sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Público decidirá próxima missão espacial do Hubble

A Nasa, agência espacial americana, abriu ao público em geral a possibilidade de decidir a próxima missão científica do telescópio espacial Hubble, ícone de observações espaciais dos Estados Unidos, em homenagem ao Ano Internacional da Astronomia, que teve início este mês. Na página eletrônica youdecide.hubblesite.org, os interessados poderão votar até o dia 1º de março em um dos seis objetos astronômicos escolhidos para o telescópio pesquisar e fotografar.

Os possíveis objetivos vão desde galáxias muito distantes até estrelas que começaram a morrer. O Hubble captará uma imagem em alta resolução da opção vencedora e registrará novos detalhes sobre o corpo celeste. A divulgação será feita entre 2 e 5 de abril.

Todos aqueles que votarem também serão inscritos em um sorteio para receber um dos 100 exemplares com a imagem do objeto astronômico fotografado.

O telescópio espacial Hubble foi lançado em 1990 e atualmente se localiza perto da borda exterior da atmosfera terrestre. A próxima missão está prevista para o dia 12 de maio. A Nasa tem a intenção de aumentar a vida útil do telescópio, reparando danos em alguns dos instrumentos e aumentando a capacidade científica.

Público em geral poderá votar em um dos seis objetos astronômicos escolhidos para o telescópio fotografar

Público em geral poderá votar em um dos seis objetos astronômicos escolhidos para o telescópio fotografar

Com informações do SPACE.com

Redação Terra

Vaticano homenageia Galileu pelo Ano da Astronomia

O Vaticano considera que, após a reabilitação de Galileu Galilei por João Paulo II, em 1992, os tempos "estão maduros" para uma nova revisão de sua figura, "a quem a Igreja deseja honrar", disse o arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Conselho Pontifício para a Cultura.

Ravasi fez a afirmação durante a apresentação no Vaticano das iniciativas previstas pela Santa Sé durante o Ano da Astronomia e o Congresso Internacional sobre a figura de Galileu Galilei, nascido em 1564 e morto em 1642. O evento será realizado em Florença, na Itália, de 26 a 30 de maio.

O arcebispo disse que o Ano da Astronomia, convocado pelas Nações Unidas para comemorar os 400 anos das primeiras descobertas astronômicas, representa, para a Santa Sé, uma ocasião importante de aprofundamento e diálogo sobre a astronomia e a figura do astrônomo toscano.

"Galileu foi o primeiro homem que olhou com um telescópio para o céu. Abriu para a humanidade um mundo até então pouco conhecido, ampliando os confins de nosso conhecimento e obrigando a reler o livro da natureza com um novo olhar. A Igreja deseja honrar a figura de Galileu, genial inovador e filho da Igreja", ressaltou Ravasi.

O religioso acrescentou que os "tempos estão maduros" para uma revisão da figura de Galileu e de todo o Caso Galilei. Ele também lembrou que, no Concílio Vaticano II, ao se referir ao cientista toscano, "rejeitou certos comportamentos mentais, que não faltaram entre os cristãos, derivados de não se dar conta suficientemente da legítima autonomia da ciência".

Ravasi lembrou quando, em 1981, João Paulo II criou a comissão para examinar o Caso Galileu. O arcebispo ressaltou ainda "a coragem" dessa comissão de "reconhecer os erros dos juízes de Galileu", que, incapazes de separar a fé de uma cosmologia milenar, acreditavam que a aceitação da revolução copernicana faria vacilar a tradição católica e, portanto, era um dever proibir essas doutrinas.

Ravasi acrescentou que, "por esse erro subjetivo de julgamento", Galileu "teve que sofrer muito". "Hoje, em um clima mais sereno, podemos olhar à figura de Galileu e reconhecer o crente que tentou em seu tempo conciliar os resultados de suas pesquisas científicas com os conteúdos da fé cristã. Por isso, Galileu merece hoje todo nosso apreço e gratidão", destacou o arcebispo.

Por ocasião destas comemorações, o Vaticano planeja reeditar as atas do processo contra Galileu Galilei para lembrar que o papa Urbano VIII nunca assinou a condenação da Inquisição ao cientista italiano, segundo disse recentemente Ravasi.

Entre as iniciativas, destaca-se o seminário que será realizado em 26 de fevereiro na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma sobre "1609-2009 - 400 anos de Sidereus Nuncius de Galileu". De 26 a 30 de maio, ocorrerá em Florença o seminário internacional de estudos O Caso Galileu. Uma releitura histórica, filosófica, teológica", organizado pelo Instituto Stensen dos Jesuítas.

Já de 21 a 26 de junho haverá um curso de estudos organizado pela Specola Vaticana (Observatório Vaticano) desde 1986, e durante todo o mês de outubro estará aberta na Santa Sé a exposição "Galileu 2009, Fascinação e Fadiga de um novo olhar sobre o mundo. A 400 anos da primeira observação com telescópio".

Enquanto isso, de 15 de outubro a 5 de janeiro de 2010 será exibida nos Museus Vaticanos a exposição "Astrum 2009: o patrimônio histórico da astronomia italiana de Galileu até hoje", que incluirá livros, arquivos e instrumentos procedentes da Specola Vaticana e dos Museus Vaticanos. A exposição incluirá ainda o manuscrito Sidereus Nuncius, de Galileu, conservado na Biblioteca Nacional Central de Florença.

Galileu Galilei foi condenado pela Inquisição por ter aderido à teoria de Copérnico, que sustentava que o Sol, e não a Terra, era o centro do Universo, contrariando tudo o que se pensava na época. Em 31 de outubro de 1992, aos 350 anos de sua morte, João Paulo II o reabilitou solenemente e criticou os erros dos teólogos da época que respaldaram a condenação, sem desqualificar expressamente o tribunal que o sentenciou.

Em discurso de 13 páginas lido na Sala Régia do Palácio Apostólico, o papa João Paulo II o qualificou de "físico genial" e "crente sincero", "que se mostrou mais perspicaz na interpretação da Escritura que seus adversários teólogos".

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Rússia busca recorde de lançamentos espaciais em 2009

A Roscosmos, agência espacial russa, anunciou nesta quinta-feira que realizará este ano 39 lançamentos, nove deles em naves tripuladas, feito que pode virar um recorde na história espacial. "Bateremos o recorde. Temos a intenção de fazer 39 lançamentos espaciais em 2009. Nunca houve nada parecido na história desde o vôo de Yuri Gagarin (primeiro ser humano a viajar ao espaço)", afirmou Alexéi Krasnov, diretor do programa de vôos pilotados da agência russa.

Segundo ele, a intenção da Roscosmos é garantir o trabalho da tripulação da Estação Espacial Internacional (ISS), que este ano terá entre três e seis membros. Para isso, a agência agendou a viagem de dez naves, quatro tripuladas Soyuz e cinco cargueiros Progress, assim como um pequeno módulo científico. Krasnov disse também que estão previstos o mesmo número de lançamentos para o ano que vem, devendo aumentar ainda mais em 2011.

Por outro lado, a ESA, agência espacial européia, lembrou que no próximo mês de maio a plataforma orbital terá o primeiro comandante europeu. "Esperamos com impaciência a viagem de Frank De Winne. A tripulação não será mais de três, e sim de seis membros", declarou René Pischel, chefe da representação permanente da ESA em Moscou.

Pischel contou que está previsto para 2010 o lançamento de um cargueiro europeu à Estação Espacial e, a cada 17 meses, um novo deve ser enviado.

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Rara nebulosa sobrevive em "metrópole aberta", diz Nasa

A rara nebulosa planetária NGC 2818 - formação gerada pelos resquícios da morte de uma estrela, como gases e plasma - é uma das poucas na Via Láctea situada dentro de uma aglomeração estelar aberta, informou a Nasa, agência espacial americana. Uma imagem da NGC 2818, que vive solitária dentro da aglomeração NGC 2818A, na constelação de Pyxis (a Bússola), ambas a dez mil anos-luz da Terra, foi divulgada nesta quarta-feira no site da Nasa.

Aglomerados estelares, também conhecidos como "metrópoles de estrelas", são formações com milhares de corpos celestes que se mantêm juntos pela ação da gravidade. Podem ser divididos em dois padrões: abertos, com forma irregular, ou globular, cujo formato aparente é esférico.

Segundo a Nasa, geralmente as aglomerações abertas são limitadas e acabam se desintegrando em milhões de anos. Por outro lado, as estrelas que formam as nebulosas planetárias sobrevivem por milhões de anos.

Estes fatores levaram os cientistas a acreditar que é raro um aglomerado aberto sobreviver em tempo de uma nebulosa se formar no seu interior. Ainda mais na antiga NGC 2818A, com cerca de um bilhão de anos.

As nebulosas planetárias desaparecem gradualmente ao longos de dezenas de milhares de anos. Provavelmente, a NGC 2818, que é muito quente, acabará se resfriando como uma estrela anã branca.

A fotografia analisada pelos pesquisadores foi captada em novembro de 2008 pelo telescópio espacial Hubble. As cores na imagem representam uma gama de emissões provenientes das nuvens da nebulosa: nitrogênio (vermelho), hidrogênio (verde) e oxigênio (azul).

As cores na imagem da rara nebulosa NGC 2818 representam nitrogênio (vermelho), hidrogênio (verde) e oxigênio (azul)

As cores na imagem da rara nebulosa NGC 2818 representam nitrogênio (vermelho), hidrogênio (verde) e oxigênio (azul)


Redação Terra

Telescópio detecta aumento de 700° C em planeta

O telescópio espacial americano Spitzer detectou uma variação de temperatura de 700 graus celsius ocorrida em poucas horas em um gigantesco planeta distante.

O planeta HD 80606b tem três vezes o tamanho de Júpiter, o maior planeta em nosso sistema solar.

O telescópio da Nasa notou que a temperatura do HD 80606b sobe dos já altos 530° C para cerca de 1230° C em apenas seis horas, ao se aproximar da estrela que orbita.

Durante o processo, o planeta é envolvido em fortes tormentas com ventos de mais de 18 mil km/h e sua temperatura sobe rapidamente.

"Assistimos ao desenvolvimento de uma das tormentas mais violentas da galáxia", afirmou o astrônomo Greg Laughlin, do observatório Lick, na Califórnia, responsável pelo estudo sobre o planeta divulgado na publicação científica Nature.

"Essa foi a primeira vez que detectamos mudanças climáticas em tempo real em um planeta fora de nosso sistema solar."

O planeta foi descoberto inicialmente em 2001 por uma equipe de cientistas localizada na Suíça. Ele está localizado a cerca de 190 anos-luz de distância na constelação de Ursa Maior.

A imagem mostra uma simulação computadorizada do planeta HD 80606b

A imagem mostra uma simulação computadorizada do planeta HD 80606b
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Parede de gás divide "metrópole estelar" em leste e oeste

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta terça-feira em seu site a fotografia de uma espécie de "metrópole cósmica" - aglomeração estelar com milhares de corpos celestes - separada em duas regiões por uma enorme parede de gás semelhante a um escudo. A NGC 604 possui formações estelares relativamente calmas no leste e ativas no oeste.

Os cientistas estudaram a aglomeração a partir de uma combinação de imagens captadas pelo Observatório Chandra X-ray e o Telescópio Espacial Hubble. A NGC 604 é dividida em "bairros", onde residem cerca de 200 estrelas jovens e quentes, com grandes quantidades de massa.

Em seu interior, bolhas gigantes de poeira quente e fria foram detectadas emanando raios-X luminosos. Estes raios têm origem nos poderosos ventos gerados na colisão entre as jovens estrelas.

Os pesquisadores também identificaram diferenças nos dois lados da "cidade estelar". No oeste (à dir.), a quantidade de gás quente encontrada nas bolhas corresponde a aproximadamente 4,3 mil vezes a massa do Sol. O valor do brilho e do gás significa que a parte ocidental da NGC 604 é inteiramente alimentada pelos ventos quentes de 200 estrelas massivas, avaliaram os especialistas.

A situação é desigual no lado leste (à esq.), onde os gases contêm 1.750 vezes a massa do Sol e os ventos das estrelas jovens não podem explicar o brilho da emissão de raios-X. Nesta região, as bolhas parecem ser muito mais antigas e provavelmente foram criadas e alimentadas por jovens estrelas e supernovas no passado.

O estudo foi realizado em 16 dias de longas observações por Ralph Tuellmann, do Centro de Astrofísica Harvard Smithsonian.

Legenda em inglês identifica o escudo de gás que separa a NGC 604 em dois lados, leste (esq.) e oeste (dir.)

Legenda em inglês identifica o escudo de gás que separa a NGC 604 em dois lados, leste (esq.) e oeste (dir.)


Redação Terra

Estudo diz que astronautas sofrem desgaste no quadril

Segundo cientistas da Universidade da Califórnia, astronautas que participam de missões no espaço sofrem danos na estrutura óssea. A afirmação é o resultado de uma avaliação de saúde realizada em 13 astronautas participantes de missões com até seis meses de duração na Estação Espacial Internacional. Todos os profissionais examinados perderam altos índices de densidade dos ossos. As informações são do site Daily Mail.

As atividades exercidas no espaço fariam com que esses profissionais tivessem mais chance de ter fraturas e problemas nos quadris ao longo do tempo por causa da força que precisam fazer para os movimentos rotacionais. Três dos 13 astronautas do grupo pesquisado, por exemplo, apresentaram perdas muito elevadas: entre 20% e 30% de densidade óssea, taxas que são equivalente às de mulheres idosas com osteoporose.

"Se não forem tomadas medidas preventivas, alguns dos astronautas podem estar sujeitos a um risco ainda maior de sofrer fraturas à medida em que envelhecem, resultado da atividade exercida em suas missões," disse a coordenadora do estudo, a professora Joyce Keyak.

Os investigadores estudaram também as razões pelas quais o ambiente do espaço torna os ossos mais frágeis ao longo dos anos de trabalho de profissionais em missões espaciais. Para examinar os 13 astronautas, Joyce e a equipe de pesquisadores utilizaram um novo programa de computador desenvolveu ao longo dos últimos 20 anos para identificar o risco de fratura em pessoas com osteoporose e problemas no quadril.

A diminuição na resistência óssea medida ficou entre 0,6% e 5% por cada mês de serviço na estação, verificou a professora Joyce, em comparação ao estado de saúde dos astronautas ao período anterior às viagens. Com base nos estudos, a Agência Espacial Americana (Nasa) pretende desenvolver estudos para evitar o desgaste físico dos astronautas.

Redação Terra

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Nasa transporta novo foguete para local do primeiro teste

O novo foguete Ares I - pertencente ao programa Constellation, que deve levar o homem novamente à Lua até 2020 - será testado pela primeira vez ainda no verão deste ano (inverno no Brasil), informa em seu site a Nasa, agência espacial americana. Apesar de ainda não ter a data exata, a Nasa transferiu o foguete de testes - batizado de Ares I-X - nesta terça-feira em um avião de carga C-5 do Centro de Pesquisas Langley, em Hampton, na Virginia, até o Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

O primeiro teste servirá para avaliar o desempenho do equipamento nas fases de desacoplamento e recuperação do sistema de pára-quedas após o lançamento, explicou a Nasa. O Ares I-X subirá cerca de 40,2 km em uma simulação que deve durar em torno de dois minutos.

Segundo a agência, este primeiro passo é importante para verificar a estabilidade do foguete e recolher informações para o desenvolvimento dos sistemas de segurança.

O Ares I é parte de um novo sistema de espaçonaves que está sendo desenvolvido para substituir os envelhecidos ônibus espaciais. Ele e a cápsula Orion terão por objetivo viajar à Lua e ainda mais longe.

Obstáculos
Desde o início, o desenvolvimento do projeto tem sido uma batalha para a Nasa. De acordo com o The New York Times, problemas técnicos prejudicam o programa do Ares I, o primeiro dos novos foguetes em construção, causando atrasos e elevação de custos.

O jornal informa que para alguns críticos, o projeto enfrenta problemas sérios de inviabilidade, enquanto outros argumentam que complicações técnicas surgem no desenvolvimento de qualquer espaçonave, especialmente em projetos de grande porte como esse.


Caminhão de carga pesada retira foguete de teste Ares I-X do Centro de Pesquisas Langley, na Virginia
Caminhão de carga pesada retira foguete de teste Ares I-X do Centro de Pesquisas Langley, na Virginia

Redação Terra

Conserto do acelerador de partículas pode custar US$ 35 mi

O conserto do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), o gigantesco acelerador de partículas construído sob a fronteira entre a Suíça e a França, custará entre US$ 26 e 35 milhões, anunciou o novo diretor geral da Organização Européia de Pesquisa Nuclear (CERN), Rolf-Dieter Heuer.

Em entrevista publicada no último domingo no jornal Sonntag, Heuer afirmou que o conserto do LHC será coordenado por especialistas não ligados à CERN. "Quero ter certeza de que tudo funciona. Por isso, permitirei que uma equipe externa realize um controle adicional do acelerador de partículas", disse Heuer, que no dia 1º de janeiro substituiu o francês Robert Aymar.

O físico alemão disse ter total confiança nos técnicos da CERN, mas ponderou que "quando você trabalha com uma coisa há muito tempo, corre o risco de não enxergar os defeitos". A construção do LHC foi fruto de 12 anos do trabalho de sete mil físicos, com um investimento total de 3,76 bilhões de euros (quase US$ 4,9 bilhões).

A máquina, que permitirá o avanço da pesquisa sobre as origens do universo a partir da colisão de prótons à velocidade da luz, foi inaugurada no dia 10 de setembro do ano passado, mas teve seu funcionamento interrompido nove dias depois devido a um defeito em um dos supercondutores encarregados de guiar as partículas ao longo dos 27 km do acelerador, construído a 100 m de profundidade sob o solo.

Uma vez consertado, o LHC retomará suas atividades progressivamente, e não deve funcionar com 100% da capacidade até 2010.

Com informações da agência AFP

JB Online

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Primeiro Eclipse solar do ano ocorreu nesta segunda

O primeiro eclipse solar do ano ocorreu nesta segunda-feira e foi visível numa área que atravessa o Oceano Índico e a Indonésia. Em outras partes do mundo, o eclipse foi observado parcialmente. O eclipse não foi visível no Brasil.

Um eclipse solar assim chamado, é um fenômeno de alinhamentos que ocorre quando a Lua se interpõe entre o Sol ocultando completamente a sua luz numa estreita faixa terrestre.


O eclipse parcial do Sol é visto por trás de um navio na baía de Manila, Filipinas
O eclipse parcial do Sol é visto por trás de um navio na baía de Manila, Filipinas

Redação Terra

Vênus pode ter abrigado continentes e oceanos, diz estudo

O planeta Vênus, hoje infernalmente quente e seco, pode no passado ter sido muito mais parecido com a Terra, abrigando oceanos e continentes. Essa é a implicação de um novo projeto de pesquisa que alega ter localizado indícios de altiplanos graníticos no planeta durante a avaliação de dados obtidos quase duas décadas atrás.

Em 1990, a espaçonave Galileo, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), detectou emissões de infravermelho noturnas emanadas da superfície de Vênus. Ao analisar esses dados, uma equipe internacional de especialistas comandada pelo cientista planetário George Hashimoto, da Universidade de Okayama, Japão, constatou que as regiões elevadas de Vênus emitiam menos radiação infravermelha que as regiões de terras baixas.

Uma interpretação possível para a presença de emissões de infravermelho menos intensas nas regiões elevadas, dizem os autores do estudo, é que elas sejam compostas em larga medida de rochas conhecidas como "félsicas", em especial o granito.

O granito, que na Terra é encontrada na crosta rochosa dos continentes, requer água para sua formação. Os resultados do estudo foram publicados em artigo para o Journal of Geophysical Research.

"Trata-se da primeira prova direta de que, nos primórdios da história do Sistema Solar, Vênus era um planeta habitável, com abundância de água", disse Dirk Schulze-Makuch, astrobiólogo na Universidade Estadual de Washington, em Pullman, que não participou do estudo.

"A questão é determinar por quanto tempo Vênus se manteve habitável. Mas isso oferece novo ímpeto à busca de vida microbiológica na atmosfera inferior de Vênus".

Imagem nebulosa
Antes da viagem de exploração da Galileo, os pesquisadores acreditavam que a superfície do planeta fosse observável somente por radar, dada as densas nuvens de ácido sulfúrico na atmosfera de Vênus, diz Kevin Baines, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, Califórnia, e um dos co-autores do estudo.

"Detectar a superfície do planeta com o uso de um sistema de observação em infravermelho é um grande avanço".

A interpretação dessas medidas, porém, depende de desemaranhar os efeitos da espessa atmosfera de Vênus. Nem todo mundo parece convencido de que a equipe de Hashimoto tenha conseguido realizar essa tarefa.

David Crisp, outro pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, estudou a atmosfera dos diversos planetas do Sistema Solar. Crisp, que não esteve envolvido na análise dos dados mais recentes, passou alguns anos tentando realizar detecções semelhantes, com base em dados também similares.

As novas conclusões não são sustentadas nem pelos dados existentes nem pelos modelos desenvolvidos pela equipe, ele afirma.

"Compreendemos perfeitamente que o nosso estudo não resolve todas as questões", responde Seiji Sugita, co-autor do trabalho e cientista planetário da Universidade de Tóquio.

De acordo com Sugita, o próximo passo é aplicar seus modelos de computação a dados obtidos pela espaçonave Venus Express, da Agência Espacial Européia (ESA), que já está orbitando Vênus, e aos dados que vierem a ser obtidos pelo Venus Climate Orbiter, da Agência Espacial Japonesa, cujo lançamento está previsto para 2010.

Placas tectônicas
A possível presença de granito também sugere que movimento de placas tectônicas e formação de continentes podem ter acontecido em Vênus, além de reciclagem de água e carbono entre o manto e a atmosfera do planeta. A implicação da formação de continentes seria "bastante significativa", diz o geofísico Norm Sleep, da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Vênus pode um dia ter contado com cobertura de água quase integral, diz Sleep ¿ainda que, sem dados geotérmicos adicionais, não seja possível determinar se esse oceano tinha temperatura de 30 graus ou de 150 graus.

Quer morno, quer fervente, ele diz, qualquer oceano em Vênus teria durado apenas algumas centenas de milhões de anos. À medida que o Sol ganhava temperatura e brilho, o planeta passou por um efeito-estufa acelerado.

Hoje, Vênus é completamente inabitável, com atmosfera formada por 96% de dióxido de carbono e temperatura superficial de cerca de 460 graus. "Qualquer forma de vida em Vênus que não tenha descoberto como colonizar o alto das nuvens um bilhão de anos depois da formação do planeta estaria em sérias dificuldades", diz Sleep.

Uma interpretação possível para a presença de emissões de infravermelho menos intensas é que elas sejam compostas de rochas conhecidas como félsicas, ...

Uma interpretação possível para a presença de emissões de infravermelho menos intensas é que elas sejam compostas de rochas conhecidas como "félsicas", em especial o granito

Nature

domingo, 25 de janeiro de 2009

Brasileiro integra missão em busca de alienígenas em Marte

Os microorganismos alienígenas que podem habitar Marte não param de rondar a cabeça dos cientistas da Agência Espacial Americana (Nasa). Na última semana, especialistas da Nasa reacenderam esta suspeita levando em conta a descoberta de que várias regiões de Marte são ricas em metano - gás que, na Terra, em 90% das vezes é fabricado por organismos. Os indícios podem mexer com o planejamento da próxima missão ao planeta: um verdadeiro laboratório, que chegará ao destino em 2012.

Dentre os pesquisadores está o engenheiro brasileiro Ramon de Paula, um dos "caçadores de aliens" do Planeta Vermelho. Em 2011, ele participará do envio da ambiciosa missão ao território marciano, chamada de Mars Science Laboratory (MSL). A sonda MSL tem o tamanho de um carro de golfe e custará US$ 2 bilhões.

"O MSL poderá dar mais pistas sobre a origem do metano. Inicialmente ele não iria para a região onde o gás foi encontrado, mas quem sabe faz sentido enviá-lo para lá?", questiona o brasileiro, que vai colaborar com a próxima missão.

Segundo os cientistas, o metano percebido em Marte foi detectado por telescópios no Havaí, que decifram a composição química de substâncias através da luz que elas emitem. Aqui, o gás pode ser emitido na digestão de nutrientes, ou simplesmente em outros processos, como a oxidação de ferro. A Nasa não descarta, por exemplo, que microorganismos no solo marciano estejam emitindo o metano.

"Neste momento, não temos informação suficiente para dizer que biologia ou geologia - ou as duas - está produzindo metano em Marte. Mas a existência do gás nos diz que o planeta está vivo, pelo menos num sentido geológico", disse Michael Mumma, do Centro Aerospacial Goddard, da Nasa.

Com tecnologia muito mais avançada, a Nasa quer agora, com o MSL, determinar de vez se há ou houve vida no planeta e verificar se há chances de exploração humana.

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Rochas indicam que a Lua tinha campo magnético

A impressão duradoura sobre a Lua que as missões Apollo nos legaram é a de um corpo celeste cinzento, empoeirado, desolado e morto. Mas instrumentos deixados no satélite pelos astronautas da Apollo registraram terremotos e oscilações de rotação que oferecem sinais quanto à presença de um núcleo ainda fervilhante. Agora, uma rocha coletada mais de 36 anos atrás - durante a missão Apollo 17, o último vôo tripulado à Lua -, revela que o núcleo derretido pode ter apresentado movimento rotacional no passado e, com isso, gerado um campo magnético.

Dado o fato de que as planícies de lava na superfície da Lua indicam um passado vulcânico que pode ter durado quase dois bilhões de anos, "não creio que essa observação deva surpreender", disse Ian Garrick-Bethell, que acaba de se doutorar pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts MIT).

Mesmo assim, as descobertas de Garrick-Bethell e de seus colegas, publicadas pela revista Science, podem ajudar a resolver um debate já antigo. Muitas das rochas trazidas da Lua apresentam traços de um sinal magnético, o que sugere que se resfriaram originalmente de um magma formado quando a Lua tinha um campo magnético.

Isso surpreendeu muitos cientistas que imaginavam que a Lua fosse pequena demais e fria demais para ter abrigado um dínamo eletromagnético no qual correntes elétricas originadas da convecção de ferro derretido geram um campo magnético.

As provas não eram conclusivas porque a superfície da Lua foi repetidamente atingida por meteoritos, e o choque do impacto também pode deixar uma assinatura magnética nas rochas. Mas uma rocha com 4,2 bilhões de anos de idade conhecida como troctolito 76535 - (rocha formada pelos minerais olivina e plagiocásio -, recolhida por Harrison Schmitt, o único geólogo treinado entre os astronautas do projeto Apollo, oferece um panorama intocado sobre a história primitiva da Lua.

A rocha é significativa porque se formou quando a Lua tinha apenas 300 milhões de anos de idade, e estudos anteriores demonstraram que ela jamais foi alterada pela força de um impacto. A pesquisa de Garrick-Bethell demonstra dois campos magnéticos distintos no interior da rocha, ou ao menos nos pequenos fragmentos que ele examinou.

O primeiro, diz, surgiu quando a rocha se cristalizou pela primeira vez, a talvez 50 km de profundidade e em um processo que demorou milhões de anos. Depois, parece que um impacto de meteorito conduziu a rocha para mais perto da superfície mas sem atingi-la diretamente, o que a aqueceu o bastante para apagar parte de seu campo magnético original e criar um segundo, em posição distinta do primeiro, em um resfriamento que durou milhares de anos.

O resfriamento lento parece descartar a possibilidade de que os campos tenham sido causados por impactos de meteoritos, dizem os pesquisadores. Eles chegaram às suas conclusões ao colocar lascas da rocha em campos magnéticos cada vez mais fortes que "apagavam" o magnetismo da amostra aos poucos.

Isso permitia determinar se os átomos estavam alinhados na mesma direção, o que seria de esperar caso o magma se tivesse resfriado em um campo magnético. Um campo equivalente a 2% do terrestre produziria o magnetismo observado no troctolito 76535, disseram os pesquisadores.

Muitas das rochas trazidas da Lua apresentam traços de um sinal magnético, o que sugere que se resfriaram originalmente de um magma formado quando a ...

Muitas das rochas trazidas da Lua apresentam traços de um sinal magnético, o que sugere que se resfriaram originalmente de um magma formado quando a Lua tinha um campo magnético

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Rússia realizou mais voos espaciais em 2008 que EUA e Japão

A Rússia realizou mais voos espaciais em 2008 que Estados Unidos, Japão e a Agência Espacial Europeia (ESA) juntos, informou hoje a Roscosmos, a agência espacial russa, em comunicado.

No ano passado, a Rússia enviou ao espaço 27 foguetes portadores e colocou em órbita 43 naves espaciais, destaca a nota que aparece no site da Roscosmos.

Enquanto isso, os EUA lançaram 15 foguetes e 17 aparelhos, a ESA, seis e onze, e o Japão, um de cada.

A China, que se transformou em 2003 na terceira potência mundial a enviar um homem ao espaço, fez o lançamento de 10 foguetes portadores e 14 naves.

Em 2008, ocorreu no mundo um total de 68 lançamentos de foguetes portadores e 102 de naves espaciais, tripuladas e não tripuladas.

A Roscosmos informou que a Rússia gastou US$ 1,538 bilhão em seu programa espacial civil, quase 12 vezes menos que os Estados Unidos, que investiram US$ 17,9 bilhões.

A ESA gastou US$ 4,2 bilhões, a França, US$ 1,7 bilhão, e o Japão, US$ 1,6 bilhão.

A Rússia informou que este ano dobrará o gasto em seu programa espacial, que se aproximará dos valores investidos pela União Soviética em 1989 (US$ 3,28 bilhões).

A prioridade da despesa será a construção de uma nova base na região do rio Amur, leste da Rússia, perto da fronteira com a China.

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UFSC divulga Ano da Astronomia com telescópio em praias

Professores e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) estão divulgando a astronomia junto a turistas e moradores locais em várias praias da cidade. Para isso, um telecóspio de mais de 50 quilos está sendo levado nos principais balneários.

O equipamento do Observatório Astronômico da universidade está sendo disponibilizado ao público todas as noites em praias movimentadas como Jurerê, Pântano do Sul, Ingleses, Joaquina e Beira-mar. A iniciativa visa divulgar o Ano Internacional da Astronomia, instituído pela Unesco, e transmitir junto à comunidade os conhecimentos da astronomia.

"Chama muita atenção. É só montarmos o telescópio que as pessoas fazem fila para ver o céu", afirmou Alexandre Zabot, integrante do Grupo de Astrofísica da UFSC que cuidava do equipamento montado na praia da Joaquina, uma das mais frequentadas pelos turistas e passava informações ao público. "É possível ver vênus em formato de meia lua, além de várias formações celestes que despertam a curiosidade das pessoas."

Entre as curiosidades, Alexandre explicava que o planeta Vênus visto em forma de meia lua, como tem ocorrido nos últimos dias, já tinha sido visto por Galileu Galilei no ano de 1609. "Estamos repetindo as coordenadas históricas do astrônomo para passar as informações e deixar as pessoas mais interessadas nessa ciência apaixonante", completa.

A turista paranaense Samira Luiza Menezes, 13 anos, estava na praia da Joaquina gostou muito das novas descobertas sobre o universo. Depois de observar os astros pediu que o pai tirasse uma fotografia dela ao lado do telescópio. "Quero colocar no orkut e contar o que aprendi hoje na praia", disse.

Zabot explica que as maiores perguntas são sobre os anéis de Saturno, vísiveis com o telecóspio da universidade. "Uma pena que Saturno está aparecendo somente por volta das duas horas da manhã", diz ele, acrescentando que as noites de inverno são as melhores para observação. "Nessa estação a posição é melhor e é possível ver milhares de estrelas na Via Lactéa."

A iniciativa da UFSC termina neste final de semana com uma "caminhada arqueoastronômica" pela trilha do morro da Galheta, na região leste de Florianópolis. A ação, que combina trekking com licões de astronomia, está sendo promovida Instituto de Arqueoastronomia (IMMA).

O equipamento do Observatório Astronômico da universidade está sendo disponibilizado ao público todas as noites

O equipamento do Observatório Astronômico da universidade está sendo disponibilizado ao público todas as noites

Especial para Terra

Brasil inicia estudos sobre satélite geoestacionário

Os Ministérios do Planejamento e da Ciência e Tecnologia assinaram um termo de cooperação para iniciar os estudos a respeito do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, sob a forma de parceria público-privada (PPPs).

De acordo com a Agência Espacial Brasileira (AEB), o objetivo deste satélite será fornecer serviços de telecomunicações de governo, comunicações militares seguras e de informações sobre meteorologia e controle de tráfego aéreo.

A fase de estudos incluirá avaliações das partes técnica e econômica, assim como a financeira e jurídica, na qual serão feitas as licitações e contratos.

A AEB informou que, após a análise das alternativas de financiamento, a viabilidade do projeto foi garantida "em um horizonte de 15 anos".

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

Desconhecido poderá ser 1º turista espacial mexicano

Um mexicano desconhecido poderá se tornar o primeiro turista espacial de seu país e o terceiro da América Latina após ingressar na lista de espera da empresa Virgin Galactic, que deve iniciar uma série de viagens espaciais a partir de 2010, informou nesta sexta-feira uma agência turística local. O homem, cuja identidade não foi revelada, não seria um milionário, e sim uma pessoa que almeja um projeto de vida. As informações são da agência EFE.

Segundo o diretor da agência de viagens Lozano, Sergio Lozano, "o mexicano, que vive na capital, Cidade do México, está vivendo um sonho e fazendo um grande esforço para reunir os US$ 200 mil necessários para pagar o vôo". Além dele, um chileno também já manifestou interesse no projeto.

A viagem durará ao todo cerca de duas horas - 45 minutos para a nave Spaceship II alcançar a maior altura, quatro minutos no espaço e 90 segundos para voltar à atmosfera antes do percurso de retorno e aterrissagem.

Por enquanto, os engenheiros da Virgin Galactic trabalham na construção da espaçonave, que deve ser acabada até o final de 2009. A Spaceship II medirá quase 20 m e poderá transportar dois pilotos e seis passageiros, cada um com uma janela disponível para desfrutar da travessia espacial.

Com o anúncio de um mexicano, o país se soma à Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Peru e República Dominicana no turismo espacial. Ao todo, a Virgin Galactic já vendeu 285 passagens em 35 países.

Redação Terra

Brasil poderá desenvolver satélite geoestacionário

Os ministérios do Planejamento (MPOG) e da Ciência e Tecnologia (MCT) assinaram termo de cooperação para contratar os estudos de modelagem do satélite geoestacionário brasileiro, sob a forma de Parceria Público-Privada (PPPs). No Planejamento os trabalhos ficarão a cargo da Assessoria Econômica, órgão responsável pelo desenvolvimento das PPPs no governo federal. No MCT, o projeto será desenvolvido pela Agência Espacial Brasileira (AEB/MCT).

O objetivo do satélite é o fornecimento de serviços de telecomunicações de governo, comunicações militares seguras e de informações sobre meteorologia e controle de tráfego aéreo. De acordo com o projeto o satélite deverá ser desenvolvido com alto índice de participação da indústria nacional.

Os estudos para o desenvolvimento do projeto de parceria envolvem, além de uma análise do marco regulatório do setor, a apresentação de soluções para eventuais ajustes que necessitem ser feitos no Brasil.

Outro item importante nos estudos de modelagem da PPP consiste nas alternativas de financiamento que garantam a atratividade e a viabilidade do projeto num horizonte de quinze anos.

De acordo com a Assessoria Econômica do Ministério do Planejamento os estudos serão viabilizados com recursos do Fundo Multilateral de Investimentos (Fumin), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Cada uma das partes desembolsará 50% dos recursos necessários.

A modelagem de um projeto envolve a parte técnica (estudos de demanda, engenharia, ambientais), a parte econômico-financeira (o financiamento do projeto, considerando os seus custos, juros, prazo, tarifas a serem cobradas, impostos, modelo de negócio, etc) e a parte jurídica (edital e contratos).

As informações são do Ministério da Ciência e da Tecnologia

JB Online

Japão lança satélite para estudar gases do efeito estufa

O Japão lançou nesta sexta-feira um foguete com o satélite Ibuki, o primeiro que deve estudar os gases causadores do efeito estufa direto do espaço. A informação foi divulgada pela agência de notícias Kyodo.

O foguete H-2A, fabricado pela Mitsubishi Heavy Industries, foi lançado do centro espacial de Tanegashima, no sul do país, com outros sete pequenos satélites a bordo. Segundo a Jaxa (agência espacial japonesa), o Ibuki vai estudar a concentração dos gases causadores do efeito estufa durante cinco anos.

O satélite ficará em órbita a uma altura de 666 km. A cada três dias, ele vai obter dados sobre as concentrações de dióxido de carbono e metano em 56 mil pontos do planeta.

O satélite Ibuki deve estudar os gases causadores do efeito estufa direto do espaço

O satélite Ibuki deve estudar os gases causadores do efeito estufa direto do espaço

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sul-coreanos lançarão missão espacial no 2º semestre

Seguindo os exemplos dos vizinhos Japão e China, a Coréia do Sul também quer ingressar no seleto grupo dos países que enviaram missões ao espaço. O governo espera mandar pela primeira vez o foguete KLVS-1 e um satélite com objetivos científicos até o segundo trimestre de 2009. As informações são da agência EFE

O prazo inicial para o lançamento era final de 2008, mas alguns atrasos no desenvolvimento dos projetos acabaram adiando a data. O equipamento partirá da nova plataforma de lançamento sul-coreana, construída em conjunto com a Rússia, no Centro Espacial Naro, em Goheung.

Dois anos após assinar um acordo de cooperação aeroespacial com os russos, a meta da Coréia do Sul é impulsionar seu programa espacial para pôr em órbita pequenos satélites com objetivos comerciais e científicos.


O primeiro satélite científico do país será lançado da nova plataforma construída no Centro Espacial Naro, em Goheung
O primeiro satélite científico do país será lançado da nova plataforma construída no Centro Espacial Naro, em Goheung

Redação Terra

Rússia não enviará mais turistas à Estação Espacial

A Rússia não enviará mais turistas à Estação Espacial Internacional (ISS) depois deste ano, devido a planos para duplicar o número de tripulantes da estação, disse o chefe da agência espacial russa em entrevista publicada nesta quarta-feira.

O chefe da Roscosmos, Anatoly Perminov, disse ao jornal do governo Rossiiskaya Gazeta que o programador americano de software Charles Simonyi será o último turista a embarcar do cosmódromo Baikonur, no próximo mês de março.

O lucrativo programa de turismo espacial russo já transportou seis "convidados particulares" desde 2001. Os participantes pagaram US$ 20 milhões para viajar nas naves russas Soyuz, em vôos patrocinados pela empresa Space Adventures Ltd., com sede nos Estados Unidos.

"A equipe da estação espacial, como se sabe, será ampliada este ano para seis membros. Portanto, não haverá qualquer possibilidade de realizarmos vôos turísticos à ISS depois de 2009", disse Perminov.

As naves Soyuz e Progress têm sido elementos cruciais na manutenção e expansão da ISS, ainda mais após o desastre da Columbia em 2003, que se desintegrou quando estava retornando à Terra. A tragédia paralisou toda a frota americana de ônibus espaciais.

A Nasa dependerá ainda mais dos russos depois de 2010 quando suas espaçonaves estiverem aposentadas e seus astronautas precisarem embarcar com os russos. A necessidade iria até 2015, quando a nova frota dos EUA ficará pronta. A agência espacial russa sofreu na década passada com carência de fundos e se tornou a pioneira ao viajar com turistas espaciais.

AP - Copyright 2007 Associated Press. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser publicado, transmitido, reescrito ou redistribuído.

Inpe adquire componentes para o satélite Amazônia-1

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) está adquirindo novos componentes para o Amazônia-1. Com lançamento previsto para 2011, este será o primeiro satélite de observação da Terra desenvolvido pelo Brasil e o primeiro a utilizar a Plataforma Multimissão (PMM).

Juntos, os satélites Amazônia-1 e CBERS-3 e 4 permitirão uma cobertura completa da Terra em menos de 5 dias, tornando o Brasil autônomo para obtenção de imagens em média resolução e eliminando o risco de descontinuidade no fornecimento desse tipo de imagem por parte de satélites estrangeiros.

Hoje, por exemplo, o satélite americano Landsat-5, que é utilizado na avaliação de desmatamento da Amazônia, está há mais de 22 anos no espaço e apresenta sinais claros de degradação.

O Amazônia-1 é baseado em uma plataforma nacional, denominada PMM, que será também utilizada em outros satélites propostos para o Programa Espacial Brasileiro: o satélite científico Lattes-1, o satélite radar de observação da Terra MAPSAR, e o satélite meteorológico de medidas de precipitação GPM-Br.

Para desenvolver a PMM, o INPE contratou na indústria nacional os subsistemas de telecomunicações, estrutura, propulsão e energia, cujos chamados modelos de vôo deverão ser entregues até meados de 2010, para dar início à etapa de integração e testes do primeiro satélite, o Amazônia-1.

Em paralelo, o INPE está adquirindo os componentes para a carga útil do satélite, que envolvem equipamentos de transmissão e gravação a bordo e uma câmera óptica (denominada AWFI), operando nas faixas do visível e do infravermelho próximo, com largura de faixa de 750 km, com resolução de 40 m.

Além disso, um acordo assinado entre o Brasil, representado pelo INPE, e o Reino Unido, representado pelo Rutherford Appleton Laboratory (RAL), permitirá incluir no Amazônia-1 a câmera inglesa RALCAM-3, com resolução da ordem de 10 m, que complementará as imagens coletadas pela AWFI.

No final do ano de 2008, o INPE firmou contratos para aquisição de mais dois componentes do Amazônia-1: a câmera AWFI, contratada na indústria nacional, e o sistema de controle e computação embarcada, objeto de uma cooperação entre a agência espacial brasileira, AEB, e a agência espacial argentina, CONAE, contratado à empresa argentina INVAP.

Para este ano de 2009, o INPE espera concluir a contratação dos equipamentos restantes para a carga útil do Amazônia-1, resolver as questões de interface com a câmera inglesa RALCAM-3, e preparar os sistemas de suporte e a equipe de integração e testes para o satélite. Simultaneamente, espera-se iniciar as contratações relativas à segunda PMM, que deverá compor o satélite Lattes-1.

JB Online

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Colisão com asteróide gigante fez Lua "girar" 180 graus

Um estudo realizado por cientistas franceses sugere que um gigantesco impacto causado por um asteróide teve força suficiente para fazer a Lua girar 180 graus, deixando visível o lado que atualmente podemos enxergar da Terra. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de análises em algumas crateras da superfície lunar. As informações são do The Guardian.

Devido à órbita atual do satélite, o lado mais próximo, e também mais iluminado, é o que pode ser visto do nosso planeta quando olhamos para cima. A sombra que paira sobre o lado negro - mais distante - está em constante movimento, dependendo da posição em relação ao Sol.

A equipe do Instituto de Física da Terra de Paris, na França, verificou a idade e a localização de 46 crateras formadas por asteróides de grandes proporções na superfície da Lua.

Segundo os cientistas, simulações de computador mostraram que, se a mesma face lunar estivesse virada para a Terra, o hemisfério ocidental do satélite, observável por nós, deveria ter um terço a mais de buracos do que o oriental por causa da órbita. "Comparando, seria como correr na chuva: a parte da frente ficaria mais molhada do que as costas", explicaram.

Os responsáveis pela pesquisa Marcos Wieczorek e Matthieu le Feuvre avaliaram que o hemisfério ocidental possui as crateras mais jovens da Lua, enquanto o outro lado tem as mais antigas. Em razão disso, a região oriental foi muito mais atingida por asteróides do que a outra. Os resultados foram divulgados na revista científica New Scientist.

"Um único impacto foi capaz de fazer a Lua dar um giro de 180 graus", disseram os autores na revista Icarus. As crateras lunares surgiram em uma grande colisão há 3,9 bilhões de anos, pouco tempo após o satélite nascer dos detritos da Terra produzidos por uma explosão cósmica ainda maior.


Cientistas acreditam que uma grande colisão há 3,9 bi de anos virou a Lua para o lado que hoje é visível da Terra
Cientistas acreditam que uma grande colisão há 3,9 bi de anos virou a Lua para o lado que hoje é visível da Terra

Redação Terra

Planetário do Rio abre Ano da Astronomia no Brasil

A origem dos planetas, das estrelas e do universo sempre despertou curiosidade em todo o mundo. Na tentativa de conhecer o que estava além do céu, usando um telescópio, há 400 anos, Galileu Galilei mudou a forma de ver o mundo. Agora, pesquisadores querem divulgar a astronomia e chamar atenção para novas descobertas.

Com esse objetivo, o Planetário da cidade do Rio abriu, nesta terça-feira, o Ano Internacional da Astronomia no Brasil - a data foi estipulada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Para o presidente do observatório do Rio, Celso Cunha, essa é uma oportunidade de aliar conhecimento e entretenimento, além de difundir a ciência.

"Quando Galileu propôs suas teorias, há 400 anos, demonstrando que a órbita dos planetas não era circular e, sim, uma elipse, isso teve um impacto profundo", destacou Cunha. "Podemos provocar novas mudanças por meio do fascínio produzido pelas descobertas astronômicas e sinalizar que existem coisas maiores, diferentes das do dia-a-dia."

Como parte das atividades do Ano da Astronomia, o Rio receberá, em agosto, 3 mil astrônomos de todo mundo em um congresso. Para o estudioso Luiz Nicolaci, do Observatório Nacional - órgão do governo federal que faz pesquisas na área - o momento é de estreitar parcerias com outros países e de fomentar a sistematização das pesquisas.

"Acho que já foram descobertos cerca de 200 planetas em outros sistemas estelares. O problema é que ainda não foi feito um levantamento sistemático, que dê uma amostra estatística válida para tentar entender o processo de formação dos sistemas planetários. É isso que tentamos entender", afirmou.

De acordo com ele, o Brasil não têm recursos para investir em equipamentos como telescópios, que possam resultar em novas descobertas. No último levantamento, os pesquisadores brasileiros estimaram investimentos de R$ 15 bilhões. No entanto, Nicolaci avalia que o país pode colaborar, trabalhando bancos de dados, por exemplo.

"Obviamente, não podemos competir de igual para igual com os Estados Unidos e a Europa, mas podemos participar de outros projetos."

Quem não quiser perder as últimas descobertas sobre o universo, pode participar de atividades do Ano da Astronomia, em todo o país. Somente no período de abertura, de 19 a 28 deste mês, estão previstos cerca 200 eventos em várias cidades. Entre eles, a observação do céu com telescópios, atividades em planetários e mostras.

Agência Brasil

Nasa apresenta novo veículo lunar a Barack Obama

A Nasa, agência espacial americana, aproveitou as celebrações da posse do novo presidente Barack Obama para apresentar as suas inovações na meta de levar o homem de volta à Lua em 2020. Após ser empossado oficalmente nesta terça-feira em cerimônia no Capitólio, em Washington, Obama conheceu o novo veículo lunar que poderá ser utilizado pelos astronautas no retorno ao satélite.

Durante o desfile realizado na Pennsylvania Avenue, próxima à Casa Branca, um astronauta vestido a rigor exibiu o módulo de transporte para Obama e a mulher, Michelle, em frente à tribuna presidencial. O Lunar Electric Rover está sendo cuidadosamente testado no deserto ao sudoeste do Arizona e integrará tecnologia de ponta quando for finalizado.

O veículo, muito mais tecnológico e seguro que o frágil Eagle - usado por Neil Armstrong e Buzz Aldrin no histórico 16 de julho de 1969 -, entrará em ação logo após a aterrissagem no satélite. Com o tamanho aproximado de uma grande caminhonete, com 12 rodas, o módulo possui infra-estrutura suficiente para abrigar dois astronautas por até 14 dias.

Ali dentro, a tripulação encontrará alimentação e instalações sanitárias, além dos computadores e outros equipamentos científicos de última geração. O transportador foi construído para exigir pouca ou nenhuma manutenção e ser capaz de viajar milhares de quilômetros sobre rochas e depressões encontrados na superfície da Lua por um período de até dez anos.

Segurança
Os astronautas também não precisam sair do tranportador para desenvolverem suas pesquisas. Na cabine de comando, janelas na parte inferior do veículo lunar permitem que eles se aproximem dos objetos identificados no solo. As rodas também se deslocam lateralmente, facilitando o trânsito nos terrenos acidentados e uma movimentação em qualquer direção para evitar possíveis acidentes.

A Nasa também está desenvolvendo novas tecnologias para alimentar as baterias do módulo, células de combustível, freios regenerativos e pneus avançados.

O módulo lunar, que poderá ser utilizado por astronautas em 2020, foi apresentado em frente à tribuna presidencial

O módulo lunar, que poderá ser utilizado por astronautas em 2020, foi apresentado em frente à tribuna presidencial


Redação Terra

Missão do veículo de exploração de Marte segue sem data

A próxima missão da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) à Marte agora tem mais um problema: encontrar uma data de lançamento. O Mars Science Laboratory (MSL), que deve ser lançado no final de 2011, dois anos depois da data planejada, enfrenta um conflito de lançamento com diversas outras missões que requerem o uso dos foguetes Atlas V e da plataforma de lançamento de Cabo Canaveral, na Flórida.

Encaixar o MSL no cronograma poderia requerer a compra de um foguete mais poderoso, uma reformulação no escudo de calor do aparelho (para acomodar velocidades de entrada mais altas), e a contratação de mais pessoal a fim de reduzir o intervalo entre os lançamentos. Tudo isso pode elevar em mais US$ 50 milhões o custo de uma missão cujo orçamento já subiu de US$ 1,6 bilhão a mais de US$ 2,2 bilhões.

A estratégia da Nasa para lidar com o estouro de custos não envolveria adiamento ou cancelamento de quaisquer das missões planejadas. Mas reduziria drasticamente a pesquisa e desenvolvimento do programa de exploração de Marte e resultaria em uma combinação das missões que a Nasa e a Agência Espacial Européia (ESA) planejam para o planeta em 2016.

Cientistas planetários endossaram o plano este mês, depois que funcionários da Nasa descreveram os problemas quanto a datas em uma reunião com um comitê de assessores.

Lançamentos a intervalos menores
Com peso de uma tonelada, o veículo de exploração de superfície será o maior a chegar a Marte. Armado com um bateria de dez instrumentos, ele buscará indícios de vida passada no planeta.

Em dezembro, a data original planejada para o lançamento, em 2009, foi adiada por dois anos. Isso deriva de problemas com motores e engrenagens, que não foram testados completamente para enfrentar o frio marciano.

O atraso significa que os engenheiros do projeto terão de trabalhar por mais tempo, mas por outro lado economizou custos no atual ano fiscal ao pôr fim a meses de horas extras no Laboratório de Propulsão a Jato, uma divisão da Nasa em Pasadena, Califórnia, onde o veículo está sendo montado.

"Francamente, em retrospecto eu gostaria de que alguém tivesse adiado o projeto 12 meses mais cedo", disse Edward Weiller, administrador associado da diretoria de missões científicas da Nasa.

Uma maneira de lidar com o problema é reduzir o intervalo entre lançamentos do Atlas V de 90 para 75 dias, diz James Green, diretor da divisão de ciência planetária da Nasa que cuida do problemático orçamento e cronograma do MSL.

Isso liberaria boa parte dos meses finais de 2011 para o lançamento. Mas uma das duas janelas para o lançamento do MSL, em outubro, deve ser usada para lançar a missão Juno, que estudará os campos magnético e gravitacional de Júpiter.

A janela de lançamento em outubro poderia ser estendida pela compra de uma versão mais poderosa e cara do Atlas V, mas isso exigiria testar a capacidade do escudo de calor do MSL para suportar entrada na atmosfera marciana a velocidade mais elevada, devido ao empuxo maior do foguete.

Se a janela fechar...
Uma segunda janela de lançamento para o MSL, em dezembro, parece favorável por outros motivos além de evitar o conflito com a missão Juno. Mas ela colocaria o MSL em rota diferente, que favoreceria pouso no hemisfério norte de Marte, onde a comunicação com a Terra seria mais fácil.

Isso pode resultar em reinício do debate sobre o local de pouso do MSL, depois que negociações anteriores reduziram as escolhas a apenas quatro pontos, três dos quais no hemisfério sul. "Há diversos bons locais, mas talvez devamos repensar o caso", disse Doug McCuistion, diretor do programa de Marte na Nasa.

O plano de Green para enfrentar o estouro de orçamento concentraria os danos no programa de Marte. O único outro impacto considerável e não relacionado a Marte seria o corte temporário de US$ 47 milhões no orçamento da missão Juno, mas essa verba forma uma reserva para cobrir contingências e deve ser restaurada em 2012.

As atuais missões a Marte, entre as quais os veículos Spirit e Opportunity, de superfície, não serão restringidas, diz Green. A missão Mars Atmosphere and Volatile Evolution (Maven), com lançamento marcado para 2013 e o objetivo de estudar a história da evolução atmosférica do planeta, tampouco seria afetada, até porque ela poderia oferecer um elo de retransmissão valioso para o MSL.

Os veículos orbitais em operação atualmente, como o Odyssey e o Mars Reconnaissance Orbiter, estarão no final de suas vidas úteis quando o MSL chegar.

Futuro hipotecado
Mas o maior impacto seria sobre o futuro do programa de exploração de Marte. Uma missão planejada para 2016 seria reduzida drasticamente. Só parcerias permitiriam que ela realizasse seu trabalho científico mais importante, diz Weiler, que antecipa cooperação entre Europa e Estados Unidos em futuras missões de exploração de Marte.

A ESA já adiou o lançamento de seu próximo veículo de superfície, o ExoMars, até 2016. Weiler diz que ele e o diretor científico da ESA, David Southwood, fecharam um acordo inicial para fundir as missões posteriores a 2016.

"É hora de jogar fora as bandeiras e assumir que, se queremos recolher amostras em Marte e trazê-las à Terra, será impossível fazê-lo sozinhos", disse Weiler sobre os planos de uma missão bilionária que deve acontecer na década de 2020. "Um bilhão de dólares já não compra muita coisa".

O Mars Science Laboratory (MSL), que deveria ser lançado em 2011, dois anos após a data planejada, enfrenta conflitos de lançamento

O Mars Science Laboratory (MSL), que deveria ser lançado em 2011, dois anos após a data planejada, enfrenta conflitos de lançamento

Tradução: Paulo Migliacci

Nature

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Maior deslizamento de terra do universo ocorreu em Marte

Um asteróide do tamanho do Texas que atingiu Marte no passado pode ter ocasionado um deslizamento de terra do tamanho dos Estados Unidos, o maior de que se tem conhecimento no universo, dizem cientistas.

A descoberta poderia ajudar a solucionar o mistério sobre a origem da região marciana Arabia Terra, um vasto planalto entre as baixas planícies do norte e as irregulares elevações do sul do planeta.

Com um tamanho estimado de 1.600 km, acredita-se que o gigante asteróide tenha atingido o hemisfério norte de Marte há bilhões de anos. O cataclismo teria dado ao planeta uma personalidade topográfica dúbia - plana ao norte, mas irregular ao sul, em termos gerais.

A área do impacto deu origem à Bacia Borealis, com cerca de 10 km de extensão. A parte sul do planeta se tornou uma área montanhosa ¿ que em alguns lugares se elevam vários quilômetros acima da bacia. A fronteira entre as duas regiões é marcadamente definida, exceto pela zona da Arabia Terra. Essa estranha região intermediária não é uma elevação nem uma bacia.

Até recentemente, a razão da região existir era desconhecida.

Relíquia do Impacto
A Arabia Terra é remanescente do impacto do asteróide gigante, sugeriu em dezembro o geofísico Jeff Andrews-Hanna, da Escola Colorado de Minas, durante o encontro do Sindicato Americano de Geofísica em São Francisco.

Essa região intermediária incomum foi formada quando uma parte das elevações do tamanho dos EUA se soltou e deslizou 300 km rumo ao norte, até a margem sul da Bacia Borealis, disse Andrews-Hanna.

Em outras palavras, três das maiores características geográficas de Marte - a Bacia Borealis, as elevações e a Arabia Terra - foram formadas "praticamente de modo instantâneo, em uma só colisão catastrófica," disse o geofísico em um e-mail.

Pistas
A primeira pista de que a Arabia Terra havia sido formada através de um deslizamento de terra foi o fato da região relativamente plana possuir declives íngremes tanto em sua margem sul quanto norte "como uma pisada gigante" disse Andrews-Hanna.

Características similares, ele disse, ocorrem em crateras formadas por um grande impacto, muitas das quais possuem padrões circulares - elipses ou círculos concêntricos de cadeias íngremes separadas por planaltos levemente inclinados. A semelhança da Arabia Terra a essas outras crateras indica que ela também pode ter sido formada por um impacto.

Outra pista é que, na Arabia Terra, a margem interna da Bacia Borealis não se alinha à sua margem interna em outros lugares do planeta. Ao invés disso, a margem se projeta cerca de 300 km ao norte - como se o deslizamento de terra tivesse apagado a separação nítida vista em áreas ao oeste e leste.

Deslize profundo
A maioria dos deslizamentos de terra ocorre na superfície. Esse parece ter sido profundo, disse Andrews-Hanna. Após o impacto do asteróide, "essas rochas da crosta inferior tendem a ir para dentro da bacia, arrastando as rochas da superfície junto. É como se a crosta tivesse se movido centenas de quilômetros para dentro da bacia logo após esta ter se formado," ele disse.

Com qual rapidez ela se moveu? Andrews-Hann não tem certeza, mas em termos geológicos foi bastante rápido.

De fato, no estudo mais aprofundado de uma bacia da lua semelhante à Borealis, embora muito menor, um deslizamento similar parece ter ocorrido - tão rápido que começou antes mesmo do material erguido pelo impacto atingir o solo.

"Por outro lado, as coisas podem se mover com mais lentidão em uma bacia gigante como a Borealis em Marte," ele disse.

Geografia Instantânea
O astrônomo Mark Hammergren, de Chicago, saúda a nova idéia como "uma extensão natural" da hipótese do impacto de asteróide da Borealis.

"Ao mesmo tempo, um terraço é algo que se espera ver de alguma forma ao redor da Bacia Borealis, por isso essa hipótese não é desconfortavelmente forçada dentro de uma "teoria de tudo" sobre o impacto Borealis," ele disse em um e-mail.

O geofísico James Head III da Universidade Brown também considera "bastante plausível" que a Arabia Terra tenha sido criada em conjunção ao impacto da Bacia Borealis. Mas Head não tem certeza se um deslizamento de terra profundo foi responsável pela façanha. Ao invés disso, disse em um e-mail, a força do impacto pode ter deformado os blocos da crosta planetária fora da bacia sob o que agora é a Arabia Terra, fazendo com que sua superfície afundasse para seu nível intermediário atual.

O autor do estudo, Andrews-Hanna, observa que a fina crosta abaixo da Arabia Terra indica que algo esticou a crosta, sendo o candidato mais provável o deslizamento de terra profundo sob a superfície. No entanto, ele sugere que uma combinação dos dois mecanismos pode ter sido a responsável, com o deslizamento de material abaixo da superfície sendo a causa da distorção próxima à superfície.

Não importa como o impacto do asteróide gigante tenha formado a Arabia Terra, Andrews-Hanna brincou, "aquele certamente não foi um bom tempo para ser um marciano!"

A região marciana Arabia Terra (verde) é um vasto planalto entre as baixas planícies do norte (azul) e as elevações do sul do planeta (laranja e ...

A região marciana Arabia Terra (verde) é um vasto planalto entre as baixas planícies do norte (azul) e as elevações do sul do planeta (laranja e vermelho)

Tradução:Amy Traduções

National Geographic

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Museu quer exumar corpo de Galileu para analisar DNA

Cientistas do Museu de Florença, na Itália, querem abrir o túmulo do famoso astrônomo italiano Galileu Galilei (1564 a 1642) para analisar seu DNA, a fim de identificar como ele formulou teorias sobre o universo. Outro objetivo é entender se o pesquisador sofria de alguma doença que lhe afetou a visão. As informações são da agência AFP.

A exumação do corpo, datado do século XVII, também poderia reproduzir as sensações de Galilei ao observar os astros pela primeira vez com seu telescópio. Segundo os pesquisadores, ele sofria de uma doença degenerativa nos olhos que teria lhe causado uma cegueira.

"Se obtivermos sucesso com o DNA, compreenderemos como a enfermidade distorceu sua visão, o que pode trazer importantes descobertas para a história da ciência", disse o diretor do museu, Paolo Galluzzi. "Poderemos explicar alguns erros cometidos por Galileu como descrever que o planeta Saturno tinha 'orelhas laterais' em vez dos anéis, por exemplo", afirmou.

No momento, os cientistas querem levantar provas suficientes sobre o possível problema de Galileu junto a oftalmologistas para tentar entender suas condições de visão. A estimativa para iniciar o projeto é de no mínimo um ano, já que é necessário juntar US$ 390 mil (300 mil euros) para enfrentar alguns impedimentos admnistrativos.

Em 2009, a comunidade científica comemora o Ano Internacional da Astronomia. Uma série de celebrações tiveram início pelo mundo para comemorar os 400 anos da primeira observação feita por Galileu.

Apesar de ser considerado pioneiro em pesquisas astronômicas, Galileu Galilei não teve vida fácil. Em sua época, foi condenado por heresia pelo Tribunal da Inquisição, conduzido pela Igreja Católica, por aderir à teoria de Copérnico. Ele também acreditava que o Sol era o centro do universo e não a Terra.

Redação Terra

Astronautas ensaiam para lançamento da Discovery

Uma equipe de astronautas realizou nesta segunda-feira mais um ensaio de formação para a próxima missão no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida.

A missão especial americana terá a participação do piloto Tony Antonelli, além dos astronautas Joseph Acaba, Steve Swanson, Richard Arnold, John Phillips. Koichi Wakata, da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão, também participa da viagem.

Eles se preparam para o lançamento da nave Discovery, prevista para ocorrer no dia 12 de fevereiro deste ano.

Tripulação faz treinamentos em Cabo Canaveral, na Flórida, para lançamento marcado para o dia 12 de fevereiro

Tripulação faz treinamentos em Cabo Canaveral, na Flórida, para lançamento marcado para o dia 12 de fevereiro

Redação Terra

No deserto, Nasa testa veículo que poderá ser usado na Lua

A Nasa, agência espacial americana, está testando no deserto ao sudoeste do Arizona, nos Estados Unidos, o novo veículo que poderá ser utilizado pelos astronautas na viagem de volta à Lua, estimada para 2020. O veículo, muito mais tecnológico e seguro que o frágil Eagle - usado por Neil Armstrong e Buzz Aldrin no histórico 16 de julho de 1969 -, entrará em ação logo após a aterrissagem no satélite.

O módulo tem o tamanho aproximado de uma grande caminhonete, com 12 rodas, e infra-estrutura suficiente para abrigar dois astronautas por até 14 dias. Ali dentro, a tripulação encontrará alimentação e instalações sanitárias, além dos computadores e outros equipamentos científicos.

O veículo foi construído para exigir pouca ou nenhuma manutenção e ser capaz de viajar milhares de quilômetros sobre rochas e depressões encontrados na superfície da Lua por um período de até dez anos.

Os astronautas também não precisam sair do tranportador para desenvolver as pesquisas. Na cabine de comando, janelas na parte inferior do veículo permitem que eles se aproximem dos objetos no solo lunar. As rodas também se deslocam lateralmente, facilitando o trânsito nos terrenos acidentados e possibilitando uma movimentação em qualquer direção.

A Nasa está criando ainda novas tecnologias para alimentar as baterias do módulo, células de combustível, freios regenerativos e pneus avançados.

Programa Constellation
A Nasa batizou de Constellation o programa que levará o homem de volta à Lua, quatro décadas depois do primeiro pouso. Um vôo experimental está previsto para o segundo semestre deste ano.

Presa à ponta de um foguete, do qual se desprende em órbita, a cápsula Orion permitirá o transporte de tripulação e carga para estações espaciais e missões no satélite.

A bordo, serão utilizadas tecnologias computadorizadas, novos sistemas de propulsão, proteção térmica, ejeção de tripulantes e escape em caso de emergência, o que garante maior segurança aos astronautas. Também serão incorporados painéis solares para permitir a permanência em órbita durante longos períodos.

A Orion levará astronautas até o superfície lunar enquanto o foguete Ares V ficará em órbita à espera do reembarque da equipe para o retorno à Terra. A cápsula deverá levar até seis astronautas para a Estação Espacial Internacional e de dois a quatro tripulantes para a Lua.

Novo motor
A terceira rodada de testes com um novo motor de foguete foi completada com sucesso na semana passada. Mais seguro, o equipamento reduz os riscos em uma futura aterrissagem no satélite da Terra e aumenta a capacidade de carga durante a viagem.

O novo sistema de propulsão do foguete utilizará o processo criogênico, ou Common Extensible Cryogenic Engine (CECE). Este processo é alimentado por uma mistura de oxigênio líquido e hidrogênio líquido, que são super-resfriados a temperaturas de -147°C (-297°F) e -217° C (-423°F). A composição de gases misturada à produção de vapor quente são os responsáveis por gerar o impulso do foguete, liberando gelo pelo "cano de escape".

A meta é que o motor reduza a velocidade do veículo espacial no momento da aterrissagem na Lua, diminuindo os riscos de acidente. Outra mudança significativa é a capacidade de carga que aumentará sem que haja necessidade de aumentar o número de propulsores utilizado atualmente.

O novo veículo tem o tamanho aproximado de uma grande caminhonete e é mais seguro que o antigo Eagle

O novo veículo tem o tamanho aproximado de uma grande caminhonete e é mais seguro que o antigo Eagle

Redação Terra

domingo, 18 de janeiro de 2009

Cientistas desvendam história da formação das galáxias

Quase todas as grandes galáxias passaram por pelo menos uma fusão importante desde que o universo tinha seis bilhões de anos, segundo o maior estudo sobre sua forma e estrutura até hoje.

O estudo utilizou dados do Telescópio Espacial Hubble para analisar como teria sido a aparência de 21.092 galáxias quando o universo - hoje com cerca de 13,7 bilhões de anos - tinha entre 5,2 bilhões e 11,2 bilhões de anos.

As fusões tendem a deixar as galáxias com uma aparência assimétrica e maciça, e com base em análises de computador dessas características, o astrofísico Christopher Conselice da Universidade de Nottingham, Reino Unido, e seus colegas encontraram indícios de pelo menos duas mil fusões durante essa época.

Eles também encontraram uma correspondência entre o período de fusões e os episódios de explosões estelares. Conselice acrescenta que uma redução significativa das fusões, na época em que o universo tinha cerca de sete bilhões de anos, coincide com o período de diminuição na formação de estrelas previamente identificado. Como as imagens de cada galáxia representam apenas um momento de sua evolução, a equipe extrapolou suas descobertas para concluir que quase todas as galáxias teriam passado por uma fusão até os dias de hoje.

Fábricas de estrelas
Galáxias podem construir estrelas a partir de suas próprias reservas de gás, ou através do recebimento de uma nova injeção de gás e energia cinética quando uma grande galáxia se choca com outra. No universo de hoje, essas fusões massivas são raras. Mas no passado, diz Conselice, essas fusões criaram condições para explosões estelares que geraram estrelas a um ritmo de cerca de 200 massas solares por ano - 100 vezes o ritmo da formação estelar de nossa atual Via Láctea.

"As fusões transformam fundamentalmente a estrutura dessas galáxias e sua maneira de desenvolvimento," diz Conselice. "Duas galáxias ricas em gás se chocam e as nuvens gasosas colidem, formando estrelas."

Os resultados se baseiam em mais de sete vezes o número de galáxias do estudo comparável mais recente.

No entanto, alguns astrônomos dizem que ainda não está claro se as fusões são a raiz das explosões estelares. "É difícil determinar se a aparência irregular das galáxias distantes se deve a fusões ou a locais irregularmente distribuídos de formação altamente ativa de estrelas," diz o astrônomo Pieter van Dokkum da Universidade Yale.

Mark Dickinson, um astrônomo do Observatório Nacional de Astronomia Óptica de Tucson, Arizona, observa que existe agora evidência de que elevados ritmos de formação de estrelas acontecem ao longo de centenas de milhões de anos e não em explosões de 10 milhões de anos. "Se as explosões estelares fossem causadas pelas fusões, você esperaria a segunda opção," diz Dickinson.

Conselice espera que mais dados fortaleçam sua hipótese. Ele diz que o próximo passo será uma análise similar usando dados futuros da Câmera 3 de Campo Largo do Telescópio Espacial Hubble, que deve ser instalada em maio. Operando em um espectro infravermelho, a câmera vai coletar luz de épocas mais antigas da história do universo.

Mas resolver a questão de uma vez por todas deve exigir observações tanto de uma nova classe de telescópios terrestres de 30 metros quanto do Telescópio Espacial James Webb, que deve ser lançado em 2013.

As fusões tendem a deixar as galáxias com uma aparência assimétrica e maciça

As fusões tendem a deixar as galáxias com uma aparência assimétrica e maciça

Tradução: Amy Traduções

Nature


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Detectado gás em Marte que seria sinal de formas de vida

Emissões esporádicas de metano foram detectadas em vários pontos do planeta Marte, o que pode indicar uma atividade geológica ou mesmo a possibilidade de processos biológicos, segundo estudo publicado nesta quinta-feira.

"Na Terra, os organismos vivos produzem mais de 90% do metano presente na atmosfera, e os 10% restantes têm origem geoquímica. Em Marte, o metano pode ser um sinal de uma coisa ou outra", explicam os autores do trabalho, que sairá na edição da revista americana Science desta sexta-feira.

O volume de emissões de metano observadas no planeta vermelho são comparáveis ao de sítios ativos da Terra, destaca o astrônomo Michael Mumma, principal autor do estudo e diretor do centro de astrobiologia do Goddard Space Flight Center, da Nasa, agência espacial americana.

No entanto, "a origem dessas emissões de metano em Marte é um mistério", afirmam os cientistas, "e ainda não se chegou a um consenso". As duas hipóteses - origem geoquímica ou biológica - são fundamentadas em fenômenos análogos conhecidos na Terra.

Imagem identifica a concentração de gás metano (coloração avermelhada) na atmosfera marciana
Imagem identifica a concentração de gás metano (coloração avermelhada) na atmosfera marciana

Nasa testa nova tecnologia de motor de olho na Lua

A Nasa, agência espacial americana, informou nesta quinta-feira em seu site que completou com sucesso a terceira rodada de testes com um novo motor de foguete que pode levar os astronautas com segurança de volta à Lua até 2020. A meta da Nasa é reduzir os riscos em uma futura aterrissagem no satélite da Terra e aumentar a capacidade de carga durante a viagem.

O equipamento chama a atenção por produzir durante seu funcionamento uma massa de gelo que recobre a abertura de escape do foguete. Segundo a Nasa, apesar de um foguete atingir temperaturas de 5 mil graus e poder de mais de 6 t de impulsão (cerca de 13,8 mil libras), o processo criogênico foi escolhido como a tecnologia da vez.

O Common Extensible Cryogenic Engine (CECE), nome dado ao projeto, é alimentado por uma mistura de oxigênio líquido e hidrogênio líquido, que são super-resfriados a temperaturas de -147°C (-297°F) e -217° C (-423°F). A composição de gases misturada à produção de vapor quente são os responsáveis por gerar o impulso do foguete, liberando gelo pelo "cano de escape".

De acordo com a agência, mas a inovação proporcionará grandes e importantes vantagens. A meta é que o motor reduza a velocidade do veículo espacial no momento da aterrissagem na Lua, diminuindo os riscos de acidente. Outro ponto significativo é a capacidade de carga que aumentará sem que haja necessidade de aumentar o número de propulsores utilizado atualmente.

Os testes estão sendo conduzidos pela Pratt & Whitney Rocketdyne na localidade de West Palm Beach, na Flórida.

O motor de foguete, que utiliza processo criogênico, pode reduzir riscos e aumentar capacidade de carga no retorno à Lua
O motor de foguete, que utiliza processo criogênico, pode reduzir riscos e aumentar capacidade de carga no retorno à Lua

Luneta usada por Galileu Galilei é exposta na Itália

A luneta utilizada pelo famoso astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642) para observar os céus está exposta no Museu de História da Ciência de Florença, na Itália. O telescópio teria sido usado pelo pesquisador por volta de 1609 e 1610. As informações foram divulgadas pela agência EFE nesta quarta-feira.

O artefato e outras atrações serão exibidas na exposição "Galileu - Imagens do universo da antiguidade do telescópio", que integra as atividades previstas em 2009 para o Ano Internacional da Astronomia. A celebração coincide com os 400 anos da primeira observação feita por Galilei.

Entre os dias 13 de março e 30 de agosto, os visitantes poderão conferir também imagens que recriam as condições vistas a partir da lente da antiga luneta, mostrando com maior exatidão como seria o universo observado pelo cientista.

Apesar de ser considerado o pioneiro em observações astronômicas, Galileu Galilei não teve vida fácil. Em sua época, foi condenado por heresia pelo Tribunal da Inquisição, conduzido pela Igreja Católica, por aderir à teoria de Copérnico. Ele também acreditava que o Sol era o centro do universo e não a Terra.

O artefato teria sido utilizado pelo pesquisador italiano por volta de 1609 e 1610
O artefato teria sido utilizado pelo pesquisador italiano por volta de 1609 e 1610

Estrelas gigantes resultam de 'canibalismo' estelar

A origem de estrelas gigantes conhecidas como nômades azuis é resultado de "canibalismo estelar", fenômeno em que uma estrela "suga" o plasma da outra para formar uma de maior tamanho, sugerem cientistas britânicos e canadenses.

As nômades azuis são estrelas gigantes e supermassivas, encontradas nos chamados aglomerados globulares - conjunto com formato esférico de cerca de 100 mil estrelas, fortemente ligadas pela gravidade. Elas são estrelas quentes e têm aparência de serem mais novas do que realmente são.

A origem e formação dessas estrelas era considerada um mistério para os astrônomos. Estudos anteriores sugerem que elas seriam formadas a partir de colisões dentro dos aglomerados, mas a pesquisa recente sugere um processo mais simples.

Segundo os cientistas da Universidade de Southmpton, no Reino Unido, e McMaster, no Canadá, a formação das nômades azuis resulta de uma espécie de canibalismo estelar, ou seja, de um processo onde duas estrelas "sugam" matéria uma da outra e auxiliam na formação de uma de maior tamanho.

Os cientistas explicam que esse processo ocorreria apenas nas chamadas estrelas binárias - sistemas estelares compostos por duas estrelas muito próximas e que orbitam ao redor de um centro de massa comum.

Observação
Para chegar aos resultados, os cientistas analisaram estrelas nômades azuis em 56 aglomerados globulares e identificaram uma relação entre a massa total no centro do conjunto e o número de nômades azuis dentro de cada um dos aglomerados.

Eles explicam que quanto mais massivos os centros dos aglomerados, maior a presença das estrelas binárias - daí a relação entre as nômades azuis e as binárias nesses aglomerados.

"Essas observações apontam para o canibalismo estelar como o mecanismo primário a formação das nômades azuis", diz o estudo.

"Essa á a mais forte e direta prova de que as nômades azuis são resultado de duas estrelas binárias", afirmou Christian Knigge, um dos autores do estudo.

"A origem das nômades azuis é um mistério antigo. Só se sabia que pelo menos duas estrelas estariam envolvidas em sua formação, porque estrelas isoladas com essa massa simplesmente não poderiam existir dentro desses aglomerados", disse Knigge.


A formação das nômades azuis resulta de um processo onde duas estrelas
A formação das nômades azuis resulta de um processo onde duas estrelas "sugam" matéria uma da outra e auxiliam na formação de uma de maior tamanho

BBC Brasil

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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

"Discovery" é instalada na plataforma de lançamento para missão à ISS

A nave "Discovery" foi instalada hoje na plataforma de lançamento do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, de onde, em 12 de fevereiro, partirá em uma missão para o envio de provisões à Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave foi colocada na plataforma às 15h16 (de Brasília), após ser levada lentamente por um gigantesco veículo a partir da unidade de montagem de veículos, a uma distância de quase 5,5 quilômetros, informou a Nasa, a agência espacial americana.

A missão STS-119, de 14 dias, dirigida pelo comandante Lee Archambault, carrega a bordo uma viga que será colocada no orbitador, além de uma série de novos painéis solares.

Os painéis aumentarão a provisão de energia que será necessária quando o grupo de ocupantes permanentes da ISS aumentar de três para seis este ano.

Os outros membros da tripulação são o piloto Tony Antonelli e os especialistas Joseph Acaba, John Phillips, Steve Swanson, Richard Arnold e Koichi Wakata, da Agência de Prospecção Aeroespacial do Japão.

Wakata permanecerá na ISS em substituição a Sandy Magnus, que chegou ao complexo em novembro como membro da missão STS-126.

O grupo realiza atualmente os testes para as quatro caminhadas espaciais que ocorrerão no decorrer da missão de 15 dias no Centro Espacial Johnson, em Houston, Texas.

Os astronautas chegarão ao Centro Espacial Kennedy em 19 de janeiro para revisar a nave, sua carga, as medidas de segurança e testar as roupas que serão utilizadas na missão.

Inicialmente, o lançamento está previsto para as 10h32 (de Brasília) de 12 de fevereiro.

Inglês teria traçado mapa da Lua antes de Galileu

Documentos encontrados na Grã-Bretanha indicam que um inglês pode ter mapeado a Lua antes de Galileu Galilei. Thomas Harriott teria traçado mapas completos da superfície lunar há 400 anos, meses antes do gênio italiano.

O professor Allan Chapman, da Universidade de Oxford, afirma que Harriott compilou um mapa completo da superfície lunar em uma série de folhas. "O conjunto completo marca o nascimento da cartografia moderna, antecede Galileu e o próximo trabalho semelhante só apareceria 30 anos mais tarde", diz Chapman.

O pesquisador defende que, em seu 400º aniversário de nascimento, Thomas Harriott seja comemorado como um dos grandes cientistas da história britânica.

Harriott era um rico nobre inglês que, segundo historiadores, não almejava fama e fortuna, diferentemente de Galileu. Quatro séculos mais tarde, os mapas de Harriott vão ser expostos pela primeira vez, e talvez o inglês venha a ser mais reconhecido por seu trabalho pioneiro.

O mapa da Lua feito por Thomas Harriott
O mapa da Lua feito por Thomas Harriott

BBC Brasil

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Agência Espacial Européia lançará cinco satélites em 2009

A Agência Espacial Européia (ESA, na sigla em inglês) prepara-se para um ano "cheio e importante", em que lançará ao espaço três satélites de observação da Terra e dois satélites científicos, informou hoje a organização.

Este será o ano de pôr em órbita o Explorador da Gravidade e a Circulação dos Oceanos (GOZO), um satélite que medirá a gravidade terrestre e poderá prever terremotos com uma resolução que lhe permite detectar "um floco de neve em 1 milhão de toneladas de óleo", explicou a agência em entrevista coletiva hoje em Paris.

Também se lançarão ao espaço o SMOS, dedicado a medir a salinidade do oceano e a umidade do solo -essencial para os sistemas que simulam a evolução do clima- e o CryoSat 2, cuja missão consistirá em observar a criosfera -parte da crosta terrestre na qual se forma o gelo.

Viajarão ao espaço exterior ainda os satélites científicos Herschel -para estudar a formação de estrelas e galáxias- e Planck -que analisará os campos de radiação cósmica.

Em 2009 ainda será lançado pela primeira vez o foguete russo Soyouz da base de Kuru, na Guiana francesa, acontecimento que o diretor-geral da ESA, Jean-Jacques Dordain, chamou de "histórico".

Além disso, no final deste ano ou no início de 2010, o lançador europeu VEGA, de 30 metros de altura e peso na decolagem de aproximadamente 137 Toneladas, fará seu primeiro vôo ao espaço.

Com o aparelho, a ESA pretende pôr em órbita pequenos satélites de maneira mais rentável que os lançadores Ariane 5, concebido para grandes satélites, e o Soyouz, destinado a satélites médios.

Altura da ISS será elevada para acoplamento de naves

A altura da órbita da Estação Espacial Internacional (ISS) será elevada nesta quarta-feira, pela primeira vez neste ano, para garantir as condições ideais para os próximos acoplamentos de um cargueiro russo e de uma nave americana.

Valeri Lindin, porta-voz do Centro de Controle de Vôos Espaciais (CCVE) da Rússia, explicou que a manobra de correção da órbita será feita pela primeira vez em quase 11 meses com ajuda dos propulsores "KD-1" e "KD-2" do módulo de serviço russo "Zvezda".

"Está previsto que os motores sejam ligados às 21h06 (16h06 de Brasília), e a magnitude do impulso será de três metros por segundo, após o que a altura da órbita se elevará em 5,3 km, até os 357,6 km", destacou Lindin à agência oficial russa "RIA Novosti".

Ele acrescentou que a segunda manobra de correção da órbita ocorrerá em 4 de fevereiro.

O lançamento do cargueiro russo "Progress M-66" está previsto para 10 de fevereiro, enquanto a nave "Discovery" será lançada ao espaço dois dias depois, afirmou Lindin.

A altura da órbita da ISS foi elevada pela primeira vez em abril do ano passado pelo primeiro cargueiro automático europeu, Julio Verne, em mais de 4,5 km.

Normalmente, a altura de órbita média da ISS oscila entre os 360 e 330 km, e a estação perde entre 100 e 150 m de altura a cada dia devido à gravitação terrestre, à atividade solar e a outros fatores.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Imagem em cores mostra diferenças em lua de Saturno

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta terça-feira em seu site uma concepção artística de Dione, a lua congelada de Saturno, em que identifica diferenças de cores na superfície do satélite. Segundo os cientistas, as colorações ainda não foram entendidas por completo, mas podem ser o resultado de variações sutis na composição do solo ou do tamanho dos grãos que formam a crosta glacial.

Os traços do extenso histórico de atividade geológica desde a formação do satélite, segundo explica a Nasa, são representadas pelas falhas tectônicas e crateras que podem ser vistas na fotografia do Jet Propulsion Laboratory (JPL).

A partir de imagens produzidas em ultra-violeta, infravermelho e verde, e combinadas a uma única em preto e branco, os pesquisadores conseguiram diferenciar em cores os detalhes da superfície lunar.

Dione é um dos 13 satélites de Saturno e orbita a 377,4 mil km do segundo maior planeta do Sistema Solar. O descobridor foi o astrônomo Giovanni Domenico Cassini em 1684. Em outubro de 2005, a sonda espacial Cassini fez a maior aproximação da lua, chegando a 500 km de distância. A solidez que compõe o satélite possui cerca de 60% de gelo e 40% de rocha.

Concepção artística identifica em cores as variações na superfície de Dione, a lua gelada
Concepção artística identifica em cores as variações na superfície de Dione, a lua gelada

Descobertas as estrelas menos brilhantes do universo

Um par de estrelas anãs marrons - cada uma com cerca de um milionésimo do brilho do sol - foi descoberto pelo Telescópio Espacial Spitzer da Nasa.

"Essas anãs marrons são as lâmpadas celestes de menor desempenho energético que conhecemos," disse o líder do estudo Adam Burgasser, físico do Instituto Massachusetts de Tecnologia, em declaração.

Anteriormente, os astrônomos haviam pensado que os corpos de baixa luminosidade fossem apenas uma anã marrom sem importância - uma bola compacta de gás flutuando no espaço que não é nem um planeta nem uma estrela.

Mas Burgasser e sua equipe revelaram que o objeto - duas vezes mais brilhante do que deveria ser dada a sua temperatura - era na verdade estrelas gêmeas extremamente enfraquecidas.

Cientistas esperam encontrar muitas outras anãs marrons de baixa luminosidade usando a tecnologia infravermelha ultra-sensível do telescópio. A expectativa é que as descobertas mostrem como as estrelas marrons se desenvolvem.

As observações "permitem que vejamos pela primeira vez o que as atmosferas de estrelas anãs marrons muito antigas ou de massa baixa contêm e como elas são estruturadas," Burgasser disse.

O estudo apareceu no periódico Astrophysical Journal Letters.

Similares a estrelas, surgiram das sombras os objetos de menor luminosidade do universo - mostrados no desenho de um artista
Similares a estrelas, surgiram das sombras os objetos de menor luminosidade do universo - mostrados no desenho de um artista

Tradução: Amy Traduções

sábado, 10 de janeiro de 2009

Choque de cometa pode ter gerado gêiseres em lua de Saturno

O impacto de um cometa, ocorrido há milhões de anos, pode ter ajudado a desencadear os acontecimentos que criaram os gigantescos jatos, similares a gêiseres, de Encélado, lua glacial de Saturno, disseram cientistas em dezembro. A descoberta se deu por meio de fotos tiradas em vôos recentes à lua da nave Cassini da Agência Espacial Americana (Nasa).

"Esses dois vôos, em agosto e outubro, tinham como alvo lugares específicos nas regiões de onde vinham os jatos," disse Carolyn Porco, do Instituto de Ciência Espacial de Boulder, do Colorado, e líder da equipe de imagens da nave Cassini.

Os vôos de curta distância deram aos cientistas as imagens mais detalhadas até agora das "listras de tigre" da lua, longas rachaduras conhecidas por serem fontes dos jatos.

Centros de expansão
As novas fotos revelam um terreno fraturado notadamente similar à dorsal oceânica da Terra, disse Paul Helfenstein, da Universidade Cornell, em um encontro do Sindicato Americano de Geofísica em São Francisco, na Califórnia.

Na Terra, a dorsal submarina representa "centros de expansão" onde a crosta está se fraturando, permitindo que o magma chegue à superfície. Diferentes da solitária dorsal oceânica terrestre, as listras de tigre aparecem como linhas mais ou menos paralelas. Elas são, inclusive, entrecruzadas por traços que se assemelham às falhas geológicas que separam a dorsal oceânica em blocos.

A descoberta dessas falhas entrecruzadas "foi o primeiro indício de que algo como uma expansão poderia estar acontecendo em Encélado," disse Helfenstein. Para testar a idéia, ele criou um modelo de computador no qual as listras "deslizavam" para perto das outras ao longo das falhas geológicas. Alguns blocos da crosta, ele acrescentou, parecem ter deslizado até 73 km de seus locais de origem.

Ao fazer isso, ele constatou que muitas características aparentemente aleatórias do terreno tinham ligação. Algumas cumeeiras curvas, por exemplo, inesperadamente se encaixavam, formando um amontoado que se parecia com a superfície saliente de um diapiro, uma intrusão de rocha plástica que desponta nas camadas mais frágeis acima dela.

Carolyn Porco observa que a descoberta da "expansão" é mais um sinal de que Encélado possui um nível de atividade geológica que parece exigir a presença de água líquida sob o terreno do pólo sul. "Estamos cada vez mais confiantes de que é praticamente impossível explicar o que vemos em Encélado sem que haja água líquida em algum lugar internamente," disse ela.

Gelo flutuante
O estranho domo situado sobre o que parece ser a mais antiga das listras de tigre pode ser um indício importante do que colocaria o jato em movimento, disse Helfenstein. Se for o topo de um diapiro antigo, o domo pode marcar um lugar onde gelo aquecido ou até mesmo água líquida ascenderia a partir de um local mais profundo da superfície de Encélado.

Talvez esse processo tenha sido iniciado por um impacto na superfície. Um impacto de cometa, por exemplo, pode ter enviado ondas de choque que repercutiram a partir do núcleo da lua e criaram fraturas na superfície e uma região quente abaixo dela.

Uma vez aquecida, mais energia poderia ter sido gerada através das marés causadas pela atração de Saturno sobre a lua de 480 km de diâmetro, fazendo com que os blocos fraturados da crosta entrassem em fricção.

Tal processo poderia não apenas ter possibilitado os jatos, mas também produzido calor suficiente para fazer com que a crosta começasse a se expandir. O novo anúncio, no entanto, está longe de ser a palavra final sobre Encélado e seus jatos épicos. "É uma hipótese. Temos que pensar com cuidado sobre como testá-la ou até mesmo se é testável", disse Helfenstein.

Os vôos de curta distância deram aos cientistas as imagens mais detalhadas das longas rachaduras conhecidas por serem fontes dos jatos
Os vôos de curta distância deram aos cientistas as imagens mais detalhadas das longas rachaduras conhecidas por serem fontes dos jatos

Tradução: Amy Traduções