sábado, 30 de janeiro de 2010

Objetos da Apolo 11 deixados na Lua são declarados patrimônio da Califórnia

Uma comissão que analisa o patrimônio histórico do estado americano da Califórnia declarou hoje que uma centena de objetos abandonados na Lua pelos astronautas da nave Apolo 11 são bens do estado, informou em seu site o jornal "Los Angeles Times".

A decisão foi tomada em uma sessão do Califórnia State Historical Resources Commission, organismo que cuida do tesouro estadual, como parte de um projeto para proteger o valor cultural dos artefatos deixados por Neil Armstrong e Eugene "Buzz" Aldrin sobre a superfície lunar na primeira viagem do homem ao satélite.

Armstrong e Aldrin pousaram o módulo "Eagle" em 20 de julho de 1969 em uma zona conhecida como Mar da Tranquilidade, e antes de retornar deixaram uma série de objetos.

Embora os tratados internacionais impeçam que os países proclamem sua soberania no espaço, a legislação não faz referência a objetos deixados pelo homem em seus deslocamentos fora da órbita terrestre.

A iniciativa da comissão segue os passos de uma campanha iniciada por vários cientistas para conseguir que a Unesco proclame patrimônio da Humanidade a zona onde o Apolo 11 pousou na lua.

Entre a centena de objetos reivindicados pela comissão californiana estão botas de astronautas, equipamentos de sobrevivência, ferramentas, câmeras, antenas, pequenos contêineres vazios, bolsas de comida vazias e restos de produtos usados para iluminar a área.

EFE
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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Nasa lembra os mártires da prospecção espacial

As bandeiras dos Estados Unidos balançaram hoje a meio mastro em todas as sedes da Nasa (agência espacial americana), que homenageou os mártires ao completar nesta semana o 43º aniversário do incêndio da morte de três astronautas da Apolo 1 e o 24º do desastre da nave Challenger.

Incluída também na celebração o sétimo aniversário da tragédia da nave Columbia, que em 1º de fevereiro de 2003 se desintegrou ao retornar de uma, até então, bem-sucedida missão científica.

As tragédias do Challenger e do Columbia mataram 14 tripulantes.

Na Apolo 1 mais três pessoas morreram.

O Dia da Lembrança para a Nasa foi liderado pelo diretor da agência espacial americana, Charles Bolden, que depositou hoje uma coroa de flores no túmulo dos astronautas no cemitério de Arlington, a poucos quilômetros da capital.

Bolden agradeceu o sacrifício dos que morreram no esforço espacial dos Estados Unidos e lembrou que essa sempre será uma empresa difícil e perigosa.

Ao mesmo tempo, reiterou o compromisso da agência de transformar a segurança de todos os que trabalham para a Nasa em sua máxima prioridade.

"O legado dos que perdemos é o nosso pensamento permanente e a inspiração de gerações de novos exploradores do espaço", assinalou.

"A cada dia e com cada desafio que superamos, a cada descoberta que fazemos, homenageamos estes notáveis homens e mulheres", acrescentou.

A tragédia do Apolo 1 ocorreu em 27 de janeiro de 1967 quando os tripulantes Gus Grissom, Edward White e Roger Chaffee morreram em um incêndio no módulo de comando durante um teste em Cabo Canaveral (Flórida).

Apesar desse desastre, o programa continuou para levar à Lua em 16 de julho de 1969 na nave a Apolo 11 os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.

A nave Challenger se desintegrou em uma fria manhã de 28 de janeiro de 1986, um minuto após seu lançamento a partir do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral.

Entre os sete tripulantes que morreram estava Christa McAuliffe, a primeira professora da era espacial que ganhou o direito de integrar a missão em um concurso realizado pela Nasa.

Uma tragédia com um número similar de vítimas voltou a ocorrer na agência espacial em 1º de fevereiro de 2003, quando a nave Columbia explodiu após o choque molecular com a atmosfera depois de uma missão científica de 16 dias.

Em meio dos atos de lembrança, a Nasa continuou hoje os preparativos para a primeira missão deste ano.

Em 7 de fevereiro, o ônibus espacial Endeavour partirá em uma missão de 13 dias à Estação Espacial Internacional (ISS) para continuar a construção do orbitador.

EFE
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Endeavour levará último grande componente da ISS

O ônibus Endeavour partirá em direção ao espaço, na próxima semana, levando o último grande componente para completar a construção da Estação Espacial Internacional (ISS), além de um "jardim de inverno" de alta tecnologia, informaram nesta sexta-feira funcionários da Nasa.

"O objetivo principal desta missão é entregar o módulo, também chamado Tranquility, e a cúpula à Estação Espacial Iternacional", explicou Kwatsi Alibaruho, responsável pela missão. A Nasa autorizou nesta semana o lançamento do ônibus espacial no domingo, 7 de fevereiro, às 9H39 GMT a partir do Centro Espacial Kennedy, próximo a Cabo Cañaveral (Flórida, sudeste).

A cúpula, o jardim de inverno, será o "elemento principal" do módulo, explicou Robert Dempsey, diretor de voo da ISS. Com a instalação do componente Tranquility, os astronautas terão completado 90% da ISS, acrescentou. A Estação Internacional é projeto do qual participam 16 países, a um custo de 100 bilhões de dólares, financiado na maior parte pelos Estados Unidos.

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Cientistas dos EUA avançam para a fusão nuclear controlada

Cientistas americanos ultrapassaram uma etapa considerada crucial para a fusão nuclear controlada - processo atômico que poderia resultar em fonte inesgotável de energia limpa e resolver problemas relacionados a combustíveis fósseis e à emissão de gases de efeito estufa. Os pesquisadores conseguiram produzir um nível de energia sem precedentes e romper a barreira do megajoule, informou a Administração Nacional de Segurança Nuclear dos Estados Unidos.

"Romper essa barreira nos aproxima da ignição por fusão", disse o administrador do organismo, Thomas D'agostino, em comunicado. Os cientistas americanos conseguiram produzir um megajoule com a concentração simultânea de 192 raios laser a uma temperatura de 111 milhões de graus Celsius num tubo do tamanho de um apontador cheio com deutério e trítio, dois isótopos do hidrogênio.

A fusão nuclear é o motor do sol e das estrelas e sua produção artificial forneceria uma alternativa ilimitada e de geração limpa para substituir o recurso a minguadas reservas de combustíveis fósseis. No entanto, até agora, a fusão controlada representa um desafio tecnológico para os cientistas, devido às altíssimas pressões e temperaturas envolvidas.

No experimento, a energia do laser foi convertida em raios X, comprimindo o combustível até chegar a níveis de temperatura e pressão milhares de milhões de vezes superiores às da atmosfera terrestre, segundo o comunicado. O processo leva à fusão dos núcleos do hidrogênio, que liberam energia precursora da fusão nuclear.

A temperatura produzida pelo dispositivo durante os poucos milionésimos de segundo de duração do experimento, foi equivalente a 500 vezes a energia consumida pelos Estados Unidos nesse mesmo tempo. A energia nuclear pode ser liberada de duas formas: com a fissão nuclear - que já é produzida de forma controlada e surge da divisão de núcleos atômicos de elementos radiativos e pesados como o urânio - e com a fusão nuclear, que em troca une (daí o nome de fusão) os núcleos de hidrogênio para formar hélio, os dois elementos mais leves.

Há 20 anos, os químicos Stanley Pons e Martin Fleischmann causaram sensação ao anunciar que haviam conseguido produzir uma fusão a frio, algo muito esperado por cientistas em sua busca por fontes de energia limpas e econômicas. Mas o anúncio espetacular perdeu força depois que várias equipes de investigação científica fracassaram ao tentar reproduzir a experiência.

AFP
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Conheça as preocupações dos físicos na 'era do LHC'

Algumas dezenas de cientistas se reuniram por dois dias em Los Angeles, nos Estados Unidos, a fim de conversar sobre seus mais alucinados sonhos e esperanças para o universo. Ou pelo menos era essa a ideia.

"Quero determinar as questões que serão respondidas ao longo das próximas nove décadas", disse Maria Spiropolu na véspera da conferência, conhecida como "Cúpula da Física de Universo". A esperança dela era que o encontro, promovido com o apoio de Joseph Lykken, do Laboratório Nacional Fermi de Aceleração de Partículas, e de Gordon Kane, da Universidade do Michigan, replicasse o sucesso de um discurso do matemático David Hilbert, que em 1900 estabeleceu uma agenda com as 23 questões matemáticas que precisavam ser resolvidas no século XX.

Spiropolu é professora do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e cientista sênior no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern), nas cercanias de Genebra.

No mês que vem o Large Hadron Collider (LHC), o mais poderoso acelerador de partículas já construído, começará a promover colisões entre prótons e a gerar faíscas do fogo primevo, em um esforço para recriar as condições que predominaram no universo no primeiro trilionésimo de segundo de sua criação.

Os físicos estão especulando há 30 anos quanto ao que verão quando isso acontecer. E agora a hora de desembrulhar os presentes de Natal se aproxima.

Organizada em forma de "duelos" sobre visões de mundo, mesas redondas e sessões definidas como "diatribes e polêmicas", a conferência foi descrita como um evento no qual os físicos poderiam discutir de forma irrestrita aquilo que está por acontecer, evitando as ideias convencionais e "explorando a ousadia, mesmo que sob o risco de estarem errados", de acordo com as instruções que a Dra. Spiridopolu distribuiu por e-mail aos convidados. "Queremos saber aquilo que os incomoda e aquilo que os inspira", ela acrescentou.

Para reforçar ainda mais o clima de informalidade, os participantes foram hospedados em um hotel Hyatt de Hollywood que no passado era conhecido como ¿casa da baderna¿, por conta das confusões aprontadas pelos astros de rock que lá se hospedavam.

O eclético elenco de participantes incluía Larry Page, co-fundador do Google, que estava distribuindo os novos celulares de sua empresa como presente aos amigos; Elon Musk, criador do serviço de pagamentos online PayPal e hoje empresário no setor de carros elétricos, que sediou os eventos do primeiro dia na fábrica de sua SpaceX, que está construindo foguetes que transportarão carga e, possivelmente, astronautas para a Estação Espacial Internacional; e o cineasta Jesse Dylan, autor de um documentário sobre o novo acelerador de partículas.

Em uma das tardes do encontro, o ilusionista David Blaine foi ao refeitório da SpaceX para mostrar alguns truques de cartas aos físicos. O grupo de participantes provou que funciona tão bem na área da preocupação quanto na dos sonhos. "Estamos confusos", explicou Lykken, "e o mais provável é que continuemos confusos ainda por muito tempo".

O primeiro palestrante do dia foi Lisa Randall, física teórica da Universidade Harvard que começou com uma citação de Galileu no sentido de que a Física havia evoluído mais pelo trabalho em pequenos problemas do que pela conversa sobre os maiores - uma das questões de que ela trata em seu novo sobre ciência e o acelerador de partículas.

E por isso Randall enfatizou os desafios que a disciplina terá de superar. Os físicos têm fortes expectativas e defendem teorias elegantes sobre aquilo que vão encontrar, ela disse, mas, assim que começam a observar os detalhes dessas teorias, "elas deixam de ser tão bonitas".

Por exemplo, uma das grandes esperanças é de que surja alguma explicação para o fato de que a gravidade represente uma força tão fraca, se comparada às demais forças primordiais da natureza. Como é que um simples ímã de geladeira consegue manter sua posição contra a atração gravitacional exercida por toda a Terra?

Uma solução bastante popular envolve uma hipótese sobre um suposto traço da natureza conhecido como "superssimetria", que faria com que certas discrepâncias matemáticas nos cálculos se cancelassem mutuamente, bem como produziria uma pletora de partículas até o momento não descobertas - conhecidas coletivas como "wimps", uma abreviatura da expressão em inglês para partículas dotadas de massa e com interação fraca- e, presumivelmente, uma grande safra de prêmios Nobel.

Caso proceda o que os físicos definem como "o milagre das wimps", a superssimetria poderia também explicar a misteriosa matéria escura, que segundo os astrônomos compõem 25% do universo. Mas não existe qualquer partícula de superssimetria que atenda a todas essas necessidades sozinha, apontou Randall, sem que seja preciso alterar de alguma maneira os parâmetros.

Além disso, acrescentou a estudiosa, é preocupante que os efeitos superssimétricos não se tenham demonstrado como pequenos desvios com relação às previsões da Física atual, conhecidas como Modelo Padrão. "Muita coisa não acontece", disse Randall. "Seria de esperar que tivéssemos encontrado pistas, a essa altura, mas não foi o que aconteceu".

O momento é de entusiasmo, ela concluiu, mas as respostas que os físicos procuram podem não surgir tão rápido ou com tanta simplicidade quanto muitos prefeririam. Eles devem se preparar para surpresas e problemas. "Não consigo evitar", disse Randall. "Gosto de me preocupar".

Depois de Randall veio a palestra de Kane, que se define como otimista e tentou provocar a plateia ao alegar que a Física estava a ponto de "contemplar a porção submersa do iceberg". O LHC em breve provará a superssimetria, ele afirmou, e isso permitirá que os físicos encontrem explicações sobre praticamente tudo que existe no mundo físico, ou pelo menos na Física de partículas. Mas ele e outros palestrantes foram criticados por não mostrarem ousadia suficiente nas discussões em mesa redonda que se seguiram.

Michael Turner, da Universidade de Chicago, perguntou onde estavam as grandes ideias, onde estava a paixão? Aliás, ele também perguntou onde estava o universo. O grande avanço descrito por Kane como iminente não inclui explicação para a chamada energia escura, que parece estar acelerando a expansão do universo. Kane resmungou que as soluções propostas para a energia escura não afetavam a Física de partículas.

Outras preocupações foram mencionadas. Lawrence Krauss, cosmologista da Universidade Estadual do Arizona, disse que a maioria das teorias seriam negadas. "Temos a ideia de que elas estão certas porque continuamos falando a respeito delas", disse. Não só a maioria das teorias é incorreta, disse ele, como a maioria dos dados também o são, e estão sujeitos a fortes incertezas iniciais. A história recente da Física, ele afirmou, está repleta de descobertas promissoras que desapareceram porque não foi possível repeti-las. E assim prosseguiu a discussão.

Maurizio Pierini, um jovem físico do Cern, apontou que os testes da nova Física haviam sido concebidos primordialmente para descobrir a superssimetria. "Mas e se não houver superssimetria?", ele questionou. Outra suposição automática entre os físicos - a de que a matéria escura é uma simples partícula, em lugar de todo um espectro de comportamento obscuros - pode não ser verdade, foram informados os participantes. "Será que a natureza realmente ama a simplicidade?", perguntou Aaron Pierce, da Caltech.

Neal Weiner, da Universidade de Nova York, que sugeriu a existência de forças, e não só partículas, no lado escuro, disse que até recentemente as ideias sobre a matéria escura eram propelidas por conceitos de teoria das partículas, e não por dados.

"Aprenderemos em última análise que talvez a coisa pouco tenha a ver conosco", disse Weiner. "Quem sabe o que encontraremos do lado escuro?" Em terminado momento, Mark Wise, físico teórico da Caltech, se sentiu compelido a lembrar aos colegas que o momento não é deprimente para a Física, e mencionou o LHC e outras novas experiências, realizadas no espaço e na Terra. "Não devemos chamar nossa era de deprimente", disse.

Randall imediatamente interferiu. "Concordo em que o momento é bom", disse. "Faremos progresso pensando sobre os pequenos problemas". No segundo dia, a discussão prosseguiu em um auditório da Caltech, e terminou com a exibição do filme de Dylan e com uma palestra histórica de Lyn Evans, o cientista do Cern que supervisionou a construção do LHC ao longo de 15 anos de altos e baixos, entre os quais uma desastrosa explosão logo que o complexo começou a funcionar, em 2008.

Evans parecia relaxado, e disse que "é uma bela máquina. Agora devemos permitir que a aventura da descoberta comece".

Spiropolu disse que já havia começado. Seu detector, afirmou, havia registrado 50 mil colisões de prótons durante os testes do LHC em dezembro, recapitulando boa parte da Física de partículas do século 20. Agora estamos no século 21, afirmou Spiropulu, "e tudo aquilo que discutimos nos últimos dias será necessário imediatamente".

O Large Hadron Collider (LHC) é o mais poderoso acelerador de partículas já construído Foto: The New York Times

O Large Hadron Collider (LHC) é o mais poderoso acelerador de partículas já construído

Tradução: Amy Traduções

The New York Times
The New York Times

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Estranho objeto é fotografado por amador no céu da Noruega

Especialistas acreditam que o objeto pode ser o resultado de uma aurora boral refletida em um satélite espacial Foto: Daily Mail/Reprodução

Especialistas acreditam que o objeto pode ser o resultado de uma aurora boral refletida em um satélite espacial

Um estranho objeto com formato semelhante ao de uma água-viva foi fotografado na semana passada sobre o céu da cidade de Andenesm, na Noruega. Especialistas informaram que o objeto pode ser o resultado de uma aurora boral refletida em um satélite espacial. As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Os cientistas ainda estão tentando identificar o fenômeno, mas acreditam que seja o primeiro caso conhecido de reflexão das Luzes do Norte em um satélite. A imagem foi captada pelo fotógrafo amador Per-Arne Milkalsen que, há 25 anos, observa os céus da região.

As auroras boreais são causadas pela interação do vento solar com o campo magnético da Terra e, por isso, prevalecem nos pólos magnéticos do planeta, onde as forças são maiores.

Telescópio detecta buraco negro gigante engolindo estrela

O buraco negro é o segundo maior já encontrado e tem massa 15 vezes maior que o Sol Foto: BBC Brasil

O buraco negro é o segundo maior já encontrado e tem massa 15 vezes maior que o Sol

O telescópio do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), detectou em outra galáxia o buraco negro mais distante já encontrado. O corpo celeste está acompanhado por uma estrela que, em breve, será engolida pelo próprio buraco negro.

Com uma massa 15 vezes maior que a massa do Sol, este buraco negro também é o segundo maior buraco negro de massa estelar já encontrado. Ele foi encontrado em uma galáxia em formato de espiral, chamada NGC 300, a seis milhões de anos luz da Terra. "Esta é o buraco negro de massa estelar mais distante já pesado, e é o primeiro que vemos fora de nossa vizinhança galáctica, o Grupo Local (grupo de galáxias que inclui a Via-Láctea)", afirmou Paul Crowther, professor de astrofísica na Universidade de Sheffield, Grã-Bretanha, e um dos autores do estudo.

O parceiro do buraco negro é uma estrela do tipo Wolf-Rayet, que também tem uma massa cerca 20 vezes a massa do Sol. As Wolf-Rayet são estrelas que já estão perto do fim de suas vidas e expulsam a maior parte de suas camadas superiores para a região que as cerca antes de explodirem como supernovas, com seus núcleos implodindo para formar buracos negros.

Os buracos negros de massa estelar são extremamente densos, os restos do colapso de estrelas muito grandes. Estes buracos negros têm massas que chegam até a 20 vezes a massa do Sol. Até o momento, 20 destes buracos negros de massa estelar já foram encontrados.

Por outro lado, buracos negros maiores são encontrados no centro da maioria das galáxias e podem pesar entre milhões e bilhões de vezes a massa do Sol.

Dança
As informações coletadas pelo telescópio do ESO mostram que o buraco negro e a estrela Wolf-Rayet dançam um em volta do outro em períodos de 32 horas. Os astrônomos também descobriram que, enquanto eles orbitam em volta um do outro, o buraco negro está arrancando matéria da estrela. "Este é, sem dúvida, um 'casal íntimo'. Como um sistema com uma ligação tão forte foi formado ainda é um mistério", afirmou um dos colaboradores da pesquisa Robin Barnard. Outros sistemas com um buraco negro e uma estrela como companheira não são desconhecidos dos astrônomos.

Baseados nestes sistemas, os astrônomos conseguem ver uma conexão entre a massa do buraco negro e a química das galáxias. "Notamos que os maiores buracos negros tendem a ser encontrados em galáxias menores que contem menos elementos químicos pesados", afirmou Paul Crowther. "Galáxias maiores, que são mais ricas em elementos pesados, como a Via Láctea, apenas produzem buracos negros de massas menores."

Os astrônomos acreditam que uma maior concentração de elementos químicos pesados influencia como uma grande estrela evolui, aumentando a quantidade de matéria que perde, o que resulta em um buraco negro menor quando os restos da estrela finalmente entram em colapso.

Em menos de um milhão de anos será a vez da estrela Wolf-Rayet se transformar em uma supernova e, então, se transformar em um buraco negro.

"Se o sistema sobreviver a esta segunda explosão, os dois buracos negros vão se fundir, emitindo grandes quantidades de energia na forma de ondas gravitacionais", conclui Crowther. No entanto, de acordo com os astrônomos, serão necessários alguns bilhões de anos até que os dois cheguem a se fundir.

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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Rússia trabalha em plataforma orbital capaz de atacar na Terra

A Rússia desenvolve o projeto de uma plataforma orbital própria para abrigar satélites militares capazes de atacar alvos na Terra e neutralizar ameaças de impacto de asteroides, informa nesta quarta-feira a corporação espacial Energuia. "Esses aparelhos cósmicos especiais poderão ser usados para a observação de territórios e do espaço aéreo, assim como para a cobertura informática em zonas de desastres naturais e conflitos locais", explicou o presidente da Energuia, Vitali Lopota, em uma conferência em Moscou.

De acordo com Lopota, os satélites seriam cruciais para localizar alvos militares e teriam capacidade de ataque e de repelir ameaças de asteroides e cometas. O diretor apontou que, de acordo com seus cálculos, esse tipo de satélite militar deverá ter 20 t e um prazo de vida útil de entre dez e 15 anos. Segundo ele, sua exploração em série poderá começar já a partir de 2017.

A futura plataforma orbital unificada será de propulsão nuclear, com reatores de potência de entre 150 e 500 quilowatts, e terá duas antenas de 20 m de diâmetro. No entanto, Lopota não determinou quais ferramentas de ataque tais satélites terão e nem como poderiam desviar eventuais asteroides que ameacem a Terra.

O diretor da agência espacial russa (Roscosmos), Anatoli Perminov, já havia anunciado em dezembro passado que a Rússia desenvolveria tecnologias para evitar o possível impacto do asteroide Apophis contra a Terra, em 2036. "Os cálculos matemáticos demonstram que neste prazo é possível criar um aparelho cósmico especial que permita evitar esta colisão", assegurou então.

O chefe da Roscosmos lembrou que o Apophis (asteroide 2004 MN4), de 270 m de diâmetro, é três vezes maior que o famoso meteorito de Tunguska, que em 1908 destruiu 2 mil hectares na Sibéria. Em sua rota em direção ao Sol, o Apophis passará em 2029 muito perto da Terra, a uma distância de 30 mil quilômetros, e ameaça atingir o planeta ao retornar, por volta de 2036.

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Europeus descobrem buraco negro em distância recorde

Astrônomos do Observatório Europeu do Hemisfério Sul (ESO) descobriram um buraco negro na galáxia NGC 300, a uma distância recorde de 6 milhões de anos luz do nosso sistema solar.

Da central da ESO, em Garching (Alemanha), um porta-voz destacou nesta quarta que o novo buraco negro tem 15 vezes a massa de nosso Sol e absorve matéria de uma estrela que o acompanha e que, em um tempo previsível, explodirá como uma supernova para se tornar também um buraco negro.

O sol que acompanha atualmente o novo buraco negro tem cerca de 20 vezes a massa de nosso Sol e está expulsando sua camada exterior para o espaço.

Os buracos negros como o descoberto pela ESO surgem após a explosão de uma supernova, estrelas gigantes que culminam em sua própria combustão e que acabam se comprimindo com uma gravidade tão elevada que chegam a absorver a luz.

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Índia lançará 1ª missão espacial tripulada em 2016

A Índia planeja lançar em 2016 sua primeira missão espacial tripulada, uma viagem de uma semana da qual participarão dois astronautas, afirmou hoje um alto funcionário da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, em inglês).

"Planejamos um voo humano no espaço em 2016, com dois astronautas que passarão sete dias na órbita inferior da Terra", disse o presidente da ISRO, K. Radhakrishnan, em declarações citadas pela agência indiana "Ians".

Vários cientistas espaciais e altos funcionários da agência espacial estão preparando um relatório preliminar para construir as infraestruturas e instalações necessárias para a missão, com um custo estimado de cerca de US$ 2,76 bilhões.

A Comissão de Planejamento da Índia aprovou inicialmente o projeto em fevereiro de 2009, e comprometeu recursos para os planos quinquenais de 2007-2012 e 2012-2017.

"Projetaremos e desenvolveremos o módulo espacial para a missão tripulada nos próximos quatro anos. Serão selecionados dois astronautas para o voo espacial", disse o presidente da ISRO.

A organização prevê colocar uma instalação completa de formação em Bangalore (sul da Índia) para treinar os astronautas, e construir uma terceira plataforma de lançamento em sua estação de Sriharikota, na região de Andhra.

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sonda da Nasa detecta asteroide próximo à Terra

A sonda "Wise", operada pela Nasa, detectou um asteroide próximo à Terra, informou hoje a agência espacial americana.

Este é o primeiro das centenas de objetos próximos ao planeta que se espera que a sonda detecte em sua missão de varrer o espaço com sensores infravermelhos.

"Não existe nenhum risco de este asteroide impactar a Terra", ressaltou a Nasa em um comunicado.

O corpo celeste, batizado com o nome de 2010 AB78, foi descoberto pela "Wise" em 12 de janeiro.

Os instrumentos da sonda observaram o asteroide durante um dia e meio, até que ele saiu de seu campo de visão.

Posteriormente, os cientistas utilizaram o telescópio de um observatório do Havaí para confirmar a descoberta, destacou a Nasa.

"Estamos encantados por achar nosso primeiro objeto próximo à Terra", disse Amy Mainzer, cientista da missão no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da agência espacial.

Mainzer explicou que há muitas sondas que buscam objetos desse tipo próximos à Terra, mas todos com luz visível.

No entanto, alguns asteroides são escuros e não refletem muito a luz solar. Mas como têm temperatura, podem ser detectados por instrumentos com sensores infravermelhos.

Neste momento, o asteroide encontra-se a cerca de 158 milhões de quilômetros da Terra. Calcula-se que seu diâmetro seja de aproximadamente um quilômetro e que gire em torno ao sol em uma órbita elíptica.

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Nasa desiste de mover sonda danificada em Marte

A Nasa (agência especial americana) afirmou, nesta terça-feira, que desistiu de tentar libertar a sonda Spirit do banco de areia onde se encontra atolada desde maio em Marte. "A Spirit encontrou o pior pesadelo de um golfista, o campo de areia que, não importa quantas tacadas faça, não consegue se safar", disse Doug McCuistion, diretor do programa de exploração de Marte da Nasa.

A sonda, que chegou ao planeta há seis anos, permanecerá agora como uma estação científica fixa. "A Spirit continuará a contribuir para a ciência", disse McCuistion. Uma das vantagens de a sonda permanecer imóvel é medir as oscilações do solo, o que indicaria se Marte possui um núcleo sólido ou líquido, informação importante para determinar a história magnética do planeta.

Núcleo
Duas das seis rodas da sonda enguiçaram, comprometendo suas chances de sair do banco de areia. Agora a Nasa pretende mover a sonda o máximo possível para aumentar a quantidade de Sol captada por seus painéis antes do próximo inverno, em meados do próximo ano.

Os cientistas dizem acreditar que a sonda entrará em um estado semelhante ao de hibernação por volta de abril, saindo deste estado em abril ou setembro de 2011.

A Spirit foi uma das duas sondas da Nasa que pousaram em Marte em janeiro de 2004. A segunda, Opportunity, continua a percorrer a superfície do planeta. A Nasa já gastou mais de US$ 900 milhões em seu programa de Marte e cerca de US$ US$ 20 milhões são gastos anualmente.

Os dados gerados pelas sondas já geraram cerca de 100 estudos acadêmicos.

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Sonda da Nasa detecta asteroide nos arredores da Terra

O 2010 AB78, descoberto em 12 de dezembro passado, tem 1 km de diâmetro, mas não representa nenhum risco de colisão com o planeta Foto: Nasa/Divulgação

O 2010 AB78 (ponto vermelho na parte superior da imagem) tem 1 km de diâmetro, mas não apresenta nenhum risco de colisão com o planeta

O telescópio espacial Wide-field Infrared Survey Explorer (WISE), lançado em dezembro de 2009, detectou o primeiro asteroide de centenas que a Nasa, agência espacial americana, espera encontrar nos arredores da Terra nos próximos anos. A Nasa informou que o recém-batizado 2010 AB78, descoberto em 12 de dezembro passado, não apresenta nenhum risco de colisão com o planeta.

Atualmente, o objeto de aproximadamente 1 km de diâmetro está a cerca de 158 milhões de km da Terra. Segundo a Nasa, o asteroide tem a órbita elíptica e chega perto do Sol como a Terra, mas por causa de sua trajetória inclinada, não deve se aproximar por muitos séculos. Apesar de não causar riscos, os cientistas continuarão monitorando a rocha espacial.

Centenas de asteroides e cometas passam relativamente próximos à Terra anualmente - alguns com tamanho reduzido ingressam na órbita terrestre, mas acabam se desintegrando ao atingir a atmosfera. Em casos raros de impacto com um objeto de maior proporção, o dano na superfície da Terra pode ser catastrófico. A teoria mais aceita diz que um asteroide com cerca de 10 km de largura mergulhou no planeta há 65 milhões de anos, matando todos os dinossauros e provocando um cataclisma mundial.

A sonda Wise, responsável por fazer o mapeamento fotográfico do cosmos, foi colocada em órbita por um foguete Delta II, a uma distância de 525 km da Terra.

ESA anuncia lançamento de outro cargueiro à Estação Espacial

A Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou nesta terça-feira, em Moscou, que o segundo cargueiro da série ATV partirá rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) em novembro deste ano. "Devemos lançar em novembro de 2010, como parte da cooperação com a Rússia, o segundo cargueiro europeu 'ATV' com destino à ISS", assinalou René Pischel, representante da ESA na capital russa.

O primeiro veículo espacial europeu, o Julio Verne, foi lançado em 9 de março de 2008 da base de Kuru, na Guiana francesa, e se acoplou à plataforma orbital em 3 de abril, onde permaneceu por cinco meses. Pischel disse que, como parte dessa colaboração, em meados de 2010 está previsto que comece o simulacro de um voo a Marte, no qual seis voluntários, dois deles europeus, permanecerão em um módulo isolados do mundo durante quase um ano e meio. O período é praticamente o tempo da viagem de ida e volta ao planeta.

"Esperamos que o projeto 'Marte-500' comece em meados deste ano no Instituto de Problemas Biomédicos da Rússia. Dois de nossos voluntários europeus participarão do experimento, que durará 520 dias", lembrou. Para este ano está previsto, além disso, o lançamento de um foguete portador russo Soyuz-ST da base de Kuru, como indicou o representante da ESA, segundo a agência de notícias RIA Novosti.

"Todos os países da Agência Espacial Europeia saem beneficiados da cooperação com a Rússia. Além disso, pensamos que dentro de alguns meses tomaremos uma decisão junto com Rússia e Estados Unidos sobre o prolongamento do uso da ISS até 2020", explicou.

EFE
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Primeira década foi mais a quente da história, diz Nasa

A primeira década deste século foi a mais quente da história, de acordo com novos números de temperatura da superfície do planeta divulgados pela Nasa. A agência espacial americana também constatou que 2009 foi o segundo ano mais quente desde 1880, quando medições de temperatura passaram a ser feitas.

O ano mais quente foi 2005. O maior aumento na temperatura média ocorreu na região do Ártico, como se observa no quadro ao lado.

O Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS, na sigla em inglês), da Nasa, comparou as temperaturas médias dos períodos entre 1951-1980 e 2000-2009. Para isso, utilizou três fontes em seus cálculos: registros de temperatura de mais de mil estações meteorológicas espalhadas pelo mundo; medições da temperatura da superfície da água feitas por satélites; e aferições de temperatura feitas na Antártica.

Os números obtidos nestas três fontes de informação foram processados por um computador do instituto. Segundo os cientistas, uma combinação de fatores tem provocado o aquecimento global. O aumento das emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa é um deles.

Mas há outros fenômenos que contribuem para este quadro, como mudanças na radiação solar e oscilações na temperatura do oceanos, provocadas pela dinâmica das correntes marítimas e pelos fenômenos El Niño e La Niña. "Há uma variabilidade substancial a cada ano na temperatura global, causada pelo ciclo El Niño-La Niña. Porém, quando calculamos a média de temperatura durante cinco ou dez anos para minimizar essa variabilidade, descobrimos que todo um conjunto de fatores contribui para explicar as mudanças climáticas", comenta James E. Hansen, diretor do GISS, um dos maiores climatologistas do mundo.

Os dados da Nasa mostram uma tendência de temperatura crescente de aproximadamente 0,2°C por década durante os últimos 30 anos. "Esse é o número importante para manter em mente", diz Gavin Schmidt, climatologista do Instituto Goddard.

A Nasa apurou ainda que 2009 empata com 2006 na posição de quinto ano mais quente já registrado, baseado em medidas retiradas na terra e no mar. A análise, conduzida pelo GISS em Nova York, também mostra que no Hemisfério Sul, 2009 foi o ano mais quente desde 1880.

E embora 2008 tenha sido o ano mais fresco da década ¿ devido ao forte resfriamento do Oceano Pacífico tropical ¿ 2009 viu um retorno a temperaturas globais próximas dos números recordes. O ano passado foi apenas uma fração de um grau mais frio do que em 2005, o ano mais quente registrado, e preso ao agrupamento de outros anos ¿ 1998, 2002, 2003, 2006 e 2007 ¿ como o segundo ano mais quente.

Formuladores das políticas propostas Conferência do Clima no mês passado concordaram com o objetivo de manter o aumento das temperaturas globais médias 2°C, para evitar os piores efeitos do aquecimento global. Os dados da Nasa fornecem novas evidências para a discussão científica do aquecimento global e para a tomada de decisões pelas nações.

JB Online
JB Online

Telescópio chileno divulga foto de complexo estelar

Foi divulgada nesta terça-feira, 26 de janeiro, uma nota fotografia da nebulosa "Pata de gato" (NGC 6334), localizada a 5,5 mil anos-luz da terra, na direção da constelação de escorpião. Na imagem, a nuvem de gás compreende uma área de aproximadamente 50 anos luz. As informações são do European Southern Observatory (ESO).

Esta nebulosa, que vem sendo muito estudada por astrônomos, é uma região de vasta e intensa formação estelar. Ela esconde estrelas de coloração azul, as quais possuem uma massa quase 10 vezes maior que a do nosso sol e nasceram há alguns poucos milhões de anos. Além destas, há muitas estrelas jovens, que, imersas na "poeira", são de difícil observação.

Ao todo, estima-se que a "Pata de gato" contenha muitas dezenas de milhares de estrelas, segundo o ESO.

A foto foi tirada no observatório La Silla, no Chile, pelo Wide Field Imager, um instrumento do telescópio local, combinando imagens obtidas por filtros azul, verde e vermelho. Também foi empregado um filtro criado para permitir que a luz liberada pelo hidrogênio seja captada.

A nebulosa foi observada pela primeira vez pelo astrônomo inglês John Herschel, em 1837, na África do Sul.

Estrelas da Pata de gato ocupam área de aproximadamente 50 anos luz Foto: Divulgação
Nubolosa abriga dezenas de milhares de estrelas numa área de 50 anos luz

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Telescópio descobre "cama de estrelas" do universo primitivo

Pequena galáxia, situada perto do agrupamento de galáxias Abell 2218, é menor que a Via Láctea, mas forma 100 vezes mais estrelas do que a galáxia que ... Foto: Insu/Terra Chile/Reprodução

Pequena galáxia, situada perto do agrupamento de galáxias Abell 2218, é menor que a Via Láctea, mas forma 100 vezes mais estrelas do que a galáxia que abriga a Terra e o Sistema Solar

Um telescópio espacial descobriu uma pequena galáxia coberta de poeira cósmica, que é o lar de milhares de estrelas do universo primitivo, quando este tinha somente 1,5 milhões de anos, informou nesta segunda-feira o Instituto Nacional das Ciências do Universo da França (Insu), do Centro Nacional de Investigação Científica. Entre as principais galáxias que produzem estrelas massivas, esta é a menor e a mais distante já conhecida, disse o instituto em comunicado.

Situada perto do agrupamento de galáxias chamado Abell 2218, a nova galáxia tem o tamanho menor que o da Via Láctea, mas ainda assim, forma 100 vezes mais estrelas do que a galáxia que abriga a Terra e o Sistema Solar. Ela foi descoberta pelos astrônomos Jean-Paul Kneib e Kirsten Kraiberg Knudsen com a ajuda de uma lente gravitacional, também chamada de telescópio cósmico.

Este tipo de corpo cósmico pode ser observado quando a luz procedente dos objetos distantes e brilhantes se curva em torno de uma galáxia massiva, deformando o espaço-tempo e desviando a luz de outras galáxias distantes. Neste sentido, o telescópio cósmico permitiu aos cientistas provar a existência do pequeno "objeto empoeirado".

"Sabemos muito pouco deste tipo de galáxia, sobretudo, quando tentamos remontar a idade do universo", comentou Knudsen. Kneib admitiu que a descoberta é "bastante excepcional" porque "põe em questão conclusões tiradas das observações que sugerem que as estrelas nascem no peito das galáxias massivas".

Chance de encontrar ETs é maior do que nunca, diz astrônomo

As chances de se descobrir vida fora da Terra são maiores do que nunca, segundo afirma Martin Rees, o principal astrônomo britânico e presidente da Royal Society, a academia de ciências da Grã-Bretanha. A Royal Society organiza a partir desta segunda-feira em Londres uma conferência com pesquisadores de várias partes do mundo para discutir as perspectivas de se encontrar formas de vida extraterrestres.

Segundo Rees, que em 1995 foi agraciado com o título de Astrônomo Real, uma descoberta como essa poderia representar um momento de mudança para a humanidade, alterando nossa visão de nós mesmos e de nosso lugar no cosmos.

Cientistas de todo mundo vêm analisando sinais do espaço em busca de emissões de ondas sonoras feitas por seres inteligentes fora da Terra, mas tudo o que conseguiram captar até hoje foi estática.

Avanços
Para Rees, porém, o avanço tecnológico torna maior do que nunca a possibilidade de que essa busca se mostre frutífera. "A tecnologia avançou tanto que pela primeira vez nós podemos realmente ter a esperança realista de detectar planetas não maiores do que a Terra orbitando outras estrelas", diz Rees.

"Poderemos saber se eles têm continentes e oceanos, descobrir que tipo de atmosfera têm. Apesar de ser um longo passo para sermos capaz de descobrir sobre qualquer forma de vida nesses planetas, é um progresso tremendo ser capaz de ter algum tipo de imagem de outro planeta, semelhante à Terra, orbitando outra estrela", observa.

Segundo ele, o envio ao espaço de telescópios capazes de detectar planetas semelhantes à Terra no entorno de estrelas distantes agora torna possível concentrar mais os esforços de busca. "Se encontrássemos vida, mesmo a forma mais simples de vida, em outros lugares, isso seria claramente uma das maiores descobertas do século 21", diz Rees.

"Desconfio que pode haver vida e inteligência lá fora em formas que não podemos imaginar. E poderia, claro, haver formas de inteligência aquém da capacidade humana, mais avançada do que somos avançados em relação a um chimpanzé", afirma.

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domingo, 24 de janeiro de 2010

Experimento do MIT abre possível nova via para fusão nuclear

Um experimento que reproduziu em laboratório as características dos campos magnéticos da Terra e de outros planetas pode abrir caminho para o desenvolvimento de novos processos de fusão nuclear, segundo um estudo publicado neste domingo pela revista Nature Physics.

Os pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachussets (MIT) e da Universidade de Columbiam, em Nova York, utilizaram um ímã de meia tonelada, mantido em "levitação" por meio de outro ímã, para conseguir controlar o gás ionizado - mais conhecido como plasma.

O plasma, quarto estado da matéria (os outros são sólido, líquido e gasoso), está em toda parte no universo: em estrelas, nos ventos solares, na ionsfera, em raios. É constituído por partículas carregadas eletricamente: íons e elétrons.

No "Levitated Dipole Experiment" (LDX, algo como "Experimento Dipolo Levitante"), realizado no MIT, o ímã supracondutor, resfriado a -269°C com hélio líquido, controlou os movimentos de um plasma aquecido a 10 milhões de graus, que estava em um compartimento adjacente.

A turbulência gerada "deu lugar a uma concentração mais densa de plasma - uma etapa crucial para fazer com que os átomos se fundam - ao invés de aumentar sua dispersão, como ocorre normalmente", explicou o MIT em um comunicado.

Observado durante a interação de plasmas com os campos magnéticos da Terra ou de Júpiter, este tipo de concentração sob efeito de um campo magnético "jamais havia sido recriado em laboratório", afirmou o MIT.

Este enfoque "pode dar origem a uma via alternativa para a fusão" nuclear, destacou Jay Kesner, do MIT, um dos coordenadores do projeto LDX junto com Michael Mauel, da Universidade de Columbia.

Fonte de resíduos radioativos, a fissão nuclear nas centrais utilizadas atualmente consiste em partir os núcleos dos átomos. Por outro lado, se passarem por um processo de fusão, é possível conseguir uma fonte de energia limpa.

AFP
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ISS eleva órbita para acoplamento do "Endeavour"

A Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês) elevou hoje sua órbita em cinco quilômetros para o acoplamento do ônibus espacial americano "Endeavour", informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia.

"A correção da órbita da ISS se desenvolveu com sucesso", disse um porta-voz do CCVE às agências russas.

A manobra, que durou 150 segundos e aconteceu de maneira automática, elevou a órbita da ISS até 343 quilômetros, com a ajuda dos motores do módulo russo "Zvezda".

O objetivo da correção da órbita é que a acoplagem da nave de carga russa "Progress M-04M" e do "Endeavour", que serão lançados em 3 e 7 de fevereiro, respectivamente, aconteça nas condições mais vantajosas possíveis.

Essa manobra não precisou da participação dos tripulantes da ISS, que tiveram hoje o dia livre.

A última correção da órbita havia acontecido em novembro do ano passado, com ajuda dos motores do "Atlantis".

A plataforma orbital perde entre 100 e 150 metros de altura a cada dia, devido à gravitação terrestre, à atividade solar e a outros fatores.

EFE
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Nasa fotografa aglomerado de galáxias com duas caudas

  Foto: AFP

Concepção artística do aglomerado de galáxias Abell 3627, observada pela sonda espacial Chandra X-ray e o pelo telescópio Sul Astrophysical Research (Soar)

A Nasa, agência espacial americana, utilizou as lentes da sonda espacial Chandra X-ray e do telescópio Sul Astrophysical Research (Soar), no Chile, para fotografar um grande aglomerado de galáxias, conhecido pelo nome de Abell 3627. Os aglomerados, considerados como umas das maiores estruturas do universo, são compostos por inúmeras galáxias que interagem gravitacionalmente umas com as outras.

Na concepção artística divulgada nesta sexta-feira pela Nasa, os dados da Chandra X-ray podem ser vistos em azul e as emissões de luz óptica e de hidrogênio, captadas pelo telescópio Soar, em amarelo e vermelho, respectivamente. À frente da cauda mais brilhante do aglomerado, com uma extensão de 260 mil anos-luz, está a galáxia ESO 137-001. Já o aparecimento da outra cauda, menos brilhante, foi considerada uma surpresa para os cientistas.

As galáxias que compõem estes grandes conjuntos são mantidas em interação devido ao gás quente que as envolve. Segundo os cientistas, as caudas do Abell 3627 podem ter se formado a partir do gás é emanado pela ESO 137-001.

Nasa divulga imagem inédita de dunas em cratera de Marte

Imagem captada pela Mars Reconnaissance Orbiter mostra as dunas lineares devido a mudanças na direção do vento Foto: Nasa/Divulgação

Imagem captada pela Mars Reconnaissance Orbiter mostra as dunas lineares devido a mudanças na direção do vento

A Nasa, agência espacial americana, divulgou nesta quinta-feira a imagem de dunas que se formaram dentro de uma cratera em Marte. A fotografia foi captada pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) da sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter em 28 de dezembro de 2009.

A cratera em questão fica em uma extensa região chamada de Noachis Terra, próxima à área conhecida como Bacia de Impacto Hellas, no hemisfério sul do planeta vermelho.

A Nasa informou que as dunas da imagem são lineares, provavelmente, devido a mudanças na direção do vento. Em alguns lugares, cada uma delas é muito semelhante às dunas adjacentes, incluindo uma faixa avermelhada (cor de poeira) na face voltada para nordeste. Grandes rochas angulosas também podem ser vistas pelo chão entre as dunas.

Nasa: 2009 foi ano mais quente registrado no Hemisfério Sul

O ano de 2009 foi para o Hemisfério Sul o mais quente da história, segundo dados da agência espacial Nasa. Globalmente, o ano passado perdeu em temperatura apenas para 2005, considerado o ano mais quente desde que se tem registros do tipo no planeta.

Os dados da Nasa mostram que a temperatura no parte Sul do planeta foi, no ano passado, 0,4º C superior à temperatura mais antiga de que dispõem os cientistas. A partir dessa referência, em 2005 a temperatura global foi cerca de 0,7º C mais alta.

A agência informa ainda que a década passada (2000 a 2009) foi a mais quente desde 1880, quando foram desenvolvidos os primeiros equipamentos capazes de medir temperatura com precisão.

O diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa (GISS, na sigla em inglês), James Hansen, explicou entretanto que o dado mais relevante é a tendência de alta nas temperaturas ao longo das décadas.

"Há uma substancial variação ano a ano da temperatura global que é causada pelo ciclo tropical El Niño-La Niña. Quando medimos a temperatura média ao longo de cinco ou dez anos para minimizar essa variação, descobrimos que o aquecimento global continua inabalável", disse.

Aquecimento global
Os dados apontam para uma clara tendência de aquecimento no planeta. Desde 1880, a temperatura subiu 0,8º C no mundo. Somente nas últimas três décadas, a alta foi de 0,2 graus.

Os cientistas do GISS acreditam que o aumento da temperatura global é causada pela presença de gases causadores do efeito estufa, como gás carbônico, na atmosfera terrestre.

Mas o instituto enfatiza que variações na radiação solar, oscilações na temperatura do mar dos trópicos e fenômenos como El Niño e La Niña também afetam sensivelmente a temperatura da Terra.

BBC Brasil
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Observatório divulga imagem de nebulosa "Pata de Gato"

Concepção artística da nebulosa NGC 6334, que os cientistas acreditam que se pareça com a pegada gigante de um gato cósmico solto pelo universo Foto: ESO/Divulgação

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O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), no Chile, divulgou a imagem de uma das nuvens de formação estelar mais ativas da Via Láctea, a galáxia da Terra: a nebulosa "Pata de Gato". A nebulosa, também conhecida pelo nome de NGC 6334, fica em uma complexa zona de gás e poeira onde nascem numerosas estrelas massivas.

A concepção artística da "Pata de Gato" foi criada a partir de imagens captadas pelo instrumento Wide Field Imager (WFI). O equipamento está instalado em um telescópio de 2,2 m no Observatório de La Silla, um dos três utilizados pelo ESO no Chile. Segundo os cientistas, a nuvem, registrada pela primeira vez em 1837 pelo astrônomo britânico John Herschel, parece a pegada gigante de um "gato cósmico" solto pelo universo.

A "Pata de Gato" está a cerca de 5,5 mil anos-luz em direção à constelação de Escorpião e cobre uma área do céu um pouco maior que a Lua cheia, com uma extensão de cerca de 50 anos-luz. Sua cor avermelhada se deve ao gás hidrogênio do resplendor de estrelas jovens e quentes que nascem em seu interior, com uma massa 10 vezes superior à do Sol.

De acordo com o ESO, a nebulosa pode conter dezenas de milhares de estrelas mergulhadas na poeira cósmica, o que dificulta o seu estudo. As nebulosas são nuvens de poeira, hidrogênio e plasma, com intensa formação de estrelas, e podem ter vários formatos e cores.

Nave Soyuz TMA-16 se acopla com sucesso ao novo módulo Poisk

A nave russa Soyuz TMA-16 foi desconectada nesta quinta do módulo Zvezda e acoplada com sucesso ao novo módulo Poisk da Estação Espacial Internacional (ISS), informou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia.

O cosmonauta russo Maxim Surayev acoplou manualmente a Soyuz TMA-16 ao módulo Poisk às 8h24 (hora de Brasília), ressaltou Valeri Lindin, porta-voz do CCVE, citada pela agência oficial russa Itar-Tass. A operação foi supervisada da própria nave pelo astronauta da Nasa Jeff Williams e da plataforma orbital pelo cosmonauta russo Oleg Kotov.

O acoplamento ao novo módulo Poisk deixa livre o Zvezda para o engate da nave de carga Progress M-04M, cujo lançamento está previsto para 3 de fevereiro a partir da base de Baikonur, no Cazaquistão. A mudança foi planejada para corrigir a altura da ISS com ajuda dos propulsores do módulo Zvezda, manobra prevista para o próximo dia 24.

Surayev e Williams voltarão à Terra no próximo mês de março a bordo da Soyuz TMA-16. O porto ficará livre assim para o acoplamento em abril da Soyuz TMA-18, que levará à plataforma orbital três novos tripulantes, os cosmonautas russos Aleksandr Skvortsov e Mikhail Kornienko, assim como a astronauta americana Tracy Caldwell.

Além de Surayev, Kotov e Williams, atualmente estão na ISS o astronauta da Nasa Timothy Creamer e o japonês Soichi Noguchi.

EFE
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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

ESA e Nasa pedem ideias para instrumentos de missão a Marte

O veículo de exploração terá de atravessar a fina atmosfera de Marte em velocidade supersônica e a temperaturas elevadíssimas   Foto: Getty Images

Agências espaciais da missão a Marte, programada para 2016, quer a ajuda de cientistas do mundo inteiro para desenvolver os instrumentos que serão utilizados durante a viagem

A ESA, agência espacial europeia, e a Nasa, agência espacial americana, estão convidando cientistas de todo o mundo a propor instrumentos para a sua missão conjunta a Marte, batizada de ExoMars Trace Gas Orbiter. As equipes dos projetos aprovados serão as responsáveis por construir as ferramentas.

A primeira nave do projeto, a Trace Gas Orbiter, será contruída pela ESA e lançada pela NASA. Com lançamento programado para 2016, a nave irá explorar a atmosfera marciana, com especial atenção a um de seus compostos, o metano - que poderia sinalizar a presença de vida no planeta.

De acordo com a ESA, os cientistas estão particularmente interessados em descobrir por que o metano está concentrado em apenas três locais em Marte e por que ele desaparece tão rapidamente da atmosfera. Uma equipe das agências elaborou um modelo baseado em tecnologias já existentes, mas quer ajuda para transformar o projeto em realidade.

"Estamos abertos a todas as propostas de ferramentas, desde que elas nos ajudem a atingir os nossos objetivos científicos", disse Jorge Vago, cientista da ESA no projeto ExoMars, em comunicado à imprensa. Os site em que os cientistas podem apresentar suas propostas é o esamars.notlong.com.

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Nasa quer recuperar sonda e robô preso à superfície de Marte

A Nasa empreendeu novos esforços para conseguir um milagre duplo em Marte e recuperar dois de seus mais valiosos instrumentos científicos na superfície do planeta vermelho. O objetivo mais imediato é determinar se a sonda espacial Phoenix Mars Lander sobreviveu ao forte inverno marciano. O outro objetivo procura tirar o robô explorador Spirit do lugar onde ficou imobilizado. As probabilidades de êxito em ambos os casos são virtualmente nulas, reconheceram as autoridades da Nasa.

Nessa semana a nave Mars Odyssey da Nasa dirigirá seus instrumentos sobre a superfície de Marte com a esperança de detectar algum sinal de que a Phoenix tenha superado as temperaturas extremamente baixas do inverno marciano.

"Não acreditamos que a Phoenix tenha sobrevivido e também não esperamos ouvir sua transmissão. No entanto, se ainda houver algum sinal, a Odyssey vai captá-lo", disse Chad Edwards, engenheiro de telecomunicações do Programa Exploração de Marte no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.

A Phoenix, movida à energia proporcionada por seus painéis solares, operou durante cinco meses (dois mais que o previsto) durante o verão do hemisfério norte marciano. No entanto, suas transmissões terminaram em novembro de 2008 porque seus componentes não foram capazes de sobreviver ao inverno marciano, indicou a Nasa em comunicado.

A agência espacial acrescentou que, no caso improvável de ter sobrevivido, espera-se que siga as instruções programadas em seu computador. Se os sistemas estiverem funcionando e seus painéis solares estiverem gerando energia suficiente, seria possível estabelecer comunicação. Em cada tentativa, a Phoenix usaria de maneira alternada seus dois rádios e suas duas antenas.

A Odyssey passará sobre o lugar onde pousou a Phoenix dez vezes por dia durante três dias consecutivos neste mês. Ações semelhantes também serão realizadas em fevereiro e março, disse a Nasa. "A Odyssey fará um número suficiente de tentativas para que, caso não detectemos uma transmissão, tenhamos bastante certeza de que a Phoenix morreu", indicou Edwards.

Lançada em agosto de 2007, a Phoenix iniciou a missão em Marte em maio de 2008, mês em cujo dia 25 seu braço robótico confirmou a existência de água em forma de gelo sob a superfície do planeta. A sonda também detectou neve e geada sobre o solo, assim como a interação de água em forma de gelo com a superfície. Além disso, determinou que esse solo era alcalino com sais e minerais e cuja formação exigiu a presença de água.

O outro esforço da Nasa é para recuperar o movimento do robô explorador Spirit, atolado devido à perda de duas de suas seis rodas independentes.

Em meados deste mês, os engenheiros transmitiram ordens ao Spirit para conseguir um lento movimento de uma das rodas e os resultados foram insignificantes, informou o JPL, que controla suas operações. Haverá outras tentativas, mas a possibilidade de manobras para recuperar seu movimento é cada vez mais curta devido à proximidade do inverno no hemisfério sul de Marte quando os dias ficam mais curtos e se reduz a luz solar.

O Spirit chegou a Marte junto ao seu gêmeo Opportunity em janeiro de 2004 e deveria deixar de funcionar três meses depois quando os painéis solares que lhe proporcionam energia ficassem cobertos pelo pó marciano, segundo previam os engenheiros do JPL.

No entanto, Spirit e Opportunity prolongaram amplamente seu prazo de vida e, cinco anos depois, continuavam transmitindo fotografias e dados sobre a estrutura geológica e a atmosfera do planeta vermelho.

Mas dessa vez os inconvenientes parecem ser insuperáveis, admitiram os engenheiros do JPL. "Existe a possibilidade muito real de que não possa sair do local" onde se encontra, admitiu no mês passado John Calas, diretor do projeto para Spirit e Opportunity.

O veículo ficou atolado em um lugar chamado Tróia, na Cratera Gusev. Além disso, uma tempestade de pó cobriu os painéis e reduziu a energia a ponto de deixar os sistemas trabalhando em um nível mínimo, disse o JPL.

Desde 2004, quando chegaram a extremos opostos do planeta, os dois veículos percorreram 21 quilômetros do agreste terreno marciano, superando as temperaturas extremas do planeta que vão de 20 graus centígrados a 100 abaixo de zero.

EFE
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terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Cientistas conseguem dar nó em feixe de luz

Vórtices ópticos podem ser criados com hologramas que direcionam o fluxo de luz Foto: BBC Brasil

Vórtices ópticos podem ser criados com hologramas que direcionam o fluxo de luz

Uma equipe de físicos britânicos conseguiu dar vários nós em feixes de luz, em uma experiência inédita relatada em artigo na revista científica Nature Physics.

Segundo o especialistas, o feito foi possível graças à chamada "Teoria dos Nós", um ramo da matemática abstrata inspirado nos nós cotidianos, como os de cordas e sapatos. "Em um feixe, o fluxo de luz no espaço é semelhante ao das águas de um rio", explicou Mark Dennis, da Universidade de Bristol e principal autor do estudo. "Apesar de correr em uma linha reta, a luz também pode fluir em voltas e redemoinhos, formando linhas no espaço chamadas de vórtices ópticos."

"Ao longo desses vórtices, a intensidade da luz é zero. Toda a luz à nossa volta é cheia dessas linhas negras, apesar de não podermos vê-las", disse.

Laser
Vórtices ópticos podem ser criados com hologramas que direcionam o fluxo de luz. Neste estudo, a equipe desenhou hologramas usando a teoria dos nós. E com esses hologramas, conseguiram criar nós em vórtices ópticos.

Para os cientistas, a compreensão de como controlar a luz tem importantes implicações para a tecnologia a laser usada em vários campos, da medicina à indústria.

"O sofisticado desenho de hologramas necessário para a nossa experiência mostra um avançado controle óptico, o que pode sem dúvida vir a ser usado em futuros aparelhos a laser", disse Miles Padgett, da Universidade de Glasgow.

BBC Brasil
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Nasa divulga imagem de galáxia adormecida

Os cientistas descobriram que a NGC 2976 está adormecida Foto: Nasa/Divulgação

Os cientistas descobriram que a NGC 2976 está "adormecida"

Galáxias em todo o universo estão sempre agitadas com o nascimento de estrelas. Mas, pela vizinhança da Via Láctea, astrônomos encontraram uma pequena galáxia espiral - a NGC 2976 - na qual as atividades de formação estelar nas regiões periféricas estão praticamente "adormecidas". As informações são da Agência Espacial Americana (Nasa) .

Segundo os cientistas, os poucos nascimentos que ainda ocorrem estão amontoados na região interna da galáxia. A explicação é a proximidade com o grupo de grandes galáxias M81 que acelerou o nascimento de estrelas em NGC 2976. Mas o processo entrou em declínio há cerca de 500 milhões de anos, quando o centro da NGC 2976 deixou de produzir os gases necessários para a formação de novas estrelas.

Como a concentração de gás se resume ao centro da galáxia, o local de formações estelares está agora limitada a cerca de 5 mil anos-luz em torno do núcleo da NGC 2976.

Texto original sobre Newton e a maçã está na internet

O manuscrito que relatou originalmente a história de como o cientista britânico Isaac Newton teve inspiração para suas teorias físicas a partir da queda de uma maçã será exposto nesta segunmda-feira pela primeira vez nos arquivos da Royal Society de Londres.

Os detalhes do "eureka" de Newton (1643-1727), quando formulou sua famosa teoria da gravidade, fazem parte de uma biografia do cientista, escrita por William Stukeley em 1752.

Até agora o manuscrito tinha permanecido escondido nos fundos da Royal Society, que comemora em 2010 seu 350º aniversário e quer marcar a data com a publicação do manuscrito através do site royalsociety.org/turning-the-pagesM.

Martin Rees, presidente da organização científica - que também foi presidida por Newton -, explicou que "a biografia de Stukeley é um instrumento precioso para os historiadores de ciência" e assegurou que a internet "permite a qualquer pessoa ver o documento como se o tivesse em suas mãos".

Segundo explico Rees, o biógrafo Stukeley era amigo de Newton e foi testemunha de suas as reflexões em torno da teoria da gravidade quando ambos estavam sentados sob a sombra das macieiras que o cientista tinha no jardim de sua casa.

Em seu livro A vida de sir Isaac Newton, Stukeley escreveu: "me disse que esteve nesta mesma situação quando a noção da gravidade lhe passou pela cabeça. Foi algo ocasionado pela queda de uma maçã enquanto estava sentado em atitude contemplativa. 'Por que essa maçã sempre desce perpendicularmente até o solo?', perguntou a si mesmo".

Newton foi o primeiro cientista que demonstrou que as leis naturais que governam o movimento na Terra e as que governam o movimento dos corpos celestes são as mesmas.

É considerado o maior cientista de todos os tempos, e sua obra é tida como a culminação da revolução científica que aconteceu no século XVIII.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Asteroide muda de forma ao ser aquecido por Sol, diz estudo

O cinturão de asteroides principal é uma baderna rochosa cósmica, repleto de pequenos corpos cujo tamanho e forma se originam de colisões ao longo de bilhões de anos. Mas o impacto não é a única coisa que pode afetar a aparência de um asteroide, pois se uma rocha for pequena o suficiente, a luz também pode afetá-la.

Cientistas estudando imagens de um asteroide do cinturão principal chamado 2867 Steins, com 4,8 km de diâmetro, afirmam que seu formato distintivo - uma forma cônica que se parece com um diamante lapidado como brilhante - se deve provavelmente a um fenômeno chamado efeito Yarkovsky-O¿Keefe-Radzievskii-Paddack.

O termo (felizmente abreviado para YORP) se refere à mudança na taxa de rotação de um corpo pequeno quando sua superfície irregular emite fótons térmicos depois de aquecido pela luz do sol. Esses fótons produzem uma quantidade muito pequena de torque, que pode desacelerar ou acelerar a rotação.

Horst Uwe Keller, do Instituto Max Planck para Pesquisa no Sistema Solar, na Alemanha, e seus colegas, examinaram imagens tiradas pela missão Rosetta, da Agência Espacial Europeia, ao passar próximo ao asteroide em 2008.

Em um artigo na Science, eles afirmam que o 2867 Steins é provavelmente uma pilha de escombros de asteroides - uma aglomeração de partes e pedaços, não uma rocha única. Eles sugerem que, em algum momento na história do asteroide, o efeito Yorp aumentou sua rotação, fazendo com que boa parte de seu material deslizasse em direção ao equador e criasse um formato de diamante.

Tradução: Amy Traduções

The New York Times
The New York Times

Nasa encontra cocaína no hangar do ônibus espacial Discovery

O ônibus espacial Discovery transporta os astronautas para realizar reparos na ISS  Foto: EFE

O ônibus espacial Discovery tem nova missão em março

A Agência Espacial Americana (Nasa) encontrou cocaína no edifício que abriga o ônibus espacial Discovery, no Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida, informa nesta sexta-feira a versão online do jornal português Público.

Em um comunicado, a Nasa informa que já começou uma investigação para descobrir o que aconteceu e adianta que a descoberta não teve qualquer impacto na preparação do lançamento do ônibus espacial, programada para março.

"Este é um incidente raro e isolado. Estou triste por ter acontecido, mas não podemos nos desviar do imenso trabalho que está sendo feito, diariamente, por uma equipe dedicada", disse Bob Cabana, diretor do Centro Espacial Kennedy.

De acordo com a Nasa, até agora, não há pistas sobre técnicos que pudessem estar trabalhando sob o efeito de drogas. Foram realizados testes nas 200 pessoas que se encontravam no local quando a cocaína foi descoberta.

Eclipse anular do Sol mais longo do milênio é visto na sexta

A Lua passa entre o Sol e a Terra, durante eclipse anular do Sol Foto: Reuters

A Lua passa entre o Sol e a Terra, durante eclipse anular do Sol

O mais longo eclipse anular do Sol do terceiro milênio foi observado nesta sexta-feira da África Central à China, segundo a agência AFP. O Instituto de Mecânica Celeste de Paris e a Nasa informam que este fenômeno não se repetirá com a mesma duração (11 minutos e 8 segundos) antes de 23 de dezembro de 3043.

O eclipse anular do Sol é um tipo especial de eclipse parcial. Durante um eclipse anular a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o astro. O Sol estando mais próximo da Terra em janeiro e a Lua, atualmente muito longe, não conseguirá cobri-lo totalmente; um anel do disco solar ficará visível quando a Lua se intercalará entre a Terra e o Sol.

De acordo com a agência Reuters, o eclipse - que teve seu efeito anular por 11 minutos e 8 segundos - começou às 5:14 GMT (3:14h pelo horário de Brasília) na África Central, teve seu ápice às 7:00 GMT (5:00 h pelo horário de Brasília) e terminou completamente em 10:07 GMT (ou 8h pelo horário de Brasília). De acordo a agência também, as Maldivas foram o melhor lugar para ver o fenômeno.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Eclipse anular do Sol será visível na África e Ásia nesta 6ª

Um eclipse anular do Sol, o mais longo do terceiro milênio, que não se repetirá com a mesma duração (11 minutos e 8 segundos) antes de 23 de dezembro de 3043, será visível nesta sexta-feira da África Central à China, segundo o Instituto de Mecânica Celeste de Paris e a Nasa.

O eclipse anular do Sol é um tipo especial de eclipse parcial. Durante um eclipse anular a Lua passa em frente ao Sol, mas acaba por não tapar completamente o astro. O Sol estando mais próximo da Terra em janeiro e a Lua, atualmente muito longe, não conseguirá cobri-lo totalmente; um anel do disco solar ficará visível quando a Lua se intercalará entre a Terra e o Sol.

O disco lunar cobrirá, no entanto, bem o centro do Sol nesta sexta-feira, mas sem conseguir escondê-lo totalmente. No dia 17 de janeiro, à 1h40 GMT, a Lua deve atingir o ponto de sua órbita mais afastado (apogeu) a 406.435 km da Terra, precisa o Instituto de Mecânica Celeste e de Cálculo das Efemérides (IMCCE) em seu site. Seu diâmetro aparente será, então, menor.

O eclipse anular será visível nesta sexta-feira a partir de 5h14 GMT no oeste da República Centro-Africana e no sudoeste do Chade, segundo a Nasa. A sombra da Lua atravessará em seguida a República Democrática do Congo, Uganda, Quênia e a Somália antes de atingir o Oceano Índico.

AFP
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Cosmonautas terminam com sucesso caminhada na estação espacial

Os dois cosmonautas russos da Estação Espacial Internacional (ISS), Maxim Suráyev e Oleg Kotov, terminaram hoje uma caminhada que durou quase seis horas, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.

Os cosmonautas abriram as escotilhas do módulo de engate "Pirs" às 8h05 (Brasília) e voltaram à plataforma orbital às 13h31, segundo o porta-voz do centro, Valeri Lindin, citado por agências de notícias russas.

"Todos os trabalhos que estavam planejados na caminhada foram realizados com sucesso", afirmou o porta-voz.

O objetivo da caminhada era estender cabos de comunicação entre o módulo de serviço "Zvezda" e o pequeno módulo científico "Poisk", assim como instalar no mesmo alguns equipamentos e antenas do sistema radiotécnico "Kurs".

Isso permitirá que Suráyev desenganche do módulo "Zvezda" a nave "Soyuz TMA-16" e a acople pela primeira vez ao "Poisk", recém-chegado à ISS. Após isso, será possível corrigir a altura da estação com ajuda dos propulsores dessa nave.

Suráyev e Kotov também desmontaram para devolver à Terra um contêiner com microorganismos que permaneceu instalado no exterior do módulo "Pirs" e exposto aos efeitos da radiação solar por mais de 30 meses.

Além dos dois cosmonautas russos, a atual missão permanente na ISS conta com dois astronautas americanos, Jeff Williams e Timothy J. Creamer, e um japonês, Soichi Noguchi.

EFE
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Cosmonautas russos iniciam caminhada na estação espacial

Os dois cosmonautas russos da Estação Espacial Internacional (ISS), Maxim Surayev e Oleg Kotov, iniciaram hoje uma caminhada que durará quase seis horas, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.

Os cosmonautas abriram os alçapões do módulo de acoplagem Pirs às 8h05 de Brasília e devem voltar à plataforma orbital às 13h31 de Brasília, disse às agências russas o porta-voz do Centro, Valery Lyndin.

O objetivo da caminhada é instalar cabos de comunicação entre o módulo de serviço Zvezda e o pequeno módulo científico Poisk, assim como instalar no mesmo alguns equipamentos e antenas do sistema radiotécnico Kurs para operações de acoplagem de naves.

Isso permitirá a Surayev que no próximo dia 21 desenganche do módulo Zvezda a nave Soyuz TMA-16 e a acople pela primeira vez ao Poisk, recém-chegado à ISS, após o qual será possível corrigir a altura da estação com ajuda dos propulsores dessa nave.

Surayev e Kotov deverão também desmontar para levar de volta à Terra um contêiner com microorganismos que permaneceu instalado no exterior do módulo Pirs e exposto aos efeitos da radiação solar durante mais de 30 meses.

Além dos dois cosmonautas russos, a atual missão permanente na ISS é integrada por dois astronautas americanos, Jeff Williams e Timothy Creamer, e pelo japonês Soichi Noguchi.

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Objeto não identificado passa perto da Terra

Um objeto espacial não identificado passou ontem de raspão pela Terra. O corpo celeste, com diâmetro entre 10 e 15 metros, voou a 150 mil quilômetros de distância da Terra - um terço da distância até a Lua. Segundo a Nasa, acredita-se que o objeto seja um asteroide minúsculo.

Batizado de 2010 AL 30, o asteroide estaria orbitando em volta do Sol, o que torna pouco provável que seja lixo espacial. Até o fim da semana, um corpo celeste maior passará a aproximadamente 1 milhão de quilômetros da Terra.

O Dia
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