sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Físico Stephen Hawking procura assistente técnico

O famoso físico britânico Stephen Hawking está procurando um assistente para ajudar a desenvolver e manter o sistema de voz eletrônico que lhe permite comunicar a sua visão do universo. Um anúncio de emprego informal foi postado no site do físico, que disse que o assistente deve dominar o uso do computador, estar pronto para viajar, e ser capaz de reparar os dispositivos eletrônicos "sem manual de instruções ou suporte técnico". As informações são do Huffington Post.

O cientista convive com a esclerose lateral amiotrófica, uma doença que lhe deixou quase completamente paralisado. Até mesmo sua fala foi afetada e, desde 1985, ele precisa de um sintetizador de voz - que interpreta as contrações musculares do rosto - para conseguir se comunicar. Apesar das dificuldades, Hawking quer continuar as pesquisas e, por isso, busca alguém que consiga dar suporte aos equipamentos do qual depende para trabalhar.

Terra

Programa faz "fotos" de planetas fora do sistema solar

O astrobiologista Abel Mendez, da Universidade de Porto Rico, desenvolveu um software que pode recriar imagens em 3D de outros planetas, com realismo fotográfico. Usando dados científicos obtidos por telescópios espaciais, o software reconstrói principalmente os chamados exoplanetas - que orbitam em uma estrela que não seja o sol, e por isso pertencem a outro sistema planetário.

No entanto, o programa - chamado Scientific Exoplanets Renderesis (SER) - também faz reconstruções históricas. É o caso da imagem da Terra há 240 milhões de ano, quando todos os continentes eram unidos na chamada pangeia.

Diferentemente das chamadas reconstruções artísticas, no SER tudo feito matematicamente, utilizando dados como o tamanho, a composição química, a temperatura do planeta, além da distância do satélite.

Imprecisão da Nasa
Ao comparar as imagens geradas pelo software que criou com as da Nasa, Mendez diz que, em muitos casos, as divulgadas pela agência americana pouco condizem com a realidade. O cientista diz, por exemplo, que a reconstrução da Nasa do exoplaneta Kepler 22-b, descoberto no início deste mês, é imprecisa. Segundo ele, foi usada uma cor correta, mas ele não acha que haja nuvens como as da imagem divulgada.

Além de planetas rochosos e com oceanos, o software também está capacitado para gerar imagens de estrelas ou gases, incluindo reconstruções realistas de nuvens e efeitos climáticos. Uma versão beta do programa está sendo testada atualmente, mas o software final será lançado no ano que vem.

BBC Brasil
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Nasa investe em sondas gêmeas para resolver mistério lunar

Duas sondas robóticas da Nasa, a agência espacial americana, devem chegar neste fim de semana à Lua para resolver um antigo mistério sobre o que existe dentro do satélite natural da Terra, e como o material foi parar lá. Uma nave da agência espacial norte-americana viaja desde setembro para a Lua levando as sondas gêmeas do Laboratório de Interior e Recuperação da Gravidade (Grail, na sigla em inglês, que significa também "graal"), que pesam 303 quilos.

A Grail-A deve iniciar às 19h21 de sábado (hora de Brasília) uma manobra de frenagem com duração de 40 minutos, para se posicionar em órbita ao redor da Lua. O Grail-B fará a mesma coisa 25 horas depois. Ambas as sondas são necessárias para a intrincada missão de mapeamento da gravidade prevista para começar em março. "Não vamos celebrar muita coisa até colocarmos o Grail-B em órbita, no final da tarde do dia de Ano-Novo", disse o gerente do projeto, David Lehman, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, em Pasadena, na Califórnia.

Uma vez posicionadas a 55 km de distância da superfície lunar, as sondas Grail vão voar alinhadas, acelerando-se e desacelerando-se em resposta a mínimos puxões gravitacionais. Ao mensurar constantemente as mudanças na distância entre as duas naves, os cientistas podem criar um mapa gravitacional da Lua.

As mudanças de velocidade serão da ordem de 1 mícron por segundo (mícron é a milésima parte do milímetro). Os dados serão usados para criar um modelo do interior lunar, informação importante que, depois de mais de 100 missões à Lua, ainda falta ser coletada.

Os cientistas acreditam que a Lua se formou quando um objeto mais ou menos do tamanho de Marte se chocou contra a Terra, logo depois da formação do Sistema Solar, há 4,5 bilhões de anos. "Na verdade, entendemos pouquíssimo como essa formação aconteceu e como ela se resfriou depois do incidente violento", disse Maria Zuber, cientista-chefe do Grail, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.

Um enigma persistente é o que faz o lado oculto da Lua ser tão diferente da face voltada para a Terra. Enquanto o lado "de cá" é cheio de planícies grandes e escuras, formadas por antigas erupções vulcânicas, o outro lado é praticamente um grande planalto. "Parece que a resposta não está na superfície", disse Zuber. "Achamos que a resposta está trancada no interior."

Zuber e sua equipe têm 82 dias para fazer as medições. Se as sondas, construídas pela Lockheed Martin e movidas a energia solar, resistirem além do próximo eclipse solar, em junho, a missão de 496 milhões de dólares pode ser prorrogada para realizar um mapeamento detalhado da superfície lunar, à altura de apenas 25 km.

Reuters
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Nasa detecta uma nova ilha no Mar Vermelho, perto do Iêmen

Imagem do dia 23 de dezembro divulgada pela Nasa mostra a erupção que ocorreu no Mar Vermelho. Foto: AFP

Imagem do dia 23 de dezembro divulgada pela Nasa mostra a erupção que ocorreu no Mar Vermelho
Foto: AFP


A Nasa anunciou nesta sexta-feira ter constado a formação de uma nova ilha perto da costa oeste do Iêmen, depois de uma erupção vulcânica. O Observatório da agência espacial americana publicou fotos obtidas por satélite, mostrando uma coluna de fumaça branca emanando do oceano perto do arquipélago de Zubair, no Mar Vermelho, no dia 23 de dezembro.

"A imagem mostra a formação de uma suposta ilha onde, antes, a superfície era apenas água", disse. "Uma densa coluna de fumaça sai do local, escura na base e clara no alto, talvez uma mistura de cinzas vulcânicas e vapor d'água", acrescentou.

Os vulcões submarinos são responsáveis pela criação de novas ilhas, mas muitas não são fortes o suficiente, para suportar o vento e o bater das ondas no mar aberto, afirmou o vulcanólogo Rick Wunderman à CNN. Wunderman acrescentou, no entanto, que esse material vulcânico observado no Mar Vermelho tem uma tendência a durar um pouco mais.

AFP
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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Sondas da Nasa se aproximam da Lua para investigar sua origem

Duas naves espaciais idênticas da Nasa - a agência espacial americana - alcançarão a órbita lunar durante o fim de semana em uma missão destinada a estudar a estrutura subterrânea da Lua e tentar entender melhor a origem do satélite da Terra. A primeira nave, a Grail-A (Gravity Recovery and Interior Laboratory), começará a orbitar a Lua às 21h21 GMT (19h21 de Brasília) de 31 de dezembro, seguida pela Grail-B, que fará o mesmo em 1º de janeiro em torno de 22h05 GMT (20h05 de Brasília), informou a Nasa em um comunicado. "Essa missão permitirá rever todos os textos e artigos relativos à evolução da Lua", afirmou Maria Zuber, chefe de investigação da GRAIL do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, no nordeste dos Estados Unidos).

Segundo o instituto, testes recentes indicaram que as naves espaciais estão operando dentro da expectativa até o momento. As duas naves, que possuem o tamanho de uma máquina de lavar e foram avaliadas em 500 milhões de dólares cada, foram lançadas no dia 10 de setembro.

No início de março de 2012, as duas sondas espaciais não tripuladas enviarão sinais de rádio para que os cientistas possam criar um mapa de alta resolução do campo gravitacional da Lua, o que lhes permitirá entender melhor seu subsolo, assim como a origem de outros corpos do sistema solar. A missão deve estudar partes ainda inexploradas da Lua e analisar a hipótese de que havia uma segunda Lua em torno da Terra que se fundiu com a atual.

As duas sondas levaram três meses para percorrer os quase quatro milhões de quilômetros que nos separam da Lua, sendo que o trajeto normal tripulado leva em torno de três dias para chegar ao satélite. A trajetória maior permitiu aos cientistas testar os dispositivos das naves.

De acordo com os cientistas, a Lua se formou quando um objeto do tamanho de um planeta colidiu com a Terra, liberando uma grande quantidade de material que formou a Lua. Contudo, a forma como a Lua teria aquecido com o passar do tempo, criando um oceano de magma que mais tarde se cristalizou, ainda é um mistério, mesmo após as 109 missões realizadas desde 1959 para estudar a Lua, que levaram ao todo 12 astronautas para sua superfície.

AFP
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China confirma que vai levar veículo à Lua em menos de 5 anos

O governo da China confirmou nesta quinta-feira que em menos de cinco anos levará pela primeira vez um veículo não-tripulado à superfície da Lua, um primeiro passo para que mais adiante seus astronautas pisem o satélite e o país siga os passos dos Estados Unidos e da Rússia no caminho para ser tornar a nova superpotência espacial.

O objetivo foi fixado no Livro Branco sobre as Atividades Espaciais de 2011, um documento do Executivo chinês apresentado nesta quinta-feira em entrevista coletiva. No texto, o governo estabelece outras metas da corrida espacial chinesa durante o Plano Quinquenal do período 2011-2015.

Dessa forma, indica que o programa lunar (um dos ramos mais importantes da investigação espacial chinesa, junto dos voos tripulados e os projetos para uma estação permanente no cosmos) será centrado em desenvolver com sucesso uma tecnologia que mais tarde permita levar astronautas ao satélite.

A China já conseguiu que dois de seus satélites chegassem até a órbita lunar, em 2007 e 2010, embora estas sondas simplesmente tenham servido para recolher informações fotográficas do satélite e estavam programadas para retornar violentamente depois ao planeta Terra.

As sondas cumpriram a primeira etapa do programa, destaca o documento, detalhando que em meia década deverá ter início a segunda fase (o mencionado pouso na superfície da lua e passeios tripulados no satélite) para que a terceira inclua o recolhimento de material lunar e retorno à Terra dos veículos.

Não há data fixa para a chegada do satélite terrestre dos primeiros "taikonautas" (apelido com o qual frequentemente se alude aos astronautas chineses, já que espaço em mandarim é "taikong"). Levando em conta que a China parece dividir este programa em fases de cinco anos, este fato histórico poderia ocorrer entre 2020 e 2025, meio século depois do que os Estados Unidos, o primeiro país a alcançar essa façanha.

Outras metas
A prospecção lunar é talvez a parte de maior destaque dos futuros planos espaciais da China, mas não a única: o Livro Branco assinala que o país também continuará programas de prospecção de planetas e asteroides, do Sol, e de buracos negros, entre outros corpos celestiais.

Também conduzirá experiências sobre microgravidade, vida no espaço, e promoverá a cooperação internacional no estudo do cosmos, assinalou, lembrando que já colaborou neste sentido com países como a Rússia e a Austrália.

Ao mesmo tempo, a China, que nesta semana também iniciou o funcionamento da "Bússola", seu sistema de posicionamento alternativo ao GPS americano, garantiu que nos próximos cinco anos aumentará o controle do lixo espacial e dos sistemas de alarme quando esses fragmentos caírem na superfície terrestre.

O Conselho de Estado insiste no documento que a prospecção espacial "é uma importante parte da estratégia geral de desenvolvimento da nação" para meia década 2011-2015, no qual a China procura seguir ascendendo em seu caminho a ser um país desenvolvido, com a inovação tecnológica como prioridade.

Esta corrida preocupa, no entanto, como na época ocorreu com a missão soviética, a principal potência espacial atual, os Estados Unidos, onde alguns políticos, oficiais do Exército e meios de comunicação veem com receio o caráter totalmente militar do programa espacial chinês.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país asiático Hong Lei quis nesta quinta-feira responder a esses temores, assegurando em entrevista coletiva que a China "sempre ressalta que seu objetivo é fazer uso pacífico do espaço, e procura cooperar internacionalmente neste campo".

A China lançou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e desde então alcançou outros objetivos, como o primeiro "passeio" de um de seus cosmonautas fora da nave (2008) e o primeiro acoplamento de dois veículos (no mês passado), passo-chave para sua futura estação espacial permanente.

Para os especialistas, a China ainda está em uma fase muito preliminar no que diz respeito às tecnologias espaciais, comparável aos Estados Unidos e a extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) nos anos 1960, mas avança de forma mais rápida do que fizeram na época as duas superpotências da Guerra Fria em sua corrida espacial.

EFE
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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sondas de prospecção chegarão à órbita da Lua no Ano-Novo

As duas sondas de prospecção espacial da missão Grail ("Recuperação da Gravidade e Laboratório Interior", na sigla em inglês) frearão sua trajetória e chegarão no Ano-Novo à órbita da Lua, de onde explorarão o interior do satélite, informou nesta quarta-feira a Nasa (agência espacial americana).

"Embora desde a década de 1970 tenhamos enviados mais de uma centena de missões à Lua, inclusive duas nas quais os astronautas caminharam sobre sua superfície, a verdade é que há muitas coisas que não sabemos sobre a Lua", disse em teleconferência de imprensa Maria Zuber, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e pesquisadora-chefe do programa Grail.

As duas sondas estiveram viajando rumo à Lua desde seu lançamento no último mês de setembro. No dia 31, uma das sondas gêmeas acionará seus foguetes para diminuir a velocidade de modo que fique submetida à gravidade da Lua a 56 quilômetros da superfície lunar.

No dia seguinte, a outra sonda fará uma manobra similar e ambas traçarão um mapa da gravidade da Lua medindo os efeitos desta força sobre suas trajetórias orbitais. "Entre as muitas coisas que não sabemos sobre a Lua é por que o lado oculto é tão diferente do lado visível", declarou Zuber referindo-se ao hemisfério lunar que não pode ser visto da Terra.

"A resposta deve estar no interior da Lua", acrescentou a pesquisadora, explicando que a missão de estudo começará em março e deve durar 82 dias, embora os cientistas tenham pedido à Nasa que a estenda até dezembro. A missão não está restrita aos cientistas e acadêmicos: cada uma das sondas Grail, impulsionadas por energia solar, está equipada com quatro câmaras que serão operadas por grupos de estudantes de nível médio.

"Mais de 2,1 mil escolas em todo o país se registraram para este programa", comentou Zuber. A Nasa qualificou a missão Grail como "uma viagem ao centro da Lua" já que a medição da força de gravidade permitirá a construção de "mapas" de 100 a mil vezes mais precisos sobre o interior de satélite que os obtidos até agora.

Durante a missão, as sondas orbitarão a uma distância, uma da outra, de 200 km e, segundo os cientistas, as mudanças regionais na gravidade lunar farão com que diminuam ou aumentem levemente sua velocidade. Isto, por sua vez, modificará a distância que as separa e os sinais de rádio transmitidos pelas sondas medirão as variações menores. Desta forma, os pesquisadores poderão criar mapas do campo de gravidade.

Com esses dados, os cientistas poderão deduzir o que há debaixo da superfície lunar com suas montanhas e crateras, e poderiam entender melhor por que o lado oculto da Lua é mais abrupto que o lado visto desde a Terra. Outro dos mistérios que Grail poderia revelar, segundo Zuber, é se a Terra teve em outro tempo uma segunda lua menor. Há astrônomos que acreditam que algumas das marcas na superfície da Lua são resultado de uma colisão com um satélite menor.

EFE
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Neutrino, a estrela científica de 2011 que pode desbancar Einstein

Uma partícula que parece superar a velocidade da luz, o pequeno neutrino, cuja descoberta colocou em dúvida as certezas dos físicos sobre a teoria da relatividade de Albert Einstein, se tornou a estrela científica de 2011.

Muitos especialistas não parecem acreditar que uma partícula elementar da matéria consiga superar a velocidade da luz, considerada a máxima com a qual algo pode se deslocar no cosmos. Grande parte da física moderna está baseada na teoria da relatividade de Einstein, que se baseia em que nada pode superar os feixes luminosos. Assim, a surpreendente descoberta desta partícula subatômica que viaja mais rápido que a luz provoca ceticismo entre os cientistas.

A resistência é compreensível, pois a confirmação da existência de partículas que viajam mais rápido que a luz obrigaria os físicos a repensar as leis que atualmente regem o funcionamento do Universo. O choque da comunidade científica começou no fim de setembro, quando foram divulgados os resultados de um experimento sobre física de partículas realizado no laboratório do Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (CERN, na sigla em inglês).

Especialistas que participaram na experiência batizada de Opera (Oscillation Project with Emulsion t-Racking Apparatus) anunciaram que haviam detectado partículas subatômicas que viajavam mais rápido que a velocidade da luz, algo que era considerado até agora um "limite insuperável". Os físicos anunciaram que observaram grupos de neutrinos, criados nas instalações do CERN, viajar ao laboratório de Gran Sasso, na Itália, localizado a 732 km de distância, a 60 mil milionésimos de segundo (60 nanosegundos) mais rápidos que a velocidade da luz.

No experimento, os neutrinos chegaram 20 m antes que a luz - que viaja a 300 mil km por segundo -, resultados que deixaram em questionamento o princípio básico da física moderna, de que nada pode movimentar-se mais rápido que a luz. Desde então, cientista expressam ceticismo ante os resultados e buscam desesperadamente encontrar possíveis falhas nos experimentos que ressaltaram a façanha "sacrílega" dos neutrinos, que se for confirmada pode jogar no lixo a teoria da relatividade elaborada por Einstein em 1905.

Um grupo de cientistas do CERN - que pediu prudência após o anúncio dos resultados, que questionam um pilar da ciência moderna -, repetiu a experiência em novembro. E os resultados confirmaram a descoberta do experimento anterior: os neutrinos viajaram novamente mais rápido que a luz. Após os resultados dos dois experimentos, o CERN reiterou o pedido de cautela, ao mesmo tempo em que solicitou aos cientistas novas experiências para desmentir ou para confirmar um resultado que seria revolucionário.

"Não conheço ninguém que possa reconciliar as medidas com as teorias atuais. A não ser que exista um erro", afirmou Alfons Weber, especialista em física de partículas da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Desde o anúncio da existência dos neutrinos - por Dario Auterio, membro do Instituto de Física de Lyon (centro da França), que participa no experimento Opera -, os cientistas estão nervosos.

Os cientistas mantêm as esperanças agora nos resultados de experimentos similares (Minos, nos Estados Unidos, T2K no Japão), com a expectativa de que a teoria de Einstein, verificada em múltiplas oportunidades no último século, continue sustentando o pensamento moderno de como funciona o cosmos. Mas a ciência é construída assim, com rupturas que desprezam os conhecimentos anteriores. E os neutrinos podem derrubar Einstein.

AFP
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