sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

USP usa supercomputadores de US$ 1 mi para estudar astronomia

A Universidade de São Paulo (USP) vai colocar em operação, no Departamento de Astronomia, um dos maiores e mais potentes clusters - aglomerado de computadores -, voltado exclusivamente para pesquisas astronômicas no mundo. A estrutura, avaliada em mais de US$ 1 milhão, vai entrar em funcionamento nos próximos dias e deve impulsionar os estudos na área.

Composto por três torres, do tamanho de geladeiras domésticas que juntas pesam 3 t, o conjunto de computadores possui 2,3 mil núcleos de processamento. O sistema possibilitará um aumento de 60 vezes na escala de processamento do Departamento de Astronomia da USP. O cluster utilizado anteriormente pela instituição possuía 40 núcleos de processamento.

"Não conhecemos nenhum departamento de astronomia no mundo com essa capacidade computacional. Existem universidades e consórcios entre instituições de pesquisa com clusters muito maiores, mas o tempo de processamento é dividido entre várias áreas e não são dedicados totalmente à astronomia", disse Alex Carciofi, professor da USP e responsável pela implementação do projeto.

De acordo com ele, o aglomerado de computadores possibilitará aumentar o grau de realismo físico e rodar mais modelos matemáticos (simulações numéricas) utilizados para estudar os sistemas astronômicos, como estrelas, galáxias e meio interestelares.

Considerados simulações da natureza, quanto mais processos físicos são incorporados aos modelos numéricos para torná-los mais realistas, mais "pesados" computacionalmente eles se tornam e demandam mais tempo para serem processados. "Com um equipamento desse porte é possível aumentar a escala do problema que pretendemos estudar, mantendo um tempo de processamento razoável, de modo que nós consigamos processar um maior número de modelos em tempo hábil para realizar nossas pesquisas", explicou Carciofi.

Em um primeiro momento, o cluster atenderá 150 usuários, entre estudantes de pós-graduação, docentes e pós-doutorandos. Mas também estará disponível para ser utilizado por pesquisadores de outras instituições científicas. Por meio do equipamento também será possível atrair cientistas de outros estados e países, que necessitam de uma grande capacidade de processamento computacional para realizar suas pesquisas.

"Os pesquisadores de fora podem escolher vir para o IAG para realizar um pós-doutorado, por exemplo, justamente porque a instituição dispõe de um cluster como esse", disse Carciofi. O pesquisador estima que até o fim de janeiro começarão a realizar os primeiros cálculos numéricos massivos (chamados number crunching) no novo equipamento, a fim de alcançar modelos reais de fenômenos nas áreas de astrofísica, cosmologia e astronomia galáctica.

O supercomputador foi desenvolvido pela empresa GSI e é baseado em uma plataforma Blade Altix ICE 8400 com um processador AMD Opteron 6172, com 4,6 terabytes de memória.

Com informações da Agência Fapesp

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Terra

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