domingo, 31 de agosto de 2008

Nasa considera estender uso de ônibus espaciais

A Nasa estuda a possibilidade de prolongar o programa de ônibus espaciais para além de 2010, data programada para o fim do projeto, segundo a mídia americana.

A agência irá avaliar o que seria necessário para adiar a retirada dos ônibus espaciais até que a projeto elaborado para substituí-los, o Ares-Orion - comece a operar em 2015.

A avaliação teria sido pedida pelo chefe da Nasa, Michael Griffin, segundo um email obtido pelo jornal Orlando Sentinel, da Flórida, com o objetivo de responder a questões que a agência espera receber do Congresso e do próximo presidente americano.

No documento, John Coggeshall, gerente no Centro Espacial Johnson, em Houston, diz que "o programa de ônibus espaciais, juntamente com o (Constelação) e a (estação espacial) receberam um pedido para avaliar a possibilidade de estender os vôos dos ônibus espaciais até 2015".

O porta-voz da Nasa, John Yembrick, descreveu o email como "prematuro." "Os parâmetros do estudo ainda não foram definidos", disse Yembrick. A Nasa estaria ainda comprometida em abandonar o programa de ônibus espaciais até 2010.

No passado, o chefe da Nasa chegou a se opor a uma extensão do programa de ônibus espaciais, alegando que o dinheiro e o esforço necessários iriam impedir o progresso do lançamento dos foguetes Ares e das cápsulos Orion.

Os foguetes e as cápsulas estão sendo desenvolvidos pela Nasa como parte do programa Constelação, que deverá levar astronautas para a Lua, de acordo com o projeto Visão para a Exploração do Espaço anunciado pelo presidente George W. Bush em 2004.

Em abril, Griffin disse ao Senado que há riscos de segurança com os ônibus espaciais.

"Atualmente, há um risco, por missão, de um em 75 de um acidente fatal. Se o programa continuar por mais cinco anos - com duas missões ao ano - o risco seria de um em 12."

Rússia

Nos cinco anos de intervalo entre o fim do programa de ônibus espaciais e os primeiros vôos da Orion, a Nasa irá depender no sistema russo Soyuz para transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

Mas há os que agora questionem a viabilidade desse plano devido à tensão diplomática causada entre os Estados Unidos e a Rússia por conta do conflito com a Geórgia.

Na semana passada, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, John McCain, e outros senadores enviaram uma carta ao presidente Bush pedindo para que ele "dê instruções para que a Nasa não tome nenhuma medida por pelo menos um ano que possa impedir o uso do ônibus espacial depois de 2010."

A carta dizia que a atitude da Rússia durante o conflito com a Geórgia "levanta questões sobre se a Rússia pode ser mesmo um parceiro confiável para Estação Espacial Internacional."

O candidato democrata, Barack Obama, também falou sobre a possibilidade de vôos adicionais do ônibus espacial para reduzir o intervalo de cinco anos.

Atualmente, a Nasa tem um acordo com a Rússia para usar a Soyuz até 2011. Depois disso, a agência teria de buscar aprovação do Congresso para uma extensão.

A Nasa disse no passado que iria custar entre US$ 2,5 bi e US$ 4 bi por ano para manter o programa de ônibus espaciais além de 2010.

BBC Brasil

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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

"Opportunity" deixa a cratera Victoria em Marte

A sonda espacial Opportunity deixou a cratera Victoria em Marte aproveitando o rastro que deixou ao entrar nele há um ano para estudar as rochas de suas encostas, informou nesta sexta-feira a Nasa (agência espacial americana).

A "Opportunity já está em terreno plano", disse Paolo Bellutta, um dos cientistas da missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) da agência espacial americana.

Bellutta acrescentou que o veículo de seis rodas independentes utilizou na quinta-feira o rastro de quase sete metros que deixou há quase um ano quando abandonou a beira da cratera e desceu sobre uma de suas encostas.

Esse foi o capítulo final de uma série de manobras nas quais o veículo se deslocou por cerca de 50 metros e que duraram aproximadamente um mês.

John Callas, diretor do projeto científico da "Opportunity" e de sua gêmea "Spirit", anunciou sua "próxima aventura sobre as planícies de Meridiani, nas imediações da cratera Victoria".

"Entramos sem problemas na cratera, completamos nossa missão, e saímos sem problemas", acrescentou satisfeito com o sucesso do veículo explorador.

Na semana passada, a Nasa anunciou em comunicado que agora a "Opportunity" iniciará a análise das rochas próximas a Victoria, muitas das quais foram lançadas à atmosfera do planeta com o impacto do objeto que criou a cratera.

"Nossa experiência nos diz que há muita diversidade nessas rochas" e seu exame será importante para compreender a geologia da região, disse Scott McLennan, da Universidade Estatal de Nova York, e um dos membros da equipe científica.

A sonda "Opportunity" entrou na cratera no dia 11 de setembro de 2007, um ano após analisar as bordas da Victoria, que tem um diâmetro de cerca de 800 metros.

Ao contrário da "Spirit" que perdeu o uso de uma de suas rodas, as seis da "Opportunity" trabalham perfeitamente e funcionaram 10 vezes mais do que se tinha previsto, informou o JPL.

A "Spirit" retomou seus trabalhos de prospecção na semana passada, após sobreviver ao inclemente inverno marciano, embora só poderá se movimentar uma vez que aumentar a recepção de luz solar nos painéis que lhe proporcionam energia, disse o JPL.

"Ambos os veículos mostram sinais de envelhecimento, mas ainda são capazes de realizar prospecção científica e descobrimentos", sustentou Callas.

Imagem cedida pela Nasa mostra marcas da passagem do veículo
Imagem cedida pela Nasa mostra marcas da passagem do veículo "Opportunity" em solo marciano

vc repórter: fenômeno Halo é visto em São Paulo

O fenômeno solar Halo foi visto hoje em todo o Estado de São Paulo. Isso ocorre quando há nuvens muito altas na atmosfera, não observadas a olho nu, formadas por cristais de gelo. A luz do sol incide sobre essas nuvens, ocorre uma refração, as luzes se dispersam e observa-se o Halo. O princípio desse fenômeno é parecido com o do arco-íris, explica a meteorologista da Climatempo, Aline Tochio.

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Segundo Aline, esse fenômeno é comum e tem ocorrido com freqüência, já que esse tipo de nuvem tem sido bastante observada pelos meteorologistas. O Halo também pode se formar com a luz da lua.

Os internautas Gabriela Baffa, de Iguape (SP), Heverton Pesentti, de Caieiras (SP), Brunna Thalita, de Itanhaém (SP), Eduardo Butturi Pires, de São Paulo (SP), Mario Troise, de Vinhedo (SP), Stella Ruiz, de Mauá (SP), Antonio Feliciano, de São Paulo (SP), Elaine Escame, de São Paulo (SP), Jorge Aparecido Camargo e Michel Staggemeier, ambos de Campo Limpo Paulista (SP), participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Órbita da ISS é modificada para evitar colisão

A altura da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) foi reduzida para evitar uma possível colisão com lixo espacial, informou nesta quinta-feira o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia em comunicado.

A correção da órbita foi realizada às 20h 11 (13h 11 de Brasília) de quarta-feira, com ajuda dos propulsores do veículo espacial europeu Julio Verne, acoplado à ISS.

"Os serviços russo e americano de controle do espaço orbital informaram sobre a possível colisão, e esses dados foram utilizados pelos especialistas em balística do CCVE para calcular a correção da órbita da ISS", acrescenta o texto.

Após a manobra, a altura média da órbita da ISS se reduziu em 1,7 km, e é atualmente de 353,7 km. No entanto, a tripulação da plataforma orbital, integrada pelos cosmonautas russos Serguei Vólkov e Oleg Kononenko e pelo astronauta americano Greg Chamitoff, continuou seu trabalho segundo o programa.

Em 13 de agosto, a nave européia realizou pela quarta vez uma manobra de correção a fim de colocar a ISS em uma órbita que garanta condições ideais para o acoplamento das naves russas Progress M-65 e Soyuz TMA-13, cujos lançamentos estão previstos para setembro e outubro, respectivamente.

Habitualmente, a altura de órbita média da ISS oscila entre 360 e 330 km. A plataforma perde entre 100 e 150 metros de altura a cada dia por causa da gravitação terrestre, da atividade solar e de outros fatores, e por isso, três ou quatro vezes ao ano se realizam correções de sua órbita com ajuda dos motores das naves de carga.

A órbita da plataforma é elevada regularmente vários quilômetros, manobra de correção na qual até há pouco se utilizavam as naves americanas e a naves russas "Progress", tarefa à qual agora se somou o cargueiro europeu.

Com seus propulsores, as naves acopladas também podem modificar a orientação da ISS com relação ao Sol, sua inclinação em relação ao eixo terrestre, seu período de rotação em torno da Terra e sua velocidade de vôo.

A órbita da plataforma espacial também foi corrigida em várias ocasiões para evitar possíveis colisões com meteoritos, lixo espacial e satélites.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Astronauta diz ser mais ecologista após ver Terra do espaço

O astronauta americano Garrett Erin Reisman, que retornou do espaço na nave "Discovery" há apenas dois meses, afirmou hoje que se tornou mais ecologista desde que observou a fragilidade da Terra do exterior.

"Quando vi a Terra de cima pela primeira vez, era linda, impressionante, estava em paz, mas o que realmente mudou minha forma de pensar foi ver o horizonte, porque fez com que me desse conta de que nosso planeta é muito mais frágil do que eu achava, portanto me tornei mais ecologista desde então", assegurou o astronauta.

Reisman foi hoje ao Museu de História Natural de Nova York, onde deu uma palestra e compartilhou com jovens da cidade sua experiência durante três meses girando ao redor da Terra a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).

Este especialista em engenharia mecânica chegou à ISS a bordo da nave espacial "Endeavour" em 11 de março e voltou à Terra com a tripulação da missão STS-124 na "Discovery" em 14 de junho.

"O retorno à Terra foi realmente suave e sem complicações, como em um avião, não tive que utilizar o saco para enjôo que levava na mão", afirmou perante as dezenas de crianças e jovens que escutavam atentamente.

Reisman, de 40 anos e natural de Nova Jersey, estimulou os jovens a se interessarem por astronomia e contou todas as curiosidades sobre a vida no espaço, como suas impressões durante a viagem ou a forma como se adaptou a ela.

"O cérebro se confunde, é difícil manter o equilíbrio e dormir", porque, explicou, a cada 45 minutos aproximadamente o sol sai de novo.

Por isso, "tomamos como referência o horário do meridiano de Greenwich, e nos levantamos e deitamos como faríamos em Londres", disse o astronauta, que afirma que "o mais extraordinário" de sua experiência no exterior foram os passeios espaciais.

Ao ser perguntado sobre se já tinha visto ETs, Reisman brincou ao afirmar que não os viu, porque são muito pequenos e vivem nas camas das crianças.

Phoenix capta pôr-do-sol derretendo gelo em Marte

Uma imagem captada pela sonda espacial Phoenix registrou o momento que uma fina camada de gelo na superfície de Marte se tornou visível e, minutos depois, derreteu devido ao Sol que se pôs no horizonte. Segundo a Nasa, a agência espacial americana, a fotografia foi tirada em 14 de agosto, no 79º dia da missão após a aterrissagem no planeta vermelho.

A agência espacial informou que o Sol estava 22 graus acima do horizonte, possibilitando à sonda ter uma idéia mais detalhada do relevo marciano. As cores da imagem foram retocadas pela fonte, identificando o desnivelamento da superfície.

No início de agosto, amostras de solo marciano analisadas pelos instrumentos da Phoenix identificaram a provável presença de perclorato, uma substância corrosiva que poderia excluir a possibilidade da existência de alguma forma de vida.

Porém, o principal cientista da missão, Peter Smith, explicou que a descoberta, que ainda deve ser confirmada por outras análises, não compromete em nada o caráter habitável do Planeta Vermelho.

A sonda Phoenix foi lançada em 4 de agosto de 2007, com o objetivo de pesquisar a zona do pólo norte do planeta vermelho, onde aterrissou com sucesso em 25 de maio de 2008.

Massa mínima de galáxia é 10 mi de vezes a do Sol

A massa mínima de uma galáxia é dez milhões de vezes a massa do Sol, segundo um estudo da Universidade da Califórnia publicado na revista científica britânica Nature. Após calcular a velocidade das estrelas de 23 pequenas galáxias que orbitam ao redor da Via Láctea (a partir das medidas de luminosidade), a equipe liderada por Louis Strigari fez estimativas de suas massas.

A luminosidade destas galáxias varia entre um bilhão e 100 bilhões de vezes a do Sol, por isso os cientistas esperavam que as massas variassem em função da intensidade de luz que emitem.

No entanto, os cientistas se surpreenderam ao comprovarem que a massa era constante, o que indica que as galáxias menos luminosas têm muita matéria escura, que é um material invisível só detectado por sua força gravitacional. Os cientistas sabem muito pouco sobre as propriedades microscópicas da matéria escura, que compõe mais de 83% do universo.

O que se conhece é que a matéria escura determina o crescimento estrutural do universo, atrai matéria normal e está na origem de novas galáxias. Em comunicado, os pesquisadores explicam que a massa mínima de uma galáxia corresponderia ao menor bloco de construção nascido da matéria escura.

As estrelas que se formam a partir desses blocos se agrupariam, mais tarde, em galáxias.

Computadores da ISS têm vírus que rouba senhas

Os computadores portáteis enviados à Estação Espacial Internacional (ISS) em julho estão infectados com o vírus W32.Gammima.AG, informou hoje a agência oficial russa "RIA Novosti". Este worm, cujo principal objetivo é roubar senhas de vários jogos muito populares na Ásia, como Maple Story, Huang Yi Online e Talesweaver, apareceu pela primeira vez na Terra em agosto do ano passado.

Através dos computadores portáteis infectados com o W32.Gammima.AG, que não têm programas antivírus, os astronautas enviavam e-mails à Terra. O vírus, que chegou à ISS por vias ainda desconhecidas, não tem capacidade de causar nenhum dano aos sistemas de controle da plataforma orbital, segundo a Nasa.

A porta-voz da Nasa Kelly Humphries destacou que a ISS não tem acesso à Internet e explicou que os dados são transferidos por meio de um canal de rádio e sempre são verificados, e por isso é possível que os computadores tenham sido infectados quando ainda estavam na Terra.

Não é a primeira vez que programas nocivos chegam ao espaço embora, segundo a Nasa, isso aconteça com pouca freqüência e não afete o funcionamento da ISS. A agência espacial americana pretende agora criar sistemas de segurança especiais para evitar incidentes similares no futuro.

EFE

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terça-feira, 26 de agosto de 2008

Sonda "Opportunity" conclui estudo da cratera Victoria em Marte

A sonda "Opportunity" terminou seu estudo da cratera Victoria em Marte e se prepara para retornar às planícies do planeta vermelho, informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

O veículo pousou há quase um ano em uma das encostas da cratera para estudar a composição de suas rochas.

"Fizemos tudo o que tínhamos que fazer quando entramos na cratera Victoria e muito mais", disse Bruce Banerdt, cientista da "Opportunity" e de seu veículo gêmeo "Spirit" do JPL.

Um comunicado do organismo científico da Nasa assinalou que, agora, a "Opportunity" iniciará a análise das rochas próximas, muitas das quais foram lançadas à atmosfera do planeta com o impacto do objeto que criou a cratera.

"Nossa experiência nos diz que há muita diversidade nessas rochas" e seu exame será importante para compreender a geologia da região, disse Scott McLennan, da Universidade Estadual de Nova York, e um dos membros da equipe científica.

"Opportunity" entrou na cratera no dia 11 de setembro de 2007, um ano após analisar as bordas de Victoria, que tem um diâmetro de aproximadamente 800 metros.

Ao contrário da "Spirit" que perdeu a função de uma de suas rodas, as seis de "Opportunity" trabalham perfeitamente e seu funcionamento foi dez vezes melhor que o esperado, afirma o JPL em comunicado.

"Se só cinco rodas da ''Opportunity'' tivessem funcionado, nunca teria conseguido sair da cratera", declarou Bill Nelson, diretor da missão do veículo no JPL.

Segundo o JPL, a "Spirit" retomou suas observações após sobreviver ao forte inverno marciano, no entanto, só poderá se movimentar quando for aumentada a recepção de luz solar pelos painéis que geram sua energia.

"Ambos os veículos mostram sinais de envelhecimento, mas ainda são capazes de realizar prospecção científica e descobertas", disse John Callas, diretor do projeto.

Os dois veículos desceram na superfície marciana em janeiro de 2004 e dois meses depois, em uma de suas principais descobertas, confirmaram que Marte teve água em seu passado remoto.

Apesar de terem sido projetados para cumprir tarefas durante três meses em Marte, os dois veículos funcionaram quase ininterruptamente durante mais de quatro anos.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Astrônomos descobrem grupo gigante de galáxias

O observatório astronômico europeu XMM-Newton encontrou o maior grupo de galáxias jamais visto no universo, uma descoberta que pode confirmar a existência da energia negra, anunciou nesta segunda-feira em um comunicado a Agência espacial européia (Esa).

Este "monstro", batizado 2XMM J083026+524133, deve conter "uma massa correspondente a mil galáxias" e foi observado quando o XMM-Newton, que tem como missão estabelecer um catálogo de fontes cósmicas emissoras de raios X (planetas, cometas, quasares...) estava focalizado em outro objeto.

O J083026+524133 foi visto porque forma uma mancha muito brilhante. Observado em seguida com um potente telescópio de Arizona, se revelou um grupo de galáxias com mil vezes a massa de nossa galáxia, a Via Láctea.

"A presença deste grupo confirma bem a existência de um elemento misterioso do Universo, a energia negra", suposto responsável pela aceleração da expansão do Universo, destacou em um comunicado Georg Lamer, do Instituto de astrofísica de Potsdam (Alemanha)

"Grupos de galáxias tão grandes como este são objetos raros no Universo", indicou. "E a existência destas galáxias só pode ser explicada pela energia negra", continuou.

Segundo os astrofísicos, a maior parte do grupo situado a 7,7 bilhões de anos-luz seria formada de um gás a temperatura de 100 milhões de graus.

A equipe de astrofísicos que encontrou este grupo de galáxias estudava o catálogo de 190.000 fontes de raios X do XMM-Newton (X-Ray Multimirror Mission/Espelhos múltiplos para o estudo dos raios X), que realizou 3.500 observações em 1% do céu.

sábado, 23 de agosto de 2008

Astrônomos buscam medida da velocidade do universo

Na esperança de compreender por que a costura do universo parece estar se desprendendo, um jovem astrônomo e seus colegas embarcaram em uma das jornadas mais antigas da cosmologia - medir a velocidade da expansão do universo, seu tamanho e sua idade.

Essa informação está codificada no valor de um número esquivo, conhecido como constante de Hubble, que entretém astrônomos há quase três quartos de século.

"É o número mais fundamental da cosmologia", disse Adam Riess, 38, astrônomo do Instituto Científico do Telescópio Espacial e da Universidade Johns Hopkins, e um dos descobridores, há 10 anos, de que um tipo de "energia escura" estava acelerando a expansão do universo.

Nesta primavera americana, Riess anunciou que ele e seu colega Lucas Macri da Universidade do Texas haviam usado o Telescópio Espacial Hubble para realizar a mais nova e precisa medição desse parâmetro, fato que chamou de "triunfo da metrologia."

Expressa nos termos singulares que os astrônomos adoram, a constante de Hubble, relata Riess, é de 74 km por segundo por megaparesc. Isso significa que a cada milhão adicional de parsecs (cerca de 3,36 milhões de anos-luz) que uma galáxia se distancia de nós, ela acelera 74 km por segundo.

A novidade não é o valor de Riess, que corrobora em geral o resultado da equipe do telescópio espacial anterior, liderada por Wendy Freedman, diretora dos Observatórios Carnegie, e que baseou seus cálculos em medições da radiação residual supostamente liberada pelo Big Bang. O que é inédito é a precisão com que o grupo afirma ter calculado o valor: uma incerteza de apenas 4,3%.

Há apenas 30 anos, astrônomos renomados não conseguiam chegar a um acordo quanto ao valor da constante de Hubble, cuja discrepância chegava ao dobro, deixando todos os outros parâmetros da cosmologia incertos pela mesma discrepância e sendo alvos de chacota dos outros campos da ciência.

Mas esta é considerada a era da cosmologia precisa. "Não estou dizendo que vamos chegar a 1%," disse Riess, "mas talvez cheguemos."

O anúncio de Riess foi considerado um início promissor por astrônomos e cosmólogos preocupados com o futuro do universo e da física. Saber o valor preciso da taxa de expansão do universo, explicam, é a chave para compreender a energia escura. Quanto mais preciso for o valor da constante de Hubble, maior será a precisão na determinação das propriedades dessa força enigmática, quase cinematográfica.

"Acho que o trabalho de Adam é bom," disse Freedman, que liderou os esforços com o telescópio espacial para medir a constante. Mas ela e outros acrescentaram que algumas partes do esquema de Riess podem ser vulneráveis a certos tipos de erros sistemáticos, que levaram gerações anteriores de astrônomos a controvérsias - a influência da poeira e da química galáctica, por exemplo, no brilho de estrelas distantes.

Por e-mail, John Huchra, do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, escreveu, "sabemos de vários bichos-papões."

O que está em jogo não é apenas a energia escura. Cosmólogos desejam saber se o chamado modelo padronizado do universo faz sentido. O universo tem de fato 13,7 bilhões de anos, está cheio de matéria escura e de energia escura e salpicado de galáxias que cresceram pela gravidade de flutuações microscópicas aleatórias no Big Bang?

Esse universo é descrito matematicamente por meia dúzia de parâmetros fundamentais, a partir dos quais a constante de Hubble é calculada. Mas para testar o modelo em "um nível fisicamente interessante," nas palavras de Huchra, a constante de Hubble, assim como outros parâmetros, precisa ser de fato medida com o máximo de exatidão.

Tanto o telescópio quanto a "constante" carregam o nome de Edwin Hubble, astrônomo do Monte Wilson que descobriu em 1929 que o universo estava em expansão. Esse parâmetro não é de fato uma constante. No transcorrer do tempo cósmico, a gravidade tenta desacelerar a expansão, enquanto a energia escura tenta acelerá-la, como astrônomos surpreendentemente descobriram há 10 anos.

A história da constante de Hubble viu muitos inícios promissores que logo afundaram com as dificuldades em estimar as distâncias precisas daquelas luzes embaçadas e turvas no céu, ou seja, galáxias.

O telescópio Hale de 200 polegadas, inaugurado em 1948 no Monte Palomar, Califórnia, e o Telescópio Espacial Hubble, lançado 42 anos depois, deveriam resolver o problema.

Allan Sandage, também dos Observatórios Carnegie, que herdou o universo após a morte de Hubble em 1953 e se dedica à medição da constante de Hubble desde então, costuma dizer que a astronomia é uma ciência impossível. "É maravilhoso conseguir uma distância," disse uma vez, "porque é quase impossível acreditar que você possa fazer isso."

Os astrônomos fazem triangulações para determinar a distância das estrelas mais próximas, observando como elas mudam em relação às estrelas ao fundo e enquanto a Terra gira em sua órbita ao redor do Sol. Mas para medir distâncias maiores, eles precisam encontrar as chamadas velas padrão. Elas são estrelas ou outros objetos cujas luminosidades intrínsecas são conhecidas, o que permite inferir suas distâncias a partir de seu brilho aparente.

Entre as velas mais confiáveis estão as cefeidas, estrelas pulsantes que brilham e se extinguem em um padrão definido. Quanto mais brilhantes elas são, mais longo é seu ciclo. Assim, essa estrela cintilando em uma galáxia distante fornece sua luminosidade e distância.

Infelizmente, as mais brilhantes velas, e portanto as mais úteis, são também as mais raras e difíceis de encontrar.

Por isso, os navegantes do cosmos precisam avançar em direção a elas por meio de uma "escala de distância," calibrando as estrelas próximas e as usando como medida para calibrar as mais brilhantes, raras e distantes "velas padrão". As velas padrão preferidas de muitos astrônomos são estrelas explosivas, conhecidas como supernovas do Tipo 1a, brilhantes o suficiente para serem vistas do outro lado do universo.

Mas à medida que os astrônomos avançam nas calibragens a partir das estrelas mais próximas, pequenos erros nos ajustes se multiplicam e a distância de suas velas fica mais incerta.

De acordo com uma compilação recente de Huchra, mais de 500 valores da constante de Hubble já foram publicados. Os astrônomos estão agora perto de chegar a um acordo.

No últimos anos, as duas principais equipes que calculavam a constante com o telescópio Hubble, uma liderada por Freedman e a outra por Sandage, chegaram a respostas com 15% de diferença, 70 e 62, respectivamente, com margens de erro de 10% que acabam criando uma pequena sobreposição.

E as coisas poderiam ter parado por aí, disse Riess. Poucos americanos perdem o sono esperando saber a taxa de expansão do universo com uma precisão de 1%. Para a maioria das pessoas, saber que o universo está se expandindo já é perturbador o suficiente. E a energia escura só piora a situação.

Não são poucos os físicos e astrônomos que perdem o sono especulando se a energia escura impulsionando esse comportamento é um fator de correção que Einstein inventou em 1917 para manter o universo estático, que foi descartado mais tarde.

Riess compara as diferentes formas de observação cosmológica que criam o modelo cosmológico padrão aos raios de uma roda de bicicleta. Para mirar na energia escura, "precisamos circular em volta da roda calibrando os raios," ele disse.

Há dois anos, Riess percebeu que um dos raios mais fáceis de se calibrar era a constante de Hubble. Em um cálculo típico, por exemplo, a incerteza da constante de Hubble se traduz em duas vezes mais incerteza na medida do vigor da energia escura. Então diminuir a incerteza da Hubble é um grande avanço para a melhora das estimativas da energia escura.

Todas as medições da constante de Hubble sofreram com o fato de haver divisões demais na escala de distância, e portanto mais chances de erro, Riess disse.

Medir a constante de Hubble dessa forma, disse, é como medir um quarto com uma régua. Todas as vezes que você pega a régua e a coloca novamente para continuar, você está sujeito a erros. "O que você precisa é de uma fita métrica," disse.

A fita métrica de Riess é o Telescópio Espacial Hubble, e seu instrumento de trabalho, a Câmera Avançada de Pesquisas. A dupla pode encontrar e medir as valiosas cefeidas em distâncias muito maiores que outros telescópios, disse, e assim, pular várias calibragens intermediárias com suas chances de erro.

"Dados e técnicas melhores vêm com o tempo, quer queira quer não," Riess disse por e-mail. "Quero deixar claro que a constante de Hubble pode ser medida com melhor precisão que no passado e não deve ser mais controversa do que qualquer outro parâmetro físico que medimos."

A escala de distância de Riess tem apenas três divisões e um telescópio, saltando das vizinhanças da Via Láctea para explosões de supernova a bilhões de anos-luz.

Ela começa com uma galáxia chamada NGC 4258 (conhecida como Messier 106 na Ursa Maior), onde astrônomos encontraram nuvens emitindo ondas de rádio na freqüência característica do vapor d'água circulante no centro da galáxia, e com as importantes cefeidas.

Em 1999, ao monitorar as velocidades e o movimento pelo espaço dessas nuvens com observações de rádio de alta-resolução, a equipe liderada por James Hernstein no Observatório Nacional de Radioastronomia, em Socorro, Novo México, determinou sua distância em 23,5 milhões de anos-luz.

Essa informação permitiu a Riess e sua equipe calibrar as cefeidas, que foram depois usadas para calibrar as supernovas.

Muitos astrônomos disseram que era preocupante o fato da calibragem das cefeídas de Riess, e portanto toda sua escala de distância, depender de apenas aquela galáxia. Seria desejável, disseram, ter distâncias precisas de mais galáxias, que é o que planeja Jim Braatz, do Observatório Nacional de Radioastronomia, na Virgínia.

Enquanto isso, como técnica reserva de calibragem das cefeidas, Riess e seus colegas utilizam os confiáveis sensores de orientação do Hubble, que ajudam o telescópio a encontrar e rastrear estrelas, para triangular as distâncias das cefeidas em nossa galáxia. Os resultados para a constante de Hubble são os mesmos, disse.

Portanto, a jornada de Riess pela trilha do Hubble está apenas começando. Os resultados provavelmente vão ficar "um bocado melhores" nos próximos meses, disse.

Astronautas vão tentar reparar a câmera avançada, que quebrou no ano passado, durante a transmissão final do Hubble em outubro. Se tiverem sucesso, Riess e sua equipe poderão usar a câmera para ampliar sua busca por supernovas e cefeidas.

No outro extremo da escala, novas pesquisas com telescópio, incluindo o Pan-STARRS (sigla em inglês para Telescópio de Pesquisa Panorâmica e Sistema de Resposta Rápida), cujo protótipo está em operação no topo do Haleakala, em Maui, no Havaí, devem encontrar milhares de supernovas distantes no espaço, aumentando consideravelmente a precisão das medições da energia escura e da problemática constante de Hubble.

Nunca será "oba, acertamos a constante," Riess disse. "É uma missão da humanidade: estar sempre à sua procura. Sempre buscamos por informações mais precisas."

Sem mostrar que sentia o peso da história, disse, "estamos só começando."

Astrônomos utilizam o Telescópio Espacial Hubble para realizar medições da 'constante de Hubble'
Astrônomos utilizam o Telescópio Espacial Hubble para realizar medições da 'constante de Hubble'

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Nasa destrói foguete experimental que levava dois satélites

A Nasa, a agência espacial americana, informou nesta sexta-feira que um foguete experimental que levava dois satélites de pesquisas teve que ser destruído por causa de um defeito quando foi lançado pela manhã.

O foguete suborbital da empresa Alliant Techsystems, que levava dois satélites descritos pela Nasa como "experimentos hipersônicos", tinha se desprendido da Instalação de Vôo Wallops na Virgínia, informou a agência espacial, que acrescentou que a destruição não causou ferimentos em ninguém, nem danos.

"Acredita-se que a maior parte dos restos do foguete tenha caído no oceano Atlântico", afirmou a agência. "Mas há alguns relatos, ainda não confirmados, de que foram vistos pedaços em terra", acrescentou.

Esses pedaços do foguete e dos satélites "podem ser tóxicos", advertiu a Nasa, que pediu às pessoas de que, caso os encontrem, não toquem neles e que avisem sobre sua localização ao Centro de Operações de Emergência em Wallops.

A Nasa expressou sua "decepção por esta falha", e explicou que a anomalia ocorreu cerca de 27 minutos depois do lançamento, mas que as causas não foram determinadas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Astrônomos desvendam rede de filamentos galáticos

Uma equipe de astrônomos da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, diz ter desvendado o mistério em torno da rede de filamentos de uma galáxia 235 milhões de anos luz distante da Terra.

» Veja mais fotos da galáxia

A pesquisa foi possível graças a imagens capturadas pelo telescópio Hubble, que conseguiu fotografar a galáxia denominada NGC 1275. De acordo com o coordenador do trabalho, Andrew Fabian, os filamentos são um subproduto do buraco negro gigante localizado no centro da galáxia.

Segundo ele, a quantidade de gás contida em um típico filamento é "cerca de 100 milhões de vezes maior do que a do Sol". Os estudo mostrou como campos magnéticos dão a sustentação necessária aos filamentos, tornando-os resistentes ao "colapso gravitacional".

"Nós pudemos constatar que os campos magnéticos são cruciais para a sobrevivência da rede de filamentos da galáxia", disse Fabian. "Sem eles, essas belas estruturas não conseguiriam se sustentar e virariam estrelas".

Os filamentos são um subproduto do buraco negro gigante localizado no centro da galáxia
Os filamentos são um subproduto do buraco negro gigante localizado no centro da galáxia

BBC Brasil

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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Modelo do primeiro hotel espacial é apresentado

O criador do projeto Galactic turismo espacial Suite, o engenheiro Xavier Claramunt, mostra um modelo da estação espacial.

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Um total de 38 pessoas já reservaram um espaço no Galactic Suite, este é o primeiro hotel espacial que deverá, segundo o engenheiro, abrir portas em 2012.

A construção das casas de banho foi um dos maiores desafios dos engenheiros, devido à ausência de gravidade.

 Um total de 38 pessoas já reservaram um espaço no Galactic Suite
Um total de 38 pessoas já reservaram um espaço no Galactic Suite

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Novo "planetinha" ajuda a explicar cometas

Um recém-descoberto "planeta menor", com órbita muito elíptica em torno do Sol, pode ajudar a explicar a origem dos cometas, disseram pesquisadores na segunda-feira.

O objeto, chamado 2006 SQ372, está iniciando a parte mais externa de uma órbita de 22,5 mil anos que o levará a até 240 bilhões de km de distância do Sol.

Esse rochedo gelado está atualmente a pouco mais de 3 bilhões de km da Terra, um pouco mais perto do que Netuno, disseram pesquisadores num simpósio nesta segunda-feira.

Suas descobertas serão publicadas na revista Astrophysical Journal.

A órbita do 2006 SQ372 é uma elipse em que o eixo maior é quatro vezes o tamanho do menor, disse o astrônomo Andrew Becker, da Universidade de Washington, responsável pela pesquisa.

O único outro objeto desse tipo é Sedna, um planeta-anão (como Plutão) descoberto em 2003. Mas sua elipse não é nem de longe tão alongada.

O planetóide recém-descoberto tem apenas cem km de diâmetro. "É basicamente um cometa, mas nunca chega tão perto do Sol a ponto de desenvolver uma cauda longa e brilhante de poeira e gás evaporado", disse Becker em nota à imprensa.

O aluno Nathan Kaib, participante do estudo, disse que o objeto pode ter se formado como Plutão, no cinturão gelado que fica além de Netuno, e que tenha sido atirado para longe devido a uma colisão gravitacional entre Netuno e Urano.

domingo, 17 de agosto de 2008

Irã lança ao espaço seu primeiro satélite próprio

O Irã lançou neste domingo ao espaço pela primeira vez um satélite de fabricação própria, que leva o nome de Omid (esperança). Em comunicado emitido hoje, a Chefia do Estado-Maior Conjunto do Irã destacou que este é o segundo lançamento de foguetes concluído com sucesso pelo país.

Em fevereiro, Teerã lançou o primeiro foguete de construção iraniana, o Explorer 1, com capacidade para pôr em órbita um satélite. O Omid também foi apresentado naquela ocasião, na qual se anunciou que seria colocado em órbita em breve.

O Ministério da Defesa informou em comunicado que o satélite foi lançado hoje, na presença do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, segundo confirmou a agência de notícias oficial iraniana Irna.

Este foi o primeiro lançamento iraniano de um satélite nacional, mas não a primeira ocasião em que o Irã coloca satélites na órbita da Terra.

Em 27 de outubro de 2005, um foguete russo foi lançado a partir da base de Plesetsk (800 km ao noroeste de Moscou), e colocou em órbita oito satélites de seis países, dos quais dois eram iranianos.

Imagem de televisão exibe o lançamento do foguete iraniano Safir Omid, que é capaz de colocar um satélite em órbita, em local não identificado
Imagem de televisão exibe o lançamento do foguete iraniano Safir Omid, que é capaz de colocar um satélite em órbita, em local não identificado

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sonda "Cassini" localiza fonte de jatos de gelo em lua de Saturno

A sonda "Cassini", um projeto conjunto da Nasa (agência espacial americana) e a Agência Espacial Européia, localizou os pontos dos quais surgem correntes de gelo na superfície da lua Encélado de Saturno.

Foi "uma façanha de precisão interplanetária", informou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) ao se referir às fotografias enviadas pela sonda durante sua manobra de aproximação ao planeta na segunda-feira.

As imagens revelam com detalhes as rachaduras de Encélado a partir das quais emanam os gêiseres, disse o organismo científico da agência espacial americana.

As fendas têm uma profundidade de 300 metros e em suas encostas há grandes depósitos de um material fino e blocos de gelo que podem ser de vários metros, até do tamanho de uma casa, disse o JPL.

Segundo Carolyn Porco, líder do grupo científico da "Cassini" no Instituto de Ciências Espaciais de Boulder (Colorado), essas rachaduras poderiam revelar "o ambiente, habitável ou não, que existe nesta tortuosa pequena lua".

Paul Helfenstein, cientista da sonda "Cassini" na Universidade Cornell, em Nova York, afirmou que os gêiseres pareceriam ser uma precipitação de partículas de gelo.

O JPL destacou que atualmente os cientistas estão estudando a natureza e a intensidade dos gêiseres de Encélado, assim como o terreno que os cerca.

"Esta informação, junto com as observações dos outros instrumentos de ''Cassini'', pode dilucidar o problema de se existem caixas d''água sob a superfície", disse o comunicado do laboratório.

A sonda foi lançada em 15 de outubro de 1997 em uma viagem de sete anos a Saturno, planeta ao qual chegou em julho de 2004.

A nave levava como carga a sonda "Huygens", que desceu sobre a lua Titã em novembro de 2004.

Os cientistas da missão têm previstas duas aproximações de "Cassini" a Encélado em outubro. A primeira delas levará à nave a só 25 quilômetros da lua, que tem um diâmetro de 500 quilômetros.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sonda manda fotos da poeira de Marte

A sonda Mars Phoenix Lander, da Nasa, enviou as primeiras imagens da poeira de Marte ampliada num microscópio atômico - nunca antes algo de outro planeta fora visto tão de perto, segundo os astrônomos.

O grão de poeira em questão tem um micrômetro (um milésimo de milímetro) e é absolutamente banal em sua cor vermelha, o que dá o tom avermelhado para o solo e a atmosfera do planeta vizinho.

"O tamanho está de acordo com as previsões das cores vistas no pôr-do-sol do Planeta Vermelho", disse Urs Staufer, co-pesquisador da Phoenix, ligado à Universidade de Neuchatel, parte do consórcio suíço responsável pelo microscópio da sonda.

A Phoenix explora o círculo polar ártico de Marte desde 25 de maio, período em que comprovou a existência de água e gelo no planeta. Sua meta agora é determinar se há ou houve vida microbiana.

O microscópio de força atômica a bordo da sonda mapeia tridimensionalmente partículas com até 1 milésimo de um fio de cabelo - uma ampliação cem vezes maior do que a do microscópio óptico da sonda.

Neste mês, a sonda surpreendeu os cientistas ao indicar a presença de uma substância potencialmente tóxica na superfície de Marte, o perclorato. Os cientistas continuam trabalhando para confirmar ou não a existência dessa substância.

A Phoenix deveria passar três meses estudando o solo de Marte, mas com seu sucesso a Nasa decidiu mantê-la por mais cinco semanas, o que acrescenta 2 milhões de dólares aos 420 milhões do custo original da missão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Cargueiro espacial aumenta a órbita da ISS

O cargueiro espacial europeu 'Julio Verne' aumentou nesta terça-feira em 5,8 km a altura da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS), informou o Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia.

Os propulsores do cargueiro automático europeu funcionaram por cerca de 16 minutos para aumentar a altura média da órbita da ISS para até os 355,9 km, informou um porta-voz citado pela agência oficial RIA Novosti.

"A correção da órbita foi realizada da Terra sem a participação da tripulação", acrescentou.

Trata-se da quarta correção realizada com ajuda do cargueiro europeu para colocar a ISS em uma órbita que garanta condições ótimas para o acoplamento das naves russas 'Progress M-65' e 'Soyuz TMA-13', cujos lançamentos estão previstos, respectivamente, para os dias 10 de setembro e 12 de outubro.

A última correção aconteceu em 23 de junho, quando a altura média da órbita da ISS foi elevada para 7,2 quilômetros.

Anteriormente, esta manobra era realizada apenas com a ajuda dos motores dos cargueiros russos 'Progress' e do módulo de serviço 'Zvezda' e em apenas uma ocasião com os do ônibus espacial 'Atlantis'.

A altura de órbita média da ISS, atualmente tripulada pelos russos Serguei Volkov e Oleg Kononenko e pelo americano Greg Chamitoff, habitualmente oscila entre os 360 e 330 km.

A plataforma perde entre 100 e 150 metros de altura a cada dia por causa da gravitação terrestre, da atividade solar e de outros fatores, por isto três ou quatro vezes por ano são realizadas correções de sua órbita com ajuda dos motores das naves de carga.

Sonda transmite informações sobre lua de Saturno

A sonda Cassini, um projeto conjunto da Agência Espacial Européia (ESA) e da Agência Espacial Americana (Nasa), começou a transmitir informações sobre a lua Enceladus de Saturno, informou nesta quarta-feira o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL).

Essas informações podem ajudar a elucidar o mistério acerca das evidências detectadas em uma zona do pólo sul dessa lua, e que poderiam apontar para a presença de água líquida.

"É com prazer que informamos que a Cassini começou a enviar dados", informou Julie Webster, chefe da equipe responsável pela Cassini.

As informações que estão sendo recebidas pelo JPL foram recolhidas pela Cassini quando a sonda se aproximou da Enceladus, a uma velocidade de 17,7 quilômetros por segundo (76.500 km/ h).

Durante a manobra, a Cassini apontou suas câmeras para as fissuras paralelas do pólo sul da Enceladus, onde se detectaram os gêiseres.

"Há muito entusiasmo perante o que pode ser descoberto por essa aproximação", afirmou Bob Pappalardo, cientista da Cassini no JPL.

"Nos próximos dias e semanas, as equipes da Cassini começarão a analisar as fotografias e outros dados para extrair novas informações sobre este pequeno e ativo mundo", acrescentou.

A sonda foi lançada em 15 de outubro de 1997, em uma viagem de sete anos a Saturno, planeta ao qual chegou em julho de 2004.

Os cientistas da missão têm previstas duas aproximações da Cassini a Enceladus em outubro. A primeira delas levará a sonda a 25 quilômetros dessa lua, que tem um diâmetro de apenas 500 quilômetros.

A Sonda Cassini realizou imagens da Lua Enceladus, de Saturno. As fissuras paralelas da imagem estão no pólo sul da Enceladus
A Sonda Cassini realizou imagens da Lua Enceladus, de Saturno. As fissuras paralelas da imagem estão no pólo sul da Enceladus

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Chuva de estrelas teve maior atividade na última madrugada

Na madrugada desta terça-feira, aconteceu a maior intensidade das Perseidas, uma chuva de estrelas que ocorre todos os anos durante o mês de Agosto. As Perseidas - assim chamadas por ter origem na constelação de Perseu - ocorrem quando a Terra passa pela poeira deixada pelo cometa Swift-Tuttle. Quando essa poeira entra em contato com a nossa atmosfera, ela queima formando raios brilhantes.

» Veja fotos da chuva de estrelas

Na sua noite de maior atividade, a chuva foi vista com mais nitidez no hemisfério norte, mas pôde ser visualizada no Brasil entre às três e às cinco horas da última madrugada.

Quem quiser ver as Perseidas a partir do Brasil, ainda terá chances na madrugada desta quarta-feira.

As Perseidas deste ano ainda continuarão até o dia 19 deste mês.

A chuva de meteoros Perseidas,  criou estas imagens nos céus de Palm Beach Gardens, na Flórida, EUA.
A chuva de meteoros Perseidas, criou estas imagens nos céus de Palm Beach Gardens, na Flórida, EUA.

Eclipse parcial da Lua será visto no sábado

Um eclipse parcial da Lua será visível em grande parte do mundo na noite de sábado, dia 16, quando a Terra passar entre o Sol e o satélite.

O fenômeno será visível principalmente na maior parte da África, da Europa Oriental, da Ásia Central, da Índia e do Oriente Médio.

Um eclipse da Lua acontece quando nosso satélite natural passa pelo cone de sombra (ou cone de penumbra) da Terra: o Sol, a Terra e a Lua se encontram nesse momento quase perfeitamente alinhados, o que corresponde à Lua cheia.

A observação a olho nu ou com dispositivos, não precisa de qualquer precaução em particular, ao contrário de um eclipse do Sol, conforme indica o Observatório de Paris.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Nasa divulga imagens de região a 170 mil anos luz da terra

A Nasa divulgou hoje espetaculares imagens de uma região a 170 mil anos luz para celebrar as 100 mil órbitas terrestres do observatório espacial "Hubble", lançado há 18 anos.

Segundo informou o "Laboratório de Propulsão a Jato" ("JPL"), se trata da nebulosa de Tarântula, situada perto do conjunto de estrelas identificado como NGC 2074.

"A região é uma tempestade da pura criação de estrelas, talvez impulsionadas pela explosão de uma supernova nas cercanias", disse o organismo da Nasa em comunicado.

Essa região se encontra na Grande Nuvem de Magalhães, que o "JPL" qualifica como "um satélite da Via Láctea" e "um fascinante laboratório para a observação de regiões de formação de estrelas e sua evolução".

Uma das imagens mostra "depressões e vales" de pó cósmico assim como filamentos que reluzem sob uma tempestade de radiação ultravioleta.

Segundo o comunicado, a região se encontra nos extremos de uma escura nuvem molecular que é uma incubadora para o nascimento de novas estrelas.

"Esta manhã, o maior instrumento científico desde o telescópio de Galileu chegou a outro marco histórico: sua 100.000ª órbita em torno da Terra", anunciou a senadora Barbara Mikulski, presidente da Subcomissão de Apropriações de Comércio, Justiça e Ciência, que concede os fundos de operações da Nasa.

O "Hubble", que foi colocado em órbita no dia 25 de abril de 1990, realizou sua órbita número 100 mil quando foram intensificados os preparativos para uma missão que fará consertos e melhorará sua capacidade em outubro.

O telescópio espacial deve seu nome ao astrônomo americano Edwin P. Hubble, autor da teoria da expansão do universo, que morreu em 1953.

Hubble comemora 100 mil voltas na Terra

A Nasa e a Agência Espacial Européia divulgaram, nesta segunda-feira, uma foto para comemorar a volta de número cem mil do Telescópio Espacial Hubble ao redor da Terra. Em seus 18 anos de explorações e descobertas, o Hubble foi apontado em direção a uma região de nascimento e renovação de corpos celestes e encontraram esta visão deslumbrante. É uma pequena porção da nebulosa perto da estrela cluster NGC 2074.

A imagem é de uma tempestade de fogo resultante da criação de uma estrela, talvez desencadeada pela explosão de uma supernova nas proximidades.

Esta tempestade ocorreu a cerca de 170 mil anos-luz de distância da Terra, perto da nebulosa de Tarântula, uma das regiões mais ativas do nosso grupo de galáxias em formação de estrelas.

Na imagem da Nasa, o vermelho mostra a emissão de átomos de enxofre, o verde brilhante de átomos hidrogênio e o azul, de oxigênio.

Para comemorar a volta de número cem mil do Hubble, a Nasa divulgou a foto da criação de uma estrela
Para comemorar a volta de número cem mil do Hubble, a Nasa divulgou a foto da criação de uma estrela

Chuva de estrelas ocorre na madrugada de terça-feira

Agosto é mês ideal para que os aficcionados pelos astros assistam às chuvas de meteoros Perseidas. Uma das chuvas de estrelas fugazes mais espetaculares que ocorrem no ano é o das Perseidas - assim chamadas por ter origem na constelação de Perseu - que poderá ser vista com maior intensidade na madrugada de terça-feira.

No Brasil a melhor visualização será possível, se as condições atmosféricas forem favoráveis entre 3h e 5h de terça-feira, em direção ao nordeste, próximo ao horizonte, na constelação de Perseu.

A chuva de meteoros Perseidas acontece porque, uma vez por ano, a Terra é alvejada pelos resquícios dispersos pelo cometa Swift-Tuttle.

Quando nosso planeta passa através da nuvem da poeira deixada pelo Tuttle, as partículas queimam em contato com a atmosfera, criando os raios brilhantes.

Uma boa dica para quem quiser ver o fenômeno é ficar no lugar mais alto e escuro possível, onde a noite é mais 'limpa' e não há luzes de edifícios altos ou sombras de grandes colinas.

As Perseidas podem ser observada todos os anos do dia 20 de julho até o dia 19 de agosto. Porém sua intensidade pode variar.

As condições de observações dos meteoros mudam de ano para ano, de acordo com as variações de concentração destas partículas no caminho da Terra.

Além de ser uma das chuvas de estrelas fugazes mais espetaculares, as Perseidas têm uma grande importância histórica porque foram a primeira comprovação da relação das chuvas de estrelas com os fragmentos de um cometa.

Chuva meteoros terá sua intensidade na madrugada de terça-feira
Chuva meteoros terá sua intensidade na madrugada de terça-feira

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Mistério: Nasa não entende como Soyuz perde rumo

Engenheiros russos e americanos não conseguem identificar as causas que levaram a nave Soyuz a desviar de seu rumo nas duas últimas descidas à Terra, afirmou a Nasa nesta quarta-feira .

"A questão é que com todos os grandes cérebros concentrados no problema, ninguém consegue explicar" o que causa o desvio, disse Michael Griffin, administrador da Nasa.

"Não temos idéia de quando vamos descobrir. Pessoas inteligentes estão trabalhando nisto", assinalou Griffin, lembrando que Nasa e Rússia estão cooperando estreitamente sobre o tema.

"Estamos fazendo todo o possível, mas os dois lados não conseguem encontrar a causa".

Após deixar a Estação Espacial Internacional (ISS), em 19 de abril, a nave espacial russa saiu da rota e pousou a 420 km do local previsto, na estepe do Cazaquistão.

Novata em astronomia descobre objeto cósmico

Uma holandesa iniciante em astronomia descobriu um novo objeto cósmico enquanto observava imagens de telescópio a partir de um site da internet. A professora Hanny Van Arkel, de 25 anos, deparou-se com uma estranha bolha gasosa quando navegava pelo site Galaxy Zoo, que faz parte de um projeto que permite ao público fazer pesquisas espaciais a partir da rede.

Um dos objetivos é classificar objetos cósmicos dentro das galáxias catalogadas pelo website.

Ao não conseguir encaixar a bolha gasosa nos padrões galácticos estabelecidos pelo Galaxy Zoo, Hanny Arkel comunicou o webmaster. Ele, então, entrou em contato com astrônomos ligados ao projeto, que decidiram investigar.

Os especialistas descobriram que o objeto gasoso verde era realmente único e teria captado sua energia a partir da luz emitida por um quasar - uma radiação poderosa proveniente de um buraco negro gigante.

Os astrônomos chamaram o objeto de Hanny's Voorweep (Objeto da Hanny, em holandês).

Paixão por música
A professora, que mora perto da cidade de Maastricht, disse não ter qualquer experiência em astronomia.

Ela contou que sua paixão por música lhe levou a ler o livro Bang! A história Completa do Universo (em tradução literal), escrito pelo guitarrista do Queen, Brian May, e os apresentadores do programa Sky at Night, da BBC, Chris Lintott e Sir Patrick More.

A obra a encorajou a fazer parte do Galaxy Zoo, afirmou Hanny.

Um dos astrônomos envolvidos na identificação do Hanny's Voorweep, Chris Lintott disse ter intenção de continuar estudando o objeto a partir de monitoramentos que serão feitos pelo Telescópio Espacial Hubble a partir de outubro.

Lintott acredita que o objeto faça parte de uma galáxia que não produziu estrelas brilhantes o suficiente para serem vistas da Terra.

Os astrônomos dizem estar intrigados com o buraco no meio da bolha gasosa. O orifício pode ter sido formado por um jato de partículas que viajaram a uma velocidade próxima a da luz e que teriam se chocado com a bolha.

Eles ainda explicaram que a cor verde do objeto é causada por oxigênio ionizado.

BBC Brasil

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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Toxina em Marte não inviabiliza vida, diz Nasa

A presença provável de perclorato, uma substância corrosiva encontrada nas amostras de solo marciano analisadas pelos instrumentos da sonda Phoenix, não exclui a existência de uma forma de vida em Marte, explicou, nesta terça-feira, o principal cientista da missão.

"O perclorato não destrói os materiais orgânicos em condições normais na Terra", declarou o responsável científico pela Phoenix, Peter Smith, da Universidade do Arizona (sudoeste), em uma teleconferência.

"Em si mesmo, o perclorato não é nem bom, nem ruim para a vida", acrescentou, destacando que algumas espécies de micróbios vivem da energia fornecida por esse oxidante muito solúvel na água.

Anteriormente, em nota divulgada na segunda-feira à noite, em sua página na Internet, a Nasa havia revelado a presença de perclorato, substância que, em seu estado natural, pode ser encontrada nas zonas muito áridas da Terra.

As primeiras análises de amostras do solo marciano com o instrumento Meca (Miscroscopy, Electroscopy and Conductivity Analyzer) da Phoenix não tinham revelado a presença dessa substância.

De acordo com os cientistas da missão, "as análises iniciais do Meca davam a entender que o solo marciano era muito similar ao da Terra, e análises feitas em seguida revelaram aspectos da química do solo de Marte diferentes dos do nosso planeta".

Nesta terça, porém, os mesmos cientistas insistiram no fato de que a descoberta de perclorato no solo marciano, que ainda deve ser confirmada, definitivamente, por outras análises, não compromete em nada o caráter habitável do Planeta Vermelho.

Descoberta reduz possibilidades de vida em Marte

A sonda Phoenix Mars Lander pode ter encontrado perclorato, uma substância potencialmente tóxica usada no combustível espacial, nas amostras de solo recolhidas em Marte, disseram cientistas da Nasa na segunda-feira.

A agência espacial ainda vai realizar novos testes para confirmar a presença do material, mas descartou a contaminação do solo pela sonda.

A principal tarefa da Phoenix em Marte é descobrir se há ou houve água líquida em Marte e se existe ou existiu vida por lá, mesmo que microbiana.

Na semana passada, a Nasa divulgou provas supostamente definitivas de que existe água em Marte, resultado de novas análises sobre uma pedra de gelo recolhida em junho.

A Nasa evitou dizer que a presença do perclorato impediria a vida, embora seja sabido que essa substância oxidante é nociva aos humanos sobre certas circunstâncias. Sua presença no solo pode sugerir um ambiente menos hospitaleiro do que os cientistas pensavam.

É surpreendente, já que uma medição anterior (do equipamento chamado Analisador Termal e Gás-Evoluído) do material na superfície era consistente com, mas não conclusivo a respeito da presença do perclorato", disse Peter Smith, cientista-chefe da Phoenix.

"Embora não tenhamos completado nosso processo sobre essas amostras de solo, temos resultados intermediários muito interessantes", acrescentou.

Segundo ele, análises mais detalhadas contrariaram a idéia inicial de que o solo de Marte seria semelhante ao da Terra.

Para excluir a hipótese de que o perclorato tenha sido levado a Marte pela Phoenix, a Nasa está revendo seus processos de controle de contaminação pré-lançamento.

Depois de ter comprovado a existência de água congelada em Marte, a Nasa decidiu prorrogar em cinco semanas a missão da sonda, para que ela também possa buscar condições para o surgimento de vida.

Isso vai acrescentar um custo de cerca de 2 milhões de dólares aos 420 milhões já gastos na missão, que chegou a Marte em 25 de maio e deveria funcionar por três meses.

Em conclusões que foram consideradas "um enorme passo à frente", a Nasa havia revelado em julho a existência de magnésio, sódio, potássio e outros elementos num solo que é mais alcalino do que os cientistas pensavam - e portanto mais propenso à vida.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Saiba mais sobre os eclipses do sol

A lua passa entre a Terra e o sol uma vez por mês durante a lua nova. Para que um eclipse ocorra, a lua deve atravessar bem no meio dos dois corpos celestiais - não podendo estar muito acima nem muito abaixo da Terra.

Às vezes a lua está perto o suficiente para que apenas uma parte dela passe entre os corpos, resultando em um eclipse parcial.

Cerca de 25% dos eclipses são totais e ocorrem mais ou menos sete deles a cada década, Espenak explica. Mas em dada localização geográfica, um eclipse total será visível em média a cada 375 anos. O último eclipse solar visível dos Estados Unidos ocorreu em 1979 e foi visto principalmente no noroeste do pacífico.

Quando um eclipse total acontece, cerca de metade da parte do mundo que está de dia não o enxerga, afirma o astrofísico Fred Espenak, especialista em eclipses do Centro de Vôo Espacial Goddard, da NASA. Os outros 49% enxergam apenas um eclipse parcial. Menos de 1% das pessoas no mundo enxergam o eclipse total, que Espenak descreve como um espetáculo "belíssimo."

"Em uma escala de um a dez, um eclipse parcial desperta algum interesse," ele disse. "Mas um eclipse total é dez milhões na mesma escala. É incomparável. Deveria estar na lista de planos para a vida de todos."

Tom Burns, diretor do Observatório Perkins em Delaware, Ohio, ajudou na criação de um website com recomendações de segurança para assistir ao eclipse de Natal em 2001. Ele lembra que muitas pessoas tentaram assistir ao eclipse usando óculos de sol, CDs, e - estranhamente - sacos de biscoitos.

"O único momento em que é seguro observar um eclipse usando um saco de biscoito é quando os biscoitos ainda estão dentro dele," afirmou. Ele e seus colegas, que freqüentemente instruem grupos de pessoas sobre medidas de segurança ao observar o sol, recomendam o uso de óculos especiais para eclipses.

História e superstição
Os eclipses não foram sempre espetáculos antecipados com entusiasmo, acrescentou Espenak. Na Antiguidade, os eclipses eram sinal de maus presságios. Um eclipse solar total que foi associado a um evento real foi descrito na Odisséia de Homero, em que o fenômeno espalha "uma névoa de maldade" sobre o mundo, enquanto os pretendentes cortejavam a esposa de Odisseu. Um eclipse visto da Inglaterra em 1133 foi considerado um sinal da morte do Rei Henrique I.

Mesmo hoje em dia, em alguns lugares, os medos persistem."Muitas mulheres acreditam que se assistirem ao eclipse grávidas, isso causará defeitos de nascença ao bebê," Espenak disse. "Vi isso no México, Índia, Indonésia e Bolívia."

A população crescente de observadores do espaço que adoraria ver um eclipse, mas quem não está no hemisfério norte este ano, pode começar a planejar uma visita ao sul do Estado de Illinois, ele acrescentou. Se o tempo permitir, as pessoas poderão enxergar um eclipse solar total em 2017 e 2024.

Hemisfério norte registra eclipse total do Sol

Moradores da China, Sibéria, Groenlândia e Mongólia puderam acompanhar nesta sexta-feira o eclipse total do Sol. Em grande parte da Europa, Ásia e América do Norte o fenômeno também pode ser conferido, embora parcial. As informações são da rede britânica BBC.

» Veja fotos do eclipse

Locais como a Sibéria esperavam até 5 mil visitantes nos observatórios, localizados em centros históricos e culturais, para acompanhar o fenômeno.

Os eclipses solares totais acontecem geralmente a cada 18 meses, sempre durante a Lua nova, quando ela se encontra exatamente entre o Sol e a Terra.

Imagem tirada com um filtro especial mostra Lua passando em frente ao Sol, em Riga
Imagem tirada com um filtro especial mostra Lua passando em frente ao Sol, em Riga