domingo, 30 de novembro de 2008

"Endeavour" retorna à Terra após 16 dias em espaço para remodelar ISS

A nave espacial "Endeavour" e seus sete astronautas retornaram hoje sãos e salvos à Terra, após uma missão de 16 dias encaminhada a remodelar e ampliar o espaço habitável da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A nave aterrissou às 4h25 hora local (19h25 de Brasília) na Base da Força Aérea Edwards, no Deserto de Mojave (Califórnia).

O retorno da "Endeavour" à Terra foi impecável, apesar de não isento de problemas, dado que três horas antes, a Nasa teve que suspender seus planos para a aterrissagem nas pistas do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida), devido ao mau tempo.

A nave levantou fumaça quando parou na pista 0-4 da base aérea, uma conseqüência da fase mais perigosa do retorno, o reingreso na atmosfera, na qual a nave suporta temperaturas de várias centenas de graus Celsius.

O comandante Christopher Ferguson foi o encarregado de dirigir a nave até a Base da Força Aérea Edwards, onde a tripulação da "Endeavour" foi recebida com um efusivo "bem-vindos outra vez" pelo Controle de Missão no Centro Espacial Johnson, em Houston.

A nave aterrissou depois de 250 órbitas e após ter percorrido 10,6 milhões de quilômetros no espaço.

"Estamos encantados de estar aqui, na Califórnia", respondeu Ferguson aos responsáveis da missão STS-126.

A tripulação da nave recebeu também as felicitações da Nasa por uma "aterrissagem perfeita" e por ter cumprido uma "bem-sucedida" missão na ISS.

A equipe da "Endeavour" esperava poder aterrissar no Centro Espacial Kennedy de Cabo Canaveral, onde os parentes esperariam os sete astronautas.

A aterrissagem na Califórnia significa que a tripulação do "Endeavour", incluindo Greg Chamitoff, que retornou à Terra após viver seis meses na ISS, tenha que esperar um dia mais para poder voltar à Flórida e ver seus familiares.

A Base da Força Aérea Edwards não era utilizada para a aterrissagem de uma nave espacial desde junho de 2007, e a mudança de planos representa uma despesa adicional de US$ 1,8 milhão para a Nasa, que tem que transportar a "Endeavour" para a Flórida, uma tarefa complicada que pode levar uma semana.

Ferguson reconheceu minutos antes de aterrissar que o Controle da Nasa em Houston havia tomado a decisão correta ao obrigar o "Endeavour" a se para a Califórnia.

"Acho que o senhor atuou bem", disse o comandante quando sobrevoava Houston e pôde ver o mau tempo que fazia na Flórida.

O retorno à Terra da "Endeavour" pôs fim a uma missão de 16 dias, que começou no dia 14 de novembro.

A nave levou à ISS alimentos, equipamentos para ampliar seus espaços habitáveis, instalações para exercícios físicos, móveis e utensílios de cozinha e um sistema para reciclar da urina dos astronautas.

O objetivo central da missão, na qual se efetuaram quatro caminhadas espaciais, foi ampliar o espaço habitável da ISS para que possa abrigar seis ocupantes, e revisar e lubrificar as juntas rotatórias dos painéis solares que fornecem energia à estação.

Além destas tarefas, os astronautas instalaram um "controle ambiental regenerativo" que recicla a urina dos astronautas e a condensação do ar para transformá-la em água potável que poderá ser bebida e utilizada para esfriar os sistemas da nave.

A tripulação da "Endeavour" voltou à Terra com sete litros de urina reciclada e condensações para provas.

A nave deixou para trás Sandra Magnus, que substitui Chamitoff na ISS, cujos outros ocupantes são o astronauta russo Yury Lonchakof e o comandante americano Michael Fincke.

Nave Endeavour pousa na Califórnia com sucesso

A nave espacial Endeavour pousou na Terra às 19h25 deste domingo, horário de Brasília, na base Edwards, no deserto de Mojave, logo após sair da órbita terrestre e iniciar seu salto de 340 km para a Califórnia, oeste dos EUA, informou o centro de controle da Nasa.

» Endeavour pousa na Califórnia
» Vídeo: Endeavour aterrissa nos EUA

Dois pequenos motores da nave foram ligados às 20h19 durante dois minutos e 54 segundos para frear a descida em 328 km/h, quando a nave avançou a cerca de 28 mil km/h.

Endeavour e seus sete astronautas encerraram uma missão de 16 dias no espaço, entre eles 12 na Estação Espacial Internacional (ISS) para onde levaram 14,5 t de equipamento para dobrar a capacidade de acolhimento.

Nave retornou à Terra após missão de 16 dias no espaço.
Nave retornou à Terra após missão de 16 dias no espaço.

ISS: acoplagem de cargueiro é feita manualmente

Os sistemas do primeiro cargueiro russo de nova geração "Progress M-01M" registraram algumas falhas durante o vôo e o acoplamento neste domingo à Estação Espacial Internacional (ISS), segundo informaram os responsáveis do programa espacial da Rússia.

Devido a essas falhas, o engate da nave não pôde ser feito automaticamente, e sim manualmente através da ISS pelo astronauta russo Yuri Lonchakov, disse o chefe do programa de vôo do segmento russo da plataforma orbital, Vladimir Soloviov.

"Durante a fase final do acoplamento automático (...) houve uma perda de informação transmitida por freqüências e se desligaram os sensores do sistema Kurs", destacou o especialista.

"Como resultado, aproximamos a nave a uma distância de 30 metros e ordenamos à tripulação passar ao regime manual de comando", disse Soloviov, que acrescentou que os especialistas do CCVE estudarão as possíveis conseqüências destas falhas, segundo a agência Interfax.

O dirigente do programa espacial revelou que também houve erros após o lançamento e condução à órbita da "Progress", quando demorou a ser desdobrada uma das antenas responsáveis pela aproximação do cargueiro à plataforma cósmica.

Este incidente pode ter sido provocado pelas sobrecargas dinâmicas e térmicas da nave, e durante o vôo também houve toda uma série de pequenas falhas tanto dos sistemas da nave quanto dos equipamentos terrestres de medição, destacou.

A "Progress M-01M" se acoplou às 10h28 (horário de Brasília) ao módulo Pirs da ISS, cuja missão permanente atual é integrada por Lonchakov e pelos astronautas da Nasa (Agência Espacial Americana) Michael Fincke e Sandra Magnus.

Tempo ruim faz Nasa adiar pouso de ônibus espacial

A Nasa adiou a aterrisagem do ônibus espacial Endeavour neste domingo devido ao tempo ruim no Kennedy Space Center, no Estado da Flórida, podendo deslocar a nave espacial para um local alternativo de pouso na California.

A Endeavour está retornando após uma missão bem sucedida de renovação na Estação Espacial Internacional, e deveria pousar na Flórida às 13h19 no horário local (16h19 em Brasília).

"No momento, a previsão não permite o pouso", disse Alan Poindexter, do controle da missão em Houston, pelo rádio para o comandante da Endeavour Chris Ferguson.

A próxima oportunidade de pouso na Flórida é às 14h54 no horário local (17h54 no horário de Brasília), mas os meteorologistas acreditam que as tempestades e ventanias perto do Kennedy Space Center irão exceder os limites de segurança impostos pela Nasa.

Como as condições meteorológicas para um pouso na Flórida também não serão adequadas na segunda-feira, os operadores de vôo poderão desviar a Endeavour para o local de pouso na base da Força Aérea de Edwards, na Califórnia. A aterrisagem no local alternativo aconteceria às 16h25 (19h25 em Brasília).

As condições meteorológicas para a base no deserto de Mojave deverão ser apropriadas para o pouso do ônibus espacial.

A tripulação da Endeavour retorna após a instalação de um sistema de reciclagem de água na Estação Espacial Internacional e de reformas em seu sistema de energia. Os trabalhos permitirão que a Nasa leve mais três astronautas para compor a tripulação permanente da unidade.

Uma aeronave de carga da Rússia chegou à Estação Espacial no domingo com combustível, água e suprimentos para a tripulação. A próxima visita da Nasa para a estação está marcada para fevereiro, quando o posto terá um painel solar instalado.

Novo cargueiro espacial russo se acopla à ISS

O primeiro cargueiro russo de nova geração Progress M-01M se acoplou neste domingo à Estação Espacial Internacional (ISS) com 2,5 t de carga útil, informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia.

A nave acoplou-se às 10h28 (horário de Brasília) ao módulo Pirs da ISS, cuja missão permanente atual é integrada pelos astronautas da Nasa (agência espacial americana) Michael Fincke e Sandra Magnus e pelo russo Yury Lonchakov.

Por se tratar do primeiro cargueiro da nova série, a operação foi realizada manualmente por Lonchakov através dos computadores da ISS, e não de forma automática, como com as "Progress" anteriores, segundo a agência russa "Interfax".

Nas próximas horas, os tripulantes da ISS testarão o estado hermético da acoplagem e nivelarão a pressão na nave e na estação, procedimento que será seguido da abertura das comportas e descarga da "Progress".

Entre o material transportado, estão 185 quilos de água, 105 de equipamento científico e 37 de equipamentos de áudio e vídeo, além de objetos pessoais e presentes de familiares e amigos dos tripulantes da ISS.

A nave foi lançada na quarta-feira da base espacial de Baikonur, no Cazaquistão, e realizou um vôo de quatro dias, e não de dois, para testar o funcionamento de seu sistema de comando digital, segundo explicou o chefe do programa de vôo do segmento russo da ISS, Vladimir Soloviov.

Ainda hoje, deve aterrissar na Flórida o ônibus espacial "Endeavour", que retorna da ISS com sete astronautas a bordo após 16 dias de missão que incluiu quatro caminhadas espaciais.

Lado negro do universo é detectado por cientistas

A concatenação de resultados enigmáticos de uma sopa alfabética de satélites e experimentos levou um grande número de astrônomos e físicos a suspeitar que estão recebendo sinais de um universo paralelo de matéria escura que compõe cerca de um quarto da criação, mas se esquivou de detecções diretas até agora. Talvez.

"Ninguém sabe realmente o que está acontecendo," disse Gordon Kane, teórico da Universidade de Michigan. Físicos alertam que ainda poderia haver uma explicação astronômica relativamente simples para as observações recentes.

Mas a natureza dessa matéria escura é um dos assuntos quentes da ciência. Identificá-la iria marcar a direção para uma compreensão mais profunda das leis da natureza e o sonho de Einstein de uma teoria unificada da física.

As últimas semanas viram um dilúvio de artigos tentando explicar as observações em termos como "matéria escura mínima" ou "matéria escura excitante" ou teoria do "vale escondido", e sugerindo como procurar por eles em aceleradores de partículas como o Grande Colisor de Hádrons, programado para reiniciar suas operações nas vizinhanças de Genebra no próximo verão europeu.

"Pode ser um delírio excitante, uma história incrivelmente legal," disse Nima Arkani-Hamed, do Instituto para Estudos Avançados em Princeton, Nova Jérsey, que tem produzido artigos em abundância com seus colegas. "Anomalias no céu dizem o que procurar no colisor."

Na quinta-feira, uma equipe de astrofísicos trabalhando em um dos experimentos publicou na revista Nature que um detector de raios cósmicos a bordo de um balão que contornava o Pólo Sul havia registrado um número excessivo de elétrons de alta energia e seus opostos de antimatéria, pósitrons, flutuando pelo espaço local.

As partículas podem ter sido criadas por um pulsar ainda não descoberto, a espiral magnetizada remanescente de uma explosão supernova, bombardeando o espaço próximo com campos elétricos e magnéticos. Mas, afirmam, uma explicação melhor e mais atraente para o excesso é que essas partículas estão saindo das bolas de fogo criadas pelas partículas de matéria escura colidindo e aniquilando umas às outras no espaço.

"Não podemos refutar que o sinal pode vir de um objeto astrofísico. Nem podemos eliminar a explicação da aniquilação de matéria escura com os dados atuais," disse John P. Wefel, da Universidade Estadual de Louisiana, o líder da equipe, acrescentando, "seja qual direção tomar, é muito excitante para nós."

Os resultados chegam imediatamente após um relatório, divulgado no início do outono europeu, do Pamela, um satélite construído por cientistas italianos, alemães, russos e suecos que estuda raios cósmicos. Os cientistas do Pamela declararam em conversas e na Internet que o satélite registrou um excesso de pósitrons de alta energia. Isso, afirmaram, "pode constituir a primeira evidência indireta da aniquilação de partículas de matéria escura," ou um pulsar próximo.

Antimatéria é rara no universo, então procurar por ela é uma boa forma de vasculhar fenômenos exóticos como a matéria escura.

Outro indicativo que algo estranho está acontecendo com o lado negro do universo está evidente em mapas da radiação de fundo cósmica remanescente do Big Bang. Esses mapas, produzidos este ano pela Sonda Wilkinson de Medida da Anisotropia em Microondas, mostram uma névoa que parece estar carregada de partículas pairando em volta da galáxia Via Láctea, de acordo com uma análise de Douglas Finkbeiner do Centro Harvard-Smithson de Astrofísica.

Contribuindo para a confusão e mistério, o satélite Integral da Agência Espacial Européia detectou raios gama emanando do centro da Via Láctea, sugerindo a presença de pósitrons por lá, mas com energias muito menores que as detectadas pelos experimentos do Pamela e de Wefel.

O resultado disso tudo, ou se isso tudo resulta em alguma coisa, depende de quais observações você confia e seus pressupostos teóricos a respeito da física de partículas e a natureza da matéria escura. Além disso, esforços para calcular o nível de fundo de partículas de alta energia na galáxia estão cercados de complicadas incertezas. "O sinal de matéria escura é fácil de calcular," disse Kane. "O de fundo é muito mais difícil."

A matéria escura tem instigado e obcecado astrônomos desde os anos 1930, quando o astrônomo do Caltech Fritz Zwicky deduziu que "faltava massa" para manter a cola gravitacional dos agrupamentos de galáxias. A idéia se tornou respeitável nos anos 1970, quando Vera C. Rubin, da Instituição Carnegie, de Washington, e seus colegas descobriram com o estudo do movimento das estrelas que a maioria das galáxias parecia estar cercada de halos de matéria escura.

O interesse pela matéria escura transcende a cosmologia. Os candidatos mais favorecidos para essa identidade vêm de uma teoria chamada supersimetria, que unifica três das quatro forças conhecidas da natureza matematicamente e postula a existência de um reino de partículas ainda a ser descoberto.

Elas seriam chamadas de WIMPs - partículas massivas de fraca interação - que sentem a gravidade e pouco mais, e podem passar pela Terra como o vento por uma porta de tela. Essas partículas remanescentes do Big Bang podem formar um universo paralelo se reunindo na forma de nuvens negras que então atraem matéria ordinária.

A descoberta de uma partícula supersimétrica poderia dar um impulso na teoria das cordas, a controversa "teoria de tudo," e explicaria a natureza de um quarto do universo.

Mas até agora, as matérias de partícula escura têm escapado da detecção direta em laboratório, com a exceção de um controverso experimento subterrâneo chamado Dama/Libra, siglas em inglês para Matéria Escura/Grande Massa de Iodeto de Sódio para Processos Raros, sob os Alpes Italianos, onde os cientistas alegaram em abril ter visto um efeito periódico de "vento de matéria escura" enquanto a Terra avança em sua órbita.

O céu pode ser uma história diferente. Partículas de matéria escura flutuando nos halos em torno das galáxias ocasionalmente colidiriam e aniquilariam uma às outras em pequenas bolas de fogo de radiação e partículas mais leves, segundo os teóricos.

Wefel e seus colegas perseguem brilhos no céu desde 2000, quando lançaram na Antártica um instrumento conhecido como ATIC, Calorímetro Avançado de Ionização Fina, em um balão a uma altitude de 37 km, à procura de partículas de alta energia conhecidas como raios cósmicos chovendo do espaço.

No total, eles realizaram três vôos, e precisaram passar o inverno na Estação McMurdo da Fundação Nacional de Ciências, que Wefel disse ser muito agradável. "Não é ruim até chegar uma tempestade. Você coloca sua mão para fora e não consegue enxergá-la. Então você sai e começa a retirar a neve com uma pá," ele explicou.

O artigo da Nature inclui dados dos dois primeiros vôos de balão. Ele mostra um pico, acima dos cálculos teóricos de intensidades de raios cósmicos, com energias de 500 bilhões a 800 bilhões de elétron volts, uma medida tanto de energia quanto de massa na Física. Uma forma de explicar o pico energético seria a desintegração ou aniquilação de uma partícula escura massiva. Um próton, como comparação, tem cerca de 1 bilhão de elétron volts.

Wefel observou, no entanto, que segundo a maioria dos modelos, um pulsar poderia gerar partículas com ainda mais energia, chegando a até trilhões de volts, enquanto o pico nos dados do ATIC parece ser de cerca de 800 bilhões de elétron volts. Os resultados do ATIC, ele disse, batem com os do Pamela, que registrou um número crescente de pósitrons em relação aos elétrons, mas apenas energias de até cerca de 200 bilhões de elétron volts.

Na China, onde participava de um workshop, Neal Weiner da Universidade de Nova York, que está trabalhando com Arkani-Hamed em modelos de matéria escura, disse que estava reunindo os dados do ATIC recolhidos da Web e os dados do Pamela em um mesmo gráfico para conferir se eles tinham correspondência, e aparentemente sim.

Mas Piergiorgio Picozza, professor da Universidade de Roma e porta-voz do Pamela, disse em mensagem de e-mail que era muito cedo para dizer se os experimentos batiam. Isso dependerá de mais dados que estão sendo analisados para saber se o Pamela continua a ver mais pósitrons à medida que a energia aumenta.

Além disso, como Kane apontou, o Pamela possui um imã que o permite distinguir elétrons de pósitrons - tendo cargas opostas, eles se deslocam em direções opostas no campo magnético. Mas o instrumento ATIC não incluiu um imã e não confirma se estava enxergando de fato pósitrons: nenhuma antimatéria, nenhuma matéria escura exótica, pelo menos naquelas altas energias.

Mas se ele estiver certo, Wefel disse que os dados do ATIC favoreciam algo ainda mais exótico que a supersimetria, nomeadamente, uma partícula perdida na quinta dimensão. A teoria das cordas prevê que existam seis dimensões além de nosso simples entendimento, unidas tão fortemente que não conseguimos vê-las nem estacionar nelas. Uma partícula em uma dessas dimensões não apareceria para nós diretamente.

Podemos pensar nela como um camundongo correndo em uma roda em sua gaiola. Não podemos ver o camundongo nem a gaiola, mas sentimos algo como o impacto do camundongo correndo; segundo a relatividade de Einstein, seu impulso na dimensão extra seria registrado como massa em nosso próprio espaço-tempo.

Tais partículas são chamadas de Kaluza-Klein, em homenagem a Theodor Kaluza e Oscar Klein, teóricos que sugeriram essa estrutura extra dimensional nos anos 1920 para unificar a teoria geral da relatividade de Einstein e o eletromagnetismo.

A partícula de Wefel teria uma massa de cerca de 620 bilhões de elétron volts. "Essa é a que parece se encaixar melhor," ele disse em entrevista. O surgimento de um salto abrupto nos dados, ele disse, "seria uma forte evidência" dessa partícula tão estranha.

Mas Arkani-Hamed disse que partículas Kaluza-Klein não aniquilariam umas às outras em um ritmo rápido o bastante para explicar a força do sinal do ATIC, nem outras anomalias como o nevoeiro de microondas. Ele e seus colegas, incluindo Weiner, Finkbeiner e Tracy Slatyer, também de Harvard, com base no trabalho de Matthew Strassler da Rutgers, tentaram ligar os pontos com um novo tipo de matéria escura, em que não há apenas partículas escuras, mas também "força escura" entre elas.

Essa teoria foi chamada de "um castelo maravilhoso no céu" por Kane, que disse estar contente por ter mantido Arkani-Hamed e seus colegas ocupados e distraídos para que não competissem com ele. Kane e seus colegas preferem a teoria da partícula supersimétrica de 200 bilhões de elétron volts conhecida como um bêbado que seria culpado pela matéria escura, e, nesse caso, o pico do Pamela não alcançaria energias mais altas.

Wefel disse que não acompanhou toda a teorização em torno dos experimentos. "Só estou esperando um desses modeladores dizer, 'Aqui estão os dados, aqui está o modelo," ele disse. "Veja se serve. Não sei se já vi isso antes."

Picozza disse que era trabalho dos teóricos criar modelos e que estes estavam se proliferando.

"No final da história, apenas um será aceito pela comunidade científica, mas agora é cedo demais," ele disse em mensagem de e-mail.

Desvendar tudo leva tempo, mas não dura para sempre.

Esperam-se novos resultados do Pamela no ano que vem, e os primeiros resultados do Telescópio Espacial de Raios Gama Fermi, lançado no último verão americano, deverão ser divulgados em breve. Sem mencionar o Grande Colisor de Hádrons, que no futuro colidirá prótons de 7 milhões de elétron volts. Ele está previsto para voltar a funcionar no próximo verão europeu.

"Com tantos experimentos, logo descobriremos muito mais sobre tudo isso," Weiner disse. "Em um ou dois anos, ou não estaremos mais falando disso, ou isso será tudo sobre o qual estaremos falando."

O satélite Pamela, que estuda raios cósmicos, detectou sinais do lado negro do universo
O satélite Pamela, que estuda raios cósmicos, detectou sinais do lado negro do universo

Tradução: Amy Traduções

sábado, 29 de novembro de 2008

Endeavour recebe sinal verde para voltar à Terra

Os astronautas da nave Endeavour receberam a autorização da Nasa neste sábado para retornar neste domingo à Terra, após 16 dias de missão e quatro caminhadas para ampliar o espaço habitável da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês).

Após a permissão dada pelo centro de controle da missão em Cabo Canaveral, Flórida, a nave deve aterrissar no Centro Espacial Kennedy.

No entanto, as previsões meteorológicas poderiam alterar os planos da Nasa, já que as condições climáticas serão "bastante incertas" e poderiam obrigar a equipe a adiar seu retorno por um espaço de 24 horas ou mudar o local de pouso.

Neste sábado fez bom tempo em Cabo Canaveral, mas está prevista a chegada de uma frente fria e possíveis tempestades no domingo.

A agência espacial americana advertiu a Base da Força Aérea de Edwards, na Califórnia, caso a nave precise recorrer a outra pista de aterrissagem.

Os astronautas receberam a autorização necessária da agência espacial americana após efetuar vários testes de segurança. A tripulação da "Endeavour" informou sobre uma pequena peça de metal que tinha se desprendido da nave, mas o controle da Nasa determinou que não era motivo de preocupação.

A nave se separou na sexta-feira da ISS, quando começaram os preparativos para a aterrissagem. O piloto da Endeavour, Eric Boe, deu a volta à nave, uma operação que permite à tripulação tirar imagens da nave para analisar o escudo térmico.

A tripulação viaja sob o comando do americano Chris Ferguson, auxiliado por Boe e pelos especialistas Donald Pettit, Heidemarie Stefanyshyn-Piper, Steve Bowen, Shane Kimbrough e Sandra Magnus.

A STS-126 foi a primeira missão espacial de Boe, Bowen e Kimbrough. Magnus substitui Greg Chamitoff na ISS, que, após 182 dias na estação orbital, finalmente volta à Terra. Ferguson disse estar "extremamente satisfeito" com a missão.

A Endeavour levou à ISS mantimentos, equipamentos para ampliar os espaços habitáveis, instalações para exercícios físicos, móveis e utensílios de cozinha e um sistema para reciclar a urina dos astronautas.

O objetivo da missão no curso das quatro caminhadas espaciais que fizeram era preparar o complexo para abrigar seis ocupantes e rever e lubrificar as juntas rotatórias dos painéis solares que fornecem energia à estação.

Além de ampliar o espaço na ISS, os astronautas instalaram um "controle ambiental regenerativo" que recicla urina dos astronautas e a condensação do ar para transformá-la em água que poderá ser bebida e utilizada para resfriar os sistemas da nave.

Astronautas da Endeavour preparam pouso na Terra

Os astronautas do ônibus espacial Endeavour guardaram equipamentos e testaram os sistemas de pouso neste sábado, em preparação para o retorno programado para este domingo no Centro Espacial Kennedy, Flórida (EUA).

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Durante a missão de 16 dias, os astronautas prepararam a Estação Espacial Internacional para uma tripulação maior, de seis pessoas. Eles levaram um sistema de reciclagem de água, um segundo banheiro, dois dormitórios pequenos e um equipamento adicional para exercícios físicos.

Os astronautas também fizeram quatro caminhadas espaciais para consertar um antigo problema que afetava o sistema elétrico da estação, movido a energia solar.

"Viemos para cá com uma lista longa de objetivos, e ainda que tenhamos encontrado um problema ou dois pelo caminho, conseguimos cumprir todos", disse o comandante da Endeavour, Chris Ferguson.

"Meu pensamento está somente no pouso", disse. "Mas estou extremamente satisfeito com o que essa ótima tripulação conseguiu", completou.

A Endeavour deve pousar na base da Nasa na Flórida às 13h19, horário local, completando a quarta e última missão da agência este ano. Nove vôos devem ocorrer, incluindo uma última missão de serviço no Telescópio Espacial Hubble, até a aposentadoria das naves, em 2010.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Ônibus espacial "Endeavour" inicia manobras de retorno à Terra

O ônibus espacial "Endeavour" se desacoplou hoje da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) e iniciou seu retorno à Terra, após uma missão durante a qual foram instalados equipamentos que ampliam a capacidade de alojamento da plataforma orbital.

A Nasa (agência espacial americana) afirmou que o "Endeavour" e a ISS, que orbitam a 27.000 km/h, se separaram às 12h47 de Brasília, quando a nave completava a órbita 215 de sua viagem, que incluiu quatro caminhadas de trabalho dos astronautas no espaço exterior.

O piloto do "Endeavour", Eric Boe, um coronel da Força Aérea, iniciou a manobra de 360 graus que permite que os tripulantes da ISS observem e obtenham imagens de toda a nave, para detectar possíveis rupturas na cobertura térmica.

O "Endeavour" tinha chegado à ISS em 16 de novembro, levando os equipamentos que permitirão que a plataforma orbital, um projeto de US$ 100 bilhões com a participação de 16 nações, duplique sua capacidade de alojamento.

Entre esses equipamentos, estão dois novos dormitórios, um avançado aparato para exercício físico e um novo sistema de purificação de líquidos que permitirá recuperar e potabilizar a água contida na urina e no suor.

Durante seus trabalhos no espaço exterior, os astronautas limparam, lubrificaram e instalaram novos rolamentos na junta rotatória do conjunto de painéis de energia solar a boreste da ISS.

Além disso, o "Endeavour" levou à ISS à engenheira de vôo Sandra Magnus, que substituiu Greg Chamitoff na tripulação da plataforma, que orbita a cerca de 385 quilômetros da Terra.

A Nasa indicou que o "Endeavour" completará a manobra de inspeção aproximadamente às 15h15 de Brasília e começará então sua volta à Terra.

A aterrissagem do "Endeavour" está programada para o próximo domingo, às 16h19 de Brasília, no Centro Espacial Kennedy (sul da Flórida).

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Astronauta cria nova forma de beber café no espaço

O astronauta Don Pettit, amante assumido do café, usou seu dia de folga na Estação Espacial Internacional para inventar um copo para gravidade zero. As informações são do Daily Mail.

Geralmente, quando os astronautas bebem café no espaço, eles estão sujeitos a queimar as pernas, a não ser que tomem a bebida em um saco, com um canudo de plástico.

"Esta invenção pode acabar sendo usada pelos futuros colonos do espaço, quando forem celebrar e fazer um brinde", afirmou Pettit, enquanto enviava um vídeo com a seu novo invento à Terra.

O astronauta explicou que a teoria por trás do novo utensílio é a mesma utilizada em foguetes, para injetar combustível em seus motores durante vôos em gravidade zero no espaço.

Pettit, que chegou à estação na semana passada, já é conhecido por inventar e consertar instrumentos no espaço. Durante sua primeira viagem espacial, em 2002, ele consertou um computador que estava danificado.

Atualmente, o astronauta tem trabalhado no aperfeiçoamento de um processador de urina na Estação Espacial Internacional.

O astronauta Don Pettit, amante assumido do café, criou  um copo para gravidade zero
O astronauta Don Pettit, amante assumido do café, criou um copo para gravidade zero

Rússia envia mantimentos e presentes para estação espacial

A Rússia lançou nesta quarta-feira uma nave de carga até à Estação Espacial Internacional (ISS) para levar alimentos, águas e lembranças de Ano Novo para os tripulantes da base.

O foguete transportador com a nave espacial Progress partiu do centro espacial de Baikonur, no Cazaquistão, Ásia Central, às 15h38 (horário de Moscou, 12h38 GMT), de acordo com o centro de controle da missão.

A nave Progress M-01M é a primeira da série Progress equipada com um sistema moderno de controle digital, segundo o porta-voz da missão.

Em quatro dias, a nave será acoplada à ISS e enviará aos tripulantes em órbita 2,5 toneladas de alimentos, água, combustível, roupas e equipamentos, além de lembranças enviadas pelos familiares.

Entre as roupas estão camisetas pólo e calças largas feitas com uma tela que permite a passagem do ar, com fechos adesivos e pequenos ganchos, que, segundo os estilistas, dão mais comodidade aos cosmonautas, segundo o especialista em moda espacial Alexander Yarov, citado pela agência de notícias Itar-Tass.

Ondulações de terreno podem abrigar geleiras em Marte

A superfície de Marte é um local repleto de irregularidades de relevo, especialmente nas latitudes planetárias médias. Nessa faixa, picos íngremes são muitas vezes cercados por grandes colchões de material que se estendem por até 20 quilômetros em torno da montanha.

Os cientistas há muito acreditam que essas grandes ondulações possam conter água em forma de gelo, mas ninguém sabia até recentemente que volume de água estaria presente, ou que forma tomariam esses depósitos.

Novos indícios obtidos em levantamentos conduzidos por radar pelo Mars Reconnaisance Orbiter, um veículo orbital de pesquisa, sugerem fortemente que as ondulações são formadas por gelo puro, em forma de geleiras, ocultas por sob uma fina camada de terra e pedras.

Caso a observação seja confirmada, pode existir uma imensa quantidade de gelo em Marte mesmo nas regiões distantes dos pólos, e isso poderia oferecer um recurso conveniente para missões humanas.

"A sensação é mais ou menos como a de descobrir a Groenlândia", disse John Holt, da Universidade do Texas, o diretor científico de um estudo, cujas conclusões foram publicadas pela revista Science.

O radar da espaçonave tem capacidade de enviar ondas que penetram no solo, e foi direcionado a diversas dessas ondulações na bacia de Hellas, no hemisfério sul marciano. O instrumento obteve dois sinais refletidos ¿ o primeiro da superfície e o segundo de algo localizado sob o solo.

"Isso só pode acontecer, na verdade, em função da presença de um número limitado de materiais", afirmou Holt, e os indícios todos apontam para imensas placas de gelo.

Os pesquisadores sugerem que as geleiras em Hellas podem ter se formado milhões de anos atrás, quando o eixo de giro do planeta era mais inclinado que o atual, resultando em um clima que gerava muita neve na região em questão. Isso pode ter produzido placas de gelo que, ao se moverem em determinado momento, se enterraram sob os detritos superficiais, permitindo que o gelo sobrevivesse.

"O estudo demonstra que é possível preservar muito gelo, por muito tempo, sob uma camada de cobertura relativamente fina", disse Holt.

O Mars Reconnaisance Orbiter sugere que as ondulações são formadas por gelo puro, oculto por sob uma fina camada de terra e pedras
O Mars Reconnaisance Orbiter sugere que as ondulações são formadas por gelo puro, oculto por sob uma fina camada de terra e pedras

Tradução: Paulo Migliacci

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Bolsa perdida por astronauta pode ser vista da Terra

A bolsa de ferramentas que a astronauta Heidemarie Stefanyshyn Piper perdeu na semana passada durante uma caminhada espacial da nave Endeavour vaga pelo espaço e pode ser vista com relativa facilidade da Terra.

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A bolsa, que já faz parte do chamado "lixo espacial", escapou das mãos da astronauta quando ela tentava limpar a gordura que soltava uma das engrenagens de uma antena solar da nave, informou nesta quata-feira o jornal italiano Corriere della Sera em seu site.

O curioso incidente foi transmitido ao vivo pela televisão da agência espacial americana, Nasa, e pode ser visto por site de vídeos na Internet, como o "YouTube".

Quem preferir ver a bolsa por seus próprios meios, porém, pode usar um telescópio de pequena potência e mirá-lo para o céu de noite.

Este novo componente do lixo espacial poderá ser contemplado por cerca de dois minutos sempre que o céu estiver claro. O lugar e o momento oportuno para onde virar o telescópio são descritos pelo site www.spaceweather.com.

Não é a primeira vez que um astronauta perde um objeto na imensidão do espaço, pois os integrantes da missão Gêmeos 4 deixaram já escapar uma luva, elemento que se soma aos inumeráveis resíduos, entre eles destroços de satélites, no lixo espacial.

Irã testa com sucesso foguete espacial "Kavosh 2"

O Centro Espacial iraniano lançou com sucesso nesta quarta-feira um foguete espacial batizado de "Kavosh 2" como parte de um programa estratégico nesta área, informou à agência de notícias Fars.

O foguete, qualificado como "de pesquisa", realizou um vôo de poucos minutos e retornou para à Terra, onde aterrissou com a ajuda de um pára-quedas.

Segundo a Fars, o teste realizado nesta quarta-feira tinha como objetivo testar o registro e transmissão de informações, assim como os mecanismos de carga e desprendimento do aparelho, cujos resultados foram considerados satisfatórios.

O "Kavosh 2" é composto por um bloco de carga, um laboratório espacial e um sistema de recuperação.

Em fevereiro passado o Irã lançou o primeiro foguete de fabricação própria e em agosto colocou em órbita seu primeiro satélite, que Teerã afirma ter apenas fins civis, diante da desconfiança dos EUA pela corrida espacial iraniana.

Lua de Saturno tem vapor d'água e gases, diz estudo

Na superfície de Enceladus, uma lua de Saturno, existem colunas de vapor d'água nas quais são produzidos jatos de gases de alta densidade, segundo uma pesquisa publicada nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.

Os pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, chegaram a esta conclusão após analisar as imagens captadas pela sonda Cassini (projeto conjunto da Nasa e da Agência Espacial Européia) em sua passagem por Enceladus.

Quando a sonda Cassini voou próxima à Enceladus, em 2005, captou uma coluna de vapor de água escapando por rachaduras próximas a seu pólo sul.

A equipe, liderada por Candice Hansen, detectou quatro jatos de gás de alta densidade que se destacavam no meio da coluna de vapor d'água. A posição deles coincidia com outros de pó captados anteriormente.

Os pesquisadores sugerem que a fonte desta coluna de vapor seja água líquida com gás acelerado à velocidade supersônica em canais que atuam como a boca de uma mangueira.

Soyuz: nave "Progress" é lançada com sucesso

O foguete portador Soyuz-U com a primeira nave russa de nova geração "Progress M-01M" foi lançado nesta quarta-feira da base de Baikonur, no Cazaquistão rumo à Estação Espacial Internacional (ISS).

O lançamento ocorreu às 15h38 de Moscou (10h38 de Brasília), e dez minutos depois a nave entrou em órbita e iniciou seu vôo independente para a plataforma orbital, informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia (CCVE).

Segundo a informação telemétrica recebida da 'Progress', "o desenganche do foguete portador aconteceu conforme previsto", ressaltou o porta-voz citado pela imprensa local.

O cargueiro fará um vôo de quatro dias à ISS para testar o funcionamento de seu sistema de comando digital, de acordo com o anunciado na última segunda-feira pelo chefe do programa de vôo do segmento russo da plataforma orbital, Vladimir Soloviov.

O acoplamento da nave à estação espacial, cuja missão permanente é integrada pelos astronautas da Nasa, Michael Fincke e Sandra Magnus e o cosmonauta russo Yuri Lonchakov, está programado para o próximo domingo às 15h23 de Moscou (10h23 de Brasília).

Nesse mesmo dia está prevista a aterrissagem na Flórida da nave "Endeavour", que retorna da plataforma orbital com sete astronautas a bordo.

Estarão juntas no espaço duas naves "Progress", já que a anterior, "M-65", que se desenganchou da plataforma orbital no último dia 14, permanecerá no cosmos em vôo autônomo como laboratório científico.

Segundo o CCVE, o cargueiro de nova geração "Progress M-01M" transporta à plataforma orbital 2,5 toneladas de carga.

Entre o material transportado se destacam 185 quilos de água, 105 quilos de equipamento cientista e também 37 quilogramas de equipamentos de áudio e vídeo, além de objetos pessoais e presentes de familiares e amigos da tripulação da ISS.

O cargueiro, da nova série 400, se diferencia dos anteriores por incorporar um novo computador digital, em substituição de outros computadores já obsoletos.

Além disso, o sistema de telemetria analógico foi substituído por um de tecnologia digital, de menor tamanho.

O lançamento ocorreu às 15h38 de Moscou (10h38 de Brasília), e dez minutos depois a nave entrou em órbita
O lançamento ocorreu às 15h38 de Moscou (10h38 de Brasília), e dez minutos depois a nave entrou em órbita

ISS: astronautas consertam reciclador de urina

Os astronautas do ônibus espacial americano Endeavour solucionaram o problema que afetava o funcionamento da nova máquina para reciclar urina da Estação Espacial Internacional (ISS), assim como concluíram o reparo da antena solar.

Três testes foram realizados com sucesso depois das modificações efetuadas domingo e segunda-feira, o que fez com que a Nasa decidisse não trazer a máquina de volta à Terra.

A tripulação do Endeavour obteve amostras de água potável da máquina, que serão trazidas para à Terra para análise.

A máquina de 250 milhões de dólares, batizada de "Water Recovery System" (Sistema de Recuperação de Água) é essencial para dobrar a capacidade de alojamento a longo prazo da ISS, do três ocupantes atuais para seis no próximo ano, ao produzir por meio de reciclagem 6,8 toneladas de água a cada 12 meses.

Além disso, os reparos complexos realizados no sistema de rotação "Solar Alpha Rotary Joint/SARJ" de uma das três antenas solares duplas da ISS parecem ter sido um sucesso de acordo com os primeiros testes, acrescentou à Nasa.

Os dados preliminares mostram que a antena solar dupla gasta menos energia elétrica e faz a rotação com mais facilidade que antes.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Cientistas pedem ação de proteção contra asteróides

Um grupo de cientistas e exploradores do espaço pediu hoje, em Viena, que a comunidade internacional desenvolva um mecanismo global para defender o planeta dos possíveis impactos devastadores de meteoritos. Esse novo desafio aparece no relatório intitulado "Ameaças de asteróides: uma chamada para uma resposta global", elaborado pela Associação de Exploradores do Espaço (ASSE, na sigla em inglês) e apresentado à ONU.

Ao já ser tecnicamente possível influir na trajetória de um meteorito, a comunidade internacional enfrenta agora o desafio de se organizar para proteger o planeta dos asteróides. "A aceleração de nosso conhecimento", ou seja, que agora sejamos conscientes desta ameaça, gera o dilema de atuar ou não, explicou em coletiva de imprensa o ex-astronauta da Nasa Russell Schweickart.

"Será estupendo. Descobriremos milhares de ameaças a tratar. A pergunta é: atuaremos ou não? A comunidade internacional terá que decidir", disse Schweickert, fundador e presidente do Painel Internacional sobre a Redução da Ameaça de Asteróides (IPATM), integrado por membros da ASSE e outros especialistas.

No relatório se destaca que, pela primeira vez na história de nosso planeta, existem capacidades técnicas para prevenir esse tipo de colisão cósmica, assim como de prever e preparar planos de evacuação e redução de danos frente a um impacto inevitável. Porém, assegura que tudo depende de preparação, planejamento e de decisões tomadas a tempo.

Até agora foram descobertos seis mil objetos cósmicos próximos à Terra que com regularidade cruzam a órbita de nosso planeta. Os cientistas esperam que seu número aumente de forma exponencial, para um milhão por volta de 2020. Segundo Schweickart, embora o conhecimento sobre eles não envolva saber uma variação da probabilidade de causar um dano à humanidade, se coloca a questão de quem e como se fará a gestão de conhecimento.

Estima-se que alguns desses objetos - entre os conhecidos atualmente há um grupo de 500 a mil - têm um diâmetro de mais de 150 km, um tamanho que representaria uma catástrofe mundial caso impactasse contra a Terra. É o caso do famoso Apophis, um asteróide de 270 m de diâmetro que passará muito perto de nosso planeta em 2029, em seu caminho para o Sol.

Esse asteróide ameaça impactar na Terra em seu retorno, por volta de 2036, com um efeito superior ao de milhares bombas atômicas. Calcula-se que a eventual devastação causada seria 100 vezes superior à do meteorito Tunguska, que em 1908 destruiu 2 mil hectares da Sibéria. Embora os dois métodos desenvolvidos para desviar a trajetória do objeto e evitar assim seu impacto, denominados "impacto cinético" e "trator de gravidade", não tenham sido testados ainda, especialistas asseguram que são fiáveis também economicamente.

"Quem vai avisar? Em que informações se vai basear? Que tecnologias se decidirá aplicar?", são algumas das muitas questões que estão ainda sem resposta. O problema é que, "como em muitos campos, a nova agenda é caracterizada por um desafio institucional", explicou Walther Lichem, membro do IPATM e ex-funcionário das Nações Unidas.

"Não devemos aceitar que se desenvolva um processo de responsabilidade e de implementação de decisões fora da legalidade da comunidade internacional. Este é o desafio atual", disse Lichem, que ressaltou a existência de "grupos" e desenvolvimentos não controlados pela ONU.

"Há certas estruturas que estão argumentando a favor da aplicação de bombas atômicas no espaço. Para eles, essa é a tecnologia disponível mais barata e mais efetiva. E depois surgem outros que dizem que, ao contrário, a fragmentação do asteróide amplia os danos. Há interesses particulares", reconheceu o especialista.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Nasa inicia preparativos para estudar Júpiter

A Nasa (agência espacial americana) anunciou nesta segunda-feira que iniciou oficialmente os preparativos para o lançamento da sonda "Juno", que fará um exaustivo estudo do planeta Júpiter.

Caso o projeto se concretize, pela primeira vez um instrumento do tipo entrará na órbita elíptica do planeta, que terá sua formação, evolução e estrutura estudados, informou o Nasa em um comunicado.

Para esse análise, a sonda usada na missão atravessará a densa camada de nuvens sob a qual "Júpiter oculta os segredos dos processos e condições fundamentais" que guiaram "o começo de nosso Sistema Solar", acrescenta a nota da agência espacial americana.

Júpiter é o quinto e o maior planeta do Sistema Solar, com uma massa duas vezes e meia maior que a de todos os seus pares.

A sonda "Juno" será lançada em um foguete Atlas em agosto de 2011. e só em 2016 deverá chegar a Júpiter.

Termina a quarta e última caminhada da missão do "Endeavour"

Os astronautas do "Endeavour" Steve Bowen e Shane Kimbrough retornaram hoje ao compartimento de descompressão ao concluir a quarta e última caminhada em torno da Estação Espacial Internacional (ISS).

A missão da nave, que originalmente devia terminar no próximo sábado, será estendida por um dia para continuar os testes de um sistema de purificação de urina que permitirá ampliar o número de ocupantes do complexo em órbita terrestre.

Desta maneira, a nave vai se desacoplar da ISS na sexta-feira, e voltará à Terra no domingo, após 16 dias no espaço.

"Não há qualquer problema. Este grupo está feliz em estar aqui, e se podemos estender a estadia por um dia faremos isso", respondeu ao Controle de Missão no Centro Espacial Johnson, de Houston, o comandante da ISS, Michael Fincke.

Bowen e Kimbrough retornaram à Estação às 22h31 (de Brasília) desta segunda-feira, depois de mais de seis horas de "excelente trabalho", segundo o controle da missão.

Como ocorreu nas três caminhadas anteriores, os astronautas se dedicaram a lubrificar as juntas rotatórias dos painéis solares da ISS, além de reinstalar as cobertas térmicas que os protegem das mudanças extremas da temperatura espacial.

Também repararam um mecanismo que não tinha funcionado adequadamente em uma dessas juntas, além de recolher materiais que retornarão à Terra.

Enquanto os astronautas flutuavam no espaço, os técnicos em Houston trabalhavam para resolver problemas no novo sistema de processamento de líquidos da estação, criado para transformar suor e urina em água potável.

O processador de líquidos se desligou antes do esperado.

Aparentemente, a imperfeição se deve à interferência de um sensor com o aparelho de centrifugação usado para separar a água da urina, e a solução deste inconveniente é vital para que a estação possa receber seis pessoas a partir de maio.

Astronautas fazem 4ª e última caminhada espacial

Dois astronautas da tripulação do ônibus espacial americano Endeavour começaram nesta segunda-feira a quarta e última caminhada de sua missão pelo espaço, confirmou o comentarista de TV da Nasa, a agência espacial americana.

» Veja mais fotos da 2ª caminhada

Steve Bowen e Shane Kimbrough saíram da câmara de descompressão da Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês), às 18h24 GMT (ou 16h24 de Brasília), 11 minutos antes do previsto.

A saída orbital deve durar seis horas e meia.

O astronauta Shane Kimbrough se dirige aos painéis solares da Estação Espacial Internacional (ISS)
O astronauta Shane Kimbrough se dirige aos painéis solares da Estação Espacial Internacional (ISS)

Nasa adia missão do Endeavour na ISS

A Nasa deu um dia a mais de missão para o ônibus espacial Endeavour na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), adiando sua partida para sexta-feira, informaram autoridades da agência espacial americana na segunda-feira.

O ônibus espacial deveria deixar o espaço na quinta-feira, mas a Nasa teve problemas com parte de um equipamento entregue à estação. O equipamento é necessário para preparar um posto orbital para sustentar uma tripulação de seis pessoas.

Um dos objetivos principais do vôo do Endeavour é trazer amostras de água de uma máquina que recicla urina. Os astronautas começaram uma segunda série de modificações neste equipamento na segunda-feira, na tentativa de resolver problemas com uma centrífuga que separa líquidos de partículas suspensas.

A centrífuga faz parte do destilador, o primeiro passo de um longo processo de filtragem que transforma a urina em água fresca, pronta para o consumo. O dia a mais na estação vai atrasar a chegada do Endeavour à Terra - o ônibus espacial agora chegará no domingo.

Cargueiro espacial russo fará viagem de 4 dias à ISS

O primeiro cargueiro russo da nova série Progress M-01M realizará um vôo de quatro dias, e não de dois, até a Estação Espacial Internacional (ISS) para testar o funcionamento de seu sistema de comando digital, anunciou hoje o chefe do programa de vôo do segmento russo da plataforma orbital, Vladimir Soloviov.

"A nave voará até a ISS durante quatro dias. Durante o vôo, pretendemos testar e confirmar que o sistema digital cumpre com precisão todas os nossos comandos", destacou.

"Com a primeira (viagem), comprovaremos como funciona como tudo está funcionando, e se não houver observações substanciais, voltaremos ao esquema de dois dias de vôo", acrescentou, citado pela agência oficial "RIA Novosti".

Segundo o centro de controle de vôos espaciais russo, o cargueiro da nova geração, cujo lançamento está previsto para quarta-feira da base de Baikonur, no Cazaquistão, transportará 2,5 toneladas de carga para a ISS.

Os novos sistemas da nave serão testados em quatro cargueiros Progress e instalados depois nas naves pilotadas Soyuz-TMA.

Astronautas trabalham em aparelho que recicla urina

Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional tentaram no domingo reativar uma máquina de reciclagem de urina que pode fornecer água fresca para a tripulação, que vai aumentar a partir do próximo ano.

» Veja o vídeo do reciclador de urina

O dispositivo é parte de uma sistema de sobrevivência de 250 milhões de dólares entregue pelo ônibus espacial Endeavour.

A Nasa espera dobrar o tamanho da tripulação da estação espacial de três para seis integrantes em maio, mas precisa garantir que a estação tenha um meio seguro de produzir água para beber, cozinhar e alimentar o gerador de oxigênio. Até agora parte da água que existe na estação foi entregue por ônibus espaciais visitantes que produzem água através de seus sistemas elétricos. Os astronautas armazenam a água e a transferem para um posto orbital. Os ônibus, no entanto, devem deixar o espaço em dois anos. "Nós queremos fazer este sistema funcionar assim que possível, para então podermos processar a urina e verificar se temos água potável boa vinda de outra fonte", disse a engenheira de vôo da estação, Sandra Magnus, durante uma entrevista direto do espaço. Por enquanto, uma problema com uma centrífuga impediu o processo de destilação de amostras de urina e travou a máquina. "A centrífuga girava por algumas horas e de repente tudo ficou descontrolado", disse o comandante da estação, Mike Fincke, a jornalistas. Apesar do problema, a Nasa disse que a máquina conseguiu processar amostras suficientes de urina para serem enviadas à Terra para testes de qualidade. A tripulação do Endeavour também se preparou para a quarta e última caminhada espacial nesta segunda-feira, para trabalhar nos painéis que coletam energia solar. Uma das articulações da armação que estava contaminada foi limpa e lubrificada. Os astronautas também planejam uma manutenção preventiva na segunda articulação durante a jornada desta segunda-feira. Os tripulantes do ônibus espacial tiveram no domingo suas primeiras horas de folga desde que chegaram à estação, em 16 de novembro. O ônibus deve partir na quinta-feira e retornar para casa, no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, no sábado. A Nasa planeja mais oito viagens para estação, um projeto de 100 bilhões de dólares que envolve 16 países, antes de aposentar os ônibus espaciais em 2010.

domingo, 23 de novembro de 2008

Astronautas se preparam 4ª caminhada espacial

Os tripulantes do Endeavour passarão boa parte do dia de hoje transferindo equipamentos e provisões à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) e fazendo preparativos para a quarta e última caminhada espacial que acontece amanhã, informou a Nasa.

A agência espacial americana também indicou que deu instruções a Michael Fincke, comandante da Estação Espacial Internacional (ISS), para que a equipe tente resolver uma persistente falha no chamado "Conjunto Processador de Urina", parte do sistema de reciclagem de US$ 154 milhões para produzir água potável.

Concretamente, Fincke tentará modificar ou eliminar, se necessário, a montagem de uma centrífuga que, segundo a Nasa, pode ser a fonte do problema registrado nos últimos dias.

"Fantástico! Isso é algo que podemos fazer", respondeu Fincke ao receber as ordens do centro de controles da Nasa.

O "Conjunto Processador de Urina" foi levado na carga da nave Endeavour e fará parte das novas equipes avançadas com que contarão os ocupantes da estação a partir do próximo ano.

O equipamento, instalado no módulo Destiny, é parte do "Sistema de Recuperação de Água", que processará a urina, o suor dos astronautas e a água com que se lavam para transformar tudo em água potável.

A Nasa não poderá realizar as obras de ampliação da estação a menos que o sistema de reciclagem funcione bem, mas espera que, até junho, o problema esteja resolvido.

Steve Bowen e Heide Stefanyshyn Piper, dois tripulantes do Endeavour, concluíram na noite de ontem a terceira caminhada espacial, à qual dedicaram cerca de sete horas para tarefas de limpeza e engraxamento de uma junta rotatória de painéis solares.

Esses trabalhos continuarão durante a quarta e última caminhada espacial, prevista para amanhã.

Os tripulantes do Endeavour, Chris Ferguson, Eric Boe, Don Pettit, Steve Bowen, Heidemarie Stefanyshyn-Piper, Shane Kimbrough e Greg Chamitoff, e os da ISS, Mike Fincke, Yury Lonchakov e Sandra Magnus, foram acordados com música hoje às 12h05 de Brasília.

Alguns deles serão entrevistados nesta tarde pelas cadeias de televisão ABC, CBS e NBC.

sábado, 22 de novembro de 2008

Astronautas iniciam terceira e mais difícil caminhada espacial

Steve Bowen e Heide Stefanyshyn Piper, dois tripulantes do ônibus espacial Endeavour, iniciaram hoje uma terceira e difícil caminhada espacial para realizar trabalhos de limpeza e engraxamento, com tempo de sobra para inclusive descansar de uma "excursão" que durará pelo menos sete horas, mas equipamento improvisado.

A caminhada em torno da Estação Espacial Internacional (ISS), que começou às 16h01 (pelo horário de Brasília), com 45 minutos de antecipação, faz parte de uma missão de 15 dias para ampliar o espaço habitável da unidade.

A caminhada, a terceira de um total de quatro, tem como objetivo, segundo a Agência Espacial Americana (Nasa), continuar a limpeza e lubrificação de peças de metal que prendem uma junta rotatória de painéis solares em boreste.

Ontem, Stefanyshyn Piper já tinha antecipado que o trabalho seria um "grande desafio" e que junto com seus colegas teria "muito trabalho" pela frente.

As duas primeiras caminhadas tinham como propósito diversas tarefas de manutenção da estação, mas a de hoje estará centrada unicamente no cuidado desta junta e suas peças auxiliares.

Com três metros de largura, ela foi desenhada precisamente para fazer girar os painéis, de modo que estes sempre recebam os raios solares para aumentar sua capacidade.

O mecanismo não trabalha há mais de um ano da forma como esperavam as autoridades da Nasa, devido a danos causados por peças de metal.

Hoje a tarefa dos dois astronautas, é substituir cinco dos 12 peças que contornam a junta rotatória.

Para este trabalho, Bowen e ''Piper usarão panos engordurados e uma pistola de graxa improvisada, em substituição de um equipamento que se perdeu durante a caminhada de terça-feira.

Nessa ocasião, Stefanyshyn Piper tentou sem sucesso manusear uma bolsa com equipamentos orçados em US$ 100 mil enquanto limpava o que ficava de uma fracassada pistola de graxa.

Agora, ambos os tripulantes terão que trabalhar com panos e equipamento improvisado durante a caminhada de hoje, a quinta de Stefanyshyn Piper, líder desta missão, e a segunda de Bowen.

A Nasa admite que as tarefas que não se completem hoje devem ficar para a última caminhada espacial, de segunda-feira.

Na segunda, os astronautas sairão novamente do Endeavour para engraxar a junta rotatória do lado direito do complexo em órbita.

A nave Endeavour se acoplou no domingo passado à ISS, a cerca de 350 quilômetros da Terra, em uma missão cujo propósito principal é de ampliar a capacidade do complexo para abrigar até seis astronautas a partir do próximo ano.

Para ampliar o espaço habitável, o Endeavour levou no Módulo Logístico Multiuso "Leonardo", feito pela Itália, mantimentos, equipamentos novos e instalações para exercícios físicos, móveis e utensílios de cozinha e um sistema para reciclar a urina dos astronautas e transformá-la em água potável.

Hoje, pelo terceiro dia consecutivo, o chamado "Conjunto Processador de Urina", parte do sistema de reciclagem de US$ 154 milhões, registrou problemas, aparentemente, novamente devido a uma falha no mecanismo de um motor no aparelho de destilação.

Antes do início da caminhada, o diretor de vôo, Brian Smith, disse que a máquina, que transforma o suor e outras condensações em água potável, estava funcionando sem problemas e que os tripulantes tentavam criar mais condensação para assim obter mais amostras.

De Cabo Canaveral, na Flórida, os engenheiros da Nasa averiguam as causas da persistente falha que ainda poderia atrapalhar os planos para que o Endeavour retorne à Terra com água reciclada no próximo fim de semana.

A idéia da Nasa é de colher amostras de água reciclada para determinar se, com efeito, se trata de água potável, mas para que isso ocorra, o equipamento tem que funcionar corretamente por, pelo menos, 90 dias.

A Nasa não pode fazer as obras de ampliação da estação a menos que o sistema de reciclagem funcione bem, mas espera que, até junho, este problema esteja resolvido.

Além do "Conjunto Processador de Urina", o "Endeavour" levou até a ISS uma geladeira, dois aquecedores de água, e um lavabo.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sistema para reciclar urina da ISS apresenta defeitos

O sistema para reciclar a urina e transformá-la em água potável na Estação Espacial Internacional (ISS) apresentou problemas e os testes que estão sendo realizados a respeito precisaram ser suspensos, informou hoje a Nasa, a agência espacial americana.

"O problema era um defeito no mecanismo da centrífuga no aparelho de destilação", disse a encarregada das comunicações da Nasa ao comandante da ISS, Michael Finke, e à engenheira de vôos, Sandra Magnus.

O sistema de reciclagem foi levado na carga da nave "Endeavour" e fará parte dos novos equipamentos avançados com que contarão os ocupantes do complexo a partir do próximo ano.

O equipamento, instalado no módulo "Destiny", faz parte do que a Nasa qualificou de sistema de recuperação de água, através do qual se processarão a urina, o suor dos astronautas e a água com que se lavam para transformar tudo em água potável.

"O sistema está em processo inicial de testes e os astronautas estão prontos para continuá-las", disse a Nasa em comunicado .

"Os testes serão retomados quando o controle da missão achar conveniente", acrescentou.

Além do sistema para reciclar a urina, a "Endeavour" levou até a ISS uma geladeira, dois aquecedores de água, um vaso sanitário e máquinas para fazer exercícios.

ISS tem problema com novo reciclador de urina

A Nasa está enfrentando problemas com uma máquina de US$ 250 milhões elaborada para reciclar a urina e outros dejetos líquidos, transformando-os em água potável para os astronautas, disse a agência espacial na sexta-feira.

Houve duas interrupções nas tentativas iniciais, na quinta e na sexta-feira, feitas com amostras de urina pré-coletadas. A instalação do novo sistema é parte dos preparativos para que a tripulação fixa da estação passe de três para seis tripulantes, em maio.

Os habitantes da estação atualmente usam a água gerada como subproduto dos sistemas elétricos dos ônibus espaciais. A partir de 2010, porém, os ônibus serão aposentados, e é caro demais levar grandes quantidades de água nas espaçonaves. Daí a necessidade de reciclagem.

Rob Navias, comentarista da missão, disse que os problemas no sistema de reciclagem, atribuídos a um sensor, não eram inesperados. A Nasa ainda espera que o sistema funcione bem a ponto de os astronautas poderem trazer para a Terra, na semana que vem, amostras da água purificada para análise. O ônibus espacial Endeavour está atracado à estação desde domingo, para entregar mais de sete toneladas de cargas.

Os astronautas entregaram também dois novos dormitórios, um segundo banheiro, uma cozinha e equipamentos de ginástica. Também há melhorias sendo feitas no exterior da estação. Na sexta-feira, os astronautas se preparam para a terceira de quatro saídas destinadas a consertar uma articulação de 3 m de diâmetro que posiciona os painéis de captação de energia na direção do Sol.

No ano passado, a Nasa constatou que limalha metálica prejudicava o funcionamento de uma das dobradiças, e por isso foi programada uma série de complicadas caminhadas espaciais para consertar esse problema e evitar que ele se repita na outra articulação. Os gerentes da estação espacial estimam que serão necessárias dez saídas ao espaço para resolver os problemas.

Astronautas da ISS concluem segunda caminhada espacial

Os astronautas Shane Kimbrough e Heidemarie Stefanyshyn-Piper concluíram a segunda das quatro caminhadas espaciais em torno da Estação Espacial Internacional (ISS).

Enquanto a "Endeavour" e a ISS viajavam acopladas a mais de 26 mil km/h, os dois astronautas americanos retornaram ao compartimento Quest às 22h43 (Brasília), depois de 6h48min de trabalho.

"Bem-vindos. Muito bom trabalho. Foi excelente", assinalou o controle da missão, no Centro Johnson de Vôos Espaciais da Nasa em Houston (Texas).

O fim da caminhada teve de ser antecipado em alguns minutos porque um alarme disparou no traje espacial de Stefanyshyn-Piper acusando um nível mais alto que o previsto de dióxido de carbono, segundo o controle.

A primeira tarefa de Stefanyshyn-Piper foi inspecionar uma velha mancha em um cabo que passa energia e dados entre a estação e o carrinho.

"Parece uma marca negra", disse a astronauta no controle da missão no Centro Espacial Johnson, de Houston, que tinha detectado a mancha e queria saber do que se tratava.

Eles ainda terão outras tarefas que incluem a lubrificação de parte do braço robótico, de fabricação canadense, e a continuação de limpeza e lubrificação de uma junta rotatória de painéis solares.

Há dois dias, Stefanyshyn-Piper e Steve Bowen completaram a primeira das quatro caminhadas previstas na missão, durante a qual substituíram um tanque de hidrogênio e limparam uma junta rotatória situada no lado de boreste da ISS.

Nessa operação, o único incidente ocorreu quando Stefanyshyn-Piper soltou a bolsa na qual levava ferramentas e lubrificantes, que caiu no vazio sem que pudesse ser recuperada.

A nave Endeavour foi acoplada à ISS no domingo passado, cerca de 350 quilômetros da Terra em uma missão cujo principal propósito é ampliar a capacidade do complexo para que abrigue até seis astronautas a partir do ano que vem.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Comandantes da ISS comemoram 10 anos de construção do complexo

Os comandantes da Estação Espacial Internacional (ISS) e da nave "Endeavour" comemoraram hoje com uma mensagem enviada do espaço o 10º aniversário do começo da construção do complexo.

O complexo é um projeto conjunto no qual participam 16 países e teve início em 20 de novembro de 1998, o mesmo dia em que a "Endeavour" pôs em órbita o módulo russo Zarya a partir do qual começou a construção.

"Com ela, não só aprendemos a viver no espaço, mas também a trabalhar juntos como parceiros internacionais", manifestou Mike Fincke, comandante da ISS.

Durante os dez anos de construção, o Zarya se transformou em um enorme complexo de módulos e painéis solares que dão a aparência de uma borboleta espacial que abrange uma superfície similar à de um campo de futebol.

"A grandeza e a enormidade deste veículo é impressionante", disse Chris Ferguson, comandante da "Endeavour" depois que Fincke aludiu ao fato de que o complexo fez mais de 51 mil órbitas ao planeta.

Astronautas fazem 2ª caminhada espacial junto à ISS

Os astronautas Shane Kimbrough e Heidemarie Stefanyshyn-Piper saíram nesta quinta da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) para a segunda das quatro caminhadas espaciais na missão da nave Endeavour.

» Veja mais fotos da caminhada

Enquanto a Endeavour e a ISS viajavam acopladas a mais de 26 mil km/h, os dois astronautas americanos saíram do compartimento Quest às 15h58 (Brasília) para o trabalho do lado de fora, que durará cerca de seis horas e meia.

Se tudo transcorrer segundo o programado pela Nasa, os dois retornarão à ISS cinco órbitas mais tarde.

A primeira tarefa deles é realocar carrinhos usados para o movimento de tripulantes e equipes. Stefanyshyn-Piper também inspecionou uma velha mancha em um cabo que passa energia e dados entre a estação e o carrinho.

"Parece uma marca negra", disse o astronauta no controle da missão no Centro Espacial Johnson, de Houston, que tinha detectado a mancha e queria saber do que se tratava.

Kimborough se segurou ao braço robótico Canadarm2 da ISS, operado pelos astronautas Sandra Magnus e Don Pettit de dentro do laboratório orbital, um projeto de US$ 100 bilhões e que conta com a participação de 16 nações.

A condução de tudo está a cargo do piloto da Endeavour, Eric Boe.

Esta é a quarta caminhada espacial de Stefanyshyn-Piper e a primeira de Kimborough. Eles ainda terão outras tarefas que incluem a lubrificação de parte do braço robótico, de fabricação canadense, e a continuação de limpeza e lubrificação de uma junta rotatória de painéis solares.

Há dois dias, Stefanyshyn-Piper e Steve Bowen completaram a primeira das quatro caminhadas previstas na missão, durante a qual substituíram um tanque de hidrogênio e limparam uma junta rotatória situada no lado de boreste da ISS.

Nessa operação, o único incidente ocorreu quando Stefanyshyn-Piper soltou a bolsa na qual levava ferramentas e lubrificantes, que caiu no vazio sem que pudesse ser recuperada.

A nave Endeavour foi acoplada à ISS no domingo passado, cerca de 350 quilômetros da Terra em uma missão cujo principal propósito é ampliar a capacidade do complexo para que abrigue até seis astronautas a partir do ano que vem.

Para ampliar o espaço habitável, a Endeavour levou ao módulo italiano "Leonardo" alimentos, equipamentos novos e instalações para exercícios físicos, móveis e utensílios de cozinha, além de um sistema para reciclar a urina dos astronautas e transformá-la em água potável.

A Endeavour ficará acoplada à ISS até hoje, dia em que completa dez anos do lançamento do módulo russo "Zarya", que deu início a essa estação espacial.

A astronauta Heidemarie Stefanyshyn-Piper é suspensa pelo braço robótico da ISS
A astronauta Heidemarie Stefanyshyn-Piper é suspensa pelo braço robótico da ISS

Cientistas descobrem novas geleiras em Marte

Cientistas americanos descobriram geleiras longe dos pólos de Marte e a poucos metros da camada rochosa do planeta, segundo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.

"Trata-se de uma descoberta muito importante porque não só constata a existência de água em Marte, mas cobre a necessidade desse elemento que terão as futuras missões interplanetarias", disse Ali Safaeinili, cientista da Nasa, a agência espacial americana.

"Também é importante porque a água dessas geleiras se encontra em latitudes baixas do planeta, longe dos pólos, e em alguns casos a apenas três metros de profundidade", afirmou.V A descoberta foi feita com o radar da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da Nasa há um ano.

"Demoramos a fazer o anúncio do descobrimento porque queríamos estar seguros dele e fizemos todas as verificações possíveis", frisou.

A descoberta de grandes reservas de água congelada é um sinal encorajador para os cientistas que buscam vida além de nosso planeta, afirmou o estudo publicado na Science.

As geleiras cobrem uma superfície de dezenas de milhares de quilômetros quadrados e se estendem desde as montanhas marcianas com uma espessura em alguns casos de cerca de 800 metros.

A camada de material rochoso que cobre o gelo, em outros casos de uma espessura de alguns poucos metros, possivelmente preservou as geleiras, segundo o estudo.

Os primeiros indícios de água em Marte foram detectados há quatro anos pelas sondas espaciais "Spirit" e "Opportunity", confirmados depois pela "Phoenix".

"Sem dúvida as geleiras representam a maior reserva de água em Marte, longe das calotas polares. Só um dos que examinamos é três vezes mais extenso que a cidade de Los Angeles (...) e há muitos mais", afirmou John Holt, da Escola de Geociencias da Universidade do Texas e autor do relatório.

Imagem mostra montanha na região oriental de Hellas, na superfície de Marte
Imagem mostra montanha na região oriental de Hellas, na superfície de Marte

Descoberta alta carga energética próximo à Terra

Um grupo de cientistas de vários países, entre os quais a China, descobriu elétrons com uma "inesperada" alta carga energética na radiação cósmica próxima à Terra.

Chang Jin é astrofísico do Observatório da Montanha Púrpura, no leste da China, e membro da equipe que conseguiu detectar estes elétrons, com uma energia de entre 300 e 800 gigavolts e uma procedência que deve estar em alguma zona próxima ao Sistema Solar.

A descoberta foi possibilitada graças a sensores Atic (sigla em inglês para Calorímetro Avançado de Baixa Ionização) enviados com balões de hélio a uma altura de 35 quilômetros sobre a Antártida.

Segundo Chang, o excesso de elétrons de alta energia identificado nos raios cósmicos não é freqüente em outros casos, quando estes têm origem nos restos de supernovas que se estendem pela galáxia.

O cientista chinês antecipou que a energia poderia proceder da destruição de "matéria escura", termo com o qual os cientistas se referem aos elementos do cosmos que hoje não podem ser estudados por não emitirem radiação suficiente.

A descoberta está na última edição da revista "Nature", e, segundo seus autores, poderia ser decisiva na compreensão tanto da matéria escura quanto dos raios cósmicos, dois fenômenos que para os cientistas continuam encerrando muitos enigmas.

Um deles destacou inclusive à imprensa chinesa que a descoberta "poderia mudar a forma de entender o universo".

Distração de tripulação da ISS leva fungos para Zarya

A tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) realiza cultivos em uma estufa orbital, mas por uma distração acabou favorecendo também a criação de fungos no módulo russo "Zarya", afirmou o Instituto de Problemas Biomédicos da Academia de Ciências da Rússia.

Os cosmonautas se lavaram na unidade "Zarya" e estenderam as toalhas molhadas e a roupa nos painéis, explicou a chefe do laboratório de microbiologia do instituto, Natalia Novikova, citada pela agência de notícias oficial "Itar-Tass".

Como conseqüência houve a formação de fungos, o que contribuiu para uma "piora significativa das condições microbiológicas e sanitárias no módulo", acrescentou.

A aparição de fungos na ISS pode provocar graves danos à saúde dos cosmonautas, especialmente pela possibilidade de causarem fortes alergias.

Para evitar riscos, os especialistas "limitaram imediatamente o uso da unidade para procedimentos sanitários e higiênicos" e ordenaram aos cosmonautas que façam uma limpeza geral do módulo "Zarya", cujo lançamento ao espaço há exatos dez anos representou o início do funcionamento da ISS.

Agora este problema foi solucionado definitivamente, já que na segunda-feira passada, a nave "Endeavour" transportou à plataforma orbital uma cabine que permite aos cosmonautas se lavarem.

Além disso, o novo cargueiro "Progress M-01-M", cujo lançamento está previsto para o próximo dia 26, transferirá à ISS um segundo sistema de limpeza de ar Potok, como o que já funciona com sucesso no módulo de serviço "Zvezda".

Rosto de Copérnico é recriado a partir de restos mortais

Pesquisadores poloneses e suecos confirmaram nesta quinta-feira que os restos humanos encontrados há três anos na catedral de Frombork, no norte da Polônia, pertencem ao astrônomo Nicolau Copérnico, que morreu em 1543.

» Veja mais fotos de Copérnico

Os cientistas analisaram o DNA de vários pêlos encontrados no livro Calendarium Romanum Magnum, de Johannes Stoeffler, e acharam as mesmas seqüências em um dente e em um osso descobertos no templo.

"Agora temos a certeza de que o crânio achado em Frombork é o de Nicolau Copérnico", disse em coletiva de imprensa o professor Jerzy Gassowski, do Instituto de Arqueologia de Pultusk, que em 2005 descobriu os restos na catedral Frombork que atribuiu a Copérnico.

Gassowski baseou então sua teoria na existência de um retrato de Copérnico onde o erudito parecia ter o nariz quebrado e no fato de que o crânio enterrado na catedral tinha também o osso nasal partido, além de outras lesões que poderiam ser atribuídos ao polonês.

Com o achado, se confirma a teoria do professor de Pultusk e se põe fim à incógnita histórica sobre o lugar no qual foi enterrado o astrônomo criador da teoria heliocêntrica do sistema solar e autor De Revolutionibus Orbium Coelestium ("Das revoluções das esferas celestes", na tradução livre).

Copérnico foi o primeiro a afirmar que os planetas giram entorno de si mesmos e ao redor do Sol, o que lhe rendeu a alcunha de pai da astronomia.

Pesquisadores divulgaram reconstituição computadorizada do possível rosto de Copérnico
Pesquisadores divulgaram reconstituição computadorizada do possível rosto de Copérnico

Primeira imagem da Terra é restaurada

Graças ao trabalho de um perito, o primeiro registro do nosso planeta foi recuperado para a posteridade. Captada no dia 23 de agosto de 1966 pela nave não tripulada Lunar Orbiter 1, a imagem histórica apresentava má qualidade - em virtude dos recursos disponíveis na época - e distorções e sombras causadas pelo tempo. Hoje, a imagem mostra a Terra emergindo por trás da Lua com incrível nitidez. As informações são do site inglês Mail Online.

» Veja a imagem antiga ampliada

Além da bela primeira visão da Terra, que rompeu as fronteiras nacionais e individuais da humanidade, a foto mostra detalhes da superfície lunar.

A imagem restaurada mostra o planeta Terra ao fundo e, em primeiro plano, a superfície lunar com nitidez
A imagem restaurada mostra o planeta Terra ao fundo e, em primeiro plano, a superfície lunar com nitidez

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

ISS completa 10 anos como trampolim de exploração

Dez anos depois de ser lançada, a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), um ambicioso projeto de base orbital de iniciativa americana, representa hoje o mais efetivo trampolim para a exploração humana no Sistema Solar.

A ISS, que completa dez anos esta semana, é uma base espacial que orbita ao redor da Terra a 350 km de altitude. Seu objetivo principal é facilitar a pesquisa científica e a exploração espacial, e sua construção deve finalmente ser concluída em 2010.

Ela sucede a estação orbital russa Mir ('paz' em russo), voluntariamente destruída por causa de sua velhice, em março de 2001, depois de 15 anos no espaço. A história da ISS se iniciou em novembro de 1998 com a colocação em órbita do primeiro módulo Zaria, construído pelos russos e financiado pelos Estados Unidos.

"É o maior projeto de cooperação tecnológica internacional, jamais realizado antes em termos de duração, custos e quantidade de países envolvidos", afirmou John Logsdon, historiador do Museu Nacional do Ar e do Espaço em Washington. Além dos Estados Unidos, que financiam a maior parte do projeto - estimado em US$ 100 bilhões -, outras 15 nações participam da construção da estação orbital: Rússia, Japão, Canadá, Brasil e os 11 países membros da ESA, agência espacial européia.

"Acredito que a estação seja um primeiro passo no caminho para as atividades humanas de longo prazo em novas áreas de operação" espacial, disse Logsdon. "Não é um fim em si mesmo, mas sim uma etapa na exploração espacial tripulada", explicou.

"Precisamos acumular experiência em vôos espaciais de longa duração, seu impacto fisiológico, e a melhor maneira de fazer isso é na estação", acrescentou o historiador. Além do fato de que a ISS permite aos cientistas testar tecnologias para viver no isolamento (como, por exemplo, o desafio técnico de reciclar urina para obter água potável), a estação espacial tem como objetivo estudar as interações sociais entre os astronautas, que convivem em um espaço limitado durante longos meses.

A tragédia do ônibus espacial Columbia em 2003, quando uma falha na proteção térmica da nave fez com que ela explodisse quando entrava na atmosfera terrestre, atrasou a montagem da ISS em dois anos. Contudo, a estação "demonstrou que as associações multinacionais também podem funcionar quando as coisas vão mal", acredita Logsdon, para quem a ISS constitui uma espécie de marco referencial para futuras cooperações internacionais.

"As longas estadias na Lua e em Marte não poderão acontecer se não contarem com uma organização financiada internacionalmente", estimou o historiador, destacando as dificuldades orçamentárias enfrentadas pelo projeto. O diretor da Nada, Michael Griffin, expressou opinião semelhante, por ocasião do 50º aniversário da agência espacial americana, no dia 1º de outubro.

Hoje, os Estados Unidos possuem os meios necessários para financiar suas próprias ambições espaciais, mas "este não será o caso da próxima geração", estimou. "Acho que a Europa está totalmente pronta para dar o próximo passo no espaço, que voltar conosco à Lua", destacou Griffin, alertando que o Velho Continente não teria condições de fazê-lo sozinho.

Para Doug Millard, curador do departamento espacial do Museu de Ciência de Londres, o laboratório europeu Columbus (enviado e acoplado à ISS em fevereiro), "aumentou significativamente as capacidades espaciais da Europa" em órbita. O laboratório japonês Kibo, por sua vez, foi transportado e acoplado à ISS três meses depois.

"Penso que (o estudo das) reações do corpo humano à microgravidade è o principal valor científico trazido pela ISS", destaca Millard. Alexandre Vorobiev, porta-voz da agência espacial russa, definiu a ISS como um "projeto notável" e "um dos fatores que ajudaram a Rússia a preservar sua indústria espacial".

A ISS mantém uma tripulação permanente de três astronautas, que ficam a bordo por períodos de vários meses. A capacidade de acomodação deve ser ampliada para 2009, graças aos materiais e equipamentos trazidos pelo ônibus espacial Endeavour, que está acoplado à estação desde domingo. O objetivo é concluir a montagem da ISS em 2010.

Em 20 de novembro de 1998, a história da ISS se iniciava com a colocação em órbita do primeiro módulo Zaria
Em 20 de novembro de 1998, a história da ISS se iniciava com a colocação em órbita do primeiro módulo Zaria

Astronautas da ISS perdem ferramenta no espaço

A caminhada espacial da astronauta da Nasa Heidemarie Stefanyshyn-Piper, na terça-feira, foi marcada por um acidente inusitado: depois da explosão de um aplicador de graxa, a bolsa de ferramentas dela flutuou para o espaço.

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Este foi um dos maiores objetos já perdidos durante passeios espaciais. O acidente aconteceu quando a astronauta tentava limpar e liberar uma junta emperrada na Estação Espacial Internacional.

O problema impede o movimento dos painéis solares de forma a aproveitar ao máximo a energia do sol.

Heidemarie Stefanyshyn-Piper tinha acabado de começar a trabalhar na dobradiça quando o acidente aconteceu. Ela contou que, inicialmente, a graxa se espalhou pela câmera de vídeo e pelas luvas. Depois de limpar tudo, ela disse que a bolsa, do tamanho de uma mochila, escapou das suas mãos e vôo para o infinito. O comentário da astronauta foi curto: "Ah, que ótimo!".

Os trabalhos fora da estação foram concluídos depois de quase sete horas, durante as quais a astronauta teve que dividir as ferramentas com o colega Stephen Bowen.

Stefanyshyn-Piper foi a primeira mulher a liderar uma caminhada espacial. A missão do Endeavour vinha sendo considerada irretocável até o acidente desta terça-feira.

Na primeira atividade fora da ISS na missão de 15 dias, cujo objetivo principal é ampliar o espaço habitável da estação, os astronautas substituíram um tanque de hidrogênio e limparam uma junta rotatória.

O controle da missão informou que o problema não foi grave, já que os trabalhos não precisaram ser interrompidos porque Bowen também carregava uma bolsa com lubrificante. Agora, a Nasa avalia as conseqüências da perda das ferramentas para as futuras missões.

Stefanyshyn-Piper, de 45 anos, e Bowen, de 44, retornaram ao compartimento Quest às 23h01 (de Brasília), após 6h52min de trabalhos fora da ISS.

"Vocês fizeram um trabalho fabuloso", transmitiu aos astronautas o controle da missão no Centro Johnson de Vôos Espaciais da Nasa, em Houston (Texas).

"Foi um prazer trabalhar com vocês", responderam quase ao mesmo tempo Stefanyshyn-Piper e Bowen, antes de fechar as comportas que davam por encerrada a caminhada.

Enquanto isso, dentro da ISS, o especialista Don Pettit e a engenheira de vôo Sandra Magnus operavam o braço robótico do posto orbital, um projeto de US$ 100 bilhões que contou com a participação de 16 países.

Todos os trabalhos desta excursão aconteceram sob a coordenação do especialista Shane Kimbrough.

Os astronautas também transferiram um tanque de nitrogênio vazio da plataforma externa de armazenamento da ISS ao compartimento de carga do "Endeavour", que o transportará de volta à Terra.

Além disso, transferiram um novo acoplamento de mangueira flexível à plataforma externa de armazenamento, e retiraram uma cobertura de isolamento no mecanismo de atraque do módulo japonês "Kibo".

A segunda caminhada da missão - que termina no dia 29 de novembro - será realizada na quinta-feira por Piper e Kimbrough.

Essa caminhada terá um significado especial para a Nasa e os 16 países que participam da construção da ISS, considerada a maior façanha da engenharia espacial.

Nesse dia se comemora os 10 anos do começo de sua construção, a partir do módulo russo "Zarya", uma bomba do tamanho de um ônibus que chegou à órbita em 20 de novembro de 1998.

Após 29 viagens e 115 caminhadas espaciais, a ISS mede mais de 100 metros de comprimento e com seus painéis solares cobre uma superfície similar à de seis quadras de basquete.

Ao término desta missão, a última deste ano, a ISS terá capacidade de receber de forma permanente seis ocupantes, o dobro da atual.

Para ampliar o espaço habitável da ISS, o "Endeavour" levou equipamentos para aumentar o número de quartos, instalações para exercícios físicos, móveis e utensílios domésticos, além de um sistema para reciclar a urina dos astronautas.

"Este é o módulo mais carregado levamos à ISS até agora (...) Vamos transformar uma casa de três dormitórios e um banheiro em uma de cinco dormitórios, dois banheiros e um ginásio", disse Chris Ferguson, comandante do "Endeavour", antes de partir na sexta-feira passada do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida). Agências Internacionais

 Enquanto o astronauta limpava a junta rotatória a bolsa do lubrificante se soltou e acabou se perdendo no espaço
Enquanto o astronauta limpava a junta rotatória a bolsa do lubrificante se soltou e acabou se perdendo no espaço

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cientistas observam buraco negro da Via Láctea

Uma equipe internacional de cientistas observou como o buraco negro supermassivo da Via Láctea, com uma massa 4 milhões de vezes maior que a do Sol, segue devorando matéria no centro da galáxia, informou nesta terça o Centro Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (Csic).

Os pesquisadores, alguns do Csic detectaram intensos brilhos de Sagittarius A (SgrA), o buraco negro supermassivo, situado no centro da galáxia, a 26 mil anos-luz da Terra, que revelariam a existência de nuvens de gás desgarradas ao girar em grande velocidade ao seu redor, tal como comprovado pelos telescópios VLT e Apex.

Os buracos negros são difíceis de observar e este constitui um objetivo especialmente complicado, já que no centro da Via Láctea há enormes quantidades de gás e pó que fazem a radiação que emitem os objetos na longitude de onda visível (o tipo de luz que vêem nossos olhos) se extinguir pelo caminho.

Os telescópios VLT e Apex, situados no Chile, captam ondas infravermelhas e submilimétricas, respectivamente, e trata-se da primeira vez que se obtêm medidas simultâneas de uma fulguração com estes instrumentos.

"O SgrA é visível na luz infravermelha durante curtos períodos de tempo, quando exibe fortes brilhos. Como não se pode prever quando ocorrerão estas fulgurações, não é fácil observá-las com dois telescópios que não estejam no mesmo lugar, porque uma simples nuvem poderia tapar a região do céu que interessa", explica Rainer Schödel, do Instituto de Astrofísica da Andaluzia, no sul da Espanha.

Após várias noites de espera, os astrônomos encarregados do VLT descobriram que o SgrA se ativava e que seu brilho aumentava cada minuto.

Eles alertaram seus colegas do Apex e, durante as seis horas seguintes, todos observaram violentas variações no brilho de SgrA, além de quatro fulgurações maiores.

Como previam os astrônomos, as fulgurações se registraram primeiro por ondas infravermelhas e, uma hora e meia depois, em ondas submilimétricas.

Isto se deve à expansão das nuvens de gás que finalmente caem ao buraco: a velocidade com a qual giram nas últimas órbitas em torno do SgrA faz com que se estirem, aumentando seu tamanho e voltando mais transparentes; é quando então a radiação pode viajar através delas e chegar até a Terra, por fases.

Por enquanto, segundo o analista, só se pode perceber "a emissão do SgrA como um ponto de luz".

No entanto, "como em termos astronômicos se encontra próximo à Terra e é relativamente grande, em cinco ou dez anos esperamos ser capazes de observar diretamente o gás que circula ao seu ao redor", acrescentou.