quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Britânicos trabalham para incluir 'segundo extra' no Big Ben

As comemorações de Ano Novo trouxeram um desafio para os engenheiros que garantem o funcionamento perfeito do principal símbolo da festa em Londres: o Big Ben.

» Último minuto de 2008 terá um segundo a mais

Os engenheiros tiveram que trabalhar no - e contra o - relógio para incluir um segundo extra antes da meia-noite de quarta-feira.

A mudança se tornou necessária por causa da pequena desaceleração na rotação da Terra. Com o avanço da tecnologia, os relógios se tornaram tão precisos que se descobriu que a rotação da Terra pode demorar um pouco mais ou menos que as 24 horas do dia.

Por isso, o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS, na sigla em inglês) acrescenta de vez em quando um "segundo bissexto" na escala de tempo para manter o ritmo de contagem das horas e de rotação da Terra em sincronia.

Aniversário
Desde 1972, já foram acrescentados 23 segundos bissextos. A expectativa era de que milhares de organizações em todo o mundo ajustassem seus relógios na noite de 31 de dezembro.

As horas do Grande Relógio de Westminster, que define quando o Big Ben soa, são marcadas por um pêndulo de 226,8 quilos. O relógio pode ser ajustado ao se acrescentar ou retirar pesos posicionados em uma bandeja sobre o pêndulo.

Neste ano, a atenção em torno do Big Ben passou a ser especialmente maior porque, além de anunciar a chegada de 2009, ele também anunciaria seu 150º aniversário.

BBC Brasil

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Veja as dez fotos mais incríveis do espaço em 2008

Espetáculos de luzes e cores realmente não são privilégios apenas da Terra nas festas de final de ano. Efeitos parecidos com fogos de artifício, enfeites natalinos, fenômenos naturais semelhantes aos do planeta azul, entre outros momentos incríveis do desconhecido universo, foram fotografados em 2008, colorindo e dando vida ao tradicional preto do espaço sideral.

» Veja mais fotos incríveis de 2008

Se não bastassem as milhares de árvores e bugigangas utilizadas no mundo inteiro para celebrar o Natal, parece que as estrelas também resolveram participar da festa. A ESO, agência espacial européia, divulgou imagens de um fenômeno visual raro em que um conjunto de estrelas, conhecido como NGC 2264, formou uma espécie de "árvore natalina" no espaço, com um astro mais brilhante na ponta e os tradicionais adornos azuis brilhantes. O fenômeno se localiza na Constelação de Monoceros (o Unicórnio), a 2,6 mil anos-luz de distância da Terra.

Assim como as pessoas vivem em condomínios fechados, as estrelas também se juntam em aglomerações conhecidas como "metrópoles estelares". Uma delas, a M13, foi identificada pelo telescópio espacial Hubble, da Nasa, agência espacial americana, na constelação de Hércules, a 25 mil anos-luz da Terra. A M13 possui mais de 100 mil corpos celestes que se mantêm juntos pela ação da gravidade e lá passam todo o período de sua existência se locomovendo em torno do pólo, como um redemoinho. Aos olhos do ser humano, o fenômeno se assemelha a uma bola de neve, como se as estrelas fossem os flocos, devido ao forte brilho gerado.

Definitivamente não é somente a Terra que precisa se preocupar com fenômenos naturais que varrem tudo aquilo que está no caminho. Um "tsunami solar", evidentemente muito mais forte que o da Indonésia em dezembro de 2004, foi detectado pelas lentes das espaçonaves gêmeas Stereo, da Nasa, varrendo a atmosfera do Sol a mais de 1 milhão de km/h. Este tipo de tsunami - que naturalmente não envolve água, mas uma onda de pressão - é causado por uma explosão próxima ao Sol, que faz com que um pulso se propague em padrão circular.

Embora as pesquisas espaciais tenham se concentrado este ano na descoberta de água e na busca de vida em Marte, algumas imagens incríveis do espaço não saíram do planeta vermelho. As principais agências espaciais mundiais também apontaram as câmeras para os planetas menos famosos e alguns até desconhecidos.

No início de dezembro, os três astros mais brilhantes durante a noite - os planetas Vênus e Júpiter e a Lua - proporcionaram um espetáculo astronômico raro de ser observado a olho nu. Eles entraram em conjunção após o pôr-do-Sol, que consiste na lenta aproximação dos três astros até o momento final em que ficam totalmente alinhados, deixando visível da Terra apenas a Lua.

O WASP-12b, que orbita em torno de uma espécie de bola de fogo - na verdade uma estrela anfitriã -, possui números de assustar qualquer terráqueo. Alem de atingir a incrível marca de 2.250°C, quase a metade da temperatura do Sol (5.500°C), o "infernal" planeta é pouco mais que uma vez maior que Júpiter (maior planeta do Sistema Solar). WASP-12b ficou com o título de planeta mais quente já descoberto.

A exemplo do planeta mais quente, também foi registrada pelas lentes dos telescópios espaciais Hubble e Spitzer o que pode ser uma das galáxias mais distantes já vistas no universo. A formação, chamada A1689-zD1, foi constituída há mais de 12,8 bilhões de anos.

O ano foi marcado também pelo importante registro da formação de um planeta no interior de um disco de poeira e de gás. O novo corpo celeste não orbita ao redor do Sol, mas em torno de uma jovem estrela com idade entre 8 e 10 milhões de anos.

Após oito anos de buscas, um astrônomo americano conseguiu fotografar um exoplaneta pela primeira vez, com uma câmera do telescópio espacial Hubble, a 25 anos-luz do Sistema Solar. No meio de um mar de poeira cósmica vermelha impera solitário o Fomalhaut b, que orbita a estrela Fomalhaut na constelação de Piscis austrinus (Peixe Austral), situada quatro vezes a distância que separa Netuno do Sol.

Como seria?
Já imaginou se a Terra se envolvesse em uma violenta colisão planetária? Pesquisadores americanos conseguiram responder a pergunta por meio de uma imagem. A fotografia traz dois planetas da constelação de Áries, semelhantes ao nosso, se chocando e provocando enormes massas de pó flutuante. A poeira cósmica carregou os destroços dos planetas e eles desapareceram em meio à onda de energia produzida pela colisão.

Supernova "recém-nascida"
A "bebê" das supernovas - corpos celestes oriundos de grandes explosões estelares -, com apenas 140 anos, foi descoberta este ano pelas lentes de astrônomos americanos. Chamada de G1.9+0.3, a supernova teria causado um flash brilhante quando explodiu há 140 anos que foi visto por causa de poeira. O objeto, que havia sido identificado pela primeira vez em 1985, abre a oportunidade inédita aos cientistas de ver uma estrela morrendo.

A
A "árvore espacial" possui os adornos azuis e uma estrela mais brilhante no topo, assim como as tradicionais de Natal

Preço de viagem à estação espacial subirá em 2009

Os turistas que desejarem viajar à Estação Espacial Internacional (ISS) terão que pagar em 2009 entre US$ 35 e 45 milhões, anunciou hoje a Space Adventures (SA), agência especializada em turismo espacial.

O último turista que viajou ao espaço foi Richard Garriott, diretor-adjunto da SA, que teve que desembolsar US$ 30 milhões por uma estadia de 12 dias em outubro passado na plataforma orbital.

Por outra parte, a SA disse que o preço de uma caminhada espacial para os turistas oscilará entre US$ 45 e 55 milhões, segundo a agência de notícias "Interfax".

Até agora, nenhum turista fez atividades extraveiculares e todos se limitaram a realizar experimentos científicos na ISS.

A Rússia recorreu ao turismo espacial no início da década, devido à grave crise financeira que afetou seu programa espacial após a queda da União Soviética, a primeira potência a enviar um homem ao espaço em 1961.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Tripulação do Columbia soube que iria morrer

Os sete astronautas do ônibus espacial Columbia, que se desintegrou em seu retorno à Terra em 1º de fevereiro de 2003, souberam que iriam morrer 40 segundos antes do contato da nave com a atmosfera terrestre, revelou a Nasa em um relatório.

» Veja o vídeo dos astronautas

Durante esses segundos, os astronautas avisaram que já não controlavam mais o ônibus espacial, cujos destroços caíram sobre uma extensa região do Texas, indica o documento, de 400 páginas.

"Assim que o módulo da tripulação explodiu, acabaram-se as chances de eles sobreviverem com os recursos disponíveis", destacou a Nasa.

O desastre ocorreu quando o Columbia retornava de uma bem-sucedida missão científica de 16 dias e se preparava para aterrissar no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

A tragédia matou o comandante Rick Husband, o piloto Willie McCool, o comandante de carga Michael Anderson e os especialistas David Brown, Kalpana Chawla, Laurel Clark e Ilan Ramon, este último o primeiro astronauta israelense.

Segundo as investigações, o desastre foi causado por um pedaço de espuma isolante, que, ao fazer um buraco no lado esquerdo da nave, permitiu a entrada de ar quente no Columbia e, conseqüentemente, causou sua destruição.

O furo na fuselagem do ônibus espacial ocorreu durante o lançamento, mas os danos nunca foram detectados durante a missão, diz o relatório oficial.

O documento da Nasa também revelou que outros equipamentos dos astronautas tinham problemas, alguns dos quais sequer estavam sendo usados na hora da tragédia.

Os capacetes, os trajes espaciais e até as correias para prender os astronautas terminaram causando "o trauma" que matou a tripulação, indica o documento da agência espacial americana, baseado na análise de vídeos, na perícia dos destroços do Columbia, em conclusões médicas e em simulações por computador.

Segundo os especialistas, que demoraram quatro anos para concluir o relatório, todos os sete astronautas usavam seus trajes espaciais, um deles estava sem capacete, três não usavam luvas e nenhum havia descido o visor antes da queda de pressão dentro da cabine.

O relatório diz ainda que, depois que a tripulação perdeu a consciência por conta da despressurização da nave, as correias que deveriam prender os astronautas pelo ombro não funcionaram.

Como resultado, os tripulantes ficaram expostos ao movimento rotatório do Columbia, presos apenas pelas pernas. Além disso, os capacetes se soltaram da cabeça dos astronautas.

"Conseqüentemente, os tripulantes, inconscientes ou já mortos, sofreram um trauma letal, devido à falta de apoio (...) na parte superior do corpo", declarou a Nasa.

Porém, segundo a agência, nada que tivessem feito nesse momento seria capaz de salvar-lhes a vida, segundo o relatório.

A queda de pressão na cabine "ocorreu tão rapidamente que os membros da tripulação ficaram incapacitados em poucos segundos e antes de conseguirem configurar o traje para se protegerem da despressurização da nave", conclui o relatório.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ISS: astronautas receberão Ano-Novo por 16 vezes

Enquanto as pessoas aguardam o ano inteiro para abrir a espumante em apenas um dia de Réveillon, os astronautas americanos e russos da Estação Espacial Internacional (ISS) serão privilegiados e poderão "comemorar" o Ano-Novo por 16 vezes. A cerca de 400 km de distância da Terra, a ISS se transformará em uma espécie de "máquina do tempo" no próximo dia 31 de dezembro. As informações são do Terra Espanha.

A mudança de datas na Terra avança do Oriente para o Ocidente, enquanto a plataforma orbital voa na direção contrária, completando 16 voltas no planeta a cada 24 horas, ambas de aproximadamente uma hora e meia, segundo explicou Alexandr Kiréyev, chefe do grupo de coordenação balística do Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia (CCVE), citado pela agência Interfax. Durante cada volta, a estação atravessa, um por um, os fusos horários onde o novo dia terá chegado e regressa a outros onde ainda está a data anterior.

"Os cosmonautas receberão o Ano-Novo nas 16 vezes em que cruzarão a barreira do tempo em 2009, mas voltarão 15 vezes a 2008", informou Kiréyev à agência russa. No entanto, os astronautas se limitam a festejar mais de uma vez o Ano-Novo e comemoram a data de acordo com as horas correspondentes aos seus países.

Os tripulantes alcançarão a data pela primeira vez quando estiverem sobrevoando o Pacífico, às 11.01 GMT de 31 de dezembro (9h01 no horário de Brasília), e a última vez sobre as águas do mesmo oceano, às 10.03 GMT (8h01 de Brasília). Atualmente, integram a tripulação o cosmonauta russo Yuri Lonchakov e os americanos Michael Fincke e Sandra Magnus.

10 anos de ISS
A Estação Espacial Internacional, que completou dez anos este ano, é uma base espacial avaliada em US$ 100 milhões que orbita ao redor da Terra, em média a 350 km de altitude. Seu objetivo principal é facilitar a pesquisa científica e a exploração espacial, e sua construção deve finalmente ser concluída em 2010.

Ela sucede a estação orbital russa Mir ("paz" em russo), voluntariamente destruída por causa de sua velhice, em março de 2001, depois de 15 anos no espaço. A história da ISS se iniciou em novembro de 1998 com a colocação em órbita do primeiro módulo Zaria, construído pelos russos e financiado pelos Estados Unidos.

A ISS mantém uma tripulação permanente de três astronautas, que ficam a bordo por períodos de vários meses. A capacidade de acomodação deve ser ampliada para 2009, graças aos materiais e equipamentos trazidos pelo ônibus espacial Endeavour em novembro.

Estação Espacial Internacional se transformará em uma espécie de
Estação Espacial Internacional se transformará em uma espécie de "máquina do tempo" em 31 de dezembro

Rússia planeja 39 lançamentos espaciais em 2009

A Rússia deve lançar 39 foguetes espaciais em 2009 - 12 a mais que no ano anterior -, declarou nesta segunda-feira o diretor da Roskosmos, a agência espacial russa, Anatoli Perminov.

"Estabelecemos para o ano que vem uma quantidade recorde de lançamentos e planejamos lançar 39 (foguetes), mais da metade deles com satélites comerciais e civis", declarou Perminov, citado pela agência de notícias Ria Novosti.

O diretor indicou ainda que a Roskosmos prevê quatro missões espaciais tripuladas para 2009. Em 2008, a Rússia lançou 27 foguetes espaciais - um a mais que em 2006.

A partir de 2010, a Rússia será a única potência espacial capaz de enviar missões tripuladas para a Estação Espacial Internacional (ISS), já que os três ônibus espaciais americanos serão aposentados pela Nasa daqui a um ano e seu substituto, a cápsula Orion, só deve ficar pronta em 2015.

sábado, 27 de dezembro de 2008

China constrói um dos maiores radiotelescópios do mundo

Depois de 14 anos de preparação, a China começou a construir um dos maiores radiotelescópios do mundo, com 500 m de abertura, informou a agência oficial Xinhua.

O Fast (sigla em inglês para Telescópio Esférico de 500 metros de Abertura), como é chamado, não capta luz, mas ondas de rádio emitidas por determinados corpos celestes.

A inauguração do radiotelescópio está prevista para 2013, e vai melhorar os conhecimentos espaciais do país asiático, segundo o Observatório Astronômico Nacional da China, responsável pela obra.

Os cientistas chineses asseguram que sua capacidade de observação será 10 vezes maior que a de outros grandes radiotelescópios do mundo, como o de Arecibo (Porto Rico), que tem 300 metros de diâmetro.

A China gastará no projeto cerca de US$ 100 milhões, e com ele espera poder encontrar, por exemplo, entre 7 mil e 10 mil pulsares (estrelas de nêutrons), frente aos 1,7 mil que atualmente são captados pelos telescópios existentes.

Com informações de agências internacionais

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Cientista cria técnica de mapeamento topográfico de planetas

Nos velhos tempos, quando engenheiros espaciais faziam o mapa de um planeta ou uma lua distante, criavam uma imagem 8x10 de parte da superfície, identificavam dois pontos de referência - uma cratera e alguma protuberância, por exemplo - e mediam a distância entre eles com régua e caneta.

» Veja fotos produzidas pelo cientista

"Então inseríamos o número no computador e calculávamos a latitude e a longitude," lembrou Robert W. Gaskell, especialista em mapeamento planetário. O resultado era bidimensional, apenas com pistas a respeito da textura ou complexidade da superfície.

Não mais. Com computadores modernos, fotografias digitais e rastreamentos a laser, os cientistas hoje fazem um trabalho bem melhor identificando locais a partir de suas espaçonaves, escolhendo áreas de pouso e também descrevendo a paisagem extraterrestre do sistema solar.

E ninguém faz isso melhor que Gaskell. Com o software que ele desenvolveu em um quarto de século de tentativa e erro, ele pode processar centenas de imagens em poucas horas, colocá-las uma sobre a outra eletronicamente, como camadas de tinta, e produzir um mapa topográfico tão detalhado que às vezes você precisa de um par de óculos 3D para apreciar o que ele fez. Aos 63 anos, Gaskell é hoje um explorador espacial.

Ele se aposentou do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em 2006 para se dedicar ao mapeamento em tempo integral e agora trabalha em um escritório repleto de computadores em sua casa no subúrbio de Los Angeles. Ele é membro do Instituto de Ciências Planetárias, em Tucson, Arizona, mas recebe seus próprios subsídios e pode ser descrito como um freelancer.

No momento, Gaskell mapeia Mercúrio e oito luas de Saturno. Ele também tem um contrato com a Nasa para realizar parte do mapa topográfico da Lua terrestre e está trabalhando em um projeto para refinar seu modelo do asteróide próximo à Terra, Eros. Ele fez 12 mil "maplets" sobrepostos de Eros a partir de imagens produzidas pela espaçonave NEAR captadas na virada do século. Ao todo, a NEAR criou 160 mil imagens digitais e "estou processando mil por vez," disse Gaskell.

Gaskel chama o que faz de "estereofotoclinometria." Idealmente ele precisa de pelo menos três imagens de uma paisagem alvo, normalmente tiradas de uma espaçonave orbitando ou uma sonda de passagem rumo a outro destino. Apenas em casos raros as imagens de telescópio conseguem um nível de detalhamento suficiente.

O ângulo do Sol precisa estar diferente em cada quadro, para que cada imagem tenha sombras distintas. Comparando as sombras, o software calcula declives, que revelam as altitudes das características do alvo. O computador soluciona a equação em três dimensões, produzindo um maplet de uma porção da topografia da área.

O objetivo é criar um modelo 3D do corpo inteiro. Uma primeira tomada pode ser feita rapidamente, mas quanto mais imagens e maplets, mais sobreposições são produzidas, aperfeiçoando a topografia até as imagens dos cientistas acabarem. Gaskell começou a trabalhar no Eros em 2002.

Formado pela Universidade McGill e com um Ph.D. em Física, Gaskell iniciou sua carreira no mapeamento celestial em 1984, mas foi em 1989 que ele começou a visualizar as possibilidades, usando imagens da sonda Voyager para estudar a lua vulcânica Io, de Júpiter. Ele construiu seu mapa comparando o brilho de um detalhe em diferentes imagens. Seus computadores não eram capazes de prestar atenção aos ângulos solares, mas, disse, "eu intuitivamente sabia que iluminações diferentes poderiam gerar mais informações."

Sua primeira grande idéia veio em 1995, enquanto utilizava imagens da Viking, da Nasa, para mapear possíveis áreas de pouso em Marte. As imagens foram tiradas com uma diversidade de ângulos solares, e Gaskell entendeu "em cerca de um milissegundo" que com o poder computacional que detinha, ele poderia calcular diferenças de níveis e, assim, construir topografias.

Ele refinou sua técnica e em 2000 a utilizou para mapear Phobos, a maior lua marciana, de forma que um pouso em Marte pudesse usar o mapa como ajuda navegacional. "Tinha talvez cem maplets," disse Gaskell. "Então pensei, por que não fazer da lua inteira? Eu poderia selecionar outros pontos próximos e sobrepor os maplets. Não seria muito mais difícil."

E assim ele fez. Phobos, como se revelou, parece uma batata opaca, alongada e cheia de crateras. O primeiro modelo topográfico de Gaskell usou 146 maplets.

Eros veio a seguir e até agora tem 12 mil maplets. Em seu último emprego no laboratório de propulsão, em 2005, Gaskel recebeu auxílio da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão para construir um modelo topográfico do asteróide Itokawa, outro objeto próximo à Terra com cerca de 500 metros de comprimento, com imagens da espaçonave Hayabusa.

Gaskell agora trabalha em Mercúrio, um projeto que ainda não avançou muito. A sonda Mariner 10 fez três passagens em 1974-75, mas o ângulo solar era o mesmo em todas as imagens, com pouca variação de exposição. A espaçonave Messenger fez duas passagens, fornecendo muito material novo, mas poucas sobreposições. Entretanto, depois que a espaçonave se estabelecer na órbita de Mercúrio em 2011, Gaskell terá todas as imagens que quiser.

Ele reconhece sem restrições que tem mais trabalho do que consegue lidar e, longe de ter ciúmes do procedimento, deseja muito ensinar a outros sua técnica. Nesse ponto, o software de Gaskell pode integrar todos os tipos de informação e fazer parecer fácil. Ele pode usar imagens em alta ou baixa resolução, leituras a laser e mesmo de radares de rádio-telescópios (para Itokawa).

"Sua abordagem é única," disse o geofísico Olivier Barnouin-Jha, do Laboratório da Física Aplicada da Universidade John Hopkins, um colaborador de Gaskell nos projetos Eros, Itokawa e Mercúrio. "Mas não vem tudo pronto como numa caixa preta. Existe muito trabalho manual e agonia no processo."

O software produz mapas topográficos detalhados em 3D, como este, do asteróide Eros
O software produz mapas topográficos detalhados em 3D, como este, do asteróide Eros

Tradução: Amy Traduções

Nova teoria aponta chances de vida em lua de Júpiter

Presos sob o gelo, os oceanos escondidos de Europa, uma das luas de Júpiter, podem ser turbulentos ao invés de plácidos, segundo novo estudo. Tal agitação oceânica se traduz em um maior potencial para a existência de vida.

Robert Tyler, oceanógrafo da Universidade de Washington, usou simulações de computador para mostrar que os efeitos de Júpiter em sua lua Europa podem funcionar de modo diferente do que os cientistas acreditavam. Ao invés de apenas pressionar as partes sólidas da lua - comprimindo as rochas e formando uma concha global de gelo - a força implacável de Júpiter pode também gerar ondas planetárias enormes no oceano submerso de Europa.

Essas ondas poderiam ser os veículos primários de distribuição de energia, como calor, ao longo da lua. A nova teoria se opõe a uma idéia muito difundida de que o oceano de Europa é calmo.

"De repente, toda a nossa concepção se volta para oceanos energéticos que se movimentam sob o gelo," Tyler disse. "Considero o caso específico de Europa, mas os resultados gerais se aplicam igualmente a outras luas com possíveis oceanos," ele escreveu no artigo, que aparece na Nature. Essas luas incluem Calisto e Ganímedes de Júpiter, bem como Encélado e Titã de Saturno.

À procura de calor
Europa orbita Júpiter de uma forma mais ou menos alongada. Quando alcança as curvas mais pontiagudas de cada lado, a lua estremece lançando uma energia reprimida, que se traduz em marés.

Tyler é o primeiro a sugerir que Europa, como a Terra, pode dissipar a maior parte das pressões de marés em ondas oceânicas.

David Stevenson, geólogo planetário do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, disse em um e-mail que a nova teoria é "uma possibilidade interessante."

"Mas no final das contas, o que vejo aqui é uma possibilidade que poderia ser (e provavelmente é) menos importante que a história convencional," ele escreveu. "Claro que seria mais instigante e relevante se não soubéssemos nada sobre como a dissipação acontece. Mas esse não é o caso."

Coisas da vida
A espaçonave Galileo da Nasa investigou Júpiter e suas luas entre 1989 e 2003, enviando dados que apontavam que o oceano de Europa poderia ser de água salgada.

"Isso não significa necessariamente que seja cloreto de sódio (sal)", Tyler disse. "Poderia ser sulfato de magnésio, basicamente sal de Epsom."

Jeff Kargel, geólogo filiado à Universidade do Arizona em Tucson, sugeriu no final dos anos 1990 que os sais de Europa poderiam ajudar a abrigar vida. Kargel apontou que ainda existe muito a ser descoberto sobre a composição e densidade do líquido em Europa e sua camada de gelo.

"O grande fator é a existência de água líquida - e com esse novo estudo apontando para uma fonte de energia - as chances de vida aumentam."

Oceanos turbulentos aumentariam a possibilidade de existir vida em Europa
Oceanos turbulentos aumentariam a possibilidade de existir vida em Europa

Tradução: Amy Traduções

Alpinista basco será o 1º diabético no espaço

Um alpinista basco se transformará em setembro de 2009 no primeiro diabético a ir ao espaço, em uma viagem orbital ao redor da Terra, onde participará de três experimentos científicos relacionados à doença e testará um novo tipo de insulina.

Josu Feijoo, natural da cidade de Vitoria, já havia testado outras vezes novas técnicas, como as que permitem transmitir os valores de glicose no sangue aos médicos em tempo real e de qualquer lugar do mundo, segundo ele mesmo explicou em entrevista.

Ele poderá ir ao espaço graças ao patrocínio de um empresário e sairá em setembro de 2009 na nave VSS Enterprise, de propriedade da Virgin Galactic, que será lançada da base do deserto de Mojave, na Califórnia (EUA), e alcançará uma altura de 135 mil metros.

No espaço, Feijoo testará uma nova insulina que já foi experimentada em terra com animais e com pacientes diabéticos, que permite aplicar injeções da substância apenas três vezes por semana, em vez de diariamente.

O efeito da nova insulina dura entre 48 e 55 horas, e a experiência busca comprovar se seus efeitos não se perdem no espaço exterior.

Para isso, Feijoo fará a viagem com valores de glicose no sangue altos e não usará insulina até que esteja no espaço. Também testará um novo medidor de glicose com um sistema de tele-medicina incorporado, e que a cada 15 minutos transmitirá à Terra os resultados da análise.

O terceiro experimento consistirá em retirar 10 mililitros de sangue para verificar se os níveis de proteínas variam na ausência de gravidade.

O alpinista basco Josu Feijoo se submeterá a três experimentos no espaço
O alpinista basco Josu Feijoo se submeterá a três experimentos no espaço

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Foguete russo lança em órbita três satélites para "GPS"

Um foguete russo Proton, lançado a partir da base de Baikonur, no Cazaquistão, colocou em órbita três satélites para o sistema de navegação Glonass, análogo russo do GPS americano e do europeu Galileu.

Um porta-voz da Roscosmos, a agência espacial da Rússia, afirmou que os três aparelhos entraram em órbita terrestre dez minutos depois do lançamento do foguete portador, transmitido ao vivo pelo canal de televisão russo Vesti e que aconteceu às 8h43 (de Brasília).

Com o lançamento de hoje, o sistema de navegação russo ficou composto por 19 aparelhos Glonass-M, mas, para ter cobertura global completa, deve contar com pelo menos 24, o que ocorrerá no final de 2009, segundo os planos anunciados pelo Ministério da Defesa da Rússia.

O sistema de navegação Glonass, de uso civil e militar, da mesma forma que o GPS e o Galileu, permitirá determinar com exatidão as coordenadas de objetos que estejam em terra, mar ou ar e, além disso, cumprirá outros trabalhos relacionadas com a defesa.

O foguete Proton-M é lançado no Centro Espacial de Baikonour
O foguete Proton-M é lançado no Centro Espacial de Baikonour

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

CORREÇÃO: Nasa divulga imagem de "metrópole estelar"

Diferente do que foi publicado anteriormente pelo Terra, na notícia Nasa divulga imagem de "metrópole estelar", no dia 23 de dezembro de 2008, às 19h02, o correto é anos-luz, e não anoz-luz. A informação foi corrigida no mesmo dia, às 21h08.

Nasa fecha contratos bilionários para abastecer ISS

A Nasa anunciou nesta terça-feira que fechou dois contratos, totalizando US$ 3,5 bilhões, para abastecer a Estação Espacial Internacional (ISS).

Os contratos estabelecem oito lançamentos a cargo da companhia Orbital Sciences Corp e doze da SpaceX, todos para a ISS. A Orbital Sciences receberá US$ 1,9 bilhão e a SpaceX, US$ 1,6 bilhão, disse Bill Gerstenmaier, administrador da Nasa para operações espaciais.

O primeiro lançamento da SpaceX está previsto para dezembro de 2010 e o da Orbital, para outubro de 2011.

Nasa divulga imagem de "metrópole estelar"

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta terça-feira a imagem de uma espécie de "metrópole de estrelas", aglomeração estelar com milhares de corpos celestes que se mantêm juntos pela ação da gravidade. Aos olhos do ser humano, o fenômeno se assemelha a uma bola de neve, como se as estrelas fossem os flocos, devido ao forte brilho gerado.

A fotografia, captada pela sonda espacial Hubble, é da aglomeração estelar M13, situada na constelação de Hércules, a uma distância de 25 mil anos-luz da Terra. A M13 possui mais de 100 mil estrelas que se movimentam em uma região circular com cerca de 150 anos-luz de diâmetro. As estrelas passam o período de sua existência se locomovendo em torno do pólo, como um redemoinho.

Segundo a Nasa, a "metrópole estelar" pode ser facilmente observada no céu à noite, durante o período de inverno nos Estados Unidos. A densidade perto do núcleo do aglomerado é cem vezes maior do que a do Sol. No seu interior, as estrelas podem colidir entre si, formando novos corpos celestes, chamados de "estrelas errantes". O brilho avermelhado é proporcionado pelas estrelas gigantes anciãs e o azul e branco pelas estrelas mais quentes.

As aglomerações possuem algumas das estrelas mais velhas do universo - provavelmente nasceram antes da Via Láctea - e por isso são mais antigas do que qualquer uma das existentes na nossa galáxia. A imagem divulgada foi obtida durante missões de observação do Hubble realizadas em novembro de 1999, abril de 2000, agosto de 2005 e abril de 2006.

A aglomeração M13 tem mais de 100 mil estrelas e fica na constelação de Hércules, a 25 mil anos-luz da Terra
A aglomeração M13 tem mais de 100 mil estrelas e fica na constelação de Hércules, a 25 mil anos-luz da Terra

Inpe e instituto francês firmam acordo na área espacial

Aproveitando a visita do presidente francês Nicolas Sarkozy ao Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e o Institut de Recherche por le Développement (IRD) firmaram nesta terça-feira, no Rio de Janeiro, um acordo para ampliar e aprimorar a cooperação mútua em áreas específicas da ciência, tecnologia e inovação espaciais.

Gilberto Câmara, diretor do Inpe, e Michel Laurent, do IRD, participaram da solenidade na qual os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy assinaram acordos bilaterais.

Em breve, por meio de suas estações de sensoriamento remoto instaladas em Cuiabá (MT) e Cayenne, na Guiana Francesa, Inpe e IRD disponibilizarão imagens dos satélites Cbers, Spot e Envisat para o desenvolvimento de pesquisas na área de monitoramento de florestas tropicais.

O memorando firmado pretende promover o acesso livre aos dados de satélites, ampliar o conhecimento científico e a capacitação com o intercâmbio de estudantes, pesquisadores e técnicos, e cooperar, no interesse comum, para compreender e solucionar problemas sobre o uso do sensoriamento remoto para o desenvolvimento sustentável e pacífico.

Outro objetivo é aprofundar a compreensão mútua de questões científicas, econômicas e sociais nas seguintes áreas: impacto da degradação do meio ambiente na epidemiologia; monitoramento e avaliação das mudanças de cobertura terrestre; gerenciamento de recursos naturais e diversidade biológica; modelagem e monitoramento hidrológico; planejamento urbano; adaptação da sociedade às mudanças climáticas; gerenciamento integrado da zona costeira; gerenciamento sustentável das florestas; construção de bancos de dados para apoio a convenções internacionais sobre meio ambiente; e impacto das atividades humanas sobre o clima.

Para isso, os dois institutos devem promover a compatibilidade nos processos de coleta, análise, arquivamento e disseminação de informações ambientais, para que os dados possam ser facilmente acessados, analisados e integrados.

Primeira viagem humana à Lua completa 40 anos

A missão Apollo 8, que completou 40 anos esta semana, foi a primeira a levar homens à Lua. A viagem, que fazia parte do Projeto Apollo, teve duração de seis dias; do dia 21 ao dia 27 de Dezembro de 1968. Os astronautas Frank Borman, Jim Lovell e William A. Anders foram os primeiros homens a circum-navegar o satélite natural da Terra, abrindo caminho para o pouso histórico que aconteceria sete meses mais tarde, com a Apollo 11. As informações são da CNN.

» Veja mais fotos históricas

Embora os astronautas não tenham pousado no solo lunar, na noite de Natal de 1968, eles foram os primeiros astronautas a abandonar a órbita da Terra, enviando inéditas fotos do solo da Lua.

"Estávamos voando para Lua pela primeira vez", disse Jim Lovell, um dos três astronautas a bordo do histórico vôo."

Mas além da monumental conquista científica, a façanha foi um grande impulso emocional para os americanos no final de um ano particularmente ruim na história dos Estados Unidos.

Em Janeiro daquele ano, na Guerra do Vietnã (1959-1975), ocorreu a Ofensiva do Tet que deixou muitos americanos chocados e com dúvidas de que uma vitória seria possível. Em abril, Martin Luther King foi assassinado, e as ruas de toda a nação foram tomadas por manifestações violentas.

E durante o Verão, o país assistiu com horror como a polícia e manifestantes anti-guerra lutaram nas ruas de Chicago durante a Convenção Nacional Democrática.

O lançamento da Apollo 7, em outubro, foi uma grande vitória para a Nasa, colocando o programa espacial de volta aos trilhos após 22 meses de interrupção. A pausa ocorreu depois que um curto-circuito incendiou o módulo de comando da Apollo 1 durante um teste na plataforma de lançamento do Cabo Kennedy - hoje chamado Cabo Canaveral - na Flórida.

Chegar à Lua era "um grande passo psicológico", disse o astronauta da Apollo 7, Walter Cunningham.

"O público disse: 'Ei, os seres humanos estão indo para o outro corpo do sistema solar'", falou Cunningham à CNN em uma entrevista telefônica.

A missão Apollo 8 produziu uma das mais famosas fotos do programa espacial, mostrando um grande pedaço da lua na cor cinza em primeiro plano e uma grande mancha azul-e-branca da Terra ao fundo.

Em uma histórica transmissão ao vivo naquela noite, a tripulação leu uma passagem do livro Gênesis da Bíblia que foi fechada com os desejos de bom Natal do Comandante Borman: "Nós terminamos com uma boa noite, boa sorte, um Feliz Natal e Deus abençoe a todos vocês, todos vocês na boa Terra".

O momento não poderia ter sido melhor, disse Jim Lovell por telefone. "O fato de estarmos ao redor da lua na véspera de Natal. Um roteirista não poderia ter feito um trabalho melhor".

O sucesso da missão dos Estados Unidos também deu um grande impulso no país na batalha contra a União Soviética para ver quem ficava na frente da corrida espacial.

Os Estados Unidos iriam desembarcar dois homens na lua no Verão de 1969 na Apolo 11, batendo os soviéticos e cumprindo a meta fixada pelo ex-presidente John F. Kennedy, no início da década.

Para o astronauta Edgar Mitchell, a sexta pessoa a andar na lua, a missão Apollo 8 significou um marco importante na história humana. Ele comparou o feito ao início da exploração do Mar Mediterrâneo pelos fenícios, ocorrida quase 3 mil anos antes.

Jim Lovell, astronauta da Apollo 8, também fez parte de outra missão histórica, a Apollo 13, ocorrida em Abril de 1970. Este vôo - comandado por Lovell - tornou-se famoso por um aidente: um sistema de oxigênio à bordo da embarcação explodiu e os três astronautas tiveram que usar improvisados sistemas para sobreviver no retorno à Terra. O seu triunfo sobre a adversidade foi imortalizado no filme "Apollo 13", em que Tom Hanks atuou no papel de Lovell.

"Duas vezes como uma dama de honra, nunca uma noiva", disse ele sorrindo, admitindo que durante anos carregou o ressentimento de que a missão foi um "fracasso".

No entanto, Lovell afirma que aprendeu perfeitamente o que significa o sucesso de uma missão: retornar com segurança à Terra.

Início das missões Apollo possibilitou que o homem desse os primeiros passos na Lua em 20 de julho de 1969
Início das missões Apollo possibilitou que o homem desse os primeiros passos na Lua em 20 de julho de 1969

ISS: astronautas concluem trabalhos de manuteção

Os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) concluíram, depois de seis horas, os trabalhos de manutenção e instalação de novos experimentos científicos. A informação foi divulgada pela Globo News.

O engenheiro de vôo Yury Lonchakov deixou a estação pela primeira vez. Ao lado do comandante Mike Fincke, ele reparou peças atingidas pela radiação solar e instalou novos equipamentos.

Um experimento da Agência Espacial Européia vai medir os efeitos da falta de gravidade sobre amostras de sementes de plantas e bactérias. Os resultados serão monitorados por cientistas durante um ano e meio.

China lança 3° satélite para previsão meteorológica

A China lançou, nessa terça-feira, o seu terceiro satélite geoestacionário para a previsão meteorológica. O Fengyun-2-06 partiu da província de Sichuan, no sudoeste do país, às 8h54 (horário de Beijing) e entrou em órbita 24 minutos depois.

O satélite foi desenvolvido pela Academia Tecnológica de Viagem Espacial de Shanghai, associada à Corporação da Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, para coletar dados sobre a terra, oceano e espaço para a Administração de Meteorologia da China (CMA, na sigla em inglês)

Conforme a CMA, o Fengyun-2-06 pode ajudar a reduzir desastres na China e nos países vizinhos.

O Fengyun-2-06 partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan
O Fengyun-2-06 partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang, na província de Sichuan

Astronautas instalam e recolhem experimentos fora da ISS

Os astronautas Mike Fincke e Yury Lonchakov deixaram hoje a Estação Espacial Internacional (ISS) para seis horas de trabalhos nas quais instalarão e recolherão experimentos científicos.

O comandante Fincke e o engenheiro de vôo Lonchakov deixaram o compartimento Pirs às 22h51 (de Brasília), informou a Nasa, que transmitiu ao vivo a operação em seu site.

Os dois astronautas vão instalar a Sonda Langmuir, um instrumento que medirá o potencial eletromagnético em torno do segmento russo da ISS.

Além disso, vão retirar o segundo de três contêineres do dispositivo científico russo Biorisk-MSN, instalado na plataforma em 2007.

Os astronautas também terão de fechar uma tampa exterior que tinha ficado aberta e recolocar um experimento que tinha sido desalinhado.

Se houver tempo suficiente, os dois astronautas fotografarão a antena do cargueiro russo de nova geração Progress M-01M, que apresentou alguns problemas de funcionamento durante seu lançamento, em 26 de novembro.

A missão número 18 da plataforma orbital é integrada pelo astronauta americano Michael Fincke, comandante da missão, assim como sua colega Sandra Magnus e o cosmonauta russo Valeri Lonchakov.

A ISS é um projeto de US$ 100 bilhões que conta com a participação de 16 países.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Imagem mostra lua gigante passando por trás de Júpiter

Uma curiosa imagem de Ganimedes, maior das luas de Júpiter, captada pelo satélite espacial Hubble, foi divulgada pela Nasa, a agência espacial americana, informou o Science Daily neste domingo. A lua foi fotografada minutos antes de desaparecer por trás do maior planeta do Sistema Solar para depois reaparecer do outro lado.

Segundo o site científico, Ganimedes completa uma órbita em torno de Júpiter a cada sete dias e como sua translação está alinhada com a Terra, o movimento de desaparecer e reaparecer por trás do planeta pôde ser observado. Para os pesquisadores, a lua se parece com uma bola de neve suja ao lado de Júpiter. Devido ao enorme tamanho do planeta, apenas parte do seu hemisfério sul foi visto na imagem.

Composta por rochas e gelo, Ganimedes também é a maior lua do Sistema Solar, e supera em tamanho o planeta Mercúrio. A nitidez da foto permitiu que os cientistas observassem até mesmo a mancha branca que identifica a cratera de Tros, na lua, e uma grande mancha vermelha, semelhante a um olho, na atmosfera de Júpiter - uma tempestade que se mantém há cerca de 300 anos.

Com esse tipo de imagem, os astrônomos conseguem estudar a atmosfera superior do planeta gigante. A movimentação da lua por trás de Júpiter faz com que ela reflita a luz do Sol. Logo, essa luz passa pela atmosfera, acumulando as informações necessárias aos cientistas.

A lua (canto direito) foi fotografada minutos antes de desaparecer por trás de Júpiter para depois reaparecer do outro lado
A lua (canto direito) foi fotografada minutos antes de desaparecer por trás de Júpiter para depois reaparecer do outro lado

ESO divulga imagens de "árvore de Natal" no espaço

A ESO, agência espacial européia, divulgou imagens de um fenômeno visual raro em um conjunto de estrelas conhecido como NGC 2264, que impressionou os cientistas - ainda mais com a proximidade das festas de final de ano. O grupo de estrelas formou uma espécie de árvore de Natal no espaço, com um astro mais brilhante na ponta, lembrando exatamente uma tradição de uma das mais populares festas do ano.

Nas imagens captadas pelo Observatório Europeu do Sul, os pesquisadores puderam identificar a "árvore natalina", com os tradicionais adornos azuis brilhantes, na Constelação de Monoceros (o Unicórnio), que se localiza a cerca de 2,6 mil anos-luz de distância da Terra.

O conjunto é um sistema de estrelas múltiplas que surgiu do pó cósmico e gás há milhões de anos. O espetáculo foi descoberto por William Herschel em observações realizadas no século XVIII.

O efeito é tão luminoso que pode ser visto facilmente com um binóculo e melhor ainda com um pequeno telescópio. A estrela do topo é tão brilhante que não é necessário equipamento algum para observá-la.

Segundo a ESO, a cor avermelhada das fotos seria o gás das nuvens brilhando debaixo dos intensos raios ultravioleta, que se formaram a partir das estrelas mais jovens.

Segundo os cientistas, a
Segundo os cientistas, a "árvore espacial" possui os adornos azuis e uma estrela mais brilhante no topo da imagem

domingo, 21 de dezembro de 2008

Matéria escura pode esvaziar o universo, dizem cientistas

A mesma força misteriosa que está acelerando a expansão do universo também está atrofiando o crescimento de objetos em seu interior, afirmam astrônomos. Depois de ganhar volume rapidamente nos primeiros 10 bilhões de anos do tempo cósmico, os aglomerados galácticos, enxames em forma de nuvem que formam os maiores conglomerados de matéria no universo, têm crescido anemicamente, ou nada, nos últimos cinco bilhões de anos, como adolescentes rebeldes que subitamente começam a recusar refeições.

"Esse resultado pode ser explicado como um caso de desenvolvimento suspenso do universo", disse o Dr. Alexey Vikhlinin, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica, que comandou uma equipe internacional em um projeto que utilizou o observatório espacial de raios-X Chandra, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), para pesar aglomerados galácticos em regiões espaciais distantes. O grupo reportou os resultados em uma entrevista coletiva telefônica e em dois estudos que serão publicados pelo Astrophysical Journal.

Esse atrofiamento do crescimento, diz Vikhlinin, é "a assinatura inconfundível" de uma força antigravitacional que os astrônomos denominam energia escura.

Ela foi descoberta 10 anos atrás por astrônomos que estavam observando estrelas explosivas conhecidas como supernovas, como marcadores de distância para mapear a expansão do universo. Eles constataram que em lugar de se desacelerar devido á gravidade cósmica, como sugeriria o senso comum, o ritmo de expansão do universo estava na verdade aumentando, com as galáxias se afastando a velocidades cada vez maiores.

Os resultados de Vikhlinin se enquadram de maneira quase fantasmagórica aos resultados da observação de supernovas. Os aglomerados crescem pela gravidade, de acordo com a teoria cosmológica, começando como pequenas covinhas em meio ao calor fervilhante do Big Bang e aos poucos atraindo o material circundante, ao longo dos milênios.

A energia escura supostamente trabalha contra a gravidade e tenta propelir de volta a matéria que está sendo atraída a um ponto central, disse Vikhlinin.

Somados a observações anteriores,diz Vikhlinin, esses novos resultados reforçam, mas não confirmam, a suspeita de que a energia escura é uma estranha antigravidade conhecida como constante cosmológica, que foi oferecida como hipótese por Albert Einstein e posteriormente abandonada por ele como "um engano", quase um século atrás.

Caso isso seja verdade, o universo está condenado a se esvaziar, um dia, e todas as galáxias exceto as vizinhas mais próximas da Via Láctea desaparecerão de vista.

Outros astrônomos receberam o trabalho como uma nova avenida de investigação quanto ao que está acontecendo e o que pode acontecer no cosmos.

"Até o momento, apenas uma técnica, a das supernovas, havia detectado a energia escura sem incluir outras observações", disse Michael Turner, da Universidade de Chicago.

O fato de que dois métodos diferentes apresentaram resultados semelhantes quanto à energia escura é um triunfo para a teoria geral da relatividade de Einstein, a mais desenvolvida hipótese sobre a gravidade nos últimos 100 anos, dizem os astrônomos. "Esse foi um teste no qual a relatividade geral poderia ter fracassado", disse William Forman, da Universidade Harvard, membro da equipe de Vikhlinin.

Algumas explicações sobre a energia escura que envolvem modificações da gravidade einsteniana podem estar em vias de extinção, como resultado. O Dr. Adam Riess, da Universidade Johns Hopkins e do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, disse que "se isso fosse uma caçada à raposa, e a energia escura fosse a raposa, creio que o resultado representaria que mais uma rota de fuga está fechada. Mas continua a existir muito terreno para a raposa, e vimos pouco mais que um vislumbre de pêlo".

Os aglomerados galácticos, que podem conter milhares de galáxias individuais, são laboratórios perfeitos para o estudo da gravidade e sua inimiga, a energia escura, em escala grandiosa. Também são fáceis de encontrar. Estão repletos de gás tão quente que este emite raios-X, capazes de ser registrados por observatórios espaciais.

Vikhlinin e seus colegas usaram o Chandra para observar 86 aglomerados galácticos localizados em pesquisa por um satélite de observação anterior, o Rosat.

Os aglomerados localizados consistiam de 37 a cerca de cinco bilhões de anos-luz de distância, e de 49 outros a cerca de meio de bilhão de anos-luz ou mais próximos. Suas massas, determinadas pela extensão das imagens de raios-X e seus espectros, variavam do equivalente a 100 trilhões de vezes a massa do Sol terrestre a quintilhões de sóis.

Comparando seus dados a modelos de evolução cósmica, Vikhlinin constatou que os aglomerados com maior massa representam apenas 20% do número que deveria existir, hoje, em um universo no qual não houvesse energia escura. Os aglomerados, ele diz, "continuam crescendo, mas muito devagar".

Einstein especulou que o espaço vazio estava imbuído de uma energia antigravitacional - a constante cosmológica, que explicaria por que o universo se mantinha estável e não entrava em colapso sob a força de sua própria gravidade. Mas posteriormente o astrônomo Edwin Hubble descobriu que o universo não era estável, mas sim estava se expandindo.

A mecânica quântica moderna prevê que o espaço vazio deve de fato estar imbuído dessa estranha energia, mas a possibilidade de que a energia escura seja na verdade a constante cosmológica de Einstein gerou caos filosófico no mundo da Física.

De acordo com os cálculos, a constante cosmológica deveria ser 1.060 vezes maior do que os astrônomos mediram. A única saída, afirmam alguns físicos e cosmologistas, seria presumir que o nosso universo é apenas um de até 10,5 mil universos paralelos, nos quais as leis da Física incidentalmente são conducentes à nossa existência. Mas muitos outros estudiosos discordam amargamente dessa hipótese.

Como resultado, muitos astrônomos e físicos estão desesperados por provas de outra explicação. Riess disse, sobre a constante cosmológica, que "a melhor coisa que poderíamos aprender sobre isso é que não há como ela existir".

Os novos resultados sobre os aglomerados, combinados a outras medições de supernovas e de microondas cósmicas remanescentes do Big Bang, oferecem as mais precisas medições já identificadas quanto à energia escura, diz Vikhlinin. Sua virulência, medida por um parâmetro conhecido como w, está a 5% de distância da constante cosmológica.

Mas isso ainda deixa grande margem de erro para outras teorias, e alguns astrônomos se preocupam com a possibilidade de que as medidas jamais sejam acuradas o bastante para negar a constante cosmológica. David Spergel, da Universidade de Princeton, disse que os astrônomos precisam continuar se esforçando em meio à escuridão. "O universo já nos surpreendeu no passado", ele disse, "e acredito que o futuro continuará a nos surpreender".

O universo pode estar condenado a se esvaziar, um dia, e todas as galáxias exceto as vizinhas mais próximas da Via Láctea desaparecerão
O universo pode estar condenado a se esvaziar, um dia, e todas as galáxias exceto as vizinhas mais próximas da Via Láctea desaparecerão

TRadução: paulo Migliacci

Foguete Ariane-5 coloca em órbita dois satélites

O consórcio espacial europeu Arianespace colocou em órbita na noite passada, a partir da base espacial de Kuru (Guiana Francesa), dois satélites de telecomunicações para o operador Eutelsat.

Este é o 42º segundo lançamento de um foguete Ariane-5 e o sexto realizado em 2008, precisou a companhia em comunicado, no qual lembrou que os dois satélites são o Hot Bird 9 e o W2M.

O Hot Bird 9 - fabricado pela EADS Astrium - está destinado à difusão de programas de televisão por satélite e a cabo na Europa, no Oriente Médio e no norte da África, e é o segundo de um programa de fabricação de três, o último dos quais está previsto para ser lançado em 12 de fevereiro de 2009.

O satélite W2M foi fabricado entre a EADS Astrium e a ISRO, a agência espacial indiana, e permitirá à Eutelsat oferecer programas de televisão, alimentar redes de dados e cobrirá igualmente Europa, Oriente Médio e norte da África, assim como as ilhas do Oceano Índico.

O foguete europeu Ariane 5 é lançado de uma plataforma em Kourou, na Guiana Francesa
O foguete europeu Ariane 5 é lançado de uma plataforma em Kourou, na Guiana Francesa

sábado, 20 de dezembro de 2008

Equipe revê explosão de estrela que morreu há 400 anos

Uma equipe de astrônomos conseguiu assistir novamente à explosão de uma estrela que morreu há mais de 400 anos através do estudo da luz refletida por nuvens distantes de poeira interestelar. Sua arqueologia astronômica pode dar pistas sobre a energia escura, uma força misteriosa que pode estar separando o universo.

Em novembro de 1572, o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe identificou algo estranho no céu noturno. "Percebi que uma estrela nova e incomum, superando em brilho as outras estrelas, irradiava quase que diretamente sobre minha cabeça," escreveu.

Brahe chamou o objeto de "stella nova", ou estrela nova, mas ela era na verdade a morte explosiva de uma estrela antiga, conhecida hoje como supernova. A supernova perdeu consideravelmente sua força desde a época de Brahe, mas pesquisadores conseguiram identificar um pouco da luz dos dias anteriores à explosão. Seu trabalho foi publicado na Nature.

"O que essencialmente fizemos aqui foi usar a poeira interestelar como um tipo de espelho," disse Oliver Krause, astrônomo do Instituto Max Planck de Astronomia de Heidelberg, Alemanha.

Quando a estrela explodiu, ela irradiou luz para todas as direções. Brahe e seus contemporâneos avistaram a luz que veio em direção ao nosso planeta, mas a luz que viajou para outras direções é geralmente refletida por nuvens de poeira interestelar. Como a luz viaja a uma velocidade finita, as nuvens de poeira a centenas de anos luz de distância do ponto de origem da supernova criam um "eco," que pode ser visto até hoje na Terra.

Aparição estelar
Astrônomos já capturaram ecos luminosos de supernovas antes, mas o da explosão de Brahe é o mais antigo já registrado na Via Láctea. Krause e seus colegas identificaram o eco usando o imponente Telescópio Subaru, de 8,2 metros, localizado no topo do Mauna Kea, Havaí. Eles conseguiram correlacionar a fraca luminescência à explosão original observando o espectro da luz e sua posição no céu. "Foi muito empolgante quando olhamos para nosso monitor e vimos o espectro da supernova de Brahe," afirma Krause.

Suas observações confirmam que a supernova é da variedade conhecida como "tipo 1a." Essas supernovas são criadas pela explosão de pequenas e densas estrelas chamadas anãs brancas. Acredita-se que elas explodam com um brilho determinado, o que as tornam boas ferramentas de aferição da distância de galáxias remotas.

Nos últimos anos, essas medições revelaram que supernovas tipo 1a estão mais distantes do que se pensava, levando pesquisadores a propor que uma misteriosa força chamada "energia escura" está afastando as galáxias entre si. Como a supernova de Brahe fica na Via Láctea, estudar seus resquícios pode ajudar astrônomos a entender melhor supernovas tipo 1a e a própria energia escura.

"É uma boa técnica," diz Adam Riess, astrônomo da Universidade Johns Hopkins de Baltimore, Maryland, que caça supernovas pelo universo. Segundo Riess, astrônomos já suspeitavam que a supernova de Brahe fosse do tipo 1a, mas as pistas eram circunstanciais. Com a observação, não restam dúvidas: "é o tipo de evidência que realmente resolve a questão," diz.

Astrônomos já capturaram ecos luminosos de supernovas antes, mas o da explosão de Brahe é o mais antigo já registrado na Via Láctea
Astrônomos já capturaram ecos luminosos de supernovas antes, mas o da explosão de Brahe é o mais antigo já registrado na Via Láctea

Tradução: Amy Traduções

Consórcio europeu lança foguete com dois satélites

O consórcio espacial europeu Arianespace lançará neste sábado um foguete, o sexto Ariane de 2008, com o qual porá em órbita a partir da base européia espacial de Kuru, na Guiana Francesa, dois satélites de telecomunicações para a operadora Eutelsat.

A missão começará às 23h50 de Paris (20h50 de Brasília) e será a 42ª de uma plataforma de lançamento de tipo Ariane-5, explicou em comunicado a Arianespace, que indicou que os satélites que serão colocados em órbita são o Hot Bird 9 e o W2M.

O Hot Bird 8 tinha sido lançado ao espaço por um foguete russo em agosto de 2006.

Já o Hot Bird 9 - fabricado pela EADS Astrium - está destinado à divulgação de programas de televisão por satélite e por cabo na Europa, no Oriente Médio e no norte da África e é o segundo de um programa de fabricação de três, o último dos quais está previsto que seja lançado no começo de 2009.

O satélite W2M foi fabricado entre EADS Astrium e ISRO, a agência espacial indiana, e permitirá à Eutelsat oferecer programas de televisão e alimentar redes de dados, e cobrirá igualmente Europa, Oriente Médio e norte da África, assim como as ilhas do Oceano Índico.

Ciclos solares podem indicar enchentes e secas, diz estudo

As flutuações do Sol podem ajudar a prever eventos climáticos extremos na Terra com décadas de antecedência, sugerem novas pesquisas. Os ciclos solares são fases de 11 anos durante as quais a atividade do Sol se enfraquece e intensifica, acompanhados de um aumento de manchas solares em sua superfície. Os ciclos, que são determinados pela turbulência magnética do Sol, podem influenciar sistemas meteorológicos da Terra, particularmente a Oscilação Sul do El Niño, um sistema climático periódico associado a enchentes e secas ocorridas principalmente no hemisfério sul.

"O Sol é o motor do nosso clima", disse o autor-líder do estudo Robert Baker, da Universidade da Nova Inglaterra, Austrália. "É como uma corda em vibração - as vibrações passadas podem ser usadas para prever as vibrações futuras."

Essas vibrações são o "enrolar e desenrolar" dos campos magnéticos que fazem com que os pólos solares troquem de posição no começo de cada ciclo.

Similaridades climáticas e solares
Ciclos magnéticos mais longos, de 90 a 400 anos, também podem ser encontrados em registros astronômicos. O Indicador de Oscilação Sul, que mede o Sistema de Oscilação Sul do El Niño, parece corresponder ao ciclo solar de 90 anos, Baker descobriu.

Por exemplo, a atual leitura do índice acompanha intimamente a tendência observada nos anos 1920. Períodos de maiores distúrbios solares estão associados a períodos chuvosos, enquanto a calmaria solar tem relação com as épocas de seca na Austrália, disse Baker.

A pesquisa aparece em uma edição recente do periódico Geographical Research.

Enchentes do futuro?
Dados dos anos 1940, junto a cálculos de astrofísicos sobre ciclos solares futuros, poderiam prever secas e enchentes até 2030, Baker afirmou. "Podemos investigar o futuro com base no passado para fazer previsões dos próximos 10 a 20 anos."

El Niño e La Niña, que criam efeitos climáticos opostos, também afetam a América do Norte. Isso significa que é possível realizar uma previsão de longo alcance da disponibilidade de água no México e no oeste dos Estados Unidos, onde as secas são severas, afirmou Baker.

O modo como os ciclos solares influenciam os sistemas meteorológicos da Terra não é bem compreendido, mas Baker especula que a radiação cósmica pode ser um fator. Por exemplo, a pesquisa de Baker mostra que períodos de alta radiação cósmica coincidem com La Niñas particularmente longas.

"Essa (área de pesquisa) é algo que justifica uma investigação mais profunda," ele disse. Se o índice atual continuar a mimetizar o ciclo dos anos 1920, então 2009 deverá ser outro ano frio em comparação aos anos 1990. No entanto, pode ser difícil prever os próximos anos, ele acrescentou. Isso porque o Sol já descumpriu seu ciclo típico de 11 anos: uma nova rodada deveria ter começado em 2007, mas isso aconteceu apenas recentemente.

Tendências de períodos mais longos podem também influenciar o tempo do novo ciclo, disse Baker. O longo ciclo magnético de 400 anos, por exemplo, deverá terminar em 2020.

Questionável
No entanto, outros cientistas têm dúvidas sobre a consistência da pesquisa e seu valor na previsão de eventos climáticos.

Stuart Larsen, ecologista climático da Universidade Monash, de Melbourne, Austrália, acredita que os ciclos solares possam "ter um papel no controle da variação climática." Mas ele questiona o trabalho de Baker, chamando-o de "estatisticamente falho."

"Não foi demonstrada nenhuma relação causal entre as ocorrências do El Niño e a variabilidade solar, e acredito ser muito improvável que exista qualquer relação direta," disse Larsen, que não esteve envolvido na pesquisa.

Julie Arblaster é climatologista da Agência de Meteorologia de Melbourne. "Embora possa haver alguma influência dos ciclos solares e magnéticos sobre o Índice de Oscilação Sul e as chuvas australianas, a magnitude do sinal é muito pequena," disse Arblaster.

Os ciclos solares são fases de 11 anos durante as quais a atividade do Sol se enfraquece e intensifica
Os ciclos solares são fases de 11 anos durante as quais a atividade do Sol se enfraquece e intensifica

Tradução: Amy Traduções

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Descoberto ambiente capaz de sustentar vida em Marte

A sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter, da Nasa, descobriu em Marte um ambiente capaz de sustentar algum tipo de vida, com depósitos de um mineral que comprovam esta possibilidade, segundo divulgaram cientistas em uma reunião da União Geofísica Americana, em San Francisco, Estados Unidos. As informações são da agência EFE.

O carbonato se forma quando a água e o dióxido de carbono se misturam com cálcio, ferro ou magnésio. O jornal português Diário de Notícias informou que os carbonetos encontrados indicam que Marte teve águas neutras que passaram a alcalinas, quando os minerais se formaram há mais de 3,6 milhões de anos. Segundo o diário, como os carbonetos se dissolvem rapidamente nos ácidos, os cientistas acreditam que alguns ambientes se mantiveram imunes aos efeitos dessa substância.

O achado estava na base de uma cratera com 1.490 km de largura. "Isto é muito excitante. É um material branco, bulboso e quebradiço", afirmou John Mustard, da Universidade Brown, em Rhode Island. Para Bethany Ehlmann, estudante graduada da Universidade de Brown que liderou o estudo publicado na revista Science, "era um ambiente bastante brando, bom para uma vida marciana desde cedo".

Na Terra, os carbonatos como a pedra calcária e o cal, as vezes preservam material orgânico. No entanto, os pesquisadores não encontraram tal evidência em Marte.

Anteriormente, a sonda espacial Phoenix também detectou quantidades pequenas da substância em amostras de solo. Apesar disso, esta é a primeira vez que os cientistas encontram um local de formação. Os depósitos possuem o tamanho de campos de futebol americano e ficaram visíveis nas imagens captadas pela Mars Reconnaissance Orbiter.

Os filosilicatos, que se formam em baixas condições semelhantes às do carbonato - mas que não se dissolvem em ambientes acidificados -, também são abundantes no planeta vermelho. "Existiam estes distintos ambientes de água na história antiga de Marte, aumentando as possibilidades de que tenha existido vida", analisou Richard Zurek, do Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa.

Imagem da sonda Mars Reconnaissance Orbiter identifica o ambiente com carbonato (verde) no solo marciano
Imagem da sonda Mars Reconnaissance Orbiter identifica o ambiente com carbonato (verde) no solo marciano

Nasa lançará satélite para mapear emissões de CO2

A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, lançará um satélite que pode mapear em detalhe a localização de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra. O Observatório Orbital de Carbono (OCO, na sigla em inglês) apontará locais-chave na superfície do planeta onde o CO2 está sendo emitido e absorvido.

O CO2 emitido a partir de atividades humanas é tido como o responsável pelas mudanças climáticas, mas fatos importantes a respeito de sua movimentação pela atmosfera ainda não são totalmente compreendidos.

Para a Nasa, o novo satélite poderá ajudar na compreensão de alguns destes mistérios. "Esta é a primeira aeronave da Nasa especificamente dedicada a mapear o dióxido de carbono. O objetivo da missão OCO é conseguir medidas tão precisas que poderão ser usadas para procurar 'fontes' e 'bacias' de CO2 na superfície", disse o principal pesquisador do projeto David Crisp, que trabalha no laboratório de propulsão a jato da Nasa.

Crisp afirmou que o lançamento do OCO, em um foguete Taurus XL a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia, está agendado para 23 de fevereiro de 2009.

A missão da Nasa foi apresentada na reunião de outono do Sindicato Americano de Geofísica.

Acima da superfície
A Nasa já tem um aparelho para detectar CO2 em seu satélite Aqcua, mas ele apenas examina gases de efeito estufa a cinco ou dez quilômetros acima da superfície terrestre.

O novo satélite vai detalhar a concentração de dióxido de carbono perto da superfície onde seu efeito de aquecimento é mais sentido.

Os mapas globais de concentração de CO2 feitos pelo OCO vão ajudar a equipe de pesquisadores a descobrir onde o gás está entrando na atmosfera e onde está sendo absorvido por plantas terrestres e pelos oceanos.

"Sabemos de onde a maior parte das emissões de combustíveis fósseis está vindo; também sabemos onde coisas como fabricação de cimento estão produzindo grandes quantidades de emissões de CO2", disse Crisp.

"Mas existem outras coisas como queima de biomassa (floresta) e derrubada; e não temos uma boa medida da quantidade do CO2 liberada por estes processos."

"Se você retirar os combustíveis fósseis, que compreendemos com sendo a fonte de 10% do CO2, e observarmos o resto do dióxido de carbono que é introduzido na atmosfera pelas nossas atividades, é 100% incerto", acrescentou.

Mais mistérios
As "bacias" de CO2, locais onde o gás é absorvido, também apresentam mistérios. A Terra estaria absorvendo cerca de 50% do dióxido de carbono que é produzido pelos humanos, a maioria vai para os oceanos. Mas, segundo cientistas, a descrição de outros locais de absorção ainda é pobre.

"Existe um punhado de 'frascos' atmosféricos de coleta (de CO2) pelo planeta e quando aplicamos os modelos para dados, eles mostram que existe uma bacia de carbono nas latitudes centrais e do norte", afirmou o cientista britânico de observação da Terra Shaun Quegan, da Universidade de Sheffield.

"Mas ainda é motivo de debate se fica na América do Norte, na Sibéria ou em outro lugar."

Como os cientistas ainda não têm uma noção exata de onde o CO2 está sendo absorvido, os pesquisadores têm uma compreensão limitada de como estas bacias de CO2 vão evoluir com a mudança climática.

"Vamos dizer que descobriremos que as florestas boreais no Canadá e Sibéria são as bacias primárias de CO2, devido ao seu crescimento rápido durante os meses de verão, quando o Sol aparece", afirmou Crisp.

"Estes ambientes estão mudando de forma dramática agora. Eles vão continuar absorvendo CO2 à medida que o tempo passa? Não sabemos o tamanho do impacto deles atualmente. Por isso o OCO é tão importante", acrescentou.

Luz
O satélite da Nasa leva um único instrumento, o espectrômetro, que separa as várias cores da luz do Sol refletida na superfície da Terra e analisa o espectro para determinar o quanto de dióxido de carbono e oxigênio molecular existe na amostra.

O OCO vai produzir mapas mensais do dióxido de carbono em regiões de 1,6 mil quilômetros quadrados da superfície da Terra com uma precisão de frações de 1%.

Além do novo satélite da Nasa, também será lançado em 2009 um satélite japonês conhecido como Satélite de Observação de gases de Efeito Estufa (GOSAT, na sigla em inglês).

A Europa também está considerando o lançamento de dois satélites de observação de carbono, o A-SCOPE (Observação Espacial e de Carbono Avançada do Planeta Terra) e uma missão chamada BIOMASS, que poderia ser lançada em 2016.

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quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Último minuto de 2008 terá um segundo a mais

O último minuto de 2008 terá 61 segundos para corrigir uma pequena anomalia entre os relógios atômicos e o tempo astronômico, baseado na rotação da Terra. Os segundos intercalares são usados para manter alinhado o Tempo Universal Coordenado (UTC) com as escalares astronômicas variáveis GMT e Hora Universal (UCI).

Entretanto, a União Internacional de Telecomunicações propôs abolir estes segundos intercalares e acrescentar em troca uma hora a cada 600 anos aproximadamente, informa o semanário Scientist.

Isto teria repercussões importantes para o Reino Unido, pois a hora referida ao meridiano de Greenwich (GMT) perderia seu atual status internacional como a região na qual a hora local coincide com a hora universal por meio da qual se acertam todos os relógios.

Esta zona de hora ou tempo universal iria se deslocando para o leste em direção a Paris durante centenas de anos antes de voltar outra vez para Greenwich, localidade próxima a Londres.

A mudança proposta significaria também que, pela primeira vez, a hora oficial não estaria vinculada à rotação astronômica da Terra.

Em vez de segundos, minutos e horas serem reguladas pelo tempo de rotação da Terra, seriam medidos exclusivamente pelas oscilações de átomos de césio.

"Esta mudança teria profundas implicações culturais", afirma Robert Massey, da Royal Astronomical Society.

Também teria implicações para os astrônomos, que teriam que modificar o software operacional de seus telescópios.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Descoberto buraco gigante em campo magnético da Terra

Os satélites da missão espacial Themis, lançados em 2007, descobriram um grande buraco no campo magnético da Terra. Segundo os cientistas da Nasa, a agência espacial americana, a abertura é dez vezes maior do que era esperado e o buraco tem o diâmetro sete vezes maior do que o do nosso planeta.

O campo magnético da Terra, também conhecido como magnetosfera, é uma espécie de bolha magnética que circunda o planeta e protege a superfície terrestre das partículas carregadas pelo vento solar.

Os cientistas explicam que o vento solar carregado de partículas "abre" o buraco na magnetosfera da mesma forma como um polvo envolve um objeto com seus tentáculos - um processo conhecido como "reconexão magnética".

"O campo magnético do Sol se reveste ao redor da magnetosfera, provocando a sua ruptura", afirma o cientista David Sibeck, da Nasa.

A descoberta do buraco foi feita no dia 3 de junho, quando os cinco satélites da nave espacial passaram pela cavidade no momento em que estava se abrindo.

"Já vimos cavidades como essa antes, mas não em escala tão grande", disse Jimmy Raeder, físico da Universidade de New Hampshire que também trabalha no projeto. "O lado diurno inteiro da magnetosfera estava aberto para o vento solar."

Orientação
Além do tamanho da cavidade, a orientação dos campos magnéticos do Sol e da Terra no momento da abertura também surpreendeu os cientistas. Até a descoberta, pensava-se que o escudo de proteção funcionava melhor e impedia que as partículas conseguissem atravessar o campo magnético terrestre quando ele estava alinhado com o campo magnético do Sol.

Acreditava-se ainda que, quando os campos estavam em direções opostas, a abertura era maior.

Os cientistas descobriram que, quando os dois campos magnéticos estão orientados em direções opostas, o número de partículas que atravessam o escudo terrestre é 20 vezes maior do que no momento em que os campos estão alinhados.

Quando um número grande de partículas atravessa o campo magnético terrestre, isso pode provocar tempestades solares, causadas pela liberação das partículas, e também tempestades magnéticas, que podem sobrecarregar cabos de energia com excesso de corrente elétrica e causar apagões.

O grande buraco foi encontrado pelos satélites da missão Themis na magnetosfera
O grande buraco foi encontrado pelos satélites da missão Themis na magnetosfera

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Astrônomos descobrem a água mais distante da Terra

Uma equipe de astrônomos alemães da cidade de Bonn detectou a presença de água à maior distância da Terra registrada até o momento, cerca de 11,1 bilhões de anos-luz.

Um porta-voz do Instituto Max Planck de Radioastronomia de Bonn especificou nesta quarta-feira que as partículas de água foram localizadas no quasar - corpo cósmico que emite grandes ondas de radiação - MG-J0414+0534, uma galáxia ativa muito distante de nosso planeta.

O grupo de astrônomos, que publicará os resultados de seu estudo na revista Nature, estima que a água detectada faz parte de nuvens de gás e pó que são absorvidas por um buraco negro em massa situado no centro do quasar.

Os pesquisadores afirmaram que não se trata de água líquida, mas de moléculas de água muito distantes entre si, que puderam ser detectadas com o radiotelescópio da montanha de Effelsberg, junto a Bonn.

Lua de Saturno pode ter 'vulcões de gelo', dizem cientistas

Titã, a maior das cerca de 60 luas de Saturno, pode ter vulcões de gelo ativos ou que estiveram ativos até recentemente, sugeriram observações feitas a partir da sonda Cassini e apresentadas em reunião na União Geofísica dos Estados Unidos, em São Francisco.

Ao invés de expelir lava, acredita-se que estes vulcões liberariam água gelada, amônia e metano.

Segundo Bob Nelson, da Nasa (agência espacial americana), já foram montados muitos modelos teóricos que mostram que o "criovulcanismo" é viável na região mais afastada do Sol no Sistema Solar, "em um objeto do tamanho de Titã".

Observações anteriores de Titã haviam identificado características intrigantes na superfície da lua que sugeriram a presença de criovulcanismo, mas a espessa atmosfera que encobre o corpo celeste sempre dificultou a confirmação do fenômeno, de acordo com Jonathan Amos, repórter de ciência da BBC News. Mas as evidências da existência de vulcões de gelo aumentam.

Luminosidade
Cientistas da equipe responsável pela Cassini conseguiram localizar duas alterações distintas na luminosidade em dois locais separados na região equatorial de Titã.

As alterações foram identificadas pelo espectômetro da Cassini, quando a sonda sobrevoou Titã entre julho de 2004 e março de 2006.

Em um dos locais identificados, os cientistas encontraram evidências de gelo de amônia, que pode ter vindo do interior de Titã.

"Amônia é um material que muitos acreditam que estaria no interior de Titã, mas não é encontrado na superfície", disse Nelson. "Então, encontrar amônia na superfície em determinados períodos é uma forte indicação de que materiais do interior estão sendo transportados para a superfície."

Outra razão que leva os cientistas a gostarem da teoria de criovulcanismo é que ela explica a quantidade significativa de metano retida na atmosfera de Titã.

Sem meios de reposição, a concentração original de metano desta lua de Saturno deveria ter sido destruída há muito tempo pela luz ultravioleta do Sol.

Mas nem todos os pesquisadores estão convencidos da idéia de vulcões em Titã. Jeffrey Moore, um geólogo da Nasa independente da missão Cassini, disse na reunião que o relevo com aparência de fluxo de lava visto na superfície de Titã "pode ser apenas de detritos gelados que foram lubrificados com chuva de metano e transportados (...) em linhas sinuosas como deslizamentos de terra".

Imagens de radar mostram as delimitações das regiões que sugerem a presença de criovulcanismo
Imagens de radar mostram as delimitações das regiões que sugerem a presença de criovulcanismo

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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Inpe inicia testes em satélites de parceria com China

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou os testes do modelo mecânico dos satélites Cbers-3 e 4, com lançamentos previstos para 2010 e 2013, respectivamente. Realizados no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do Inpe, em São José dos Campos (SP), o objetivo é simular, com ensaios vibratórios e acústicos, as condições que atuam na estrutura do satélite durante a fase de lançamento.

O projeto, fabricação e testes da estrutura mecânica dos satélites é responsabilidade do Brasil, que divide igualmente com a China o desenvolvimento dos Cbers-3 e 4. Para essa etapa, o Inpe contratou o consórcio CFF - Cenic/Fibraforte, que segue projeto preliminar e requisitos estabelecidos pelo instituto.

Os Cbers -3 e 4 representam uma evolução das versões anteriores (CBERS-1, 2 e 2B), este último lançado em setembro de 2007. Para as novas unidades serão utilizadas no módulo carga útil quatro câmeras (Câmera PanMux - Panmux, Câmera Multi Espectral - Muxcam, Imageador por Varredura de Média Resolução - IRSCAM, e Câmera Imageadora de Amplo Campo de Visada - WFICAM) com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados. A órbita dos dois satélites será a mesma que das versão anteriores.

O Inpe é responsável no Brasil pelo Programa Cbers (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O acordo de cooperação espacial com a China, que em 2008 completou 20 anos, resultou na construção, lançamento e operação conjunta de três satélites de sensoriamento remoto, o último no ano passado.

Com a política de dados gratuitos adotada pelo Inpe em 2004, o Programa fez do Brasil o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo. No final de 2007, Brasil e China decidiram oferecer gratuitamente as imagens para todo o continente africano. A distribuição das imagens vai contribuir para que governos e organizações na África monitorem desastres naturais, desmatamento, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.

As informações são do Inpe

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Astrônomos analisam pela 1ª vez buraco negro maciço

Uma equipe de astrônomos conseguiu observar e estudar um buraco negro maciço, situado a 10 bilhões de anos-luz da Terra, anunciou nesta segunda-feira a Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL). Os pesquisadores analisaram a parte interior do disco de crescimento do qual se alimenta o buraco negro "em um nível de detalhe mil vezes superior à capacidade atual dos grandes telescópios", indicou a EPFL em um comunicado.

Para isso, os cientistas utilizaram o grande telescópio VTL (Very Large Telescope), do Observatório Europeu Austral (European Southern Observatory - ESO) e duas "lupas" naturais: uma galáxia e estrelas. Os buracos negros são objetos maciços capazes de devorar estrelas, como ralos gigantes, e nem mesmo a luz pode escapar deles.

"Pudemos provar que a radiação mais energética é emitida na região central, situada a um dia-luz do buraco negro maciço, (...) e conseguimos demonstrar que a energia diminui em função da distância do buraco negro, quase exatamente como previa a teoria", explicou Alexander Eigenbrod, do EPFL.

A equipe, formada por astrônomos europeus e americanos, realizaram seu estudo sobre o chamado disco de crescimento, examinando a "Cruz de Einstein", um célebre reflexo cósmico composto por quatro imagens de uma fonte luminosa - um quasar - muito distante.

Um quasar é uma galáxia brilhante que possui um buraco negro maciço em seu centro. A matéria que cerca o buraco negro é atraída, se aquece e se torna muito luminosa, o que permite a observação de quasares a grandes distâncias.

Este quasar está situado a aproximadamente 10 bilhões de anos-luz da Terra, e sua luz é amplificada pelo campo gravitacional de uma galáxia em primeiro plano, dez vezes mais perto de nosso planeta, o que provoca um efeito de "lente gravitacional" conhecida como "macrolente" ou "lupa cósmica".

China lança satélite de estudo terrestre com sucesso

A China lançou, na manhã desta segunda-feira, o satélite de sensoriamento remoto Yaogan V, do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, na província de Shanxi, norte do país.

O satélite foi lançado com sucesso pelo foguete transportador Longa Marcha-4B às 11h22, de acordo com o centro.

O Yaogan V será utilizado para pesquisa científica, estudo dos recursos terrestres, avaliação de terras cultivadas e prevenção e alívio de desastres.

Seu predecessor, Yaogan IV, foi lançado do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, na província de Gansu, noroeste do país, no dia 1º deste mês. O Yaogan III foi lançado em Taiyuan, em 12 de novembro de 2007.

Os satélites Yaogan I e Yaogan II foram lançados em abril de 2006 e maio de 2007, respectivamente.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Modelo do núcleo de Júpiter muda idéia sobre sua origem

Por sob as camadas de nuvens que giram velozmente em torno do planeta, Júpiter talvez abrigue um núcleo sólido com massa equivalente a 16 vezes a da Terra - mais que o dobro da dimensão que os cientistas estimavam anteriormente para a porção central do astro.

Essa foi a conclusão de um novo e controvertido projeto de simulação por computador que representa a primeira reconsideração radical quanto à questão do núcleo do planeta em cerca de duas décadas. O trabalho redespertou o debate entre os cientistas planetários sobre a maneira pela qual planetas gigantes gasosos como Júpiter teriam se formado inicialmente.

"A maior surpresa foi a presença de um núcleo tão grande", disse o diretor científico do projeto, Burkhard Militzer, da Universidade da Califórnia em Berkeley. "Nós concluíamos que o planeta se deve ter formado por um processo de acreção de núcleo", quando a colisão de grãos de poeira, gelo e pequenos corpos planetários resultou na formação de uma massa por união e fusão para criar embriões planetários e por fim planetas plenamente desenvolvidos.

O centro da questão
Muitos cientistas acreditam que a acreção de núcleo é um bom modelo para o nascimento de planetas rochosos semelhantes à Terra. Mas aplicar esse modelo ao desenvolvimento de planetas gigantes gasosos sempre foi difícil, porque as simulações em computador sempre sugeriram que suas dimensões são tão grandes e eles abrigam tanto gás que não haveria como terem crescido até o seu tamanho atual no período que separa a formação de seu núcleo do momento atual.

Uma das principais teorias alternativas, defendida por Alan Boss, da Carnegie Institution, em Washington, é a da instabilidade de disco. Isso aconteceria quando nuvens de gases dentro de um disco de material de formação de planeta no interior de estrela jovem se resfriam e entram em colapso, formando planetas gigantes gasosos. Mas caso Júpiter de fato apresente um núcleo rochoso bem maior do que se estimava anteriormente, diz Militzer, o modelo da acreção passa a ser uma explicação mais aceitável.

O estudo surgiu apenas dois anos antes da data prevista de lançamento para uma missão recentemente aprovada pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) dos Estados Unidos, o projeto Juno, que talvez seja capaz de colocar um ponto final na disputa iniciada há algumas décadas.

"A verdadeira surpresa que poderia surgir da missão Juno seria que ela constatasse que na verdade Júpiter não tem núcleo algum", disse Boss. "Caso isso venha a acontecer, os dois modelos mais aceitos quanto à formação de Júpiter estariam desacreditados".

Para seu estudo, Militzer e seus colegas usaram modelos avançados de simulação computadorizada a fim de considerar alterações na temperatura, densidade e pressão em diversos pontos, até bem fundo no interior do planeta.

A simulação deles também utilizava dados sobre o tamanho e o campo gravitacional de Júpiter obtidos em viagens anteriores de exploração espacial, de acordo com William Hubbard, co-autor do trabalho e professor da Universidade do Arizona. Detalhes sobre a simulação foram publicados em uma edição recente da revista científica Astrophysical Journal Letters.

Militzer acredita que, depois de sua acreção original, o núcleo recém-formado do planeta Júpiter tenha percorrido uma trajetória considerável pelo Sistema Solar, e durante o percurso recolhido a maior parte do gás disperso que restava no sistema depois da formação do Sol, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. Com base nessa idéia teriam sido necessários apenas 10 milhões de anos para que Júpiter acumulasse suas dimensões atuais, equivalentes a 318 vezes a massa da Terra. Boa parte da massa do planeta é composta pelos gases hidrogênio e hélio.

Mas Hubbard não está pronto para endossar qualquer teoria definida, no momento.

"Não existe acordo nem mesmo entre os especialistas em modelagem quanto ao que está acontecendo em Júpiter", disse ele. "Não defendo de maneira intransigente a teoria de que Júpiter tenha sido necessariamente formado em um processo de acreção de núcleo. Isso representa apenas uma avaliação razoável dos resultados que obtivemos com os nossos modelos. Com a missão Juno, eu gostaria de obter um diagnóstico que demonstre a assinatura de um núcleo, talvez na forma de padrões de circulação do planeta ou talvez pela presença de um campo magnético de forma determinada".

Um salto quântico
A missão Juno deve ser lançada em 2011. Quando chegar a Júpiter, em 2016, a espaçonave acionada por energia solar adotará uma órbita polar altamente elíptica. Durante cerca de um ano, a Juno mapeará os campos magnéticos e gravitacionais de Júpiter com instrumentos de alta precisão, e ao mesmo tempo tentará observar de maneira profunda a atmosfera do planeta.

Adam Burrows, astrofísico da Universidade de Princeton que não tem qualquer conexão com a missão, disse que o projeto Juno representaria "um salto quântico" para a compreensão dos planetas gigantes em geral.

Melhores dados sobre do núcleo de Júpiter, por exemplo, poderiam dar aos pesquisadores novas informações sobre a formação dos mais de 200 planetas gigantes gasosos que foram localizados em órbita de outras estrelas. Mas Ravitt Helled, membro da equipe científica do projeto Juno, que tem por sede a Universidade da Califórnia em Los Angeles, disse que a massa do planeta teria de ser ou muito grande ou muito pequena para revelar informações sobre sua formação.

Boss, da Carnegie Institution, acrescentou que é possível que o núcleo de Júpiter se tenha erodido com a passagem do tempo. Caso isso se confirme, existe a possibilidade de que as informações necessárias a resolver o dilema tenham desaparecido por ação da erosão.

Segundo os cientistas, Júpiter pode abrigar um núcleo sólido com massa equivalente a 16 vezes a da Terra
Segundo os cientistas, Júpiter pode abrigar um núcleo sólido com massa equivalente a 16 vezes a da Terra

Tradução: Paulo Migliacci ME

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Boeing com Endeavour finalmente chega à Flórida

O ônibus espacial Endeavour finalmente está em casa, quase duas semanas depois de ter aterrissado na Terra, vindo de uma missão na Estação Espacial Internacional (ISS). Acoplada a um Boeing 747, modificado especialmente para a viagem, a nave pousou nesta sexta-feira no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. As informações são da agência AP.

» Veja mais fotos da Endeavour

Em 30 de novembro, devido às condições meteorológicas, a nave espacial aterrissou na Califórnia, em vez de pousar na Flórida.

A Nasa havia programado o translado para segunda-feira, mas por causa do mau tempo no sudoeste do país, teve de adiá-lo por duas vezes. O boeing só iniciou a decolagem da Base Edwards da Força Aérea na quarta-feira.

A Nasa, agência espacial americana, informou que a tarefa teve o custo de US$ 1,8 milhão.

Acoplada a um Boeing 747, a nave pousou hoje no Centro Espacial Kennedy, na Flórida
Acoplada a um Boeing 747, a nave pousou hoje no Centro Espacial Kennedy, na Flórida

Lua será maior e mais brilhante na noite desta 6ª

A noite desta sexta-feira proporcionará um espetáculo raro às pessoas que gostam de admirar a Lua. O satélite poderá ser visto em um tamanho maior e muito mais brilhante devido à máxima aproximação com a Terra, algo que não acontecia há 15 anos.

No efeito, a Lua atingirá um tamanho 14% maior e 30% mais brilhante que o habitual, ficando a apenas cerca de 356.613 km de distância. A movimentação também coincidirá com a fase de Lua cheia, dando um aspecto mais extraordinário ao fenômeno.

No entanto, não é realmente a circunferência da Lua que se altera durante a movimentação. "A sensação que temos ao observá-la daqui é o que faz com que o satélite pareça maior e mais brilhante, o que de fato não acontece", explicou Ivandel Lourenço, técnico do Laboratório de Astronomia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Segundo Ivandel, como a órbita lunar forma uma elipse, e não um círculo, existem momentos em que o satélite está mais próximo (perigeu) ou mais distante (apogeu). "À noite, a Lua chegará ao ponto em que fica mais próxima, ou seja, durante o perigeu", conclui.

A diminuição da distância produzirá ainda o fenômeno das marés - pontos em que a água dos mares está mais próxima do satélite, provocando a maré alta. Isso ocorre, de acordo com o especialista, devido à força de atração que a proximidade provoca, aumentando levemente a maré alta.

Além disso, a chegada do solstício de verão, em 21 de dezembro, fará com que o satélite terrestre alcance a maior altura do ano no céu. Outra aproximação deve correr somente em novembro de 2016.