos anos.

Astronautas chineses acenam para o público durante cerimônia de recepção
Astronautas chineses acenam para o público durante cerimônia de recepção

Após caminhada no espaço, China quer pousar na Lua

A China se prepara para montar uma estação espacial e aterrissar na Lua, depois de concluir a missão espacial que levou à primeira caminhada de um astronauta chinês no espaço.

» Veja fotos do retorno dos astrnautas
» Vídeo: chinês faz caminhada espacial

O retorno da tripulação da missão espacial Shenzhou 7 à Terra pouco antes das 17h40 do horário local (06h40 da manhã em Brasília) foi "perfeito", segundo o astronauta comandante, coronel Zhai Zhigang.

"Foi uma missão cheia de desafios, mas com um resultado perfeito. Estou muito orgulhoso do meu país", afirmou Zhai à imprensa estatal após aterrissar em um descampado na província da Mongólia Interior, norte da China.

Durante as 68 horas em que esteve em órbita, a tripulação da Shenzhou 7 conduziu experimentos, lançou um satélite e realizou a primeira caminhada no espaço de um astronauta chinês.

Na tarde de sábado, o comandante Zhai saiu do módulo espacial às 16h41 (05h40 de Brasília) para uma caminhada no espaço que durou cerca de 20 minutos, enquanto os astronautas Liu Boming e Jing Haipeng acompanhavam as manobras de dentro da cápsula espacial.

Com o feito, a China se juntou à Rússia e aos Estados Unidos no seleto grupo de países que possuem tecnologia exploratória espacial capaz de permitir a sobrevivência em espaço aberto.

Orgulho nacional
A missão espacial foi divulgada pela imprensa chinesa com grande alarde. O canal de TV estatal CCTV fez uma cobertura especial ao vivo dedicada à missão, que despertou forte senso de orgulho nacional entre os chineses.

Não por coincidência o retorno dos astronautas ocorre às vésperas das celebrações pelo dia nacional da China, 1º de outubro, data que marca o 59º aniversário da fundação da China moderna com a chegada do Partido Comunista ao poder.

Reforçando a mensagem patriótica, o presidente Hu Jintao e o primeiro ministro Wen Jiabao acompanharam de perto os momentos decisivos da missão espacial.

Wen estava presente na sala de comando quando os astronautas retornaram à Terra. Ele disse que a jornada foi "um novo e importante sucesso" para a nação em termos de tecnologia espacial e "uma inspiração para o povo da China".

Hu Jintao, por sua vez, acompanhou o momento da caminhada espacial no sábado e teve uma conversa com os astronautas por telefone via satélite, transmitida ao vivo pela televisão.

"O sucesso de vocês representa a quebra de barreiras no nosso programa espacial tripulado", disse Hu aos astronautas. "A pátria mãe e o povo agradecem vocês".

Parte do sucesso da missão Shenzhou 7 se deve à cooperação com a Rússia, que cedeu a tecnologia para os trajes espaciais utilizados pelos chineses.

Próximos passos
Motivados pelo sucesso dessa missão, os chineses pensam agora em aterrissar na Lua, declarou o porta-voz Wang Zhaoyao, em declarações à CCTV. "Nós consideramos necessário para o nosso país fazer algo neste campo", disse.

Ele afirmou que a ambição chinesa de conquistar a Lua é "muito desafiadora" e "um campo tático na alta tecnologia global".

Antes de ir à Lua, porém, os chineses deverão concluir todas as duas últimas etapas do atual programa espacial que está em andamento. A primeira etapa foi enviar astronautas ao espaço. A segunda é acoplar espaçonaves para formar um laboratório e a terceira é construir uma estação espacial.

As missões Shenzhou 1 a 7 já concluíram a primeira etapa do programa. As próximas missões, Shenzhou 8 e 9, deverão ajudar a montar um laboratório espacial até 2010.

Depois, novas jornadas serão necessárias para construir uma estação espacial. Estimativas divulgadas pela imprensa na China estimam que o país seja capaz de chegar à Lua em 2020.

BBC Brasil

BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.

domingo, 28 de setembro de 2008

Astronautas chineses retornam à Terra com sucesso

O módulo de volta da nave Shenzhou VII aterrissou neste domingo sem contratempos em uma pradaria da região autônoma chinesa da Mongólia Interior com seus três astronautas a bordo, completando assim com sucesso a terceira missão tripulada da China, segundo informou a televisão estatal chinesa CFTV.

» Veja fotos do retorno dos astrnautas
» Vídeo: chinês faz caminhada espacial

A televisão nacional, que acompanhou a viagem dos astronautas Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng desde que decolaram para o espaço, transmitiu as imagens do módulo caindo em pára-quedas e pousando com relativa suavidade nas pradarias mongóis por volta das 17h38 hora local (6h38 de Brasília).

A aterrissagem, que segundo os responsáveis do programa espacial chinês tinha certo risco para os astronautas, foi observada com atenção pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao.

Wen e outras autoridades presentes aplaudiram quando o módulo tocou terra e quando, 10 minutos depois, as equipes de resgate abriram a comporta e mostraram um dos astronautas, Liu Boming.

Ele e os outros dois astronautas terão que passar ainda um tempo no interior da nave até que se readaptem à gravidade.

Se tudo caminhar como o previsto, amanhã eles viajarão para Pequim, onde esperam uma recepção de heróis nacionais.

De qualquer forma, os três taikonautas, como são conhecidos os astronautas chineses, terão que passar um período de isolamento, que se calcula em pelo menos 15 dias.

A missão, que foi adiantada um ano para coincidir assim com os Jogos Olímpicos de Pequim, foi a primeira à qual os chineses alcançaram com sucesso completar uma atividade extra-veicular ou "passeio espacial", manobra que até agora só tinha sido realizada por missões americanas e russas.

As imagens do astronauta Zhai cumprimentando no sábado milhões de telespectadores chineses e ondeando uma bandeira chinesa no espaço passarão para a história do país, que planeja mandar novas naves "Shenzhou" nos próximos anos.

Depois de completar a missão espacial, astronautas recebem cumprimentam
Depois de completar a missão espacial, astronautas recebem cumprimentam

Falso sinal de incêndio assusta astronautas chineses

Os responsáveis do programa espacial chinês admitiram em entrevista coletiva, neste domingo, que durante o passeio espacial completado pelo astronauta Zhai Zhigang soou o alerta de incêndios da nave, dedicaram em alerta astronautas e controladores, embora finalmente tudo tenha ter sido um alarme falso.

» Veja fotos da caiminhada espacial
» Vídeo: chinês faz caminhada espacial

Horas depois do histórico passeio espacial, o porta-voz do programa espacial tripulado, Wang Zhaoyao, contou os detalhes do alarme, publicados nesta domingo pela imprensa local.

"Estivemos muito nervosos quando o astronauta no módulo de reentrada informou sobre o alerta de incêndio. Mas depois relaxamos ao saber que o sinal de alarme provinha do módulo orbital", disse Wang.

O porta-voz explicou que o módulo orbital, desde o que Zhai saiu ao espaço, tinha as mesmas condições de vazio atmosférico que o espaço exterior, por isso que uma chama não podia arder ali.

sábado, 27 de setembro de 2008

Astronauta chinês realiza caminhada espacial

O astronauta chinês Zhai Zhigang, de 41 anos e comandante-em-chefe da missão Shenzhou VII, saiu, neste sábado, do módulo orbital e começou a flutuar no espaço a 343 quilômetros da Terra, o que transforma a China no terceiro país capaz de realizar "passeios espaciais", após Estados Unidos e Rússia.

» Veja fotos da caiminhada espacial
» Vídeo: chinês faz caminhada espacial

Zhai e outro dos 3 astronautas a bordo da nave, Liu Boming, prepararam durante 15 horas o traje espacial "Feitian" ("Voador do Céu"), de tecnologia chinesa, com o qual o primeiro deles cruzou a porta do módulo e saiu pouco depois das 16h40 de Pequim (5h40 de Brasília).

Zhai demorou 15 minutos para abrir a comporta para o exterior, uma operação que lhe custou bastante esforço físico, e finalmente saiu ao espaço, olhou a uma câmara colocada fora do módulo e cumprimentou os milhões de chineses que estavam vendo o acontecimento ao vivo através da televisão estatal chinesa CFTV-4.

"Saudações ao povo chinês e ao mundo. O Partido e o povo vão cumprir a tarefa com sucesso", disse Zhai, piloto das Forças Aéreas chinesas, que passou 10 anos se formando para este histórico momento.

Posteriormente, a imagem do astronauta se perdeu e houve cerca de 2 minutos de silêncio no centro de controle, o que criou certa tensão entre os espectadores.

No entanto, finalmente a imagem retornou e Zhai reapareceu no espaço com uma bandeira nacional que tinha sido entregue a ele por Liu, que só saiu meio corpo ao exterior e usava um traje Orlan de tecnologia russa.

O passeio espacial durou 15 minutos, nele Zhai extraiu um lubrificante sólido que tinha sido colocado fora da nave (para analisar depois os efeitos de sua exposição ao exterior) e foi seguido atentamente pelo presidente da China, Hu Jintao, desde o Centro de Controle Espacial de Pequim.

O primeiro "passeio espacial" da história foi realizado pelo soviético Alexei Leonov, no dia 18 de março de 1965.

Milhões de chineses assistiram ao vivo ao passeio de Zhai Zhigang fora da nave
Milhões de chineses assistiram ao vivo ao passeio de Zhai Zhigang fora da nave

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Chineses se preparam para caminhada espacial

Os três astronautas chineses a bordo da nave Shenzhou VII, Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng, passaram o primeiro dia em órbita se preparando para a caminhada espacial, programada para este sábado, informa a BBC Brasil. A nave está em uma órbita a mais de 300 km acima da Terra, circulando o planeta a cada 90 minutos.

Imagens da TV estatal chinesa mostram os astronautas a bordo colocando roupas mais flexíveis para facilitar os movimentos na nave. As primeiras imagens do exterior da Shenzhou VII também foram apresentadas.

A viagem integra a terceira missão tripulada da China, onde o cosmonauta Zhai Zhigang entrará para a história ao fazer o primeiro "passeio espacial". A caminhada consistirá em uma manobra de 40 minutos fora da nave, com o objetivo de soltar um pequeno satélite que retransmitirá imagens de sua viagem ao espaço.

A cápsula deve retornar à Terra no próximo dia 28 de setembro e pousará no interior da Mongólia (norte).

Marte: imagens mostram passagens de água em solo

Imagens captadas pela sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter identificaram centenas de rupturas no solo de Marte devido ao fluxo de água subterrânea há bilhões de anos, informa a Nasa, a agência espacial americana. As fendas paralelas se formaram por causa da pressão na superfície rochosa ou granular, afirmou o Laboratório de Propulsão a Jato (JLP, na sigla em inglês).

As fotografias, divulgadas ontem, permitiram que os cientistas estudassem as passagens perto da cratera Capen, que possui 60 km de extensão e se localiza a sete graus ao norte do equador do planeta vermelho.

Para Chris Okubo, do Instituto Geológico dos Estados Unidos, o fluxo subterrâneo de água ocorre ao longo dessas aberturas, o que auxilia na compreensão do funcionamento dessas passagens. "As estruturas são pontos importantes em uma futura exploração e para as investigações sobre a história geológica da água e dos processos vinculados ao líquido em Marte", avaliou.

Parecidas com estrias, as formações também são encontradas em grandes áreas compostas por pedras de arenito no deserto de Utah, nos EUA. As regiões possuem quilômetros de extensão e estão separadas por apenas alguns metros de solo. Segundo os geólogos, as fendas de Utah são o resultado da compressão no subsolo ou falhas geológicas.

"O estudo nos traz uma visão global não somente da erosão causada pela água na superfície, mas também dos efeitos em todo o planeta", avaliou Suzanne Smrekar, uma das cientistas da missão da sonda espacial. Segundo ela, o movimento da água tem implicações importantes em modificações na temperatura e na composição química da superfície do planeta. "Isso tudo tem a ver com a possibilidade de já ter existido algum tipo de vida em Marte", concluiu.

Imagem captada por sonda da Nasa mostra as rupturas no solo de Marte devido ao fluxo de água subterrânea há bilhões de anos
Imagem captada por sonda da Nasa mostra as rupturas no solo de Marte devido ao fluxo de água subterrânea há bilhões de anos

Sonho espacial da China voa alto com Shenzhou VII

A nave espacial tripulada da China Shenzhou VII, que realizará a primeira missão de passeio espacial do país, partiu às 21h10 de 25 de setembro de 2008. Esta é a terceira viagem espacial tripulada da China e a sétima missão da série Shenzhou.

» Vejas as fotos do lançamento
» Vídeo: China lança 3ª missão tripulada

Depois de Yang Liwei conduzir o primeiro vôo tripulado da China ao espaço em 2003 e Fei Junlong e Nie Haisheng realizarem experimentos aeroespaciais em 2005, o trio de taikonautas Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng tem a missão histórica de realizar a primeira caminhada espacial da China.

Será a primeira vez que um chinês deixará sua pegada no espaço exterior, uma impressão invisível, que ficará na história chinesa.

O alcance de um sonho decide que tão longe se chega. A primeira nave espacial Shenzhou I da China partiu seis anos depois de se iniciar o programa espacial tripulado, em 1992.

Depois de todos esses avanços, a China enfrenta um novo desafio: uma caminhada espacial, historicamente importante para qualquer potência do mundo. Um passeio espacial bem sucedido é um marco no desenvolvimento espacial tripulado de qualquer país no mundo. Não só facilita a reparação e a manutenção da nave espacial em órbita exterior por parte de um astronauta fora da cápsula, mas também há possível a construção de uma estação espacial.

Devido ao fato de a caminhada espacial ser um desafio técnico e altamente perigoso, apenas os Estados Unidos e a Rússia posuem amplo conhecimento 43 anos depois de que o astronauta russo Aleksei Leonov conduziu a primeira caminhada espacial da humanidade, em 18 de março de 1965.

Apesar de ser tão árduo, como indicou o projetista em chefe do programa espacial tripulado da China, Zhou Jianping, a China tem o valor para enfrentar os desafios pois o país progride em seu caminho para o espaço.

Se a missão avançar sem problemas, se tentarão mais pesquisas, incluindo a ancoragem entre uma cápsula e um módulo espacial. Depois disso, um laboratório espacial que abrigaria seres humanos poderá ser possível em um curto período de tempo, e a construção de uma estação espacial permanente onde os astronautas se estabeleçam regularmente também está dentro das expectativas.

O progresso é sempre alimentado pelos sonhos. Desde a televisão e rádio para as casas até o GPS posicionado em táxis e em barcos pesqueiros, desde a previsão do tempo e Internet até o "arroz espacial" e os "vegetais espaciais", vivemos em uma era em que as tecnologias espaciais prevalecem em todas as partes de nossa vida diária.

O espaço exterior não só nos proporciona recursos, mas também expande nosso ambiente de vida e cria novos estilos de vida. A exploração humana ao espaço exterior, no entanto, apenas acaba de começar. Se tivermos êxito na missão da caminhada espacial, há numerosos segredos no espaço esperando para serem decifrados.

Temos toda a confiança de que a China é capaz de utilizar suas tecnologias espaciais e sua sabedoria para beneficiar a humanidade na exploração do espaço exterior.

A 1° caminhada espacial de astronauta chinês será sábado

A primeira saída ao espaço de um astronauta chinês está prevista para este sábado, anunciou o porta-voz do da missão Shenzhou VII ('nave divina'), durante coletiva de imprensa em Pequim.

» Vejas as fotos do lançamento
» Vídeo: China lança 3ª missão tripulada

Os três astronautas desse terceiro vôo habitado chinês passaram seu primeiro dia em órbita dedicados a preparar, montar e testar o traje de 120 kg que será utilizado na caminhada que Zhai Zhigang, um coronel da força aérea, fará no espaço, segundo a agência Nova China.

Se tudo transcorrer como previsto, a saída aos espaço acontecerá às 16H30 (05H30 de Brasília), informou o porta-voz do programa, Wang Zhaoyao.

No total, a operação durará de 30 a 40 minutos, incluindo a abetura e o fechamento da cápsula.

Segundo Zhang Jianqi, um dos chefes do programa espacial, esta missão é um grande teste, uma vez que os astronautas podem sofrer desmaios, vômitos e náuseas nessas saídas.

"Pode ser até mortal", explicou Li Yongzhi, diretor do departamento médico do Centro de Treinamento e Pesquisa dos Astronautas, citado pelo jornal China Daily.

O foguete Longa Marcha, com a cápsula Shenzhou VII, decolou na véspera do noroeste da China. A experiência de Zhai no deslocamento e manejo de ferramentas no espaço será fundamental para o avanço rumo aos objetivos.

"Temos confiança, determinação e contamos com a capacidade necessária para executar a primeira caminhada espacial de um chinês", declarou o astronauta.

A missão Shenzhou VII, de 68 horas de duração, visa a aproximar o programa espacial chinês da meta de construir um pequeno laboratório orbital e posteriormente uma estação. Com uma ambição posterior: levar um chinês à Lua.

Este será o terceiro vôo tripulado chinês. A China se converteu em 2003, com a missão Shenzhou V, no primeiro país a ter colocado em órbita vôos tripulados depois da União Soviética e Estados Unidos. A Shenzhou VI, realizada dois anos depois, levou dois astronautas ao espaço.

"Apesar de não sermos os melhores, temos um grande orgulho de isso tudo ser obra nossa, 100% chinesa", afirmou à revista Notícias da China o pai do programa Shenzhou, Qi Faren, engenheiro aposentado, mas que continua atuante como assessor.

"O programa chinês pode ser definido como ambicioso, mas é progressivo e prudente", avalia Joan Johnson-Freese, especialista americano em programa espacial chinês.

"O aumento paulatino de tripulantes corresponde a esse enfoque e segue o modelo usado pelos soviéticos e americanos", acrescenta.

"Mas com astronautas que saem ao espaço com um cordão umbilical, os chineses estão mais próximo das realizações dos anos 60 do que do scooter espacial ou do braço teledirigido dos ônibus espaciais americanos", destacou Isabelle Sourbes-Verger, especialista francesa.

Para Johnson-Freese, a Shenzhou VII deve permitir que a China avance para a construção de um pequeno laboratório espacial.

A próxima missão Shenzhou deve ser realizada em 2010. Haverá três viagens sucessivas, as duas primeiras sem tripulação, para colocar em órbita dois módulos que servirão de base para o futuro laboratório. A terceira, Shenzhou X, tripulada, se acoplará aos módulos e realizará experimentos científicos, explicou Qi, que prevê a construção de uma estação espacial chinesa em 2020.

O lançamento desta quinta - uma semana antes da festa nacional de 1° de outubro e poucas semanas depois dos Jogos Olímpicos - permitirá ao governo comunista chinês passar a imagem de um país triunfante, tentando relegar para segundo plano o escândalo do leite contaminado que provocou a morte de quatro crianças e doenças em dezenas de milhares.

EUA prolonga exceção para que Nasa contrate vôos russos

O Congresso americano votou pela renovação além de 2011 de uma exceção que permite à Nasa continuar contratando os vôos das naves russas Soyus.

Quando os ônibus espaciais se aposentarem em 2010, os Estados Unidos não terão como transportar seus astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) até 2015, quando a nova nave Orion ficará pronta para voar.

O forte aumento das tensões entre os Estados Unidos e a Rússia por causa da Geórgia havia feito temer que muitos legisladores se negassem a votar a exceção à lei de 2000 que proíbe às agências federais americanas realizar contratos com países que tenham ajudado o Irã, a Síria ou a Coréia do Norte com seus programas nucleres. A Rússia figura entre esses países.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Nasa quer levar nomes ao espaço em missão científica

A Nasa iniciou nesta quinta-feira um projeto para enviar o nome de cidadãos comuns na carga de um satélite cuja missão será estudar os efeitos das partículas na atmosfera e a influência do Sol no clima terrestre.

Os participantes receberão um certificado da Nasa e seu nome será gravado em um microprocessador que fará parte da equipe do satélite "Glory", disse a agência espacial americana em comunicado.

Os interessados em deixar seu nome girando na órbita terrestre durante os próximos anos devem acessar o site "Send Your Name Around the Earth" (http://polls.nasa.gov/utilities/sendtospace/jsp/sendName.jsp).

O prazo para enviar os nomes termina no dia 1° de novembro deste ano, segundo o comunicado da Nasa. O satélite "Glory" partirá ao espaço em junho de 2009 e fará parte de um projeto da Nasa formado por satélites de observação que completam cada órbita terrestre a cada 100 minutos.

Os instrumentos da nave permitirão que os cientistas meçam de maneira mais precisa as partículas espaciais chamadas "aerossóis", que são similares às que se encontram na atmosfera, como as de pó e poluição.

"Sem dúvida, os gases estufa são a origem da mudança climática", disse Michael Mishchenko, cientista do projeto no Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, em Nova York. "No entanto, os efeitos dos aerossóis são a maior incerteza climática do presente", acrescentou.

Turista espacial pede reembolso de US$21 milhões

Um empresário japonês que treinou durante 10 dias para viajar até a Estação Espacial Internacional abriu um processo para ter seu dinheiro de volta sob a alegação de que foi fraudado em US$ 21 milhões pela firma norte-americana que preparou a aventura.

Daisuke Enomoto, 37 anos, completou seu treinamento na Rússia e planejava voar para a estação dentro da cápsula russa Soyuz, em setembro de 2006. Mas seu nome saiu da lista da tripulação de três pessoas um mês antes do vôo. O lugar do japonês acabou sendo ocupado então pela empresária, Anousheh Ansari, de Dallas.

Enomoto entrou com um processo no mês passado, em uma corte distrital norte-americana da Virgínia. A ação foi aberta contra a empresa Space Adventures, que planeja enviar seu sexto cliente ao espaço no próximo mês.

No processo, que foi divulgado na Internet pela revista Wired, Enomoto afirma que as condições médicas alegadas para a sua retirada da tripulação - pedras nos rins - era conhecida pela Space Aventures e pelos médicos que monitoraram a sua saúde durante todo o treinamento.

Enomoto alega que foi expulso do vôo para que Ansari, que investiu na Space Adventures, pudesse tomar o seu lugar. Em resposta registrada nesta quarta-feira, os advogados da Space Adventures afirmam que o contrato não garante a devolução do dinheiro em caso de desclassificação por razões médicas.

ESA divulga imagem de uma estrela de nêutrons

Agência Espacial Européia (ESA) divulgou nesta quinta-feira a imagem de uma estrela de nêutrons que tem o campo magnético mais forte do universo. Segundo a agência Européia o telescópio espacial XMM-Newton tem descoberto novas informações sobre as explosões que emitem campo magnético. As informaçõesa são da agência AP.

O Magnetar (estrela do nêutrons) tem com um campo magnético 100 trilhões de Gauss, está a 20 mil anos-luz de distância, em direção a constelação de Vulpecula.

A lei de gauss que estabelece a relação entre o fluxo elétrico que passa através de uma superfície fechada e a quantidade de carga elétrica que existe dentro do volume limitado por esta superfície.

A estrela de nêutrons tem o campo magnético mais forte do universo
A estrela de nêutrons tem o campo magnético mais forte do universo

Conheça as grandes datas da conquista espacial

Desde o lançamento do primeiro foguete em 1926, o homem avança na sua jornada pela exploração do espaço em busca de um maior entendimento sobre o universo e a existência do nosso planeta. Conheça algumas das datas mais importantes da conquista espacial humana:

- 1926: O cientista americano Robert Goddard lança o primeiro foguete de combustível líquido com capacidade de chegar ao espaço.

- 4 de outubro de 1957: a União Soviética lança o Sputnik 1, primeiro satélite artificial.

- 3 de novembro de 1957: a União Soviética coloca em órbita a cadela Laika, primeiro ser vivo a ser mandado para o espaço, a bordo da Sputnik 2, que não estava preparada para voltar à Terra. Laika morre na incineração da nave ao reentrar na atmosfera.

- 31 de janeiro de 1958: os Estados Unidos lançam seu primeiro satélite, o Explorer 1.

- 1º de outubro de 1958: criada a Nasa, agência espacial americana.

- 2 de janeiro de 1959: o satélite soviético Luna 1 sai do campo de atração terrestre rumo à Lua.

- 7 de outubro de 1959: o satélite soviético Luna 3 transmite as primeiras imagens já vistas pela humanidade da face oculta da Lua.

- 12 de abril de 1961: o soviético Yuri Gagarin, a bordo da nave Vostok 1, se torna o primeiro ser humano a entrar em órbita, durante um vôo de 1 hora e 48 minutos, no qual dá uma volta ao redor da Terra.

- 5 de maio de 1961. Alan Shepard é o primeiro americano no espaço, depois de um vôo suborbital de 15 minutos.

- 27 de agosto de 1962: os Estados Unidos lançam a primeira sonda espacial para Vênus. Em novembro, a União Soviética lança sua primeira nave robô rumo a Marte.

- 16 de junho de 1963: a soviética Valentina Terechkova torna-se a primeira mulher no espaço.

- 18 de março de 1965: o soviético Alexis Leonov se torna o primeiro homem a sair da nave e fazer uma caminhada espacial.

- 15 de dezembro de 1965: primeiro acoplamento no espaço entre duas naves americanas Gemini. Os Estados Unidos começam a superar a União Soviética.

- 27 de janeiro de 1967: um incêndio durante um teste de lançamento da Apolo 1 causa a morte de seus três astronautas: Virgil Grissom, Roger Chaffee e Ed White. O incêndio ocorre durante teste em terra, realizado em Cabo Canaveral.

- 23 de abril de 1967: queda da Soyuz-1; o soviético Vladimir Komarov é o primeiro cosmonauta a morrer voltando do espaço.

- 20 de julho de 1969 (21 de julho em horário GMT): o módulo Águia da missão Apolo 11 pousa na Lua, com os americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin; Michael Collins permanece na órbita lunar no comando da nave principal. Armstrong é o primeiro homem a pisar na Lua. "Um pequeno passo para o homem, um enorme passo para a humanidade" são suas primeiras palavras.

- 11-15 de abril de 1970: a Apolo 13 não consegue chegar à Lua por causa de incidentes técnicos. A nave volta à Terra com seus três tripulantes sãos e salvos após quatro dias de angústia.

- 19 de abril de 1971: lançamento da Saliut 1, a primeira estação orbital soviética.

- 29 de junho de 1971: os três ocupantes da Soyuz-11 - Georgui Dobrovolsky, Vladimir Volkov e Viktor Patsaiev - morrem devido à queda de pressão de seu módulo de aterrissagem.

- 14 de dezembro de 1972: o módulo lunar Challenger decola da superfície lunar na última missão tripulada no satélite da Terra.

- 5 de abril de 1973: a Nasa lança a sonda Pioneer 10, a primeira que atravessará o cinturão de asteróides e observará os planetas externos. Trinta anos depois suas transmissões são captadas ao dobro da distância de Plutão, fora do sistema solar e a caminho da constelação de Orion.

- 14 de maio de 1973: é posta em órbita a estação orbital americana Skylab.

- 31 de maio de 1975: criada a Agência Espacial Européia (ESA).

- julho de 1975: uma nave americana Apolo e outra russa Soyuz se encontram no espaço.

- 24 de dezembro de 1979: lançamento do foguete Ariane, que se torna o primeiro foguete espacial europeu.

- 12 de abril de 1981: os Estados Unidos lançam seu primeiro ônibus espacial, Columbia.

- 28 de janeiro de 1986: sete astronautas morrem na explosão do ônibus espacial americano Challenger, pouco mais de um minuto depois do lançamento. Os vôos ficam suspensos até 1988.

- 19 de fevereiro de 1986: lançamento da estação espacial soviética de terceira geração MIR. A estação funcionou até março de 2001.

- 25 de abril de 1990: o telescópio espacial Hubble é posto em órbita.

- 2 de novembro de 2000: dois russos e um americano se tornam os primeiros tripulantes da estação espacial internacional ISS.

- 1º de fevereiro de 2003: o ônibus espacial Columbia explode durante a reentrada sobre o estado do Texas. Os sete tripulantes a bordo (seis americanos e um israelense) morrem.

- 27 de setembro de 2003: um foguete europeu Ariane lança a sonda Smart-1, que chegaria à Lua 13 meses depois no primeiro vôo interplanetário bem sucedido usando a revolucionária propulsão iônica.

- 16 de outubro de 2003: a China se torna o terceiro país a fazer um vôo espacial tripulado, com o "taikonauta" (astronauta em chinês) Yang Liwei em sua nave Shenzu V.

- 3 de janeiro de 2004: a sonda americana Spirit, que contém um robô explorador, pousa com sucesso no planeta Marte.

- 14 de janeiro de 2005: a sonda européia Huygens pousa em Titã, lua de Saturno localizado a 1,5 bilhão de quilômetros da Terra.

- 4 de julho de 2005: um projétil enviado pela sonda americana Impacto Profundo (Deep Impact) colide com o cometa Tempel 1, a 133 milhões de quilômetros da Terra.

- 19 de setembro 2005: a Nasa revela seus planos de enviar uma missão tripulada para a Lua em 2018.

- 21 setembro 2006: missão do foguete americano Atlantis para continuar com a construção da ISS, interrompida desde 2002.

- 19 de janeiro de 2006: a Nasa envia a sonda New Horizons a Plutão, o último planeta inexplorado.

- 14 setembro 2007: Japão lança um foguete com uma sonda de observação para a Lua.

- 25 de maio de 2008: A sonda americana Phoenix pousa no polo norte de Marte.

Nasa: exploração espacial é vital para a humanidade

A exploração espacial é imperativa para a sobrevivência da humanidade, mas está repleta de incógnitas e apenas em seu início, afirma o diretor da Agência Espacial Americana (Nasa), Michael Griffin, em entrevista à agência AFP por ocasião das comemorações do aniversário de 50 anos da Nasa.

"Acho que a perenidade do gênero humano depende de nossa capacidade de explorar o espaço, já que, a longo prazo, as populações humanas deverão se diversificar para sobreviver", explica Griffin, que diz compartilhar da opinião do astrofísico britânico Stephen Hawking sobre essa questão.

"Fomos à Lua da mesma forma que Cristóvão Colombo se aventurou na América. Ele viajou meses para ficar algumas semanas antes de voltar para a Europa, o que implica que não podia realmente dizer que explorou o Novo Mundo. Nós apenas roçamos outros mundos, como a Lua e Marte, e levará séculos ou milênios para que o homem aprenda a conquistá-los e explorá-los", prossegue.

"É por isso que acho que devemos voltar à Lua, a próxima etapa lógica, já que se encontra a alguns dias de vôo da Terra". Mas Griffin reconhece que, como os exploradores do século XV que se lançaram a uma aventura sem ter certeza do que iam encontrar, "ignoramos se a exploração espacial pode ser usada em benefício dos humanos na Terra".

E esta incerteza, segundo ele, "necessita de um ato de fé" para empreeender a aventura espacial como na época de Colombo. O diretor da Nasa também destaca que as atuais tecnologias são incipientes. "Em termos de tecnologia espacial, estamos onde estavam os vikings com seus conhecimentos de navegação marítima no ano 1.000, quando chegaram às costas americanas, e não no nível de Colombo".

O navegador genovês, segundo Griffin, dispunha de 400 anos de tecnologias européias quando navegou para a América. "Para o espaço, temos apenas 50 anos de tecnologia", explicou o respeitado engenheiro espacial.

Retomando as conclusões da comissão de investigacão do acidente do ônibus espacial Columbia em 2003, Griffin afirma que "o fato de dar voltas em torno da Terra em órbita baixa durante décadas não constituía um objetivo aceitável da política espacial americana".

O cientista recorda que esta catástrofe levou os Estados Unidos a decidirem por objetivos espaciais mais ambiciosos, como a volta dos americanos à Lua antes de 2020 e, posteriormente, uma missão tripulada à Marte dentro do novo programa programa Constellation, com a cápsula Orion.

Michael Griffin considera que o orçamento da Nasa (17 bilhões de dólares anuais) é suficiente para desenvolver o Constellation, principalmente com a aposentadoria dos três ônibus espaciais em 2010, quando for concluído o módulo-chave da Estação Espacial Internacional (ISS).

Destaca, no entanto, que a Nasa não dispõe do orçamento destinado à Apolo nos anos 60 para ir à Lua, insistindo na necessidade, dados os custos e as limitações orçamentárias, de uma cooperação internacional incrementada e baseada no modelo da ISS, no qual participam 17 países incluindo os Estados Unidos, Rússia, Japão e os membros da União Européia.

"Acho que os Estados Unidos garantem apenas seu programa espacial, mas isso mudará com a próxima geração. Acredito que a Europa já está pronta para ir conosco à Lua e a China também poderá colaborar nesse projeto", conclui.

China lança nave que fará missão espacial histórica

A China lançou nesta quinta, às 10h (pelo horário de Brasília), a nave espacial chinesa Shenzhou VII, que realiza a terceira missão tripulada do país. A missão é histórica já que, pela primeira vez, um cosmonauta chinês fará uma caminhada espacial. O lançamento ocorreu no Centro Espacial de Jiuquan, a noroeste de Gansu.

» Vejas as fotos do lançamento
» Vídeo: China lança 3ª missão tripulada

Os três astronautas que embarcaram no foguete são Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng. Os três têm 42 anos, são pilotos do Exército de Libertação Popular (ELP), membros do Partido Comunista e fizeram parte da equipe de apoio da missão Shenzhou VI no ano passado, no qual dois astronautas viajaram pelo espaço durante cinco dias.

Quando o Shenzhou-VII entrar em órbita, o coronel Zhai Zhigang fará uma manobra de 40 minutos fora da nave durante a tarde de 26 ou 27 de setembro, com o objetivo de soltar um pequeno satélite que retransmitirá imagens de sua viagem ao espaço. Seu traje espacial, que custou quase 10 milhões de euros, foi confeccionado a partir de tecnologias russas.

O presidente da China, Hu Jintao, se despediu dos astronautas horas antes do lançamento, e observou as manobras do foguete a partir do centro de controle espacial chinês, segundo a agência Xinhua.

O lançamento é interpretado em Pequim como uma "nota final" ao êxito da China na recente realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, e indicará o marco de ser a primeira viagem chinesa ao espaço, no qual os astronautas realizarão uma caminhada espacial fora da nave.

A China lançou seu primeiro astronauta ao espaço em outubro de 2003, o piloto militar Yang Liwei, e realizou sua segunda missão tripulada dois anos depois, em uma viagem protagonizada por Fei Junlong e Nie Haisheng.

O país asiático se encontra ainda a décadas de distância tecnológica da Rússia e dos EUA, que iniciaram seus primeiros vôos tripulados nos anos 60.

No entanto, enquanto os programas espaciais de Moscou e Washington enfrentam dificuldadesse por motivos orçamentários, a China transformou sua conquista do espaço em um dos alvos militares prioritários.

A cápsula retornará à Terra em 28 de setembro e pousará no interior da Mongólia. O vôo faz parte do ambicioso programa espacial chinês, no qual se inclui a prospecção da Lua.

Cosmonautas chineses acenam para o público antes do lançamento de espaçonave Shenzhou VII
Cosmonautas chineses acenam para o público antes do lançamento de espaçonave Shenzhou VII

Com agências internacionais

Contagem regressiva para a missão chinesa espacial

O foguete Longa Marcha, com a cápsula Shenzhou VII e três tripulantes, Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng, todos pilotos da força aérea, decolará da base de Jiuquan, noroeste da China, entre às 21H07 e às 22H27 locais (10H07 e 11H27 de Brasília).

Zhai Zhigang, um coronel da Força Aérea de 42 anos, deve realizar, durante a missão de 68 horas, uma caminhada espacial de 40 minutos, transmitida por um satélite. Com isto, ele pode se transfor em herói nacional.

A saída da nave, a uma altitude de 373 km da Terra, deve acontecer na sexta-feira ou mais provavelmente no sábado, segundo a imprensa oficial.

A missão Shenzhou VII aproximará o programa espacial chinês da meta de construir um pequeno laboratório orbital e posteriormente uma estação. Com uma ambição posterior: levar um chinês à Lua.

A experiência de Zhai no deslocamento e manejo de ferramentas no espaço será fundamental para o avanço rumo aos objetivos. "Temos confiança, determinação e contamos com a capacidade necessária para executar a primeira caminhada espacial de um chinês", declarou o astronauta.

Este será o terceiro vôo tripulado chinês. A China se converteu em 2003, com a missão Shenzhou V, no primeiro país a ter colocado em órbita vôos tripulados depois da União Soviética e Estados Unidos. A Shenzhou VI, realizada dois anos depois, levou dois astronautas ao espaço.

O Terra, a maior empresa de Internet da América Latina, transmite ao vivo, nesta quinta-feira, a partir das 10h, o lançamento da nave espacial chinesa Shenzhou-VII.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Impacto do furacão "Ike" obriga Nasa a adiar missão espacial

A Nasa anunciou hoje que, devido aos danos causados pelo furacão "Ike", foi preciso adiar a missão da nave "Atlantis", que partiria em 10 de outubro em uma missão para reparar e instalar novos instrumentos no telescópio espacial "Hubble".

Por conta do adiamento, o ônibus espacial "Atlantis" vai ser lançado do Centro Espacial Kennedy às 11h19 (de Brasília) da próxima terça-feira, disse a agência espacial americana em um comunicado.

Segundo a Nasa, a medida foi tomada após as avaliações dos estragos sofridos pelo Centro Johnson de Vôos Espaciais, que teve que ser fechado durante e depois da passagem do furacão "Ike" em meados deste mês.

O anúncio do adiamento da missão do "Atlantis" foi feito quando os sete tripulantes da nave estavam no segundo dia de preparativos para a missão, que incluirá cinco caminhadas espaciais.

Terra transmite ao vivo lançamento de nave chinesa

O Terra, a maior empresa de Internet da América Latina, transmite ao vivo, nesta quinta-feira, a partir das 10h, o lançamento da nave espacial chinesa Shenzhou-VII, que realizará a terceira missão tripulada do País, em que um cosmonauta chinês entrará para a história ao fazer o primeiro "passeio espacial".

O lançamento ocorrerá às 10h05 (horário de Brasília) no Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na província noroeste de Gansu.

Os três astronautas que embarcarão no foguete são Zhai Zhigang, Liu Boming e Jing Haipeng. Os três têm 42 anos, são pilotos do Exército de Libertação Popular (ELP), membros do Partido Comunista e fizeram parte da equipe de apoio da missão Shenzhou VI no ano passado, no qual dois astronautas viajaram pelo espaço durante cinco dias.

Quando o Shenzhou-VII entrar em órbita, o coronel do Exército Zhai Zhigang fará uma manobra de 40 minutos fora da nave durante a tarde de 26 ou 27 de setembro, com o objetivo de soltar um pequeno satélite que retransmitirá imagens de sua viagem ao espaço. Seu traje de astronauta, que custou quase 10 milhões de euros, foi confeccionado a partir de tecnologias russas.

A cápsula retornará à Terra em 28 de setembro e pousará no interior da Mongólia (norte). O vôo faz parte do ambicioso programa espacial chinês, no qual se inclui a prospecção da Lua.

Segurança
Equipes de resgate marítimo já estão preparadas para um possível salvamento no caso de a decolagem da nave falhar e os astronautas caírem em alto-mar. As equipes fizeram simulações de salvamento na foz do rio Yang Tsé (leste do país) e estão devidamente treinadas, informou o vice-ministro de Transporte chinês, Xu Zuyuan.

Um cosmonauta chinês entrará para a história ao fazer o primeiro
Um cosmonauta chinês entrará para a história ao fazer o primeiro "passeio espacial" na missão da nave Shenzhou-VII

Com agências internacionais

Adiado lançamento do Atlantis para missão Hubble

A Nasa adiou por quatro dias o lançamento do ônibus espacial Atlantis para o telescópio Hubble, agora programado para 14 de outubro, anunciou a Agência espacial americana nesta quarta-feira. Esse é o segundo adiamento do vôo, inicialmente previsto para 8 de outubro.

O lançamento do Atlantis (STS-125) para a última missão de manutenção e modernização do Hubble está previsto para 22h10 (23h10 de Brasília), do Centro espacial Kennedy, perto do Cabo Cañaveral, na Flórida (sudeste).

A data será oficialmente confirmada em uma entrevista coletiva em 3 de outubro. Essa mudança também causou uma alteração de quatro dias no lançamento do Endeavour rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), agora marcado para 16 de novembro, às 19h07 (20h07 de Brasília).

Via Láctea: objeto seria elo perdido dos magnetares

Cientistas espanhóis encontraram na Via Láctea um estranho objeto que poderia ser o elo perdido dos magnetares, um grupo de estrelas de nêutrons jovens com um campo magnético muito intenso. O estudo, realizado por pesquisadores do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, analisa o comportamento "único" do objeto encontrado, que experimentou 40 erupções detectadas na categoria visível do espectro eletromagnético.

No espectro eletromagnético deles foram detectadas 40 erupções. A atividade durou apenas três dias e pôde ser observada a partir de vários observatórios astronômicos.

O pesquisador Alberto Castro Tirado explicou que os magnetares pertencem à categoria de estrelas de nêutrons ou pulsares (com massa original maior que a do Sol e fruto da explosão de uma supernova) e alguns se diferenciam por seu campo magnético. Os magnetares têm um campo magnético cem vezes superior ao resto e dez trilhões a mais que o ímã que se prende na geladeira.

São objetos únicos, segundo Castro, com os campos magnéticos mais potentes do universo, mas inativos durante décadas, daí que poucos sejam poucos conhecidos. Além disso, uma de suas erupções pode emitir tanta energia quanto o Sol ao longo de mil anos.

A família das estrelas de nêutrons está incompleta e, até agora, foi possível demonstrar que no extremo mais energético estão os magnetares, objetos jovens que, em alguns casos, são detectados por suas intensas e efêmeras emissões em raios gama. No lado oposto, foram encontradas estrelas de nêutrons isoladas, objetos muito frágeis e velhos que emitem raios X com pouca intensidade, devendo existir milhões de magnetares mortos na galáxia.

Embora alguns cientistas já tenham apontado uma possível evolução dos magnetares para uma velhice tranqüila e débil, nunca havia sido detectado um objeto que pudesse se encaixar entre os dois estágios e provar assim esta evolução. O comportamento do objeto encontrado confundiu em um primeiro momento os pesquisadores, já que as primeiras observações pareciam indicar que se tratava de uma explosão de raios gama produzida pela morte de uma estrela de uma galáxia distante.

No entanto, depois se comprovou que o objeto não só estava perto, na Via Láctea, mas também mostrava um comportamento diferente, afirmou o cientista.

Nasa divulga imagem de nova 'mancha' solar

A agência espacial americana (Nasa) divulgou nesta quarta-feira uma imagem transmitida pela Sonda Soho, que mostra uma mancha solar. Segundo os cientistas, esta mancha surgiu devido à orientação magnética do sol, que entra em um novo ciclo, informou a agência AP.

A Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) é uma missão não tripulada da European Space Agency (ESA) e da Nasa. Foi lançada em dezembro de 1995, com a finalidade de estudar o Sol.

A mancha surgiu devido à nova orientação magnética do sol, que entra em um novo ciclo
A mancha surgiu devido à nova orientação magnética do sol, que entra em um novo ciclo

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Turista espacial quer exploração comercial do universo

O turista espacial americano e empresário multimilionário Richard Garriott, que partirá para o espaço no dia 12 de outubro, sugeriu nesta terça-feira uma exploração maior com fins comerciais do espaço para que "astronautas privados" financiem suas viagens.

"Como empresário, estou convencido de que o espaço é um lugar onde os negócios podem ser rentáveis", declarou Garriott durante uma coletiva de imprensa no centro de treinamento de astronautas na Cidade das Estrelas, periferia de Moscou.

"A próxima tarefa, minha tarefa e dos outros empreendedores, é provar que podemos tornar rentável o espaço a fim de justificar nossa presença contínua lá", acrescentou, sem dizer de que maneira pretende rentabilizar essas atividades.

Richard Garriott, produtor e criador de games, será o primeiro a conduzir experiências durante sua missão no espaço, pela qual pagou 30 milhões de dólares, segundo o Space Adventures, a companhia americana organizadora de viagens espaciais.

Saturno: anéis são mais antigos do que se pensava

Um estudo feito por cientistas americanos sugere que os anéis de Saturno seriam mais antigos e densos do que se imaginava, informa a agência Reuters. O trabalho, que será divulgado oficialmente no Congresso Europeu de Ciência Planetária, na Alemanha, avalia que os anéis tenham surgido há bilhões de anos.

Alguns pesquisadores acreditam que os anéis sejam mais jovens do que o planeta, devido ao brilho e clareza. No entanto, o estudo indica que eles tenham no mínimo 100 milhões de anos, de acordo com cálculos recentes. Para Larry Esposito, da Universidade do Colorado, os anéis são sólidos e as estimativas anteriores estavam incorretas. "Com maior massa, eles podem ter mais idade e ainda serem brilhantes", afirmou.

Os anéis de Saturno são uma das principais características do Sistema Solar. Os outros planetas gasosos - Júpiter, Urano e Netuno - também são cercados por anéis, mas que não chamam tanto a atenção.

Uma das teorias que compõem o debate científico sobre a origem dos que rodeiam Saturno é a de que eles se formaram de restos oriundos de colisões entre as luas que orbitam o planeta. Outra hipótese defende que os anéis teriam se formado ao mesmo tempo que o planeta, originando-se dos materiais que criaram Saturno.

Utilizando um modelo de computador e informações da sonda espacial Cassini, Esposito e sua equipe simularam colisões de partículas no interior dos anéis e a maneira como são atingidos pelos meteoritos. "As observações feitas pela sonda e os cálculos teóricos permitem sim que os anéis tenham bilhões de anos", finalizou.

Turista espacial diz estar pronto para emergências

O americano Richard Garriott, que em 12 de outubro partirá rumo à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) a bordo de uma nave "Soyuz" na condição de sexto turista espacial, disse nesta terça-feira estar preparado para um queda de emergência em seu retorno à Terra.

"Sei em que consiste uma queda em trajetória balística e acho que não representará nenhum problema. Não é nada extraordinário, faz parte dos possíveis pousos", afirmou Garriott, que disse ter lido muito sobre o tema.

Garriott se mostrou convencido de que as probabilidades de uma queda livre em seu caso são bastante inferiores em relação aos anteriores, apesar de se dizer "preparado".

Os analistas determinaram que a explosão inoportuna de um eixo foi a causa do pouso balístico ou queda livre da "Soyuz TMA-10", em outubro de 2007, e da "Soyuz TMA-11", em abril deste ano.

O turista espacial, que teve que desembolsar US$ 30 milhões para sua viagem, classificou de justificado o alto custo e disse que trabalhou 30 anos para realizar seu sonho.

"Queria trabalhar para isso e o fiz. Do meu ponto de vista, é a melhor forma de investir meu dinheiro", ressaltou Garriott, filho do ex-astronauta americano Owen Garriott, e diretor-adjunto da agência de turismo espacial Space Adventures.

"Como empresário, considero que o cosmos é um meio no qual é preciso trabalhar e que deveria nos dar benefícios. Os empresários deveriam mostrar que ele pode ser produtivo. Eu já estou trabalhando nisso", declarou.

Segundo o cosmonauta russo Yuri Lonchakov, a tripulação número 18 na ISS realizará mais de 50 experimentos científicos russos em matéria de biotecnologia, biofísica e ecologia, e vários experimentos conjuntos entre a Rússia e a Agência Espacial Européia.

Garriott será o primeiro turista espacial a realizar experimentos científicos na plataforma orbital encomendados por organizações privadas e a fazer uma caminhada.

Robô da Nasa parte para nova missão em Marte

A Agência Espacial Americana (Nasa) vai enviar sua sonda Opportunity em uma missão de dois anos para tentar chegar a uma cratera chamada Endeavour, em Marte.

Depois de alcançar a cratera Victoria, que tem quase um quilômetro de diâmetro, terá que se mover cerca de 11 quilômetros para chegar até seu novo alvo, uma distância que vai dobrar o que a Opportunity já percorreu no planeta.

Segundo o repórter da BBC Stephen Jensen, a sonda já enviou ótimas imagens da cratera Victoria. Durante o caminho até a Endeavour, a Opportunity vai continuar estudando as pedras da superfície de Marte, mas nos meses de inverno a sonda não poderá se mover, pois não há luz do Sol suficiente para gerar energia.

A sonda já coletou informações importantes a respeito da geologia do planeta, incluindo provas de que já existiu água em Marte.

Além das expectativas
A cratera Endeavour é muito maior do que qualquer outra investigação feita pelas sondas - tem 22 quilômetros de diâmetro - e vai ampliar os tipos de rochas estudadas.

As duas sondas de exploração de Marte, Opportunity e Spirit, chegaram em 2004 em uma missão que, inicialmente, deveria durar apenas três meses. O desempenho dos dois robôs excedeu as expectativas de todos. No entanto, a Nasa admite que a nova missão da Endeavour será muito difícil.

"Podemos não chegar até lá, mas, cientificamente, é a coisa certa a fazer", disse Steve Squyres, da Universidade de Cornell, principal investigador para instrumentos científicos da Opportunity e da Spirit.

"A cratera é incrivelmente grande, comparada com tudo o que vimos antes". A equipe da missão em Marte prevê que a Opportunity possa viajar cerca de 100 metros por dia, numa jornada que deve levar dois anos.

Imagens detalhadas do satélite Mars Reconaissance Orbiter vão ajudar a escolher a melhor rota para a sonda. E um novo programa recentemente carregado na Opportunity permitirá que o robô tome suas próprias decisões sobre como contornar rochas maiores que fiquem no caminho.

A sonda não terá que lidar com os problemas de movimentação já enfrentados pela Spirit, que teve um defeito em uma das rodas e agora se move apenas de marcha à ré.

BBC Brasil

BBC BRASIL.com - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da BBC BRASIL.com.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Tripulantes da "Atlantis" iniciam preparativos para missão

Os tripulantes da "Atlantis" iniciaram nesta segunda-feira os preparativos para a próxima missão, que tem como objetivo consertar e melhorar o telescópio espacial Hubble.

Na primeira etapa dessa preparação, o comandante Scott Altman e o piloto Gregory Johnson fizeram manobras simuladas de descida, enquanto os especialistas Michael Good, Megan McArthur, John Grunsfeld, Michael Massimino e Andrew Feustel se familiarizavam com o equipamento e os trajes que deverão utilizar durante a missão.

A "Atlantis" partirá em 10 de outubro às 1h43 (em Brasília) na quinta e última missão de serviço ao observatório espacial posto em órbita terrestre pela "Discovery" em 1990.

Um porta-voz da Nasa, a agência espacial americana, disse que na terça-feira os tripulantes farão testes de fuga de emergência na plataforma 39A, onde a nave está instalada.

Acrescentou que os novos instrumentos e equipamentos que a "Atlantis" levará ao Hubble já estão prontos para serem instalados no compartimento de carga da nave.

Cosmonautas da ISS tocarão violão e assistirão filmes

Os integrantes da próxima expedição à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) anteciparam nesta segunda que em seu tempo livre na plataforma pensam em tocar violão e gaita, ler, assistir filmes e jogos de futebol americano e se dedicar à fotografia.

Durante sua estadia de seis meses na ISS, o engenheiro russo Yuri Lonchakov tem intenção de tocar violão e gaita durante os poucos momentos de lazer que os cosmonautas terão na plataforma orbital.

"Felizmente, na ISS há um violão e (...) o tocarei em meu aniversário (14 de março) e cantaremos todos juntos", disse em entrevista à agência de notícias oficial russa "Itar-Tass".

Lonchakov, grande amante da música russa, levará uma coleção de canções e espera, além disso, que seus amigos lhe enviem pela internet as últimas novidades musicais.

"Agora estou aprendendo a tocar gaita, por isso terei com que me entreter", confessou o cosmonauta.

Lonchakov também tem a intenção de ler e "fazer imagens da superfície da Terra, dos mares, dos oceanos e da poluição das águas".

O segundo membro da tripulação, o astronauta americano Mike Fink, passará a maior parte de seu tempo livre lendo romances de ficção-científica e assistindo a jogos de futebol americano.

"Para relaxar, gosto de ler. Durante minha última expedição (em 2004, como integrante da missão número 9), li 40 livros". No entanto, como é "fisicamente impossível" levar semelhante quantidade de obras à ISS, Fink terá que se conformar com livros eletrônicos.

"Sou fanático por futebol americano. Em minha cidade natal (Pittsburg, na Pensilvânia) temos nossa própria equipe e meus amigos gravarão as partidas e as enviarão à ISS. Verei futebol americano no espaço. Será genial", acrescentou.

Ele afirmou, além disso, que sua segunda filha aprenderá a andar enquanto ele estiver no espaço e, por essa razã, lhe enviarão uma gravação com esse "momento tão importante".

Já o turista espacial Richard Garriott, filho do ex-astronauta americano Owen Garriott, levará à plataforma orbital várias jóias desenhadas por sua mãe.

Garriott disse que entre seus objetos pessoais, que não devem superar os dois quilos, levará "várias jóias, desenhos e pequenos recipientes de cerâmica".

"Meu negócio são os jogos de computador. Meu pai é técnico e minha mãe, artista, e no espaço queria unir simbolicamente todas as profissões de minha família", ressaltou.

Ele lembrou que há 35 anos seu pai "fotografou várias partes da superfície da Terra" e ele quer "captar imagens dos mesmos lugares, pois ver a evolução do planeta uma geração depois tem um grande valor científico".

Lonchakov, Fink e Garriott partirão rumo ao espaço à bordo da nave russa Soyuz TMA-13 no dia 12 de outubro.

sábado, 20 de setembro de 2008

Imagem mostra violenta colisão entre planetas

Pesquisadores americanos apresentaram ontem uma imagem mostrando como seria uma violenta colisão planetária entre astros do sistema binário na constelação de Áries. As informações são da agência Reuters.

Na imagem, podem ser vistas as massas de pó flutuando ao redor de dois planetas parecidos com a Terra. A poeira, resultante do choque, carregaria os destroços dos planetas que desapareceriam em meio à onda de energia produzida pela colisão.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Missão inédita para reparar Hubble tem nave reserva

O ônibus espacial Endeavour estará preparado para uma possível substituição caso o Atlantis sofra danos irreparáveis durante a missão que fará em outubro para reparar e modernizar o telescópio espacial Hubble, informa a Nasa, a agência espacial americana. O Endeavour já chegou à plataforma de lançamento, no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, onde ficará de sobreaviso.

No caso de necessidade durante a missão, o Endeavour estará pronto para ser enviado ao espaço e socorrer os sete tripulantes da Atlantis. Depois do desastre da Columbia, todas as missões espaciais tripuladas norte-americanas contam com planos de resgate espacial.

Segundo a Nasa, a missão marcará a primeira vez que um ônibus espacial irá atuar como nave de salvamento. O objetivo é transportar novos componentes e conduzir extensos reparos espaciais de alguns instrumentos quebrados que estão integrados ao Hubble, estendendo a vida útil entre cinco e dez anos. O lançamento da Atlantis está marcado para o dia 10 de outubro, mas poderá ser adiado devido a problemas de carga.

"Caso consigamos de fato reparar os dois instrumentos quebrados (uma câmera e um espectrógrafo), estaremos na posição de dispor de cinco instrumentos plenamente funcionais pela primeira vez desde que o Hubble foi lançado", 18 anos atrás, disse Edward Weiller, diretor da divisão de ciência da Nasa. "Teremos o melhor Hubble de todos os tempos, não resta dúvida a respeito", disse Weiler a repórteres durante uma conversa em 8 de setembro no Centro de Vôo Espacial Goddard, da Nasa, em Greenbelt, Maryland.

Reparos no Hubble
Lançado em 1990, o Hubble não recebe manutenção desde 2002 e hoje orbita a cerca de 560 km acima da Terra. Ele foi construído com alças de apoio para mãos e barras de retenção para os pés, o que permite que astronautas trabalhem nele, no espaço.

Mesmo assim, as missões anteriores de reparos e de modernização envolveram apenas a instalação de novos componentes e a remoção de outros. O plano irá reparar a câmera defeituosa e o espectrógrafo, que deixou de funcionar em 2004.

Os espectrógrafos medem os comprimentos de onda e a cor da luz proveniente de objetos, revelando informações essenciais tais como a composição química de corpos celestes e dos gases que os cercam.

O elaborado trabalho de reparo do aparelho vai exigir que o astronauta Mike Massimino remova 111 parafusos, usando uma ferramenta especialmente criada para a atividade. Entre os instrumentos adicionais que ao astronautas instalarão no Hubble estão:

- Um novo espectrógrafo, mais sensível às faixas de onda do extremo ultavioleta, o que permitiria que o Hubble vasculhe de maneira mais profunda a estrutura em larga escala do universo.
- Novos giroscópios e baterias que manterão o satélite abastecido de energia e posicionado de maneira correta.
- Um mecanismo para que um foguete se acople ao Hubble e o conduza em segurança na direção da Terra, quando o telescópio enfim vier a ser desativado.

Explosão misteriosa reforçou brilho de estrela

As estrelas estão equipadas de camadas como as múltiplas peles de uma cebola, e essas camadas se destacam delas em explosões ferozes antes do golpe final, e mortífero - uma supernova -, que as transforma em buracos negros, de acordo com uma nova teoria sobre a morte de estrelas. Essas explosões repetitivas são poderosas demais para que a causa sejam os ventos estelares, como se acreditava anteriormente, de modo que devem provir de uma nova espécie de explosão originada no interior da estrela, dizem os astrônomos.

A teoria foi proposta recentemente em um estudo comandado por Nathan Smith, astrônomo da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Usando telescópios de base terrestre, Smith decidiu observar de mais perto a Nebulosa de Homunculus, formada por material ejetado durante a explosão da Eta Carinae, a mais luminosa estrela da Via Láctea, que se localizava naquele quadrante espacial e explodiu em 1843. A explosão causou um ganho súbito e misterioso de brilho na estrela.

Na nebulosa, Smith localizou novos fachos de gás de velocidade mais alta - rápida demais para que seja possível propor os ventos estelares como explicação.

"Ainda não sabemos qual é o mecanismo que daria início à explosão, para começar", disse Smith, "mas ao menos agora sabemos que aconteceu uma explosão que temos de explicar". O novo estudo foi publicado pela revista Nature.

O dobro da potência
Os pesquisadores já haviam observado explosões não fatais em outras estrelas em estágio avançado de sua existência. Ocasionalmente conhecidas como "supernovas impostoras", suas explosões são ainda menos compreendidas que as das supernovas.

Usando dois telescópios no Observatório Inter-Americano de Cerro Tololo e do Observatório Internacional Gemini, no Chile, Smith observou uma vez mais a Nebulosa de Homunculus e outra casca de material ejetado, cuja idade é estimada em cerca de mil anos.

A maior parte do material ejetado pelas duas detonações está se deslocando a velocidades baixíssimas, da ordem de 2,4 milhões de quilômetros por hora (ou 1.040 quilômetros por segundo). Mas os filamentos de gás que Smith acaba de descobrir estão se movendo muito mais rápido, e começam a se aproximar do material ejetado na explosão de mil anos atrás. A descoberta potencialmente duplica a potência da erupção da Eta Carinae.

Sem novidade?
Douglas Currie, astrofísico da Universidade de Maryland em College Park, reportou alguns jatos de gás de alta velocidade em Homunculus já em 2002, mas diz que a velocidade informada pelo novo estudo é significativamente maior - possivelmente o dobro - do que havia sido constatado anteriormente.

Ele não concorda em que a teoria de Smith represente inovação, porque outros pesquisadores já haviam desconfiado de causas diferentes do vento estelar para o movimento em alta velocidade de gases.

"Eu diria que se trata de uma nova e forte prova que demonstra que a explosão em questão foi de um tipo diferente", ele afirmou.

Mas Smith, o líder do projeto, disse que as velocidades descritas anteriores ficavam no limite extremo do que poderia ser produzido pelos ventos estelares, e que as novas velocidades, ainda que apenas ligeiramente mais rápidas, engendram novas questões.

Ele disse que os resultados "podem alterar nossa interpretação quanto ao acontecido no evento de 1843, e o que isso acarreta para nossa compreensão das estrelas mais maciças".

"Isso significa essencialmente, que ainda não compreendemos plenamente o que acontece no interior profundo das estrelas maciças pouco antes de sua extinção", ele afirmou.

Tradução: Paulo Migliacci

Marte: análise de imagens prova longa existência de água

O planeta Marte abrigou água durante bilhões de anos, mais do que se achava, mostra a análise de imagens transmitidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter da Nasa.

Catherine Weitz, cientista do Instituto de Ciências Planetárias, afirma em um relatório divulgado nesta sexta-feira pela revista Geophysical Research Letters que essas imagens evidenciam processos permanentes de precipitação e fluxos de água. Acrescenta que ocorreram durante a "era hesperiana", entre 3 bilhões e 3 bilhões e 700 milhões de anos, principalmente nas planícies que rodeiam o Valle Marineris, um enorme "canyon" que se estende por quase uma quarta parte do planeta em torno de sua linha equatorial.

Até agora muitos estudos afirmavam que os deslizamentos causados pelas precipitações pluviais terminaram no primeiro bilhão de anos do planeta.

No entanto, após estudar as imagens dos depósitos de sedimentos nas planícies, a equipe científica liderada por Catherine determinou que houve água nas regiões equatoriais durante um tempo muito mais prolongado.

A existência de água em Marte foi confirmada há três anos pelos veículos exploradores da Nasa, "Spirit" e "Opportunity".

A análise dos tons na cor dos sedimentos começou com as aproximações ao planeta da sonda "Mariner" durante a década de 1970.

Mas, as câmaras da "Mars Reconnaissance Orbiter" são muito mais potentes, proporcionam imagens de primeiro plano e captam com grande resolução objetos de até um metro de diâmetro.

Catherine disse que o estudo das imagens revelou que os tons na cor dos sedimentos nas planícies é muito diferente ao dos de Valles Marineris.

"Há muitas variações no brilho, na cor e na erosão que não vemos dentro de Valles Marineris", disse.

"Isto sugere que os processos que criaram os depósitos fora de Valles Marineris foram diferentes aos do interior", acrescentou.

A equipe de cientistas também descobriu que alguns vales do planeta provavelmente foram criados pelo fluxo de água em duas áreas de sedimentos de cor mais clara, perto de Valles Marineris, diz o relatório.

"Estes tons mais claros nas planícies estão vinculados a uma atividade fluvial que não ocorreu em pequenos setores ou durante períodos breves, mas em uma escala muito maior e durante um lapso muito prolongado", disse Catherine.