sábado, 28 de fevereiro de 2009

China anuncia próxima missão espacial para 2010

Após o sucesso do primeiro passeio chinês no espaço, em 2008, o país asiático voltará a fazer uma missão, dessa vez não tripulada, em 2010 e 2011, anunciou neste sábado um porta-voz do programa espacial da China à agência oficial de notícias Xinhua.

Primeiro se lançará, no final de 2010, um módulo que orbitará ao redor da Terra, e pouco depois, em 2011, partirá uma nave, a "Shenzhou VIII", para se unir ao módulo e completar o primeiro acoplamento espacial da China.

A operação servirá de teste para futuros projetos espaciais da China, que nas próximas décadas estuda construir uma estação permanente no espaço.

A China lançou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e, em setembro do ano passado, um dos três cosmonautas que viajaram na "Shenzhou VII", Zhai Zhigang, se tornou o primeiro a fazer um passeio espacial, flutuando pelo espaço pro alguns minutos.

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Nasa instala sonda que vai explorar vida em outros planetas

A sonda Kepler, que será enviada ao espaço para pesquisar a possibilidade de vida em outros planetas, foi anexada ao foguete Delta II, informou nesta sexta-feira a Agência Espacial Americana (Nasa).

O trabalho complementa o cronograma de lançamento do observatório espacial. A partida da missão está marcada para ocorrer até o dia 6 de março, de Cabo Canaveral, na Flórida, costa atlântica americana.

Esta será a primeira missão com a possibilidade de encontrar vida em outros planetas, afirma a Nasa. A sonda também vai explorar planetas rochosos que orbitam em torno do sol com indícios de água líquida, o que poderia dar condições de abrigar vida.

"A sonda Kepler é um componente no esforço da Nasa nesta missão para encontrar e estudar outros planetas", disse Jon Morse, diretor da Divisão de Astrofísica da Nasa, em Washington.

"O recenseamento planetário com a sonda Kepler será muito importante para o planejamento de missões futuras que diretamente poderão detectar e caracterizar tais mundos em torno de estrelas próximas", concluiu Morse.

Sonda que vai explorar vida em outros planetas foi anexada ao foguete que a levará ao espaço em março

Sonda que vai explorar vida em outros planetas foi anexada ao foguete que a levará ao espaço em março


Redação Terra

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

ESA escolhe 'tripulantes' para simulação de viagem a Marte

O engenheiro do Exército alemão Oliver Knickel e o piloto francês Cyrille Fournier foram escolhidos pela Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) para participarem de uma simulação de uma viagem a Marte junto com outros quatro russos.

Knickel e Fournier, assim como os franceses Cédric Mabilotte e Arc''hanmael Gaillard - como substitutos - foram escolhidos entre os 5,6 mil candidatos que se apresentaram para este exercício de 105 dias em que terão que viver em condições equivalentes às de uma mudança para o planeta vermelho, explicou a ESA em um comunicado.

A experiência batizada de Mars500, que começará no dia 31 de março, acontecerá nas instalações especiais do Instituto Russo para Problemas Biomédicos com os quatro membros russos da tripulação que foram designados.

Durante estes 105 dias os seis permanecerão isolados pondo a toda a prova todos os elementos simulados de uma missão a Marte, o que incluiria o trajeto até o planeta, o voo em órbita, a aterrissagem e o retorno à Terra.

Desta forma os seis membros da tripulação só terão contato direto entre eles e um contato sonoro com um centro de controle simulado, com a família e os amigos com um atraso na audição de 20 minutos.

Quanto a sua alimentação, será a mesma usada pelos astronautas da Estação Espacial Internacional.

Esta missão experimental precederá outra programada para o final do ano, que neste caso se prolongará durante 520 dias para se equiparar ao período real de uma missão de ida e volta a Marte.

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Nasa divulga imagens de crateras e nevoeiro em Marte

Formações rochosas em forma de crateras na superfície de Marte foram detectadas pelo pelas câmeras da missão Dawn, aparato que integra a missão de exploração espacial homônima, informou nesta quinta-feira a Agência Espacial Americana (Nasa), que divulgou as imagens.

As imagens de infravermelho foram feitas do ponto de maior aproximação da nave com aquele planeta e mostram uma série de crateras na região noroeste de Marte (com relação à posição da Terra).

Na imagem, a escarpa do planalto marciano aparece iluminada pela luz do amanhecer com vestígios de nevoeiro na parte inferior. A área coberta pelo registro a imagem tem cerca de 55 km (34 milhas) de diâmetro.

Gerida pela Nasa, a missão Dawn foi construída pelo Instituto Max Planck para a Investigação do Sistema Solar, da Alemanha, em parceria com o Centro Aeroespacial Alemão.

Missão espacial Dawn fotografou imagens de crateras cercadas de névoa na superfície de Marte

Missão espacial Dawn fotografou imagens de crateras cercadas de névoa na superfície de Marte


Redação Terra

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Resolvido mistério sobre sumiço de asteróides em cinturão

Cientistas conseguiram resolver o mistério do desaparecimento de asteróides do Cinturão Principal do Sistema Solar - zona espacial com forma semelhante a um anel, situada entre Marte e Júpiter -, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature.

De acordo com pesquisadores da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, a migração de Júpiter e Saturno para as órbitas conhecidas atualmente, algo que durou cerca de quatro milhões de anos, é a culpada por determinadas zonas do cinturão de asteróides carecer destes corpos cósmicos. As informações são do diário mexicano El Informador.

O anel que dá forma ao cinturão - sem composição uniforme - possui zonas determinadas em que a densidade dos asteróides é muito menor, conhecida como buracos de Kirkwood. Estas aberturas são instáveis e sofrem grande influência gravitacional de Júpiter. Por outro lado, o efeito faz com que Saturno seja o responsável por expulsar os asteróides, explicou a pesquisa.

Os especialistas acreditam que os buracos estejam relacionados com ressonâncias orbitais desses planetas gigantes. Perdidos nessas localizações, os asteróides acabam ficando com órbitas caóticas e saindo do cinturão.

No entanto, outros buracos semelhantes no cinturão são estáveis e o asteróides não seguem o mesmo caminho dos "fujões". Por muito tempo, os cientistas tentaram explicar essas diferenças sem êxito.

Para o estudo americano, a baixa densidade dos locais estáveis é o resultado da migração de Júpiter e Saturno para as órbitas conhecidas atualmente. A mudança gravitacional dos planetas provocou pontos de instabilidade no cinturão.

O Cinturão Principal de Asteróides do Sistema Solar se localiza entre Marte e Júpiter

O Cinturão Principal de Asteróides do Sistema Solar se localiza entre Marte e Júpiter


Redação Terra

ESO identifica galáxias através de "olho" de nebulosa

Um novo estudo realizado com a nebulosa planetária Helix, também conhecida como NGC 7293, detectou através de sua estrutura interior - chamada de "olho" pelos astrônomos - um rico cenário de galáxias distantes que jamais haviam sido vistas neste objeto astronômico, divulgou o Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) nesta quarta-feira. A Helix, situada a 700 anos-luz da constelação de Aquário, é uma das mais próximas da Terra e foi fotografada pela câmera de alta resolução do Observatório La Silla, no Chile.

Objeto de incessantes estudos do ESO e das agências espaciais americana (Nasa) e européia (ESA), por meio do telescópio espacial Hubble, a Helix ainda permanece parcialmente compreendida. As galáxias remotas identificadas pelo interior da Helix ficam em áreas de pouca propagação de gás brilhante, próximas à região central da nebulosa. Algumas delas parecem se separar em grupos dispersos por várias partes da imagem, informaram os cientistas.

Apesar de impressionar fotograficamente, a Helix tem uma fraca visualização por não se espalhar por uma grande área do céu, o que dificulta maiores descobertas sobre sua estrutura. Embora seja semelhante a uma rosquinha, análises mostraram que possivelmente a nebulosa seja constituída por pelo menos dois discos - um interior, com 12 mil anos, e um exterior, com 6,6 mil anos.

Os cientistas acreditam que o disco interior emane o seu brilho muito mais rápido que o exterior, em uma velocidade que beira os 100 mil km/h. Além disso, o anel interior é constituído por estruturas semelhantes a bolhas, com caudas que parecem escorrer como "gotas" do centro da estrela para fora.

De acordo com o ESO, cada bolha é tão grande quanto o nosso Sistema Solar - que mede aproximadamente 7,4 milhões de quilômetros. Outro ponto que chama a atenção é o tamanho do anel principal: dois anos-luz de extensão ou cerca de 19 trilhões de quilômetros.

Nebulosas planetárias
As nebulosas planetárias são formações geradas pelos resquícios da morte de uma estrela, como gases e plasma, e desaparecem gradualmente ao longo de dezenas de milhares de anos.

A Helix é um exemplo de nebulosa planetária formada por uma estrela similar ao Sol nos últimos estágios de vida, com a estrela remanescente se convertendo em uma anã branca. O corpo celeste foi descoberto pelo astrônomo Karl Ludwig Harding por volta de 1824.

Galáxias remotas foram identificadas na região central da nebulosa Helix, uma das mais próximas da Terra

Galáxias remotas foram identificadas na região central da nebulosa Helix, uma das mais próximas da Terra

Redação Terra

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Satélite da Nasa cai perto da Antártida após lançamento

O satélite lançado nesta quarta-feira nos Estados Unidos para fazer medições globais e precisas dos níveis de dióxido de carbono na atmosfera caiu no Oceano Pacífico, perto da Antártida, após um falha no foguete que o transportava, informou hoje a Nasa.

O prejuízo da agência espacial americana, que passou quase dez anos projetando e construindo o satélite, foi de US$ 274,3 milhões. Segundo Chuck Dovale, diretor de lançamentos da Nasa, "os revestimentos de proteção que envolviam o satélite (...) não se separaram apropriadamente, e isso, aparentemente, causou a falha da missão".

Lançado da base Vandenberg, na Califórnia, a nave "não atingiu sua órbita e provavelmente caiu no Oceano Pacífico perto da Antártida", disse, por sua vez, John Brunschwyler, diretor do programa do Taurus XL, o foguete que transportava o instrumento. Os especialistas da Nasa explicaram que a falha no transportador aconteceu três minutos após a decolagem, que aconteceu às 6h66 (de Brasília).

Brunschwyler reconheceu que o ocorrido é um "enorme revés" para a comunidade científica, que iria usar os dados coletados pelo satélite para melhorar a compreensão dos processos naturais e saber mais sobre as atividades humanas que regulam a abundância e a distribuição do dióxido de carbono na atmosfera.

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Fracassa missão de satélite para monitorar CO2

O módulo que transportava um satélite para monitorar as emissões globais de dióxido de carbono, gás responsável pelo efeito-estufa, falhou ao não conseguir se separar do foguete que o impulsionava ao espaço pouco depois do lançamento nesta terça-feira, anunciou a Agência Espacial Americana (Nasa).

"Ao que parece houve problemas com a separação e o satélite não alcançou sua órbita", afirmou o apresentador do canal de TV da Nasa, George Diller. "Ainda estamos avaliando o status da posição e o estado exato do aparelho aeroespacial. Não tivemos um lançamento de sucesso esta noite", completou.

Depois de alguns minutos de vôo, os diretores de lançamento declararam uma contingência quando os propulsores falharam na separação do módulo de satélite, que foi lançado na base Vandenberg da Força Aérea, na Califórnia, às 1h55 (6h55 de Brasília) a bordo de um foguete Taurus XL.

A missão do Observatório Orbital de Carbono (OCO) era a de fazer um mapeamento da distribuição global de dióxido de carbono e estudar suas mudanças ao longo do tempo.

Este era o primeiro satélite lançado pela Nasa para estudar o dióxido de carbono. Em janeiro, o Japão lançou um satélite com uma missão similar. O dióxido de carbono encabeça a lista de gases de efeito estufa produzido por humanos, que provocam o aquecimento global.

O módulo que transportava um satélite para medir as emissões de dióxido de carbono falhou após o lançamento por não ter se separado do foguete que o ...

O módulo que transportava um satélite para medir as emissões de dióxido de carbono falhou após o lançamento por não ter se separado do foguete que o levaria ao espaço
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Cientistas criam cronograma de funcionamento do LHC

Prometendo compensar pelo tempo e dados perdidos, funcionários do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear), próximo a Genebra, anunciaram um novo cronograma com o início das operações do Grande Colisor de Hádrons (LHC) previsto para setembro e funcionamento pelo período de um ano.

O novo plano, afirmam, vai garantir resultados físicos relatáveis no final de 2010. Mas quais resultados serão esses está a cargo da natureza.

A decisão do cronograma é uma boa notícia para físicos temerosos que os atrasos nos consertos após o acidente que desligou o colisor em setembro eliminariam as chances de obtenção de quaisquer dados ainda este ano.

O CERN normalmente desliga seus aceleradores de partículas no inverno para economizar os custos exorbitantes da eletricidade européia, mas os diretores do laboratório decidiram que a pesquisa física teria prioridade dessa vez. "A decisão de funcionar durante o inverno de certa forma nos tirou de uma enrascada", disse Lyn Evans, diretor do projeto de colisão.

O colisor, o maior do mundo, é projetado para acelerar, em torno de uma trajetória subterrânea de 27 quilômetros, partículas subatômicas conhecidas como fótons a energias de sete trilhões de elétrons-volt e então colidi-las em busca de novas formas de matéria e novas leis da natureza.

Setembro passado, cerca de uma semana após o alarde sobre os primeiros prótons circulando pelo colisor (e antes de começarem a colidir), um barramento elétrico entre dois dos imãs supercondutores da máquina vaporizou, resultando em um caos subterrâneo.

Durante seu primeiro ano de funcionamento, o colisor vai operar com cinco trilhões de elétrons-volt, ao invés do projeto original de sete trilhões de elétrons-volt, porque os imãs foram testados somente até esse nível. Isso ainda é o equivalente a cinco vezes a energia do segundo maior acelerador do mundo, o Tevatron, no Laboratório do Acelerador Nacional Fermi em Batavia, Illinois.

Muito tempo e energia serão dedicados a ajustar a máquina e os detectores gigantes de cinco andares, disse Dave Charlton da Universidade de Birmingham, que trabalha no detector Atlas no CERN. "Mas o novo plano de funcionamento por até um ano com poucas interrupções nos dá uma ótima chance de descobrir a nova Física em breve", disse.

A matéria escura, substância misteriosa que segundo astrônomos constitui 25% do universo, será um dos temas principais do primeiro ano.

Uma teoria muito popular, conhecida como supersimetria, postula a existência de uma categoria totalmente nova de matéria, conhecida como superpartícula. Nuvens destas podem ser a misteriosa cola gravitacional que mantém juntas as galáxias.

De fato, observações recentes de sinais de raios cósmicos anômalos por satélites e balões deixaram empiristas e teóricos animados com a possibilidade iminente de uma grande descoberta sobre a matéria escura.

A dificuldade é que ninguém conhece ao certo a massa dessas superpartículas. E as partículas em si não seriam detectáveis de forma direta no colisor. Então os pesquisadores precisam procurar por sua característica de "energia faltante" enquanto somam os fragmentos das colisões dos prótons.

Esforços para detectar essa característica acontecem há vários anos no Tevatron, até agora sem êxito. Mas com colisões de maior energia, empiristas afirmam que o novo colisor será capaz de produzir e confirmar facilmente partículas de matéria escura com massas de várias centenas de bilhões de elétrons-volt. Para comparação, a massa de um próton é de cerca de um bilhão de elétron-volt.

Se as superpartículas estiverem lá, disse Joe Lykken, teórico do laboratório Fermi e membro da equipe que comanda o detector Solenóide Compacto de Múons do CERN, os físicos poderão caracterizá-las "quase no momento da descoberta. Com sorte, isso pode acontecer até o final de 2010".

A busca por essa característica no colisor de hádrons, com detecção da partícula de Higgs que teoricamente imbui outras partículas com massa, provavelmente vai levar mais tempo, porque é mais difícil de ser realizada. Aqui também o Tevatron tem vários anos de dados acumulados, esperando compartilhar com o CERN parte da glória da descoberta.

"Tudo indica que a corrida vai ser disputada e muito emocionante", disse Charlton.

Colisor de Hádrons deve começar a funcionar em setembro

Colisor de Hádrons deve começar a funcionar em setembro

Amy Traduções

The New York Times

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Cometa Lulin terá seu ápice na madrugada desta terça

O cometa verde Lulin, descoberto por astrônomos de Taiwan e da China, está cruzando os céus de várias localidades do mundo, inclusive o Brasil, e poderá ser visto em seu maior esplendor na madrugada de segunda para terça-feira. Neste dia, o brilho do fenômeno permitirá que seja observado por qualquer pessoa apenas com a ajuda de um binóculo. Ele estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da metade da distância entre a Terra e o Sol.

O Lulin foi observado na manhã desta segunda-feira cruzando o céu da cidade de Stedman, no Estado americano da Carolina do Norte. O tempo de exposição foi de 30 segundos.

Segundo especialistas, o cometa poderá ser observado desde o entardecer desta segunda-feira até o amanhecer do dia seguinte. O cometa Lulin é da cor verde devido à estrutura de seus compostos de carbono e porque tem cianogênio, um gás tóxico.

"O binóculo tem que ser utilizado de qualquer maneira porque o cometa está no limite de não ser mais visto sem instrumentos", informou o astrônomo chileno Arturo Gómez ao Terra Chile. De acordo com o pesquisador, se a noite tiver clima ameno e Lua pequena no céu, terá condições astronômicas ideais para que os curiosos enxerguem o cometa.

Cometa Lulin cruza o céu da cidade de Stedman, no Estado americano da Carolina do norte, na manhã desta segunda-feira

Cometa Lulin cruza o céu da cidade de Stedman, no Estado americano da Carolina do norte, na manhã desta segunda-feira

Redação Terra

Nasa lançará satélite para mapear emissões de CO2

O primeiro satélite projetado para mapear as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera da Terra será lançado pela Nasa, agência espacial americana, nesta segunda-feira. O satélite poderá mapear em detalhe a localização de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera da Terra. O Observatório Orbital de Carbono (OCO) apontará locais na superfície do planeta onde o CO2 está sendo emitido e absorvido.

O trabalho esperado do OCO representa um enorme avanço no monitoramento das emissões de CO2, e vai ajudar os cientistas a identificarem como o gás se concentra ao redor do mundo, permitindo que tenham uma melhor dimensão de como isso afeta o clima na Terra.

O satélite será lançado da base aérea de Vandenberg, na Califórnia. Estima-se que, de todos os gases com efeito estufa emitidos desde a Revolução Industrial, no século 19, cerca de 40% permanece na atmosfera. Do restante, metade teria sido absorvido pelos oceanos, mas o resto ainda não foi contabilizado.

O CO2 emitido a partir de atividades humanas é tido como o responsável pelas mudanças climáticas, mas fatos importantes a respeito de sua movimentação pela atmosfera ainda não são totalmente compreendidos.

Para a Nasa, o novo satélite poderá ajudar na compreensão de alguns destes mistérios. "Esta é a primeira aeronave da Nasa dedicada a mapear o dióxido de carbono. O objetivo da missão OCO é conseguir medidas tão precisas que poderão ser usadas para procurar 'fontes' e 'bacias' de CO2 na superfície", disse o principal pesquisador do projeto David Crisp, que trabalha no laboratório de propulsão da Nasa.

O novo satélite vai detalhar a concentração de dióxido de carbono perto da superfície onde seu efeito de aquecimento é mais sentido.

Os mapas globais de concentração de CO2 feitos pelo OCO vão ajudar a equipe de pesquisadores a descobrir onde o gás está entrando na atmosfera e onde está sendo absorvido por plantas terrestres e pelos oceanos.

A imagem artística mostra o satélite Orbiting Carbon Observatory (OCO) em órbita da Terra

A imagem artística mostra o satélite Orbiting Carbon Observatory (OCO) em órbita da Terra

Com agências internacionais

Redação Terra

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sonda que comprova teoria de Einstein tem apoio internacional

Por 46 anos, Francis Everitt, físico da Universidade Stanford, vem promovendo as instáveis recompensas que podem ser oferecidas pela Sonda Gravitacional B, experiência espacial tão exótica que faz lembrar um enredo de "Jornada nas Estrelas". Por fim, com a assistência financeira de emergência obtida junto a duas fontes improváveis, o sucesso parece estar à mão.

Concebida no final dos anos 50, financiada com verba de US$ 750 milhões da Agência Espacial Americana (Nasa) e colocada em órbita em 2004, a espaçonave do projeto Sonda Gravitacional B tinha por missão tentar provar dois preceitos da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.

O primeiro, conhecido como efeito geodésico, prescreve que um grande corpo celeste como a Terra distorcerá o tempo da mesma maneira que um lençol de borracha se distorce quando uma bola de boliche é colocada sobre ele. O segundo, conhecido como arrasto de moldura, ocorre quando a rotação de um grande corpo celeste "retorce" o tempo-espaço circunjacente; se alguém girar a bola de boliche em repouso, o lençol de borracha se retorce.

Para medir esses fenômenos, Everitt e sua equipe, em Stanford, equiparam a Sonda Gravitacional B com um telescópio especial conectado a diversos giroscópios. Apontaram o telescópio para uma estrela-guia, a IM Pegasi, e acionaram os giroscópios de forma a que seus eixos também tomassem por referência a estrela-guia. Caso Einstein tivesse razão, os giroscópios apresentariam ligeiro desvio ao longo do tempo, acompanhando a distorção do contínuo espaço-temporal.

A equipe de Stanford recolheu o equivalente a 11,5 meses de dados das transmissões da Sonda Gravitacional B, mas pequenos desvios imprevistos nos giroscópios prejudicaram os resultados. Everitt teve de pedir tempo e verbas adicionais à Nasa, para que sua equipe de 11 pessoas pudesse descobrir como limpar os dados.

Quatro trabalhosos anos mais tarde, a equipe confirmou o efeito geodésico e está próxima a um resultado confiável quanto ao arrasto de moldura. Mesmo assim, a Nasa se viu forçada a suspender o financiamento do trabalho, em maio. A catástrofe sofrida na reta final poderia ter sido o final do projeto, mas Everitt, tão conhecido pela tenacidade quanto pelo charme, já havia levado a Sonda Gravitacional B a sobreviver a diversas ameaças severas ao longo dos anos.

Para manter o projeto ativo, em 2008, ele já havia obtido uma contribuição de US$ 500 mil junto a Richard Fairbank, fundador e presidente-executivo da Capital One Financial e filho do antigo mentor do físico, William Fairbank, professor de física em Stanford. Fairbank estipulou que só forneceria a verba caso a Nasa e Stanford contribuíssem com quantias iguais, o que ambas fizeram.

Mas pela metade de 2008, o US$ 1,5 milhão estava acabando. Everitt então recorreu a Turki al-Saud, vice-presidente dos institutos de pesquisa da Cidade Rei Abdulaziz da Ciência e Tecnologia, na Arábia Saudita, e membro da família real do país. Al-Saud, que tem um doutorado em aeronáutica e astronáutica por Stanford, obteve uma doação de US$ 2,7 milhões. O trabalho continua.

"Nunca imaginei que viria a conhecer Riad", disse Everitt. "Precisaremos de mais dinheiro, mas aqueles US$ 2,7 milhões realmente ajudaram. Agora, temos um fim definido à vista". A experiência da Sonda Gravitacional B foi concebida nos primeiros anos da era espacial, por Leonard Schiff, físico de Stanford, e George Pugh, do Departamento da Defesa. Schiff levou William Fairbank para o projeto em 1959, e em 1962 Fairbank convenceu o britânico Everitt a fazer uma visita. Everitt, 74, dirige o programa Sonda Gravitacional B desde então.

Embora a experiência em si seja relativamente simples, as demandas de engenharia não tinham precedentes. A distorção teórica do contínuo espaço-temporal relacionada ao efeito geodésico era minúscula e a do arrasto de moldura ainda menor.

Para realizar medições da precisão requerida, e tendo por objeto um corpo celeste grande como a terra, os giroscópios da espaçonave precisavam ser virtualmente isentos de fricção, de influências de calor, campos magnéticos e de movimentos imprevisíveis. O ambiente intocado do espaço tornava essa tentativa possível.

Mas o sucesso não estava garantido. Tecnologias exóticas, muitas vezes sem precedentes, seriam necessárias. Os quatro giroscópios de quartzo fundido, do tamanho de bolas de ping-pong, revestidos com o metal nióbio, são os objetos esféricos mais perfeitos já criados pelo homem. Uma "bolsa" de chumbo do tamanho de um caixão protege os giroscópios contra o campo magnético da Terra.

Um grande recipiente em forma de garrafa térmica, conhecido como dewar, abriga 238 litros de hélio líquido, refrigerado para apenas dois graus acima do zero absoluto. O hélio mantém o revestimento de nióbio em temperatura supercondutora, de modo que o metal possa rastrear os desvios no eixo de giro dos giroscópios.

Quando a espaçonave de 6,5 metros e três toneladas foi lançada, em 20 de abril de 2004, a Sonda Gravitacional B se havia tornado uma ferramenta muito dispendiosa, criada para provar algo que muitos cientistas, ao longo dos anos, vieram a aceitar como já provado pela física teórica e por algumas experiências anteriores.

Mas esse argumento não abala Everitt. "Estamos realizando uma medição com um objeto maciço, e isso é válido", diz Everitt. "É isso que a teoria da relatividade geral diz, e isso que tentamos provar na experiência". Mas a missão não transcorreu de acordo com os planos. O revestimento de nióbio nos giroscópios e em suas bases era ligeiramente irregular, o que causou pequenos torques elétricos imprevisíveis que geravam desvios nos giroscópios.

A missão foi encerrada em 2005, mas desde então a equipe de Stanford vem mapeando as anomalias do nióbio em cada giroscópio, determinando os padrões de distorção e separando ruído e dados. A Nasa havia reservado verbas para um ano de trabalho de análise de dados posterior ao voo, mas Everitt precisava de muito mais tempo, e a Nasa bancou o projeto até 2007. O fim parecia ter chegado, então.

Richard Fairbank, a quem Everitt conhece desde a infância, não aceitou a conclusão. "Há quase 50 anos, meu pai conversou comigo sobre a integridade de uma busca audaciosa, e sobre a necessidade de não desistir", afirmou Fairbank. "Eu sentia que o projeto estava perto demais do objetivo final para que o deixássemos inacabado".

O dinheiro que ele ofereceu serviu para levar o trabalho até 2008, mas em maio o programa da Sonda Gravitacional B passou por um processo de revisão de alto nível conduzido pela Nasa, sob o qual um comitê de cientistas independentes avalia os programas que a agência tem em curso a fim de determinar as prioridades de financiamento. "Terminamos em último lugar, entre todos os programas avaliados", declarou Everitt.

No entanto, no mesmo mês, Turki al-Saud visitou Stanford e teve uma breve conversa com Everitt. A Arábia Saudita, que já construiu 12 pequenos satélites, "estava interessada em formar parcerias" para futuras missões espaciais, disse Saud em entrevista telefônica, e veio a assinar acordos nesse sentido com a Nasa e com Stanford, depois daquela reunião. Everitt se reuniu com Saud em Londres, em julho, e a Sonda Gravitacional B recebeu mais US$ 2,7 milhões.

A equipe continuou trabalhando. Em agosto, alguns alunos de pós-graduação envolvidos no projeto obtiveram um avanço considerável ao conseguir enquadrar o desvio quanto ao arrasto de moldura a um número que fica a 15% de distância do resultado esperado.

Everitt espera reduzir essa distância a 3% até a metade de 2010. O efeito geodésico no momento está a 1% do resultado previsto, e a disparidade deve se reduzir ainda mais. "Eles realizaram a parte espacial da missão, e pareciam ter encontrado um problema que muita gente considerava intransponível", disse Michael Salomon, diretor científico do Programa de Física do Cosmos da Nasa e partidário vigoroso do projeto apesar da decisão adversa do comitê de revisão.

"E aí conseguem esse resultado. É francamente espetacular, e quando o trabalho estiver concluído convocaremos a imprensa para um anúncio formal dos resultados".

A Sonda Gravitacional B, criada para comprovar preceitos da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, conta com parceria da Arábia Saudita para ...

A Sonda Gravitacional B, criada para comprovar preceitos da teoria da relatividade geral de Albert Einstein, conta com parceria da Arábia Saudita para prosseguir pesquisas

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times

Cometa Lulin é observado nos Estados Unidos

O cometa Lulin, descoberto por astrônomos de Taiwan e da China há dois anos, foi observado neste domingo na cidade de Tyler, no Estado americano do Texas. O tempo de exposição foi de 25 segundos.

O cometa terá sua aproximação máxima da Terra na madrugada desta terça-feira e pode ser visto com ajuda de binóculos. Ele estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da metade da distância entre Terra e o Sol.

O cometa é verde por causa da estrutura de seus compostos de carbono e porque tem cianogênio, um gás tóxico.

Sua órbita, ao contrário do que ocorre na maioria dos cometas, é no sentido horário. Esta é a primeira passagem de Lulin perto do Sol, dizem astrônomos, porque ele ainda preserva a maior parte dos seus gases.

Quando ele se aproximar da estrela, o chamado "vento solar" deve varrer esses gases, formando a cauda do cometa.

O Cometa é visível como uma mancha verde

O Cometa é visível como uma mancha verde

Redação Terra

Concurso popular escolherá nome do 1º foguete da Coreia do Sul

O Governo da Coreia do Sul anunciou hoje a convocação de um concurso popular para que os cidadãos elejam o nome do primeiro foguete espacial que se lançará desde o país asiático, segundo a agência local de notícias "Yonhap".

O Ministério da Educação, Ciência e Tecnologia explicou que as pessoas poderão propor nomes a partir de amanhã, segunda-feira, através de seu site (www.kslv.or.kr).

O Governo pediu aos cidadãos que o nome do foguete reflita a importância histórica de seu lançamento e que ao mesmo tempo seja simples e fácil de lembrar.

O ganhador do concurso, que será anunciado em 16 de abril, receberá um prêmio de 3 milhões de wons (cerca de US$ 2 mil).

Desde 2002, Seul gastou 502,5 bilhões de wons (cerca de US$ 333,4 milhões) na construção do foguete Korea Space Launch Vehicle-1 (KSLV-1), que deve ser lançado na segunda metade deste ano.

O foguete, atualmente em fabricação conjunta entre o Instituto de Pesquisa Aeroespacial de Coreia (Kari) e a Agência Espacial russa, pode pôr em órbita até 100 quilos de carga útil.

A nave, que tem dois estágios, pesa 140 toneladas com a carga completa de combustível e mede 33 metros de altura e 2,9 metros de diâmetro.

O propulsor principal da primeira fase do foguete, fabricado pela Rússia, tem capacidade para impulsionar 170 toneladas e o segundo estágio, produzido pela Coreia do Sul, conta com uma força de impulso de 7 toneladas.

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Físico afirma que aquecimento global afeta rotação da Terra

O aquecimento global é um dos fatores que influencia a desaceleração da rotação da Terra, mesmo que muito ligeiramente, devido ao aumento do nível dos oceanos pelo degelo dos pólos, o que está afetando as marés e as forças de atração gravitacionais com a Lua.

Em entrevista à Agência Efe, o astrofísico do Goddar Space Flight Center da Nasa (agência espacial americana) Fred Spenak, um dos maiores conhecedores de eclipses do mundo e autor de vários trabalhos para a previsão destes, explicou seu trabalho sobre a questão.

Outro dos fatores que, segundo o especialista, está influenciando nesta desaceleração da Terra, cuja rotação não possui um ritmo constante, e que se resolve em termos práticos a cada período de tempo com o ajuste dos relógios atômicos, tem a ver com a composição interna do planeta.

O centro da Terra abriga um líquido quente que faz com que, na rotação, ocorram espasmos arrítmicos, como se fosse um "ovo cozido sacudido, no qual a gema se movimentasse repentinamente de um lado a outro", e isso influiria nas forças de atração gravitacionais.

Espenak explica que o cálculo preciso da velocidade da Terra em sua rotação é uma das chaves para prever os eclipses, um fenômeno transcendental para os cientistas.

O astrofísico destacou "não só a beleza visual" dos eclipses solares, mas também "a valiosa ferramenta que representam para o estudo dos mistérios que perduram em torno da composição do Sol".

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Nasa adia pela 3ª vez o lançamento da Discovery

O lançamento do ônibus espacial Discovery para a Estação Espacial Internacional (ISS), inicialmente previsto para 12 de fevereiro, foi novamente adiado, mas desta vez para uma data indeterminada, anunciaram na noite de sexta-feira os responsáveis pela missão.

A decisão foi anunciada após uma reunião da equipe encarregada dos preparativos, que considerou que ainda há incertezas sobre o funcionamento das válvulas que regulam o fluxo de hidrogênio entre os motores da nave e o tanque externo, o que requer testes adicionais.

"Queremos estar seguros de que estamos prontos para proceder com o vôo", disse Bill Gersteinmaier, administrador adjunto da Nasa encarregado dos programas espaciais, acrescentando que até quarta-feira a Nasa saberá "sem dúvida o que é preciso fazer".

O lançamento havia sido adiado anteriormente por uma semana, para o dia 19 de fevereiro, e depois para o dia 22, tendo sido novamente postergado para não antes do dia 27. Trata-se do primeiro lançamento de um ônibus espacial em 2009.

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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Detritos espaciais ameaçam telescópio Hubble

Uma nuvem de detritos, que se espalha pela órbita inferior da Terra após a colisão de dois satélites, representa um novo risco a muitas missões científicas e pode significar o fim do Telescópio Espacial Hubble. A Nasa está monitorando atentamente a ameaça crescente, e se ela for tão ruim quanto alguns temem, agência terá que cancelar a missão de manutenção do telescópio planejada para este ano. Sem essa missão, os dias do telescópio estarão contados, mesmo se nenhum dos fragmentos atingi-lo.

Às 4h56, horário de Greenwich, em 10 de fevereiro, um satélite de telecomunicações ativo da Iridium Satellite, de Bethesda, Maryland, e um satélite militar russo desativado colidiram a cerca de 800 km sobre a Sibéria, a mais de 10 km por segundo. A nuvem de detritos inicialmente continha 600 objetos grandes o bastante para serem rastreados pela rede de vigilância espacial dos EUA, mas especialistas esperam que o número de fragmentos aumente para mais de mil nas próximas semanas. Simulações sugerem que haverá milhões de outros pedaços pequenos demais para serem rastreados.

Uma análise preliminar dos pesquisadores da Universidade de Southampton na Grã-Bretanha mostra que a colisão frontal entre os satélites teria liberado cerca de 50 quilojoules de energia por grama, cerca de 10 vezes a energia da dinamite e talvez centenas de vezes maior que a energia liberada no teste chinês de uma arma anti-satélite em 2007.

Esse teste acabou danificando um satélite e agravou o problema dos detritos, que já afetou outros satélites. "Isso não tem precedentes", disse Graham Swinerd, professor-adjunto de Astronáutica de Southampton. Entretanto, se a explosão foi apenas aparente - no caso do satélite Iridium ter se chocado contra a parte posterior do satélite russo, ao invés do corpo principal - a situação pode não ser tão grave.

A Iridium, que opera uma constelação de satélites na órbita inferior 66 fornecendo serviços de telefonia, diz que monitora regularmente os dados sobre detritos espaciais, mas não recebeu nenhum aviso prévio da colisão. Não houve comentários oficiais do governo russo.

Não leve a constelação A-Train

O choque aconteceu em uma banda do espaço usada por diversos satélites de observação da Terra, e as agências espaciais estão agora monitorando de perto os fragmentos que estão se espalhando. A constelação A-Train da Nasa e a missão Envisat da Agência Espacial Européia orbitam em altitudes muito similares à do acidente, e correm risco especial. "No momento, estamos fazendo uma análise estatística de qual será o aumento da probabilidade de colisão", disse Heiner Klinkrad, que lidera o escritório de detritos espaciais da Agência Espacial Européia em Darmstadt, Alemanha.

O risco a astronautas da Estação Espacial Internacional parece ser "relativamente baixo", segundo Mark Matney, especialista em detritos orbitais do Centro Espacial Johnson em Houston, Texas. Mas a colisão compromete a missão de manutenção do Telescópio Espacial Hubble em maio. O risco de impacto para uma missão até a estação espacial é de um em 300, mas para missões em altitudes maiores e em órbitas mais inclinadas como a do Hubble, o risco é maior. Mesmo antes da recente colisão, os detritos do teste chinês de 2007 haviam elevado o risco de impacto catastrófico da missão para um em 185.

O limite usual da Nasa para esses riscos é de um em 200, por isso Matney descreve a situação antes da colisão como já "desconfortavelmente próxima de níveis inaceitáveis". "Isso só agravou a situação anterior", ele disse. Matney acredita que a agência saberá em breve se a missão poderá prosseguir.

O jogo da culpa

Logo após a colisão, não houve consenso entre especialistas sobre se a Iridium deveria ter previsto o ocorrido. "Isso nunca deveria ter acontecido", disse Geoffrey Forden, analista espacial do Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Cambridge. Dados fornecidos pelas Forças Armadas americanas mostraram que os dois satélites poderiam chegar a até meio km um do outro. "Eles deveriam ter manobrado o Iridium para longe", disse.

Mas a previsão de colisões entre satélites é algo complicado, disse Richard Crowther, chefe da delegação do Reino Unido no Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço Sideral (Uncopuos na sigla em inglês). "É algo complexo que consome muito tempo", ele disse. Mesmo as melhores previsões são apenas probabilísticas, e a manobra de uma nave pode envolver custos e riscos que pesam mais que a chance de colisão.

Evitar acidentes com mais facilidade exige dados e recursos. Enquanto a Rússia possui seu próprio sistema de rastreamento de objetos espaciais, o resto do mundo depende mais ou menos dos dados divulgados pela Rede de Vigilância Espacial do Departamento de Defesa americano. Os militares americanos possuem análises muito melhores de seus dados do que aquelas divulgadas ao público, segundo Brian Weeden, ex-analista do Comando Estratégico dos EUA, que supervisiona a rede de sensoriamento do Pentágono.

Essas análises são usadas para antever ameaças a satélites das Forças Armadas e da Inteligência, bem como a missões civis de grande importância como a Estação Espacial Internacional. Esses dados deveriam ser divulgados em "benefício do público", disse Jonathan McDowell, astrônomo da Universidade Harvard que rastreia lançamentos de satélites como passatempo. McDowell acredita que os países deveriam estudar a criação de um "controle de tráfego espacial" multinacional para alertar sobre colisões desse tipo.

Mais medidas devem ser tomadas para evitar o aumento de detritos orbitais, acrescenta David Wright, pesquisador do Union of Concerned Scientists, um grupo sem fins lucrativos com sede em Cambridge, Massachusetts. Até o momento, o Uncopuos estabeleceu as diretrizes para limitar o número de detritos espaciais, que incluem a medida de expelir restos de propelente para prevenir explosões. Mas Wright acredita que deveriam existir regras a serem obedecidas por todas as nações que lançarem naves na região de tráfego denso em que o acidente ocorreu. Os fragmentos resultantes de cada colisão aumentam o risco de uma próxima, e se medidas não forem tomadas, o número de acidentes deverá crescer dramaticamente - possivelmente inutilizando por completo a órbita inferior da Terra.

"Gostaria que as diretrizes existentes se tornassem obrigatórias através de algum tipo de mecanismo que garantisse seu cumprimento", Wright disse. Sanções e multas deveriam ser impostas a operadores negligentes.

No momento, o único respaldo legal para tal ação parece ser o Tratado do Espaço da ONU (1967), que determina que uma nação pode ser responsabilizada pelos danos causados ao satélite de outra nação. Mas o texto do tratado é muito vago para ser de grande ajuda nesse caso, segundo McDowell. "De quem é a culpa? Será que um deles bateu no outro por trás?" ele disse. "Não acho que as regras de trânsito das estradas se aplicam aqui."

McDowell não chega a reivindicar um tratado internacional que governe a órbita inferior da Terra, mas acredita que "regras de trânsito" deveriam ser estabelecidas para tentar esclarecer as questões legais em torno dessa colisão e de outras futuras.

Liz DeCastro, porta-voz da Iridium, disse não ter certeza se a companhia moverá uma ação legal contra o governo russo.

A nuvem de detritos representa um risco a muitas missões científicas e pode significar o fim do Telescópio Hubble

A nuvem de detritos representa um risco a muitas missões científicas e pode significar o fim do Telescópio Hubble
Nature

Google e Nasa se aliam para mostrar contaminação aérea ao mundo

Google e Nasa colocaram hoje à disposição dos internautas mapas mundiais que mostram com detalhe as emissões de combustíveis fósseis que contaminam a atmosfera terrestre.

As imagens, fornecidas pela Nasa e o Departamento de Energia de Estados Unidos, revelam a dispersão atmosférica desses combustíveis a cada hora, por região e por tipo, informou a agência espacial americana.

As emissões são formadas principalmente por dióxido de carbono (CO2), considerado o principal dos gases estufa que, segundo os cientistas, causaram um aumento global das temperaturas.

A criação dos mapas foi de responsabilidade de pesquisadores da Universidade Purdue, que receberam dados transmitidos pelo satélite Landsat 5 da Nasa e informação sobre as emissões de CO2 da Agência de Proteção Ambiental (EPA) e o Departamento de Energia.

"A difusão deste projeto no Google Earth leva a informação à casa de qualquer pessoa que tenha um computador", disse Kevin Gurney, professor da Universidade Purdue.

"O nosso projeto fornece uma descrição de onde e quando a sociedade influi no clima através das emissões de dióxido de carbono", acrescentou.

Gurney disse ainda que os mapas poderão determinar com precisão o nível de emissões de seu país em relação a outros e também qual é a atividade econômica que aumenta essas emissões.

Segundo o cientista, o projeto pode desmistificar ideias sobre a mudança climática e ajudar as pessoas a se informar sobre o nível de contaminação em seu país ou região.

"Será como calcular o rendimento de um carro movido à gasolina", afirmou.

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Nasa pede sugestões de nome para módulo da ISS

A Nasa convidou o público nesta sexta-feira para que dêem sugestões para o nome que será dado ao Módulo 3 da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) que vai abrigar, entre outras coisas, novos banheiros para o posto orbital.

A Nasa quer idéias antes de o módulo de conexão e sua cúpula irem ao espaço e serem instalados na ISS, um projeto de US$ 100 bilhões no qual participam 16 países. O prazo para o envio de sugestões vence em 20 de março e a Nasa anunciará o nome ganhador em abril.

"O nome deve refletir o espírito de prospecção e cooperação que representa a estação espacial, e há de seguir a tradição iniciada com o Módulo 1 - batizado de 'Unity' - e o Módulo 2 chamado de 'Harmony'".

De acordo com o programa da Nasa, a nave espacial Endeavour levará o Módulo 3 para a ISS durante uma missão em dezembro de 2009.

Quando a cúpula for colocada em uma das seis escotilhas do módulo, vai oferecer aos astronautas "uma vista espetacular da Terra e de seu lar no espaço", segundo a Nasa.

"As seis janelas retangulares da cúpula e uma janela circular no teto mostrarão um panorama sem igual em qualquer outra nave espacial", acrescentou.

"Além de oferecer um lugar excelente para a observação e fotografia da Terra, a cúpula conterá um posto de trabalho robótico de onde os astronautas poderão controlar o braço da nave", informou a agência espacial.

Uma vez que o módulo for instalado, os tripulantes da ISS vão transferir para ele muitos dos sistemas de controle ambiental e sustento da vida que agora estão divididos entre outras áreas do laboratório espacial.

Entre esses sistemas está o de geração de oxigênio, que leva a água da estação, a separa em hidrogênio que é expelido ao espaço, e oxigênio que retorna para a cabina para os tripulantes respirem.

O sistema de revitalização de atmosfera controla os níveis de dióxido de carbono na estação e mantém a temperatura e a pressão atmosférica em níveis cômodos.

Outro equipamento que irá para o Módulo 3 é o sistema de recuperação de água e o processador de urina, que levam a água da ducha e dos vasos da ISS, a purificam e separam todos os elementos tóxicos de modo que a água seja potável para os tripulantes.

Além disso, o módulo vai abrigar também o compartimento de resíduos e higiene, que dá aos tripulantes espaço para que se banhem e usem os sanitários de modo que a estação processe a maior parte da água usada a bordo para usá-la novamente.

Isto reduzirá substancialmente a necessidade de vôos de reabastecimento.

Tradicionalmente a Nasa e seus parceiros de outros países deram nomes a cada parte habitável da ISS. O laboratório americano se chama "Destiny", o europeu "Columbus" e o japonês "Kibo".

Os compartimentos de despressurização se chamam "Quest" e "Pirs"; os dois módulos construídos pela Rússia se chamam "Zvezda" e "Zarya".

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quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Detectada maior explosão de raios gama já vista no espaço

Uma explosão de raios gama, com uma potência jamais observada, foi registrada em setembro de 2008 pelo novo telescópio espacial americano Fermi, segundo estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science. Essa deflagração, surgida na constelação de Carina, equivale a cerca de 9 mil supernovas explodindo simultaneamente e emitindo cinco vezes a energia emitida pelo sol em menos de 60 segundos sob a forma de raios X e gama, calcularam os astrofísicos.

Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas com mais de 10 massas solares, segundo as estimativas, e que produziriam objetos extremamente brilhantes, que vão se apagando até se tornarem invisíveis, passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em 1 bilhão de vezes a partir de seu estado original até que, com o passar do tempo, sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior.

Na explosão de raios gama observada, com uma potência jamais vista e batizada GRB 080916C, a matéria foi expulsa praticamente à velocidade da luz. Aconteceu a uma distância de 12,2 bilhões de anos-luz, o que torna sua potência ainda mais surpreendente, assinalam.

A imagem foi revelada pela Large Area Telescope do Fermi nos 100 segundos que se sucederam a seu aparecimento, no dia 16 de setembro de 2008, à 00h12 GMT; 31,7 horas depois, o telescópio do observatório austral europeu de la Silla, no Chile, observou a explosão em sua fase prolongada, ou remanescente.

Estima-se que o universo tenha-se originado há 13,7 bilhões de anos-luz, quando se produziu o "Big Bang". Um ano-luz equivale à distância percorrida pela luz em um ano, isto é, 9,46 trilhões de quilômetros.

A explosão de raios gama mais distante já registrada até então data de 12,6 bilhões de anos-luz, segundo observação realizada em 2005 pela sonda americana Swift junto com telescópios terrestres. "Esta deflagração levanta muitas interrogações", segundo Peter Michelson, professor de física da Universidade de Stanford (Califórnia, oeste), e principal encarregado científico do telescópio Fermi. Mas, "dentro de alguns anos, disporemos de boas amostras que talvez nos forneçam respostas", assinalou.

As investigações foram realizadas por Jochen Greiner, do Instituto Max Planck da Alemanha, com a participação de várias equipes francesas nas análises e na interpretação dos dados.

A explosão de raios gama é identificada pela cor laranja na imagem captada pelo satélite Swift

A explosão de raios gama é identificada pela cor laranja na imagem captada pelo satélite Swift
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Nasa e ESA iniciam estudos para missões a Júpiter e Saturno

A Agência Espacial Americana (Nasa) e a Agência Espacial Européia (ESA)reafirmaram sua decisão de iniciar estudos para enviar uma missão conjunta a Júpiter e às principais luas desse planeta. As informações são da Nasa.

O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), organismo da Nasa, acrescentou em comunicado que ambas as entidades também analisam a possibilidade de enviar outra missão de estudo a Titã e Encélado, as duas maiores luas de Saturno.

O órgão acrescentou que a decisão foi tomada durante uma reunião mantida em Washington na semana passada por representantes das duas agências espaciais. "As missões propostas são de empresas ambiciosas que abrirão o caminho para a futura investigação científico-planetária", disse o JPL.

O Laboratório explicou que, em última instância, essas missões poderiam responder a dúvidas sobre a formação do sistema solar e a existência de vida em alguma outra parte do universo.

O JPL informou que os projetos, chamados Missão ao Sistema Europa-Júpiter e Missão ao Sistema Titã-Saturno, são resultado de uma fusão dos conceitos de as agências espaciais. "A decisão representa uma situação de ganho para todas as partes envolvidas", afirmou Ed Weiler, administrador adjunto do Diretório de Missões Científicas da Nasa.

No entanto, o comunicado advertiu de que os organismos deverão adotar uma série de medidas prévias e fazer estudos antes de iniciar os projetos de maneira oficial. De acordo com os planos preliminares, a Missão ao Sistema Europa-Júpiter utilizará dois orbitadores robóticos (não tripulados) com os quais serão feitos os primeiros estudos sobre esse gigantesco planeta gasoso e sobre as luas Europa, Ganimedes e Calisto.

As duas naves partiriam em 2020 a partir de diferentes pontos de lançamento e chegariam ao sistema de Júpiter em 2026 para realizar observações científicas durante três anos.

A imagem artística apresenta o conceito das missões proposto para Júpiter (esquerda) e Saturno (direita)

A imagem artística apresenta o conceito das missões proposto para Júpiter (esquerda) e Saturno (direita)


Redação Terra

Missão "suicida" na Lua tentará detectar água congelada

A Nasa, agência espacial americana, colocará em prática uma espécie de missão "suicida" que tem o objetivo de descobrir a existência de água congelada na Lua. O plano inusitado - que contará com um satélite e um foguete - consiste em colidir o foguete contra a superfície lunar para tentar analisar, via satélite, as labaredas que se formarão durante a explosão. As informações foram publicadas nesta quinta-feira pelo Terra Chile.

O projeto LCROSS (Satélite para Observação e Detecção das Crateras Lunares) está previsto para ser lançado no mês de abril do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, onde já aguarda o início da missão. O satélite de baixo custo e rápida construção trabalhará em conjunto com a sonda espacial Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO).

O principal objetivo dos cientistas é pesquisar uma cratera ainda desconhecida e oculta, próxima a um dos pólos do satélite da Terra, explicou o diário espanhol ADN.

O LCROSS viajará a bordo de um foguete Atlas V Centauro até ingressar na órbita lunar, pouco antes do momento previsto para o impacto. Na aproximação final, o satélite e o foguete se separarão, fazendo com que o Atlas V Centauro caia na cratera escolhida para as pesquisas e exploda.

De acordo com os especialistas, quatro minutos depois o LCROSS passará pela nuvem de escombros que se elevará sobre o solo, recolhendo e enviando dados à Terra. Os cientistas aproveitarão o raro momento de atividade na tranqüila superfície lunar para detectar a presença ou não de água em estado sólido - elemento chave para o ser humano se estabelecer em bases permanentes.

Redação Terra

Imagem identificaria gotas de água líquida em Marte

A sonda espacial Phoenix pode ter captado as primeiras imagens de água líquida durante sua aterrissagem em Marte em 25 de maio de 2008, de acordo com alguns membros da equipe responsável pela missão. Segundo a controversa interpretação, gotas de água teriam respingado em um dos suportes inferiores da nave enquanto ela pousava em solo marciano. O estudo foi publicado na edição desta quarta-feira da revista científica New Science.

De acordo com os especialistas, as misteriosas manchas que atingiram a sonda cresceram com o passar das semanas. Para os cientistas, o líquido se trata especificamente de água salgada e foi aumentando ao absorver vapor de água da própria atmosfera do planeta.

A hipótese pode ser sustentada pela descoberta anterior de sais de perclorato no solo, uma vez que a substância é capaz de manter a água líquida em temperaturas abaixo de zero. Os defensores da teoria consideram que, com o efeito anticongelante provocado pelo perclorato, seria possível existir água líquida em grandes quantidades abaixo da superfície de Marte.

A pesquisa foi realizada por 21 estudiosos da Nasa, agência espacial americana - entre eles, o chefe da missão Phoenix, Peter Smith, da Universidade do Arizona, e Nilton Renno, da Universidade de Michigan. O estudo será apresentado em março durante a conferência de Ciências Lunares e Planetárias em Houston, no Texas.

O local onde a Phoenix pousou é muito frio para a água pura existir na forma líquida - a temperatura nunca ficou mais quente do que -20ºC durante os cinco meses de missão.

No entanto, para os cientistas, a água salgada pode continuar líquida em baixas temperaturas, até porque os sais de perclorato identificados na região teriam um efeito anticongelante especialmente forte. Ou seja, uma grande mistura de água salgada e perclorato poderia ficar em estado líquido em temperaturas de até -70ºC, avaliaram os pesquisadores.

Conforme o estudo, se o perclorato está disseminado em altas concentrações no planeta, então bolsões de água líquida poderiam ter se formado abaixo do solo marciano. "Segundo nossos cálculos, pode existir água salgada em forma líquida no subsolo de todo o planeta vermelho", assegurou Renno, principal responsável pelo estudo. O cientistas diz que a imagem captada pela Phoenix representa a primeira evidência direta de que a teoria está correta.

Segundo os cientistas, a indicação mostra gotas de água líquida em grande parte de um dos suportes da Phoenix

Segundo os cientistas, a indicação mostra gotas de água líquida em grande parte de um dos suportes da Phoenix

Redação Terra

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Jovens estrelas são vistas pela 1ª vez em anel de gás

Uma equipe de cientistas encontrou estrelas jovens pela primeira vez em uma primitiva estrutura de gás chamada "anél de Leo". Segundo eles, o achado sugere a existência de um grande números de associações de estrelas deste tipo no universo e de galáxias anãs que não foram vistas até hoje. As informações são da EFE.

O estudo foi realizado a partir de imagens captadas pelo telescópio Galex (Galaxy Evolution Explorer), da Nasa, agência espacial americana. As novas associações estelares, que abrigam estrelas desconhecidas, puderam ser vistas nas fotos.

De acordo com os astrônomos, os contornos em amarelo indicados nas imagens mostram a distribuição de gás (hidrogênio), onde teriam se formado as estrelas que compõem as associações.

Na imagem, o anel de Leo é indicado com o código 2E na localização chamada de região I

Na imagem, o "anel de Leo" é indicado com o código "2E" na localização chamada de região I


Redação Terra

Cometa Lulin se aproxima e será visível na próxima semana

O cometa Lulin, descoberto por astrônomos de Taiwan e da China há dois anos, terá sua aproximação máxima da Terra na madrugada desta terça-feira e poderá ser visto com ajuda de binóculos. Ele estará a cerca de 60 milhões de quilômetros, menos da metade da distância entre Terra e o Sol.

O cometa é verde por causa da estrutura de seus compostos de carbono e porque têm cianogênio, um gás tóxico.

Sua órbita, ao contrário do que ocorre na maioria dos cometas, é no sentido horário. Esta é a primeira passagem de Lulin perto do Sol, dizem astrônomos, porque ele ainda preserva a maior parte dos seus gases.

Quando ele se aproximar da estrela, o chamado "vento solar" deve varrer esses gases, formando a cauda do cometa.

Cometa Lulin, de tom esverdeado, poderá ser visto com binóculos na madrugada entre segunda e terça-feira

Cometa Lulin, de tom esverdeado, poderá ser visto com binóculos na madrugada entre segunda e terça-feira

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Cientistas usam luz do Sol para produzir combustíveis

Pesquisadores usaram a luz do sol para converter dióxido de carbono e vapor de água em uma série de combustíveis, e de maneira mais rápida do que em qualquer experiência passada, graças ao uso de nanotubos como catalisadores.

Craig Grimes e seus colegas do departamento de ciência de materiais da Universidade Estadual da Pensilvânia usaram nanotubos ocos de titânia (dióxido de titânio), com cerca de 135 nanômetros de diâmetro e comprimento de um décimo de milímetro, como catalisadores na reação.

Outros cientistas já haviam utilizado nanopartículas de titânia para acelerar esse processo em experiências passadas, mas Grimes e sua equipe conseguiram gerar diversas formas de hidrocarbonetos cerca de 20 vezes mais rápido do que os resultados obtidos em experiências anteriores, graças ao uso inteligente de algumas leis da química.

Os pesquisadores acrescentaram um pouco de nitrogênio aos seus nanotubos, e carregaram nanopartículas de cobre e platina nas superfícies. Sozinho, o material conhecido como titânia funciona melhor como catalisador dessas reações sob luz ultravioleta.

Mas com o acréscimo de nitrogênio e cobre à mistura, os tubos de titânia passam a preferir a luz no espectro visível, de acordo com Grimes. E as nanopartículas de cobre e de platina são acrescentadas porque os cientistas supõem que elas acelerem os estágios posteriores da reação.

A reação mesma acontece no interior dos nanotubos, que são ocos e têm uma grande área superficial interna graças às suas paredes ultrafinas, de apenas 20 nanômetros.

Reação em cadeia
Os pesquisadores encheram tubos de aço com dióxido de carbono e vapor de água, cobriram o extremo das câmaras com uma película dos nanotubos que criaram e tamparam os recipientes com uma janela de quartzo, para permitir a entrada da luz. As câmaras fechadas foram em seguida montadas em áreas externas dos edifícios do campus, em dias ensolarados do período julho-setembro de 2008.

Quando a luz incide sobre os nanotubos, eles liberam partículas energéticas portadoras de carga elétrica, que dividem as moléculas de água que existem dentro dos recipientes em dois componentes reativos -radicais de hidróxidos e íons de hidrogênio.

Os pesquisadores ainda não compreenderam exatamente o que acontece ao longo da etapa seguinte do processo, mas acreditam que o dióxido de carbono se divida para formar oxigênio e monóxido de carbono, os quais por sua vez reagem em contato com o hidrogênio em forma gasosa e formam metano e água.

Os aparelhos são capazes de produzir cerca de 160 microlitros de hidrocarbonetos por hora, por grama de nanotubos de titânia empregados, o que representa rendimento pelo menos 20 vezes mais alto do que o registrado em estudos anteriores realizados com o uso de radiação ultravioleta para precipitar a reação. As descobertas da equipe foram publicadas em artigo da revista Nano Letters.

O fisioquímico Michael Gratzel, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, afirma que os resultados "são um trabalho fundamental que demonstra que os nanotubos podem oferecer maior eficiência de conversão do que as abordagens adotadas anteriormente".

Ele aponta que a eficiência do catalisador continua a ser bastante baixa, mas se declara muito otimista quanto à possibilidade de elevá-la, com esforços posteriores de pesquisa.

Acompanhe o fluxo
"Trata-se claramente de um trabalho muito inteligente, com uso excelente da ciência", afirma o eletroquímico John Turner, do Laboratório Nacional de Energia Renovável dos Estados Unidos, em Golden, Colorado. Mas ele acautela que outras soluções para lidar com o dióxido de carbono podem se provar mais viáveis.

Já existem processos comerciais disponíveis que utilizam o dióxido de carbono na produção de uma mistura conhecida como "syngas", que pode posteriormente ser convertida em hidrocarbonetos por meio de um processo contínuo.

Mas com os novos aparelhos que envolvem nanotubos, as câmaras teriam de ser reabastecidas de dióxido de carbono e água, a intervalos regulares, a fim de manter a reação em curso. "Por que alguém quereria tomar um conveniente processo contínuo e torná-lo intermitente ao acoplá-lo à (energia) solar?", ele questiona.

Mas os pesquisadores da Pensilvânia argumentam que seu processo também pode se desenvolver como ciclo contínuo caso o dióxido de carbono e o vapor de água sejam capazes de atravessar a película de nanotubos e o metano combustível recolhido do lado oposto.

Mesmo com os nanotubos atuais, Grimes calcula que um refletor que concentre a luz solar sobre um metro quadrado de película de nanotubos poderia render 500 litros de metano em prazo de oito horas.

No entanto, o pesquisador concorda em que o ritmo de produção continua a ser muito baixo - "até o momento, não criamos nada que possa salvar a humanidade", diz.

Mas espera que depositar as nanopartículas de cobre em padrão mais regular sobre a superfície dos nanotubos, bem como outras melhoras, ajude a aumentar o ritmo de conversão em milhares de vezes.

"Acredito que o método possa se tornar comercialmente praticável com determinadas fontes concentradas de dióxido de carbono, como uma usina de energia acionada a carvão", ele diz.

Os cientistas usaram nanotubos ocos de titânia (dióxido de titânio), com cerca de 135 nanômetros de diâmetro

Os cientistas usaram nanotubos ocos de titânia (dióxido de titânio), com cerca de 135 nanômetros de diâmetro

Tradução: Paulo Migliacci ME

Nature

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Amadores podem "contar" galáxias na Internet

O website Galaxy Zoo, criado pelo astrofísico Chris Lintott, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, utiliza a ajuda de internautas para classificar galáxias espalhadas pelo universo. Nele, qualquer pessoa pode ajudar a catalogar um milhão de fotos de galáxias de acordo com sua forma, e até descobrir novos corpos celestes nas imagens.

As fotografias foram capturadas por um potente telescópio instalado no Novo México, nos Estados Unidos. Ao ser colocado no ar, mais de 200 mil astrônomos amadores passaram a tentar encontrar galáxias em espiral ou elípticas no Galaxy Zoo, segundo a BBC Brasil.

Uma das usuárias do site disse que "só o fato de poder ver galáxias que estão muito além do Sistema Solar já é sensacional". Para alguns, é uma oportunidade de participar de um projeto de astronomia, informou a sucursal brasileira da agência britânica.

Uma segunda versão do programa, com mais 250 mil fotos do espaço, deve ser disponibilizada em breve. O trabalho pode ajudar os cientistas a entender questões fundamentais como a formação de galáxias e as origens do universo.

Astrônomos iniciantes podem ajudar a catalogar um milhão de fotos de galáxias em um website

Astrônomos iniciantes podem ajudar a catalogar um milhão de fotos de galáxias em um website

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Cientistas elegem os 10 telescópios mais importantes do mundo

Não é preciso um grande espelho para causar grande impacto. O Sloan Digital Sky Survey, um projeto conduzido com um modesto telescópio com 2,5 metros de diâmetro no Novo México, executou as observações científicas mais citadas em 2006, de acordo com uma nova análise sobre os 10 observatórios astronômicos de maior impacto.

"A avaliação aponta a qualidade científica da contribuição do telescópio", diz Juan Madrid, da Universidade McMaster, no Canadá, sobre a lista de 10 telescópios mais influentes que ele vem compilando quase todo ano desde 1998.

"De certa forma, ela mede a competência do comitê que aloca tempo de observação, e a qualidade do telescópio. Também diria que mede a competência dos cientistas".

Entre os cinco melhores há outro telescópio modesto, o Swift, telescópio instalado em satélite que observa surtos de raios-gama. Os três outros postos são ocupados por gigantes da astronomia: o telescópio Espacial Hubble; os quatro telescópios de oito metros do Observatório Meridional Europeu, em Paranal, Chile; e os dois telescópios de 10 metros do observatório Keck, no Havaí.

A tabela mostra que os avanços tecnológicos de um telescópio podem levá-lo ao topo da lista, mas que a cultura e as limitações da instituição que o opera são importantes. No entanto, alguns astrônomos acautelam que o número de citações em trabalhos científicos é apenas um dos indicadores que deveriam ser usados na avaliação de valor.

"Creio que diversos fatores precisem ser considerados para determinar a importância de um observatório", diz Robert Williams, presidente eleito da União Astronômica Internacional e ex-diretor do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial, em Baltimore, que opera o telescópio Hubble.

Mestres do universo
Madrid começou a montar seu ranking em 2001, quando trabalhava no instituto de telescopia de Baltimore. Naquele momento, o interesse político em reformar o Hubble era escasso.

O método dele foi avaliar os 200 estudos científicos mais citados de cada ano, desconsiderar os trabalhos teóricos, determinar que observatórios responderam pelos estudos restantes e calcular as citações. O mais recente ranking, aceito para publicação pelo Bulletin of the American Astronomical Society, se refere aos estudos mais citados em 2006, porque são precisos dois anos para que número considerável de citações sejam acumuladas.

O ranking sempre confere posição de destaque ao Hubble, que está entre os cinco mais a cada ano. Outros observatórios têm passagens notáveis pelo ranking por breves períodos e depois perdem o destaque. A Sonda Anisotrópica de Micro-Ondas Wilkinson, por exemplo, ficou em primeiro em 2003, depois do lançamento de seu importantíssimo mapa da radiação cósmica de fundo.

Em 2004, havia caído para o quarto posto. Mas, depois que seus dados já haviam sido explorados a fundo, a sonda perdeu destaque e não ficou entre os 10 mais em 2006.

Já o Sloan Digital Sky Survey está em alta, liderando o ranking em 2004 e 2006 (Madrid não publicou um ranking quanto a 2005). O trabalho do observatório ajudou a deslindar a estrutura da Via Láctea e a averiguar indiretamente o efeito da energia escura sobre a expansão acelerada do universo, diz David Weinberg, da Universidade Estadual do Ohio em Columbus, um dos astrônomos que coordenam o trabalho do observatório.

Vencedores e derrotados
Alguns astrônomos expressaram abertamente suas dúvidas quanto a algumas ausências conspícuas na lista dos 10 mais, entre as quais a do observatório Gemini, que opera com dois telescópios de oito metros, um no Havaí e o segundo no Chile.

Timothy Beers, da Universidade Estadual do Michigan em East Lansing e presidente do comitê científico do Gemino, aponta para o fato de que os telescópios do observatório foram projetados mais para observar a banda infravermelha do que a visível do espectro, e por isso recebem pedidos de trabalho de uma proporção menos da comunidade científica.

"Eles não foram concebidos como telescópios de propósitos gerais", disse Beers. "E isso é um problema quanto ao ranking". Na ausência de gama mais ampla de instrumentos que permitam observar porção mais larga do espectro, Beers diz que muitos cientistas tendem a optar por outros observatórios.

Outra questão, ele diz, é o controle sobre a alocação do tempo de observação sempre limitado. Telescópios controlados e operados por instituições privadas, como o observatório Keck, podem dedicar muito tempo a pequenos grupos de cientistas que trabalham com os tópicos mais suculentos.

O Gemini, um consórcio público que representa sete países, tem sete comitês diferentes de alocação de tempo. Isso torna mais difícil organizar campanhas longas e unificadas - ainda que Beers reconheça que os conjuntos de dados mais amplos obtidos de campanhas longas tendam a propiciar ciência de mais alto impacto.

Mas a maioria dos astrônomos considera que o indicador oferecido pelo número de citações é apenas uma de muitas maneiras de medir a eficiência de um observatório. Outras incluiriam a produção geral de estudos científicos e o número de pedidos de observação comparado ao de trabalhos de observação realizados.

"Minha opinião geral é que essa mania das citações foi exagerada ao absurdo", diz Weinberg. "Mas esse indicador faz diferença? Creio que sim, especialmente no momento de tentar arrecadar fundos".

E assim Weinberg fez questão de apresentar os rankings referentes a 2004 ¿e a liderança do Sloan Digital Sky Survey- ao pedir por uma prorrogação de seis anos na operação do projeto. O programa conquistou US$ 99 milhões em verbas da Fundação Nacional de Ciências dos Estados Unidos, na metade do ano passado.

"Que impacto o ranking exerceu sobre os jurados e os diretores de programas da fundação? Não posso dizer. Mas decerto exerceu algum impacto, como bem deveria".

Imagem da Galáxia Whirlpool feita pelo telescópio Sloan Digital Sky Survey

Imagem da Galáxia Whirlpool feita pelo telescópio Sloan Digital Sky Survey

The New York Times

Cientista defende que pode haver vida 'alienígena' na Terra

A Terra pode estar abrigando várias formas de vida alienígenas, completamente dissociadas dos seres vivos já conhecidos, segundo um cientista da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Em uma apresentação durante a conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago, o físico Paul Davies disse ainda que essas "vidas paralelas" podem estar escondidas em locais inóspitos, como desertos, lagos de sal, fontes hidrotermais e áreas com altas temperaturas e radiação solar.

Davies afirmou ainda que várias desses "seres estranhos" podem estar vivendo entre nós, em formas que ainda não são conhecidas.

Eles fez um apelo para que a comunidade científica lance uma "missão à Terra" para vasculhar ambientes tidos como hostis em busca de sinais de bioatividade.

"Não precisamos viajar a outros planetas para encontrar formas de vida estranhas. Elas podem estar bem aqui debaixo de nossos narizes", disse.

"É perfeitamente razoável a idéia de uma biosfera paralela aqui na Terra", defendeu. "Mas nunca ninguém se importou em procurar por ela. Eu pergunto: 'Por quê?'.

Não é caro - seria um custo bem menor do que se gasta procurando por extraterrestres."

Davies foi um dos palestrantes de um simpósio que explorou a possibilidade de que a vida se desenvolveu na Terra mais de uma vez.

Segundo os cientistas, os descendentes desta "segunda gênese" podem ter sobrevivido até hoje, em uma "biosfera paralela" que está além da percepção humana porque seus habitantes têm uma bioquímica muito diferente da nossa.

"Todos os nossos microscópios estão desenvolvidos para estudar a vida que nós conhecemos - então não é uma surpresa que não tenhamos encontrados micróbios com uma bioquímica diferente", afirmou Davies.

"Ainda não sabemos muito bem a aparência dessas formas de vida estranhas. É algo tão amplo como a própria imaginação, e é por isso que é tão difícil procurar por elas", disse.

Segundo o cientista, a base desses organismos poderia ser o DNA e o RNA, mas com um código genético distinto ou com diferentes aminoácidos. Ou ainda, essas criaturas poderiam apresentar diferenças mais acentuadas.

"Talvez um dos elementos usados pela vida - carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e fósforo - pode ter sido substituído por outros", explicou Davies. "Um dos exemplos é o arsênico, que é venenoso para o homem mas têm propriedades que dariam condições ideais ao desenvolvimento de micróbios."

Outro pesquisador, Steven Benner, da Universidade da Flórida, disse que antes de procurar por esses seres, é preciso provar que é possível criar novas moléculas capazes de sobreviver e evoluir.

Sua equipe desenvolveu um sistema químico sintético que precisa ser alimentado externamente, mas que é capaz de evoluir e se adaptar em uma geração seguinte.

"Nosso próximo passo será aplicar um processo de seleção natural", afirmou Benner.

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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Marte pode ter abrigado enorme campo de gelo, diz estudo

O enigmático Meridiano Plano de Marte - uma pequena região plana próxima ao equador - poderia ter sido um enorme campo de gelo na antiguidade, informou um estudo divulgado na revista científica Nature. A região é famosa por abrigar depósitos de hematita cristalina cinza, um mineral que geralmente se forma em lagos ou em lugares onde houve água parada. As informações são da EFE.

Os autores do estudo, cientistas do Centro Espacial Johnson, da NASA, agência espacial americana, analisaram sedimentos, restos químicos e a geologia do Meridiano Plano a partir de informações recolhidas pela sonda espacial Opportunity. De acordo com Paul Niles e Joseph Michalski, a reação de pequenos pedaços de gelo na poeira atmosférica poderia ser responsável pela composição química única que existem nestes depósitos minerais.

Atualmente a região não possui mais nenhum grande campo de gelo. Para os cientistas, a teoria sobre a existência de água congelada na zona há milhões de anos é sustentada pelo eixo de rotação do planeta vermelho na época. A hipótese diz que Marte se encontrava em um ângulo de movimentação ao redor do Sol diferente do atual.

Silício
Em outubro do ano passado, a sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter detectou um novo tipo de mineral em Marte que indica a presença de água há muito mais tempo do que se acreditava. A presença de silício hidratado, também conhecido como opala, são indícios fundamentais da presença de água há milhões de anos em Marte, disseram os pesquisadores.

Em comunicado na época, o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL, na sigla em inglês) informou que os novos minerais se formaram quando a água alterou os materiais criados pela atividade vulcânica e pelo impacto de um meteorito. Até então, haviam sido descobertos apenas filosilicatos e sulfatos hidratados que se formaram há 3,5 milhões de anos.

O setor Meridiano Plano é famoso por abrigar depósitos de minerais que geralmente se formam em lagos

O setor Meridiano Plano é famoso por abrigar depósitos de minerais que geralmente se formam em lagos


Redação Terra

Minissatélite japonês estuda tempestades da Terra

Um minissatélite experimental japonês, desenvolvido por estudantes da Universidade de Osaka (oeste) e por pequenas empresas nipônicas, conseguiu observar tempestades, abrindo, assim, novas possibilidades para a meteorologia, segundo seus criadores.

O pequeno satélite Maido (de 50 cm de comprimento e 55 kg), que gira em torno da Terra a uma altitude de 666 km, realizou provas concludentes de medição de tormentas em 60 pontos entre quinta-feira passada e sábado, algumas delas sobre a Austrália e países africanos, informou a Universidade de Osaka.

"Captamos perfeitamente os sinais", informou à imprensa o professor Zenichiro Kawasaki. O satélite está dotado de um sistema único para examinar as tempestades. Concebido pela Universidade de Osaka, poderia, no futuro, também ser instalado no laboratório japonês Kibo, ancorado à Estação Espacial Internacional (ISS).

Maido faz parte de um grupo de sete pequenos aparelhos de estudo enviados no foguete nipônico H-2A no final de janeiro durante o lançamento do primeiro satélite mundial de observação de gases de efeito estufa, Ibuki, desenvolvido pela Agência de Exploração Espacial Japonesa (Jaxa).

AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados. Clique aqui para limitações e restrições ao uso.

Ovnis vistos nos EUA seriam restos de explosão de satélites

Os Objetos Voadores Não-Identificados (Ovnis) que foram vistos nos Estados Unidos poderiam ser escombros dos satélites russo e americano que bateram e explodiram no espaço recentemente, afirmou a autoridade americana de aviação. As informações foram divulgadas pela BBC Brasil nesta segunda-feira.

O registro dos OVNIs ocorreu nos céus do Estado do Texas e os objetos eram parecidos com cometas, segundo a agência. Em um clube de golfe, várias pessoas disseram ter visto um rastro de fogo cruzar o céu.

Para o comando estratégico militar americano, os fenômenos registrados no Texas não possuem qualquer relação com a colisão de satélites, de acordo com a BBC Brasil. No entanto, o órgão de aviação do país advertiu seus pilotos neste sábado sobre os perigos dos escombros dos equipamentos cairem na Terra.

A colisão entre os dois satélites de comunicação aconteceu na última terça-feira e foi a primeira do tipo na história, explicou a Nasa, agência espacial americana. O choque se deu a cerca de 780 km acima do território da Sibéria, na Rússia.

Objetos parecidos com cometas surpreenderam os moradores nos céus do Texas

Objetos parecidos com cometas surpreenderam os moradores nos céus do Texas


Redação Terra

Satélites da Rússia e EUA que se chocaram seguem em órbita

Os satélites russo e americano que se chocaram na terça-feira da semana passada sobre a Sibéria não sofreram danos graves e continuam na órbita da Terra, informou nesta segunda-feira o analista militar russo Igor Lisov à agência Interfax.

"Tudo indica que a colisão não foi frontal e que os satélites bateram de raspão, pois praticamente não sofreram danos e, após o choque, mantiveram-se em uma órbita estável, embora distinta à inicial", afirmou.

Ele não descartou que as baterias solares ou que outros elementos de ambos os satélites tenham se enganchado, mas ressaltou que, em qualquer caso, o número de fragmentos como resultado da colisão deve ser "consideravelmente inferior" ao estimado anteriormente.

Segundo fontes oficiais, meios de observação do espaço cósmico detectaram e seguem o movimento de 38 grandes fragmentos resultantes da colisão, apesar da Nasa, agência espacial americana, afirmar que houve cerca de 600 fragmentos.

Segundo Lisov, o comando estratégico dos Estados Unidos ainda não incluiu esses fragmentos em seu catálogo de objetos cósmicos.

A colisão aconteceu no último dia 10, entre um aparelho espacial americano Iridium-33 e um satélite militar russo Cosmos-2251, este último fora de funcionamento, a uma altura de aproximadamente 800 quilômetros sobre a Sibéria.

Em consequência do choque, os fragmentos dos aparelhos se dispersaram, a uma altura entre 500 e 1.300 quilômetros, segundo fontes russas.

Diversos meios de comunicação americanos informaram sobre estranhas "bolas de fogo" cuja queda foi detectada no Texas (EUA), o que motivou a suspeita de que fossem fragmentos dos satélites.

No entanto, especialistas russos consultados pela "Interfax" consideraram improvável esta hipótese e afirmaram que foi um meteorito o que caiu nos EUA.

EFE - Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Nos 445 anos de Galileu, astronomia avança

O famoso astrônomo italiano Galileu Galilei (1564-1642), cujos 445 anos de nascimento são comemorados neste domingo, impressiona os especialistas até hoje por ter formulado novas teorias sobre o universo, que contrariavam o que se conhecia até a época, tendo à disposição apenas equipamentos limitados e de pouca qualidade. Com uma simples luneta refratora (de lente principal objetiva), o cientista coletou dados que revolucionaram a astronomia, deixando marcas que atravessam séculos.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a União Astronômica Internacional (UAI) aproveitaram a data e decretaram em 2009 o Ano Internacional da Astronomia. Com participação de mais de 100 países, a iniciativa marca os 400 anos da primeira observação astronômica feita pelo cientista.

"Galileu tinha grandes limitações em seu trabalho e utilizava equipamentos de qualidade óptica sofríveis", afirmou o geógrafo Gilberto Klar Renner, do Planetário de Porto Alegre, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que estuda astronomia. Para superar estes problemas, explicou Renner, "ele fez novas medições e adaptações que lhe permitiram desenvolver novas lunetas e qualificar suas observações".

Atualmente, os astrônomos não enfrentam tantas dificuldades quanto Galileu. A tecnologia chegou a um estágio tão avançado que em muitas pesquisas o profissional não vai mais ao observatório para concluir um estudo, avaliou Renner. "Nos grandes observatórios, os equipamentos coletam todas as informações (raios infravermelhos e ultravioleta), deixando as medições para o computador. O cientista só precisa pegar os dados e analisá-los", disse.

Os telescópios modernos, associados a detectores de carga acoplada (CCD, Charged Coupled Devise), podem ser milhões de vezes mais eficientes e muito mais precisos do que a antiga luneta de Galileu, mas os princípios ópticos são essencialmente os mesmos, pois captam mais luz do que o olho humano. Quem garante isto é o físico Horacio Dottori, professor do Departamento de Astronomia da UFRGS e pesquisador do CNPq.

Para o especialista, captar mais luz dos alvos astronômicos significa poder enxergar objetos mais fracos ou observar objetos extensos com maior resolução angular. "O olho humano, ao focar um carro, observa o veículo reduzir-se cada vez mais de tamanho, enquanto a pessoa se distancia. Sabemos que, na verdade, o carro ainda tem o tamanho real, mas o que muda com a distância é o ângulo sob o qual o olho observa aquele carro. Um binóculo, por exemplo, nada mais é do que dois pequenos telescópios lado a lado, que, além de aumentar o tamanho angular do objeto, permite prolongar a visão estereoscópica (tridimensional) do olho humano.

O pesquisador lembrou também que a qualidade da observação e o alcance do instrumento dependem do diâmetro da objetiva que coleta a luz do astro no equipamento. "Quanto maior a lente, maior a entrada de luz e melhor a nitidez do foco", completou.

Gênio controvertido
O astrônomo, físico e matemático Galileu Galilei nasceu em 15 de fevereiro de 1564 em Florença, na Itália. Foi o responsável por melhorar significativamente o telescópio refrator, além de fazer importantes descobertas como as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vênus, os quatro grandes satélites de Júpiter, os anéis de Saturno e aglomerações de estrelas da Via Láctea.

Mesmo pioneiro em observações astronômicas, o pesquisador não teve uma vida fácil. Foi condenado por heresia pelo Tribunal da Inquisição, da Igreja Católica, por aderir à teoria do heliocentrismo, proposta por Copérnico. Ele também acreditava que o Sol era o centro do universo e não a Terra. Morreu em 8 de janeiro de 1642 e foi enterrado na Basílica de Santa Croce, em Florença.

Problemas de visão
Cientistas do Museu de Florença, na Itália, querem abrir o túmulo de Galileu para analisar seu DNA, a fim de entender se o pesquisador sofria de alguma doença degenerativa nos olhos, que teria lhe causado uma cegueira. Com o DNA, os especialistas europeus afirmam que podem compreender como a enfermidade teria distorcido sua visão para compreender alguns erros cometidos por Galileu, como descrever que o planeta Saturno tinha 'orelhas laterais', em vez dos anéis.

Gilberto Klar Renner acredita que o equívoco de Saturno não deve ser atribuído à cegueira porque "a qualidade óptica do seu equipamento não permitia identificar os anéis com clareza". Segundo ele, "os anéis foram vistos de frente, e não de lado, devido a uma posição diferente que o planeta se encontrava". "Alguns meses mais tarde, Galileu conseguiu corrigir o erro, prevendo que a posição do ponto observado iria mudar", destacou.

Para Horacio Dottori, o possível problema de visão de Galileu pode ter sido provocado pelo Sol. "Olhar diretamente para o Sol pode queimar a retina. Galileu não se deu conta disso e acabou se prejudicando", considerou. O especialista alertou que o efeito se torna ainda pior no caso do uso de um telescópio, já que o instrumento foi feito para captar bastante luz.

Luneta utilizada por Galileu entre 1609 e 1610 foi exposta em museu de Florença

Luneta utilizada por Galileu entre 1609 e 1610 foi exposta em museu de Florença


Redação Terra