terça-feira, 31 de julho de 2012

Estudo: dinossauros foram extintos de uma só vez por asteroide

Um estudo dos restos de uma espécie de dinossauros encontrados nas montanhas dos Pirineus reforça a hipótese de que a extinção destes animais não foi gradual, mas repentina, como consequência do impacto de um asteroide sobre a Terra. A descoberta paleontológica e sua posterior análise demonstraria que estes exemplares mantiveram sua diversidade até a extinção final, há 65 milhões de anos e, portanto, que seu desaparecimento não foi gradual como dizem certas teses, informou nesta terça-feira o Instituto Catalão de Paleontologia (ICP).

A revista científica Paleo 3 publicou em sua última edição os resultados da análise dos fósseis de dinossauros saurópodes encontrados nos Pirineus, uma cordilheira localizada na fronteira entre Espanha e França. O estudo indica que os saurópodes - dinossauros herbívoros de pescoço e cauda longos e andar quadrúpede - que viveram no final do Cretáceo na Europa - mantiveram sua diversidade até a extinção, cerca de 65 milhões de anos, ao contrário das teorias gradualistas.

O trabalho de pesquisa, realizado por especialistas espanhóis da Universidade de Zaragoza e da Universidade Autônoma de Barcelona, junto com especialistas franceses e italianos, reforça a hipótese de que a extinção dos dinossauros pode ter sido brusca e repentina devido ao impacto de um asteroide na Terra e ao desajuste ambiental causado pelo evento.

Os pesquisadores, dirigidos por Bernat Vila, da Universidade de Zaragoza e do ICP, estudaram os ossos de fêmur achados em jazidas dos Pirineus e no sul e sudeste da França, áreas que no final do Cretáceo faziam parte da chamada Ilha Ibero-Armoricana, um antigo arquipélago que existiu no sul da Europa, assinalaram as fontes.

Os autores destacam que a extinção dos dinossauros é um dos fatos mais relevantes da história da vida na Terra ao se relacionar com o impacto de um grande objeto extraterrestre. No entanto, apontam, há poucos lugares no mundo com um registro fóssil de dinossauros que coincide com o limite do Cretáceo.

A maior parte da informação registrada até a atualidade se baseava no abundante e bem conhecido registro fóssil de dinossauros do oeste da América do Norte, enquanto o que tinha acontecido no resto do planeta era bastante desconhecido.

No trabalho publicado agora faz-se pela primeira vez um estudo exaustivo dos fósseis de dinossauros saurópodes da Europa nos últimos milhões de anos do Cretáceo. Neste sentido, o artigo demonstra que os Pirineus constituem um lugar ideal para responder se o impacto do asteroide foi a causa da extinção dos dinossauros ou não.

EFE
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Telescópio de raio-X detecta restos de supernova que explodiu

A imagem do Chandra mostra a energia baixa, média e alta de raios observada, respectivamente, em vermelho, verde e azul. Foto: Nasa/Divulgação

A imagem do Chandra mostra a energia baixa, média e alta de raios observada, respectivamente, em vermelho, verde e azul
Foto: Nasa/Divulgação


Há mais de 50 anos, uma supernova foi descoberta em M83, uma galáxia espiral a cerca de 15 milhões de anos-luz da Terra. Astrônomos utilizaram o Observatório de Raio-X Chandra, da Nasa, para fazer a primeira detecção de raios-X emitidos pelos destroços dessa explosão.

Chamada de SN 1957D por ser a quarta supernova descoberta em 1957, ela é uma das poucas localizadas fora da Via Láctea que são detectáveis, em comprimento de ondas ópticas e de rádio, décadas após a explosão ter sido observada. Em 1981, astrônomos viram o restante da estrela explodida em ondas de rádio, e em 1987 eles detectaram o restante em comprimentos de ondas ópticas, anos depois que a luz da explosão em si se tornou indetectável.

Uma observação relativamente curta, de aproximadamente 14 horas, do Chandra em 2000 e 2001 não detectou nenhum raio-X do remanescente da SN 1957D. No entanto, uma observação muito maior realizada em 2010 e 2011, totalizando aproximadamente oito dias e meio, revelou a presença de emissão de raios-X.

Essa nova imagem feita pelo Chandra da M83 é uma das observações mais profundas já feitas em uma galáxia espiral localizada além da nossa. Esse ponto de vista mostra a energia baixa, média e alta de raios observada, respectivamente, em vermelho, verde e azul.

Os novos dados dos restos da SN 1957D fornecem informações importantes sobre a natureza dessa explosão, que astrônomos acreditam ter acontecido quando uma estrela massiva ficou sem energia e entrou em colapso. A distribuição dos raios-X com energia sugerem que a supernova contém uma estrela de nêutrons - ou pulsar-, uma estrela densa que gira rapidamente formada quando o núcleo da estrela pré-supernova entrou em colapso.

Se esta interpretação for confirmada, a pulsar na SN 1957D é observada em uma idade de 55 anos, uma das mais jovens estrelas já vistas. O remanescente da SN 1979C, na galáxia M100, é outro candidato a mais novo pulsar, mas os cientistas não têm certeza se há um buraco negro ou uma estrela de nêutrons no centro dessa supernova.

Terra

China anuncia que pretende enviar nave à Lua em 2013

A China pretende enviar no próximo ano uma nave exploratória à Lua, informa a imprensa estatal, que revela detalhes do mais recente projeto do ambicioso programa espacial do gigante asiático. A terceira tentativa lunar da China será lançada no segundo semestre de 2013, informou a agência oficial Xinhua.

No caso de êxito, seria a primeira vez de uma nave chinesa na Lua e estabeleceria um marco no desenvolvimento do programa espacial. O projeto pretende sobrevoar, alunissar e retornar à Terra, segundo a Xinhua.

A China informou que também planeja um voo tripulado à Lua, mas não divulgou datas. Pequim considera que o projeto, avaliado em bilhões de dólares, evidenciará a importância crescente do país como potência, sua capacidade tecnológica e o sucesso do Partido Comunista na transformação de uma nação pobre em um país próspero.

O programa espacial chinês teve início em 1999 com o lançamento da nave sem tripulação Shenzhou-1. Dois anos mais tarde, a Shenzhou-2 foi lançado com pequenos animais a bordo e, em 2003, a China enviou pela primeira vez um homem ao espaço. Uma caminhada espacial aconteceu em 2008.

Recentemente, a viagem de 14 dias da nave Shenzhou-9 se tornou a missão espacial chinesa mais longa e ganhou destaque por incluir a primeira mulher astronauta entre os três membros de sua tripulação.

AFP
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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Nasa mostra órbita de asteroides que podem ameaçar a Terra

A imagem divulgada pela Nasa compara as órbitas de de um típico asteroide próximo da Terra (em azul) e um asteroide potencialmente perigoso (em .... Foto: Nasa/Divulgação

A imagem divulgada pela Nasa compara as órbitas de de um típico asteroide próximo da Terra (em azul) e um asteroide potencialmente perigoso (em vermelho), com a da Terra (em verde)
Foto: Nasa/Divulgação


A Nasa divulgou nesta segunda-feira um diagrama que ilustra as diferenças entre as órbitas de um típico asteroide próximo da Terra (em azul) e um asteroide potencialmente perigoso (PHA, na sigla em inglês, em vermelho). PHAs são um subconjunto de asteroides próximos da Terra (NEAs) e têm órbitas próximas à do nosso planeta, chegando a cerca de 8 milhões de km. Eles também são grandes o suficiente para sobreviver à passagem pela atmosfera terrestre e causar danos regionalmente - ou em maior escala.

O Sol fica no centro da "multidão", enquanto as órbitas de Mercúrio, Vênus e Marte estão em cinza na imagem divulgada. A órbita terrestre está destacada em verde entre Vênus e Marte. Como indica o diagrama, os PHAs tendem a ter órbitas mais semelhantes à órbita terrestre do que os asteroides próximos. As órbitas do asteroide são simulações de como pode ser o caminho de um objeto em torno do sol.

Os pontos ao fundo são baseados em dados do Neowise, o "caçador de asteroides" da Nasa na missão Wide-field Infrared Survey Explorer, que varreu o sol duas vezes com luz infravermelha, antes de entrar em modo de hibernação em 2011. Os pontos azuis e laranjas representam uma simulação da população de asteroides próximos da Terra e PHAs, respectivamente, que têm mais de 100 m.

O Neowise forneceu a melhor noção geral até o momento dos PHAs, refinando as estimativas de seu número, tamanhos, tipos, órbitas e riscos potenciais. A equipe do Neowise estima que de 20 a 30% dos PHAs que se pensou existir foram efetivamente descobertos em maio de 2012, data da imagem divulgada hoje.

Terra

Há 41 anos, Apollo 15 chegava à Lua com primeiro carro espacial

Astronauta David Scott posa ao lado da bandeira dos Estados Unidos em solo lunar. Foto: Getty Images

Astronauta David Scott posa ao lado da bandeira dos Estados Unidos em solo lunar
Foto: Getty Images


Na noite do dia 30 de julho de 1971 (horário de Brasília), há 41 anos, o foguete Saturn V (o mais poderoso já feito pelo homem) pousava na Lua com os astronautas e o equipamento da missão Apollo 15. Ele foi lançado na manhã do dia 26 de julho. Além da maior quantidade de equipamentos de pesquisa científica já levada pelas missões tripuladas à Lua, o foguete levava na bagagem o primeiro carro a chegar ao nosso satélite natural.

Os astronautas ficaram na Lua até o dia 3 de agosto - um deles permaneceu em órbita no módulo de comando. Antes de sair, eles deixaram um satélite para analisar a massa da Lua, mudanças gravitacionais e a interação com o campo magnético da Terra. A chegada de volta ao nosso planeta ocorreu em 7 de agosto.

O lunar roving, carro levado no foguete, era movido a eletricidade e servia para levar a tripulação e o equipamento pela superfície lunar. Ele chegava a no máximo 16 km/h e enfrentava inclinações de até 25 graus. Ao invés de um volante, um controle - parecido com aquele de aviões de caça - ficava entre os dois bancos e permitia que ele fosse dirigido tanto pela esquerda, quanto pela direita. Ele suportava até 696 kg (sendo que o próprio veículo pesava 206 kg), tinha 3 m de comprimento, 2,1 m de largura e 114 cm de altura.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI6033511-EI301,00-Ha+anos+Apollo+chegava+a+Lua+com+primeiro+carro+espacial.html#tphotos

Terra

Telescópio registra imagem de 'acampamento' de estrelas

A Messier 68 foi catalogada em 1780 pelo astrônomo Charles Messier . Foto: ESA/Nasa/Divulgação

A Messier 68 foi catalogada em 1780 pelo astrônomo Charles Messier
Foto: ESA/Nasa/Divulgação

O telescópio espacial Hubble, projeto da Nasa e da Agência Espacial Europeia (ESA), registrou a imagem da Messier 68, um "acampamento" estelar - região esférica lotada de estrelas -, conhecido como aglomerado globular. A Messier 68 está localizada a cerca de 33 mil anos-luz da terra na constelação Hydra. O astrônomo francês Charles Messier catalogou o objeto em 1780.

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A atração gravitacional mútua com as milhares - ou mesmo bilhões - de estrelas de um aglomerado mantém os membros estelares em cheque, permitindo que aglomerados globulares permaneçam juntos por bilhões de anos.

Os astrônomos podem medir as idades dos aglomerados observando a luz das estrelas que os constituem. Os elementos químicos deixam assinaturas nessa luz, que revela que as estrelas de um aglomerado geralmente contêm menos elementos pesados, como carbono, oxigênio e ferro, do que estrelas como o Sol.

Desde que gerações sucessivas de estrelas criaram esses elementos gradualmente por meio da fusão nuclear, estrelas que contêm menos desses elementos são relíquias de épocas antigas do universo. As estrelas em aglomerados globulares estão entre as mais antigas já registradas, remontando há mais de 10 bilhões de anos.

Mais de 150 desses objetos cercam a Via Láctea. Em uma escala galáctica, aglomerados globulares não são tão grandes. No caso da Messier 68, as estrelas se estendem um volume no espaço com um diâmetro de pouco mais de uma centena de anos-luz. O disco da Via Láctea, por outro lado, se estende ao longo de aproximadamente 100 mil anos luz ou mais.

Terra

ESO divulga imagem de 'casulo' que protege estrelas jovens

A nuvem RCW 88 está situada a cerca de dez mil anos-luz de distância . Foto: ESO/Divulgação

A nuvem RCW 88 está situada a cerca de dez mil anos-luz de distância
Foto: ESO/Divulgação


Na Terra, os casulos estão associados à vida nova. Também há "casulos" no espaço, mas em vez de protegerem larvas enquanto elas transformam em borboletas, são os locais de nascimentos de novas estrelas. A nuvem vermelha na imagem divulgada nesta segunda-feira pelo Observatório Europeu do Sul (ESO) é um exemplo dessas regiões de formação estelar.

Obtida com o instrumento EFOSC2, montado no New Technology Telescope,do ESO, a imagem mostra uma nuvem chamada RCW 88, situada a cerca de dez mil anos-luz de distância e com uma dimensão de cerca de nove anos-luz. Ela é feita de hidrogênio gasoso brilhante, que rodeia as estrelas recém-formadas. As novas estrelas formam-se de nuvens de hidrogênio à medida que estas colapsam sob o efeito da sua própria gravidade. Algumas das estrelas mais desenvolvidas, que já brilham intensamente, podem ser vistas pela nuvem.

Estas estrelas jovens e quentes são muito energéticas e emitem enormes quantidades de radiação ultravioleta, o que faz com que os elétrons se libertem dos átomos de hidrogênio da nuvem, deixando apenas os núcleos positivamente carregados - os prótons. À medida que os elétrons são recapturados pelos prótons, emitem radiação H-alfa, a qual tem um brilho vermelho bastante característico.

Observar o céu através de um filtro H-alfa é o modo mais simples de os astrônomos descobrirem estas regiões de formação estelar - e foi um dos quatro filtros utilizados para produzir a imagem.

Terra

Nasa: bandeiras americanas das missões Apollo ainda estão na Lua

Imagens do Orbitador de Reconhecimento Lunar (LRO, na sigla em inglês) da Nasa mostram que bandeiras americanas plantadas na Lua pelos astronautas das missões Apollo estão, em sua maioria, ainda de pé. A sombra das bandeiras pode ser vista nas imagens, exceto a de uma, plantada durante a expedição da Apollo 11.

Segundo a BBC, o LRO foi criado para produzir os mais detalhados mapas da superfície lunar até hoje. Cada uma das missões Apollo plantou uma bandeira americana em seus locais de pouso na Lua. Cientistas examinaram há um tempo fotografias dos locais de cada missão e encontraram possíveis sombras feitas pelas bandeiras na superfície lunar, porém, a informação não foi conclusiva.

Recentemente, pesquisadores estudaram as imagens registradas em diferentes pontos e iluminações durante o dia e observaram sombras circulando os pontos onde as bandeiras estão localizadas. O professor Mark Robinson, chefe de instrumentos da espaçonave (LROC), afirmou em um blog que a novidade já pode ser confirmada. "Pelas imagens do LROC é certo que as bandeiras americanas estão ainda de pé e criando sombras em todos os locais de pouso, exceto o da Apollo 11", afirmou no relato.

"A forma mais convincente de ver que as bandeiras ainda estão lá é assistir à uma série de imagens feita pela LROC em diferentes horas do dia, e ver que a sombra circula a bandeira", adicionou. "Pessoalmente, eu estava um pouco surpreso que as bandeiras sobreviveram às luzes ultravioletas e temperaturas da superfície lunar", concluiu Robinson.

O LRO começou sua missão na órbita lunar em setembro de 2009, para identificar mineral e outros recursos na Lua, assim como explorar novos locais de pouso para futuras missões.

Pesquisadores confirmaram que a maioria das bandeiras das missões Apollo ainda estão na Lua. Foto: Getty Images

Pesquisadores confirmaram que a maioria das bandeiras das missões Apollo ainda estão na Lua

Terra

Nasa revela estratégia ousada para pousar sonda em Marte

Um guindaste auxiliará a Mars Curiosity no pouso. Foto: BBC Brasil

Um guindaste auxiliará a Mars Curiosity no pouso
Foto: BBC Brasil


O chefe da missão da Nasa que vai enviar a sonda Mars Curiosity para Marte revelou a estratégia ousada para o pouso no planeta. Adam Steltzner e a equipe da agência espacial americana criaram um plano para que o veículo de exploração pouse em segurança. O veículo vai recolher dados geológicos do planeta vermelho.

Ao entrar na atmosfera, a sonda estará em uma velocidade muito alta. Um paraquedas vai se abrir e diminuir esta velocidade, mas ainda não será o bastante para que o veículo chegue à superfície em segurança.

Um radar analisa o local do pouso, e o veículo vai se desprender dos paraquedas, ligar os foguetes e começar o pouso propriamente dito. A apenas 20 m de altura, o veículo se soltará parcialmente da parte onde ficam os foguetes e ficará pendurado por um guindaste e, desta forma, pendurado, o veículo de exploração tocará a superfície de Marte. A operação deve ocorrer em agosto.

BBC Brasil
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China deve pousar sua primeira sonda na Lua em 2013

A China pretende realizar em 2013 o pouso da sua primeira sonda na Lua, em mais um passo de um ambicioso programa espacial que inclui também a construção de uma estação orbital, disse a imprensa estatal nesta segunda-feira. A China News Service afirmou, sem entrar em detalhes, que a sonda Chang'e 3 irá realizar pesquisas sobre a superfície lunar no ano que vem. Cientistas chineses também cogitam a hipótese de levar uma tripulação à Lua após 2020.

Em 2007, a China lançou sua primeira sonda lunar orbital, a Chang'e 1, cujo nome alude a uma deusa da Lua. Esse equipamento recolheu imagens da superfície e analisou a distribuição de elementos.

Esse lançamento marcou o primeiro de três passos no programa lunar chinês. Em seguida, virão uma missão não tripulada ao satélite e a coleta de amostras do solo e das pedras lunares, por volta de 2017.

O programa espacial da China ainda está muito atrás dos Estados Unidos e da Rússia, mas no mês passado o País encerrou o voo tripulado da nave Shenzhou 9, que levou a primeira mulher chinesa ao espaço, além de testar métodos de atracação que serão importantes na futura estação espacial.

Reuters
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domingo, 29 de julho de 2012

Há 30 anos, estação Salyut 6 queimava na reentrada na Terra

Há 30 anos, chegava ao fim um dos capítulos da corrida espacial. Lançada em 1976, a estação especial Salyut 6 foi um marco. O programa espacial soviético passava a ter capacidade de longa permanência no espaço para seus cosmonautas. Além disso, ela possuía duas docas, o que permitia tanto a acoplagem das naves Soyuz, quanto das não tripuladas Progress - que reabasteciam a estação com combustível e suprimentos automaticamente.

A Salyut 6 foi lançada sem tripulantes - os primeiros chegaram em uma Soyuz. A segunda doca ainda significava a possibilidade dos "moradores" da estação receberem visitantes (cosmonautas da União Soviética e de países parceiros). Vladimir Remek, da Checoslováquia, (o primeiro homem a ir ao espaço após os soviéticos e os americanos), por exemplo, visitou a estação em 1978.

A primeira tripulação de longa duração ficou 96 dias no módulo, batendo o recorde de 84 dias dos americanos na Skylab. Outro grupo chegou a ficar 185 dias no espaço. A Salyut 6 ainda foi palco de experimentos mais complicados, como a nave Cosmos 1267, a primeira de grande porte a acoplar automaticamente em uma estação espacial. Esse feito abriu espaço para o desenvolvimento da Mir e, mais recentemente, da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês). A Salyut 6 acabou sua missão em 29 de julho de 1982, quando foi queimada intencionalmente na reentrada na Terra.

Terra

Nasa aos 54 anos: da conquista da Lua à busca por vida em Marte

O robô americano Curiosity deve chegar ao planeta vermelho no início de agosto. Foto: Nasa/Divulgação

O robô americano Curiosity deve chegar ao planeta vermelho no início de agosto
Foto: Nasa/Divulgação


Em 1958, a corrida espacial que marcou a disputa entre as duas superpotências da Guerra Fria ganhava uma nova etapa. Em resposta ao lançamento do satélite artificial Sputnik 1 e da cadelinha Laika ao espaço - realizado pela União Soviética um ano antes -, o então presidente americano, Dwight Eisenhower, estabeleceu em 29 de julho a criação da National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço), a Nasa. A agência espacial americana cresceu a partir do National Advisory Committee on Aeronautics (Comitê Consultivo Nacional de Aeronáutica), que já pesquisava tecnologia de voo há 40 anos.

Veja também: conquista da Lua completa 43 anos
Em 2010, a ISS completava 10 anos de ocupação ininterrupta

Até o momento, os Estados Unidos perdiam a importante batalha espacial para os soviéticos. Em 1961, o russo Yuri Gagarin se tornaria o primeiro homem a orbitar a Terra. O presidente americano John F. Kennedy, então, determinou que a Nasa e a nação deveriam se focar em enviar astronautas à Lua até fim dos anos 1960 - algo de que muitos duvidaram.

Por meio dos projetos Mercury e Gemini, a Nasa desenvolveu a tecnologia e as habilidades necessárias para a jornada. Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong e Buzz Aldrin se tornaram os primeiros homens a pisar na Lua, na missão Apollo 11. Assassinado em 1963, Kennedy não pôde presenciar a conquista.

Em 17 de julho de 1975, a Guerra Fria foi colocada de lado e astronautas soviéticos e americanos tiveram um encontro inédito no espaço. O programa Apollo-Soyuz levou os astronautas Tom Stafford, Donald K. "Deke" Slayton e Vance Brand em um módulo de serviço Apollo.

Tragédias
Antes do sucesso da missão, no entanto, a Nasa enfrentou alguns percalços. No dia 27 de janeiro de 1967, os astronautas Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee morreram durante um teste pré-voo em um incêndio no módulo de comando da Apollo 204. Após o desastre, a Nasa decidiu chamar a missão de Apollo 1, em homenagem aos mortos no acidente.

Além da Apollo 1, outras duas grandes tragédias marcaram a conquista espacial americana. Em 28 de janeiro de 1986, pouco mais de um minuto após seu lançamento no Centro Espacial Kennedy, a nave Challenger se desintegrou, matando sete tripulantes. Em fevereiro de 2003, os sete tripulantes da nave Columbia morreram no momento em que entraram na atmosfera terrestre.

A era dos ônibus espaciais
Depois do sucesso da Apollo, a Nasa focou em criar um veículo reutilizável que pudesse voar regularmente ao espaço, dando início à era dos ônibus espaciais. O primeiro lançamento aconteceu em 12 de abril de 1981, começando com o Columbia e continuando com a Challenger, Discovery, Atlantis e Endeavour.

A era teve fim em 21 de julho de 2011, quando a Atlantis pousou com sucesso no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. Foi o 25º pouso noturno, o 78º no Centro e o 133º de um ônibus espacial.

Desde a aposentadoria dos ônibus espaciais, os Estados Unidos ficaram dependentes da Rússia para levar astronautas até a ISS.

ISS
A Estação Espacial Internacional (ISS) começou a ser montada em órbita em 1998. Em 2000, os Estados Unidos e a Rússia estabeleceram a presença humana permanente no espaço, em um projeto que representa o trabalho de 16 nações. Até julho deste ano, já haviam sido realizados 125 lançamentos para a ISS.

Marte
Em 1997, a Mars Pathfinder foi a primeira da frota de espaçonaves que exploraria Marte durante a década. No início de 2012, o robô explorador Opportunity completou oito anos de missão no planeta, com o objetivo de estudar a formação geológica do local.

Agora, a Nasa envia o robô Curiosity, para, segundo a agência, "iniciar dois anos de uma exploração científica sem precedentes em busca de vida no planeta vermelho" no passado. Segundo o subdiretor da Nasa para missões científicas, John Grunsfeld, o pouso do robô será "a missão mais difícil já empreendida pela Nasa na história da exploração robótica planetária". A previsão é que o robô chegue à superfície marciana no dia 6 de agosto.

Cortes no orçamento
Segundo informações da AFP, o orçamento proposto por Barack Obama para o conjunto da agência espacial americana para o ano fiscal que começa em 1º de outubro chega a US$ 17,7 bilhões, uma redução de 0,3% ou de US$ 59 milhões com relação ao orçamento de 2012.

O projeto para 2013 impôs uma redução de US$ 226 milhões ou um corte de cerca de 39% no programa da agência para exploração marciana - de US$ 587 milhões a US$ 361 milhões. A redução fez com que a Nasa começasse a buscar novas ideias para missões não tripuladas para explorar Marte.

Terra

Após falha, cargueiro russo consegue se acoplar à ISS

Cargueiro deveria ter se reenganchado à plataforma orbital no dia 24 de julho. Foto: Nasa/Reprodução

Cargueiro deveria ter se reenganchado à plataforma orbital no dia 24 de julho
Foto: Nasa/Reprodução


O cargueiro russo Progres M-15M conseguiu se acoplar neste domingo à Estação Espacial Internacional (ISS) após uma falha no novo sistema de aproximação que não realizou a junção com plataforma na terça-feira passada.

O engate aconteceu em modo automático após um voo autônomo no transcurso do qual o sistema de aproximação e acoplamento automático Kursk-NA foi submetido a testes, informam as agências russas.

O cargueiro devia ter se reenganchado à plataforma orbital no dia 24 de julho, da qual tinha se desacoplado um dia antes para os testes do Kursk, mas então não pôde realizar a manobra.

A nave permanecerá na ISS até amanhã e posteriormente se dirigirá a outro voo autônomo de três semanas para uma série de experimentos científicos.

EFE
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sábado, 28 de julho de 2012

Nave de carga japonesa Kounotori III se acopla à ISS

A nave não tripulada japonesa Kounotori III (HTV3), carregada com 4,6 toneladas de provisões, se acoplou com sucesso neste sábado à Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), informou a Agência Espacial Japonesa (JAXA).

O astronauta japonês Akihiko Hoshide, que se encontra a bordo da ISS desde 17 de julho, será o responsável por abrir a escotilha e entrar na nave para descarregar comida, roupas e instrumentos de pesquisa.

Entre os aparelhos levados pela nave estão cinco pequenos satélites que serão postos em órbita desde a ISS.

A Kounotori III ("Cegonha branca III"), o terceiro veículo de carga que a JAXA envia ao espaço, foi lançada a bordo do foguete japonês H-2B em 21 de julho desde o centro espacial da ilha de Tanegashima, na província de Kagoshima (sul).

A nave alcançou a ISS após orbitar a uma altura de 400 quilômetros controlada desde o centro espacial da JAXA, em Tsukuba, na província de Ibaraki (centro).

A nave foi acoplada à ISS mediante um braço robótico operado pela tripulação da estação, entre os quais, além de Hoshide, estão o russo Yuri Malenchenko e a americana Sunita Williams, que chegaram à estação na nave russa Soyuz TMA-05M junto ao astronauta japonês.

A nave será carregada com resíduos da estação e se desajustará dela no dia 7 de setembro para retornar à Terra e desintegrar-se assim que entrar na atmosfera.

EFE
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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Astronauta comandará programa de rádio direto da Estação Espacial

Joe Acaba será por duas horas o DJ de uma transmissão espacial da emissora Third Rock Radio. Foto: Nasa/Divulgação

Joe Acaba será por duas horas o DJ de uma transmissão espacial da emissora Third Rock Radio
Foto: Nasa/Divulgação


O astronauta Joe Acaba será por duas horas o primeiro DJ de uma transmissão espacial da emissora Third Rock Radio, que será transmitida da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), a 385 km da Terra.

Acaba, 45 anos de idade e fã de rock'n'roll clássico, estreará na sexta-feira que vem, 3 de agosto, seu programa The Joe Show: New Rock from Space, segundo a Nasa. Descendente de porto-riquenhos, Acaba é hidrogeólogo e professor de matemática e ciências naturais em escolas de Ensino Médio.

De acordo com a Nasa, o astronauta que chegou à ISS no dia 17 de maio em uma nave russa Soyuz falará no show de suas experiências a bordo do laboratório que orbita a Terra. O Joe Show é uma mistura de ciência, tecnologia, engenharia, matemática e arte e, de acordo com as informações da Nasa, "tudo isso no contexto de explorar os novos mundos da música".

"Desde as gravações lançadas a bordo da cápsula espacial Voyager e até as canções que acordavam os astronautas nas missões de naves, a Nasa e a música têm uma longa história juntas", declarou Acaba. "E como ex-educador também valorizo os vínculos entre a música e a matemática, um dos componentes centrais dos estudos científicos e que é crucial em meu trabalho como astronauta", acrescentou.

A Third Rock Radio nasceu graças a um acordo entre a Nasa e a RFC Media de Houston para despertar nos jovens americanos o interesse pela matemática, ciência e engenharia. A rádio pode ser acessada gratuitamente através do site site www.thirdrockradio.net.

EFE
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Ex-engenheiro da Nasa relata desafios em missões com robôs

Faixa preta de caratê, Comberiate foi desafiado a ficar de ponta cabeça no palco. Foto: Celso Calheiros/Especial para Terra

Faixa preta de caratê, Comberiate foi desafiado a ficar de ponta cabeça no palco
Foto: Celso Calheiros/Especial para Terra


Como fazer um robô executar tarefas simples em um ambiente totalmente desconhecido, aplicações práticas da robótica e transmissão de dados a distâncias inimagináveis foram alguns dos temas abordados por Mike Comberiate, engenheiro aposentado da Nasa, depois de mais de 40 anos de experiência na agência espacial. Descontraído e bem humorado, Mike chegou até mesmo a ficar de cabeça para baixo em uma demonstração no palco principal da Campus Party Recife, no início da tarde desta sexta-feira.

Mike Comberiate trabalhou em grandes projetos da Nasa, como o envio dos robôs para a superfície de Marte ou mesmo projetos mais antigos, como a sonda Voyager, que foi lançada na década de 70 e viaja o espaço sem planos de retornar à Terra. "Ao se trabalhar na Nasa não podemos pensar em erro, porque tudo é muito caro e não podemos perder."

A forma de manter os investimentos, contou Mike Comberiate para um público com cerca de cem campuseiros, é trabalhar com redundâncias em softwares e hardwares. "Nós fazemos diferentes testes de resistência e imaginamos tudo que pode acontecer, mas estamos falando a respeito de Marte e sempre pode acontecer o imprevisível", explicou.

Outro problema que teve de ser vencido foi o da comunicação com os robôs em outro planeta. Comberiate explicou complicações extras, além da distância, como a rotação dos dois planetas. "Só tínhamos alguns minutos duas vezes por dia para enviar comandos para os robôs", disse.

A forma de pedir para vários equipamentos em solo marciano (a Nasa enviou diferentes robôs para o planeta vermelho) foi utilizar uma plataforma que ele batizou de "nave-mãe", um robô gerenciador das tarefas. Esse robô-mestre ficou responsável por receber as tarefas da Terra e distribuir as missões entre os outros robôs na superfície.

A primeira missão, explicou Comberiate, é conhecer o terreno, compreender as distâncias, identificar os obstáculos para que os robôs executem tarefas simples, como capturar uma pedra e analisá-la. "Um robô tem o perfil de geólogo, outro possui um laboratório", detalhou.

Essas experiências acumuladas por Mike Comberiate agora são utilizadas em diferentes aplicações e também repassadas para grupos interessados em robótica. O engenheiro mostrou imagens, por exemplo, de um robô que é alimentado por energia solar e eólica e analisa a superfície da Groelândia, para analisar a espessura das camadas de gelo.

Uma situações mais complicada que foi resolvidas pela Nasa, contou Comberiate, foi estabelecer uma forma de comunicação com a sonda Voyager, lançada nos anos 70. A sonda, contou o engenheiro, está ultrapassando a região de Plutão, ingressando no espaço além do sistema solar. "O envio de informações levará 40 anos. Marte é um planeta próximo", disse.

A forma utilizada para receber dados tão distantes, explicou Comberiate, é utilizar um sinal incomum, uma taxa de transferência baixa e usar antenas gigantes na Terra preparadas para captar apenas uma banda de frequência específica, em uma única direção. "Elas servem como ouvidos direcionados para o espaço."

Ao encerrar a apresentação, que levou uma hora dividida entre o relato de algumas experiências e a resposta às mais diferentes perguntas, Mike Comberiate convidou os campuseiros a conhecerem mais sobre o que se faz com robôs e chamou o professor Bruno Fernandes, seu antigo colaborador e hoje do corpo docente da Universidade de Pernambuco (UPE). Bruno então apresentou outros atributos do antigo professor: faixa preta de caratê e brincalhão, capaz de ficar de ponta cabeça no palco.

Especial para Terra